“O trabalho me fascina. Sou capaz de passar horas e horas sentado a vê-lo"
A frase acima é do humorista inglês Jerome K. Jerome (1858 – 1927).
Já a fotografia abaixo – com a identificação do Zé e dos cargos das potestades gerenciais que o cercam – é do blog http://danosse.blogspot.com
31 janeiro, 2007
Otto Lara
Quando perguntado como estava de uma doença que o afligia:
- Depois da reforma ortográfica melhorei muito.
Explicação do editor do BPG:
Havia sido concluída a reforma ortográfica da língua portuguesa de 1943. Pela qual a asthma, a doença de Otto, fora simplificada para... asma.
Então, tinha de melhorar o Otto (que, aliás, não pegou carona na mudança ortográfica para se chamar Oto).
- Como você pode ter asma? Existe tanto ar...
30 janeiro, 2007
Uma diversão radiológica
Uma das mais espetaculares e influentes invenções foi o aparelho de radiografia. Logo que foi inventado, em 1895, pelo físico alemão Wilhelm Röntgen, ganhou a aceitação do mundo científico. Por se tratar de um aparelho que trazia uma conquista revolucionária para a medicina. Ao permitir que os médicos obtivessem imagens internas dos corpos de seus pacientes, sem precisar abri-los. E, assim, de um modo não invasivo, tornar possível a confirmação de muitos diagnósticos.
Existem poucos seres humanos em sociedades modernas que nunca tenham tirado uma radiografia, como já observou Sabbattini.
No Brasil, a primeira radiografia foi realizada em 1896. E o mérito é atribuído a vários pesquisadores: Silva Ramos, em São Paulo; Francisco Pereira Neves, no Rio de Janeiro; Alfredo Brito, na Bahia e físicos do Pará. Como a história não relata dia e mês, conclui-se que as diferenças cronológicas sejam muito pequenas.
A invenção de Röntgen também chegou a ser utilizada com o fim de diversão. Em 1897, quando um rico comerciante de Recife importou um aparelho para fazer, em suas festas, radioscopias das mãos das senhoras da sociedade local.
Existem poucos seres humanos em sociedades modernas que nunca tenham tirado uma radiografia, como já observou Sabbattini.
No Brasil, a primeira radiografia foi realizada em 1896. E o mérito é atribuído a vários pesquisadores: Silva Ramos, em São Paulo; Francisco Pereira Neves, no Rio de Janeiro; Alfredo Brito, na Bahia e físicos do Pará. Como a história não relata dia e mês, conclui-se que as diferenças cronológicas sejam muito pequenas.
A invenção de Röntgen também chegou a ser utilizada com o fim de diversão. Em 1897, quando um rico comerciante de Recife importou um aparelho para fazer, em suas festas, radioscopias das mãos das senhoras da sociedade local.
29 janeiro, 2007
Entre animes e mangás
Para minha surpresa acabo de saber o que vem fazendo o sobrinho Igor Lucena. Além da “ralação” recente que fez para ingressar numa carreira universitária, um feito por sinal comemorado em família com algumas tesouradas em seu topete. Pois bem, eu soube que Igor vem-se dedicando, há anos e com entusiasmo, a celebrar a cultura oriental dos animes (desenhos animados), mangás (histórias em quadrinhos), artes marciais, músicas e jogos japoneses. Assim é que ele preside a Fundação Cultural Nipônica Brasileira (FCNB), a qual, anualmente, promove em Fortaleza uma Super Amostra Nacional de Animes (SANA). Um evento que vem crescendo, em número de participantes, a cada ano. A ponto de, em sua versão de 2006, o encontro haver reunido cerca de 20 mil aficionados nesse assunto.
Quanto ao SANA 7, previsto para acontecer nos dias 20, 21 e 22 de julho de 2007, no Centro de Convenções de Fortaleza, tudo leva a crer que ultrapassará em sucesso as edições anteriores. Muitas atrações estão sendo agendadas para o evento. Como a presença de Al Rio, um desenhista de HQ, que tem legiões de admiradores.
Muito sucesso nesta empreitada, Igor.
Quanto ao SANA 7, previsto para acontecer nos dias 20, 21 e 22 de julho de 2007, no Centro de Convenções de Fortaleza, tudo leva a crer que ultrapassará em sucesso as edições anteriores. Muitas atrações estão sendo agendadas para o evento. Como a presença de Al Rio, um desenhista de HQ, que tem legiões de admiradores.
Muito sucesso nesta empreitada, Igor.
Informações sobre a FCNB e a SANA 7 podem ser obtidas clicando em www.portalsana.com.br
Inédito para um blog
Não recordo haver algum dia mandado fazer cartões de visita. Para divulgar minha vida profissional, por exemplo.
Por esse descuido, acabo de levar uma rasteira do meu blog. Que já fez os seus cartões de visita.
- Foram cem deles, para começar...
Tudo bem, meu blog. A tiragem não assusta. Apenas espero que, ao distribuí-los, não vá cometer vexame. O daquela ridícula dobradinha num dos cantos.
Por esse descuido, acabo de levar uma rasteira do meu blog. Que já fez os seus cartões de visita.
- Foram cem deles, para começar...
Tudo bem, meu blog. A tiragem não assusta. Apenas espero que, ao distribuí-los, não vá cometer vexame. O daquela ridícula dobradinha num dos cantos.
28 janeiro, 2007
Não saia do Tom
“Todas as vezes que o Tom abriu o piano, o mundo melhorou.”
Hoje, às 22:40 horas (hora local de Fortaleza), assista a este especial que a Rede Globo preparou: “Tom Jobim – Eu Sei Que Vou Te Amar”. Inclusive para constatar a veracidade que existe na frase (acima) de Ruy Castro.
O programa, com cenas gravadas em locais que Jobim gostava de freqüentar, terá a apresentação de Camila Pitanga.
Hoje, às 22:40 horas (hora local de Fortaleza), assista a este especial que a Rede Globo preparou: “Tom Jobim – Eu Sei Que Vou Te Amar”. Inclusive para constatar a veracidade que existe na frase (acima) de Ruy Castro.
O programa, com cenas gravadas em locais que Jobim gostava de freqüentar, terá a apresentação de Camila Pitanga.
A quem pertence o futuro
O futuro é algo totalmente irrevelável no presente. Não me venham com jogos de búzios, cartas do tarô, bola de cristal, horóscopos e outras crendices do gênero. Só vamos saber o que o futuro nos reserva quando estivermos lá. Ah, ledo engano, não vamos. Estaremos diante de uma versão updated do presente. A nos dizer que o futuro outra vez mudou de endereço.
O futuro é nômade.
O futuro se desloca o tempo todo como a linha do horizonte.
O futuro, feito a cenoura pendurada na frente da besta, faz com a alimária caminhe sem parar. Sem alcançá-la.
O futuro é como uma caixa preta. Abre-se, encontra-se outra caixa preta. Ad infinitum.
Por isso, faz parte do meu ceticismo desconfiar da futurologia. Não vejo como se possa saber de fatos que ainda vão acontecer. Embora, para não radicalizar sobre o assunto, eu admita existir uma chance – única – para isto ser possível. Um dia, quem sabe, através da revolução tecnológica, a qual sempre nos surpreende.
A propósito, quem está na frente é o Google.
O futuro é nômade.
O futuro se desloca o tempo todo como a linha do horizonte.
O futuro, feito a cenoura pendurada na frente da besta, faz com a alimária caminhe sem parar. Sem alcançá-la.
O futuro é como uma caixa preta. Abre-se, encontra-se outra caixa preta. Ad infinitum.
Por isso, faz parte do meu ceticismo desconfiar da futurologia. Não vejo como se possa saber de fatos que ainda vão acontecer. Embora, para não radicalizar sobre o assunto, eu admita existir uma chance – única – para isto ser possível. Um dia, quem sabe, através da revolução tecnológica, a qual sempre nos surpreende.
A propósito, quem está na frente é o Google.
27 janeiro, 2007
Escuta, Zé Vintém (*)
A Sabesp, que tem como principal acionista o governo do Estado de São Paulo, criou uma adutora até o iFHC, o Instituto Fernando Henrique Cardoso. Ao qual, com o bombeamento tucano de que o órgão público dispõe, já fez chegar quinhentos mil reais. Uma enxurrada de dinheiro, sob as benesses da Lei Rouanet, a fim de que o instituto preserve a memória de seu fundador.
Técnicamente, essa adu(ba)ção financeira é considerada legal. Moral, a meu ver, é que não; são outros quinhentos. Outros quinhentos mil reais, reparo a tempo. A doação não aconteceria se não houvesse uma contrapartida governamental. Chamemos isso de renúncia fiscal.
E FHC mira-se, em parte, no ex-presidente Bill Clinton que tem a sua Organização Não Governamental. Uma ONG com a qual, por exemplo, Clinton ajuda financeiramente a pesquisa da cura da AIDS. Enquanto FHC usa a sua OEG (Organização Ex Governamental) para a auto-contemplação do umbigo – momentos em que se vê um salvador da pátria. E, nesses transes narciso-oníricos, sempre que é interrompido não dá outra. Ele parte para desancar o governo Lula.
É no iFHC que ele guarda os papeluchos de seu inditoso governo. Até que possa digitalizá-los para atormentar a posteridade. E o projeto todo está orçado em 8 milhões de reais.
(*) Zé Vintém é primo de Zé Ninguém. Um pouco melhor na vida do que o segundo Zé, virou contribuinte.
Fonte: terramagazine
Técnicamente, essa adu(ba)ção financeira é considerada legal. Moral, a meu ver, é que não; são outros quinhentos. Outros quinhentos mil reais, reparo a tempo. A doação não aconteceria se não houvesse uma contrapartida governamental. Chamemos isso de renúncia fiscal.
E FHC mira-se, em parte, no ex-presidente Bill Clinton que tem a sua Organização Não Governamental. Uma ONG com a qual, por exemplo, Clinton ajuda financeiramente a pesquisa da cura da AIDS. Enquanto FHC usa a sua OEG (Organização Ex Governamental) para a auto-contemplação do umbigo – momentos em que se vê um salvador da pátria. E, nesses transes narciso-oníricos, sempre que é interrompido não dá outra. Ele parte para desancar o governo Lula.
É no iFHC que ele guarda os papeluchos de seu inditoso governo. Até que possa digitalizá-los para atormentar a posteridade. E o projeto todo está orçado em 8 milhões de reais.
(*) Zé Vintém é primo de Zé Ninguém. Um pouco melhor na vida do que o segundo Zé, virou contribuinte.
Fonte: terramagazine
Sem queimar o filme
26 janeiro, 2007
“Velho palhaço”
Ao ler o Caderno 3 do Diário do Nordeste, edição do dia 22, eis que tive a notícia de um amigo dos velhos tempos. Dos anos 60, quando morávamos no bairro de Otávio Bonfim. É o Paulo Gomes. Aproximados pela música popular brasileira, nos encontrávamos muitas vezes para mostrar, um ao outro, as composições que fazíamos. Ele, tradicionalista, compunha sambas, marchas e frevos. Quanto a mim, carregando a mão nos acordes dissonantes, elaborava umas certas canções bossanovísticas. E sonhávamos em vencer festivais
Houve um festival da terra em que Paulo Gomes teve uma música classificada. O xará me convidou para que, ao lado do grande violonista Cláudio Costa, eu o acompanhasse na apresentação. Paulo Gomes, ele mesmo, não tocava qualquer instrumento musical. Compunha as suas músicas a ritmar com as mãos e a cantarolar. Na qualidade de discípulo do Cláudio Costa, eu já dedilhava na época um violão, digamos, rudimentar. Por isso, durante a apresentação da sua música no festival, cuidei de não esquecer o grande detalhe. No palco, posicionar-me de uma forma que pudesse olhar o braço do violão do mestre. E o que ele fez lá, eu fiz cá.
Mas a reportagem do DN fala de um Paulo Gomes que ainda compõe. E que colocou uma marcha-rancho, de nome “Velho Palhaço”, em um festival de marchas carnavalescas no Rio de Janeiro. Já em situação de finalista, depois de concorrer com mais de mil canções, e com possibilidade de sair no Fantástico. Dependendo, é claro, de uma força que os conterrâneos possam dar ao “Velho Palhaço” através da internet.
Parabéns, velho amigo. Ouvi, gostei e já estou a votar.
http://www.globo.com/fantastico
http://globoradio.globo.com/RadioClick/Player/6/0,,KY621122-5941,00.html
Houve um festival da terra em que Paulo Gomes teve uma música classificada. O xará me convidou para que, ao lado do grande violonista Cláudio Costa, eu o acompanhasse na apresentação. Paulo Gomes, ele mesmo, não tocava qualquer instrumento musical. Compunha as suas músicas a ritmar com as mãos e a cantarolar. Na qualidade de discípulo do Cláudio Costa, eu já dedilhava na época um violão, digamos, rudimentar. Por isso, durante a apresentação da sua música no festival, cuidei de não esquecer o grande detalhe. No palco, posicionar-me de uma forma que pudesse olhar o braço do violão do mestre. E o que ele fez lá, eu fiz cá.
Mas a reportagem do DN fala de um Paulo Gomes que ainda compõe. E que colocou uma marcha-rancho, de nome “Velho Palhaço”, em um festival de marchas carnavalescas no Rio de Janeiro. Já em situação de finalista, depois de concorrer com mais de mil canções, e com possibilidade de sair no Fantástico. Dependendo, é claro, de uma força que os conterrâneos possam dar ao “Velho Palhaço” através da internet.
Parabéns, velho amigo. Ouvi, gostei e já estou a votar.
http://www.globo.com/fantastico
http://globoradio.globo.com/RadioClick/Player/6/0,,KY621122-5941,00.html
A arte da fotografia
Não tenho o costume de fotografar ou de ser fotografado. E não é medo de que a fotografia me roube a alma. É uma espécie de comodismo seletivo. Agravado por um artigo que um dia li, o qual sustentava o seguinte. Aquele que passeia preocupado em registrar as cenas que vai encontrando, essencialmente não as vê. Confiando em que irá vê-las depois em fotos e vídeo.
Concordo em que isso causa divergência. Entre: “o ver agora” e “o ver para sempre”.
E, nessa, não tomo partido. O assunto é polêmico. Além de que eu posso estar mudando o meu comportamento a respeito. Considerando que, a partir de ontem, aderi ao flickr.
Concordo em que isso causa divergência. Entre: “o ver agora” e “o ver para sempre”.
E, nessa, não tomo partido. O assunto é polêmico. Além de que eu posso estar mudando o meu comportamento a respeito. Considerando que, a partir de ontem, aderi ao flickr.
25 janeiro, 2007
A pergunta irrespondível
Por mais que analisemos as provas locais, inquiramos a vizinhança, queimemos os neurônios, consultemos as pitonisas e, até mesmo, tiremos par ou ímpar não vamos poder, com segurança, responder esta desafiante pergunta.
Quem estacionou primeiro?
Quem estacionou primeiro?
A criação segundo Tom Jobim
"A criação resolve em parte a angústia. Eu acho que quando você faz uma música você dissolve uma depressão. O piano funcionava como espelho na correção de meus defeitos. Procurava uma harmonia, uma coisa boa. Eu não ia fazer uma música para incentivar o suicídio, para arregimentar o ódio, nem para conduzir à droga. Nós temos uma responsabilidade. Não posso fazer uma música que leve alguém à desgraça. A música tem que levar ao reflorestamento, ao amor aos bichos e à família. "
Se vivo estivesse o maestro-compositor completaria hoje 80 anos. No legado artístico que nos deixou – incomensurável – árdua é a missão de escolher uma de suas peças musicais. Se o propósito for indicar qual é a melhor, pois todas o são.
Com o significado único de homenageá-lo: "Caminhos Cruzados", de Tom Jobim em parceria com Newton Mendonça, na voz de Leila Pinheiro.
Para ouvir clique aqui.
Se vivo estivesse o maestro-compositor completaria hoje 80 anos. No legado artístico que nos deixou – incomensurável – árdua é a missão de escolher uma de suas peças musicais. Se o propósito for indicar qual é a melhor, pois todas o são.
Com o significado único de homenageá-lo: "Caminhos Cruzados", de Tom Jobim em parceria com Newton Mendonça, na voz de Leila Pinheiro.
Para ouvir clique aqui.
24 janeiro, 2007
Passeio completo - 2
20/01
A serra está no auge do verão. E a temperatura é amena somente nas primeiras horas da manhã. O período do dia em que aproveitamos para passear na cidade. Ver o comércio, a praça Dr. Almino Afonso, uma pinacoteca, os prédios históricos. Um deles, de nome Pax, abriga o museu da cidade. No acervo do museu, muitas fotos da cidade, de seus antigos moradores, utensílios domésticos de antanho, arqueologia regional e arte sacra. A casa da dona Agá, na qual existiriam móveis seculares, estava fechada. Mas vimos, junto à galeria de artesanatos, um mural feito por vários pintores. Com uma das cenas a registrar a maldição dos frades à cidade de Martins. Expulsos da cidade, os frades disseram que Martins teria o fim “de uma correia no fogo”. Parece que não funcionou.
Almoço no Lagoa dos Ingás e sesta no chalé Vem-Vem. Ao entardecer, Elba e eu fomos ao Mirante do Canto. Um restaurante, a três quilômetros da cidade, do qual se vê grande parte do vale em torno da Serra de Martins. Belo cenário, apesar da secura dominante (a quadra chuvosa ainda não começou), e com o garçom a garantir que poderíamos ver até quinze cidades da região. Vimos, mas não contamos. Como vimos também uma formação natural chamada de Casa de Pedra. À distância, pois, para ir conhecer as suas grutas, teríamos de caminhar por uma trilha de meia légua. Sob a noite a estender o manto, as cidades do vale foram acendendo suas luzes. Pagamos as cervejas, o queijo assado, e voltamos para a pousada. Onde Natália permanecera para não perder a novela “O Profeta”. Aliás, o capítulo da novela.
21/01
Despertei cedo com o canto da passarinhada. E fui passear no pomar da pousada. Havia espécies de árvores às quais eu nunca havia sido apresentado. Como os pés de jatobá, de carambola, de groselha e também o ingazeiro (árvore que dá o nome à lagoa vizinha e ao estabelecimento). E havia uma siriema de olhar desconfiado, solta no pomar, a circular a sua mansidão.
Após o café da manhã, descolei da família para uma rápida caminhada. Minha despedida pessoal à cidade de Martins.
Analisado o mapa rodoviário, para o retorno a Fortaleza, escolhemos um percurso diferente. Passando por Itaú, cruzando a Chapada do Apodi, em demanda do município de Potiretama no Ceará. O que nos colocou, num dado lapso de tempo, em 18 quilômetros de uma estrada carroçável (um nome que já diz tudo!). Depois de Potiretama e de Alto Santo, chegamos ao entroncamento da rodovia estadual com a BR 116. No grande trecho desta rodovia federal em que ela passa pela região do Vale do Jaguaribe. Enquanto as chuvas não chegam, que tristeza o cenário da vegetação estorricada! E, daí em diante, nada digno de nota aconteceu no resto da viagem. No fim da tarde chegamos a Fortaleza.
A serra está no auge do verão. E a temperatura é amena somente nas primeiras horas da manhã. O período do dia em que aproveitamos para passear na cidade. Ver o comércio, a praça Dr. Almino Afonso, uma pinacoteca, os prédios históricos. Um deles, de nome Pax, abriga o museu da cidade. No acervo do museu, muitas fotos da cidade, de seus antigos moradores, utensílios domésticos de antanho, arqueologia regional e arte sacra. A casa da dona Agá, na qual existiriam móveis seculares, estava fechada. Mas vimos, junto à galeria de artesanatos, um mural feito por vários pintores. Com uma das cenas a registrar a maldição dos frades à cidade de Martins. Expulsos da cidade, os frades disseram que Martins teria o fim “de uma correia no fogo”. Parece que não funcionou.
Almoço no Lagoa dos Ingás e sesta no chalé Vem-Vem. Ao entardecer, Elba e eu fomos ao Mirante do Canto. Um restaurante, a três quilômetros da cidade, do qual se vê grande parte do vale em torno da Serra de Martins. Belo cenário, apesar da secura dominante (a quadra chuvosa ainda não começou), e com o garçom a garantir que poderíamos ver até quinze cidades da região. Vimos, mas não contamos. Como vimos também uma formação natural chamada de Casa de Pedra. À distância, pois, para ir conhecer as suas grutas, teríamos de caminhar por uma trilha de meia légua. Sob a noite a estender o manto, as cidades do vale foram acendendo suas luzes. Pagamos as cervejas, o queijo assado, e voltamos para a pousada. Onde Natália permanecera para não perder a novela “O Profeta”. Aliás, o capítulo da novela.
21/01
Despertei cedo com o canto da passarinhada. E fui passear no pomar da pousada. Havia espécies de árvores às quais eu nunca havia sido apresentado. Como os pés de jatobá, de carambola, de groselha e também o ingazeiro (árvore que dá o nome à lagoa vizinha e ao estabelecimento). E havia uma siriema de olhar desconfiado, solta no pomar, a circular a sua mansidão.
Após o café da manhã, descolei da família para uma rápida caminhada. Minha despedida pessoal à cidade de Martins.
Analisado o mapa rodoviário, para o retorno a Fortaleza, escolhemos um percurso diferente. Passando por Itaú, cruzando a Chapada do Apodi, em demanda do município de Potiretama no Ceará. O que nos colocou, num dado lapso de tempo, em 18 quilômetros de uma estrada carroçável (um nome que já diz tudo!). Depois de Potiretama e de Alto Santo, chegamos ao entroncamento da rodovia estadual com a BR 116. No grande trecho desta rodovia federal em que ela passa pela região do Vale do Jaguaribe. Enquanto as chuvas não chegam, que tristeza o cenário da vegetação estorricada! E, daí em diante, nada digno de nota aconteceu no resto da viagem. No fim da tarde chegamos a Fortaleza.
23 janeiro, 2007
Passeio completo - 1
18/01
No início da manhã, partimos de Fortaleza para Icapuí, uma cidade litorânea do Ceará, situada na divisa com o Rio Grande do Norte. Pela rodovia CE-040 até Aracati, prosseguindo pelas rodovias BR-304 e CE-201 até a cidade de destino. Com o odômetro do carro a totalizar cerca de 200 quilômetros para o percurso feito. Em Icapuí, recém chegados, fizemos a nossa "volta de apresentação". A cidade dá acesso a várias praias, escolhemos ir à de Tremembé. Onde, numa barraca de praia, ficamos um par de horas a comer camarões fritos. E a ver os barcos lagosteiros (três dezenas deles) que, por ser o período de defeso da lagosta, não haviam largado para o mar.
De Icapuí para Tibau, o município seguinte, localizado em terras norte-riograndenses, foram mais 18 quilômetros de viagem por uma estrada de asfalto. Em Tibau, nos hospedamos na pousada Costa Branca, após uma olhadela em outra pousada, a Beijo-Mar. Pela conveniência de aquela pousada estar situada na região central da cidade, e ainda assim não ficar distante da praia. Um passeio ao fim da tarde, pisando em suas ruas de pedras toscas, deu-nos a ciência de que era temporada local do circo do palhaço Fuxiquinho. Arquibancadas a três reais por pessoa; cadeiras, a cinco. E a revelação deste fato auspicioso, quiçá inédito: um palhaço ser o dono do circo em que trabalha. À noite, jantamos no bistrô Marambaia. Pratos apurados, bom fundo musical. E, para tais desfrutes, tivemos apenas que atravessar a rua.
19/01
O dia amanheceu convidativo para o banho de mar. Um caminhar estimado em cinco quadras, eis o grupo familiar em plena praia de Tibau. Praia de areias limpas, algumas falésias, coqueirais, com casas de veraneio e barracas de pasto. Elba e Natália, com os apetrechos conduzidos, marcaram o território que lhes caberia nas horas seguintes e foram abraçar o mar. Eu fui andar. Com os pés descalços, a chapinhar nas águas rasas do mar. A maré estava baixa.
Antes do meio-dia deixamos a pousada. Para os 40 quilômetros da estrada no rumo de Mossoró. Lá, almoçamos no Thermas. A bela decoração das áreas externas deste hotel motivou Natália para uma sessão de fotos.
Em seguida, prosseguimos a viagem de um passeio cujo objetivo final era a Serra de Martins. Passando por Governador Dix-Sept Rosado, Caraúbas, Olho D’água dos Borges, Umarizal até chegarmos a Martins. Nesta cidade (bela como costumam ser as cidades serranas) conferimos dois hotéis: o Hotel Serrano e o Chalé Lagoa dos Ingás. Diárias e acomodações comparáveis. Mas optamos pelo segundo, atraídos de certa forma pela beleza de seu jardim-pomar. Ainda que atemorizados com a idéia de que a lagoa ao lado (nos espreitariam mosquitos?) não fosse apenas paisagem.
Na recepção do hotel preenchemos a ficha de hóspedes e recebemos a chave do chalé Vem-Vem. Cada chalé (são 16 ao todo) tem o nome de um pássaro.
No início da manhã, partimos de Fortaleza para Icapuí, uma cidade litorânea do Ceará, situada na divisa com o Rio Grande do Norte. Pela rodovia CE-040 até Aracati, prosseguindo pelas rodovias BR-304 e CE-201 até a cidade de destino. Com o odômetro do carro a totalizar cerca de 200 quilômetros para o percurso feito. Em Icapuí, recém chegados, fizemos a nossa "volta de apresentação". A cidade dá acesso a várias praias, escolhemos ir à de Tremembé. Onde, numa barraca de praia, ficamos um par de horas a comer camarões fritos. E a ver os barcos lagosteiros (três dezenas deles) que, por ser o período de defeso da lagosta, não haviam largado para o mar.
De Icapuí para Tibau, o município seguinte, localizado em terras norte-riograndenses, foram mais 18 quilômetros de viagem por uma estrada de asfalto. Em Tibau, nos hospedamos na pousada Costa Branca, após uma olhadela em outra pousada, a Beijo-Mar. Pela conveniência de aquela pousada estar situada na região central da cidade, e ainda assim não ficar distante da praia. Um passeio ao fim da tarde, pisando em suas ruas de pedras toscas, deu-nos a ciência de que era temporada local do circo do palhaço Fuxiquinho. Arquibancadas a três reais por pessoa; cadeiras, a cinco. E a revelação deste fato auspicioso, quiçá inédito: um palhaço ser o dono do circo em que trabalha. À noite, jantamos no bistrô Marambaia. Pratos apurados, bom fundo musical. E, para tais desfrutes, tivemos apenas que atravessar a rua.
19/01
O dia amanheceu convidativo para o banho de mar. Um caminhar estimado em cinco quadras, eis o grupo familiar em plena praia de Tibau. Praia de areias limpas, algumas falésias, coqueirais, com casas de veraneio e barracas de pasto. Elba e Natália, com os apetrechos conduzidos, marcaram o território que lhes caberia nas horas seguintes e foram abraçar o mar. Eu fui andar. Com os pés descalços, a chapinhar nas águas rasas do mar. A maré estava baixa.
Antes do meio-dia deixamos a pousada. Para os 40 quilômetros da estrada no rumo de Mossoró. Lá, almoçamos no Thermas. A bela decoração das áreas externas deste hotel motivou Natália para uma sessão de fotos.
Em seguida, prosseguimos a viagem de um passeio cujo objetivo final era a Serra de Martins. Passando por Governador Dix-Sept Rosado, Caraúbas, Olho D’água dos Borges, Umarizal até chegarmos a Martins. Nesta cidade (bela como costumam ser as cidades serranas) conferimos dois hotéis: o Hotel Serrano e o Chalé Lagoa dos Ingás. Diárias e acomodações comparáveis. Mas optamos pelo segundo, atraídos de certa forma pela beleza de seu jardim-pomar. Ainda que atemorizados com a idéia de que a lagoa ao lado (nos espreitariam mosquitos?) não fosse apenas paisagem.
Na recepção do hotel preenchemos a ficha de hóspedes e recebemos a chave do chalé Vem-Vem. Cada chalé (são 16 ao todo) tem o nome de um pássaro.
22 janeiro, 2007
Na blogosfera - 3
Não tive problemas para atualizar o BPG enquanto estive fora de Fortaleza. Bendita a tal “epidemia” das lan houses.
No período, Vicente Adeodato, que publica “o blog (http://vicenteadeodato.blogspot.com) mais desfocado da internet”, repercutiu a foto de uma das minhas postagens.
Blogueiro Adeodato, ponha o meu nome entre os que torcem para a recuperação de sua filha.
No período, Vicente Adeodato, que publica “o blog (http://vicenteadeodato.blogspot.com) mais desfocado da internet”, repercutiu a foto de uma das minhas postagens.
Blogueiro Adeodato, ponha o meu nome entre os que torcem para a recuperação de sua filha.
21 janeiro, 2007
O leitor e o amor
Extraído de "O Jornal de Antônio Maria", livro há muito tempo comprado e que só agora li.
Raimundo Pinheiro (São Luís): "Se a mulher que o senhor ama ficasse feia do dia para a noite, o senhor continuaria a amá-la?"
Raimundo, o problema é seu. Não tente transferi-lo para mim. Faça a pergunta a você mesmo, corajosamente. E não saia de perto, no momento da resposta. Agora, francamente, não acredito que sua mulher tenha ficado feia, só porque cortou os cabelos. Já devia ser, antes.
Mariza Freitas (Guanabara): "Meu namorado sua muito, debaixo dos braços."
Só debaixo dos braços, Mariza? Então, não há motivo para desgostos. Divirta-se na área enxuta, que é a maior parte do seu namorado.
(Serra de Martins, RN)
Raimundo Pinheiro (São Luís): "Se a mulher que o senhor ama ficasse feia do dia para a noite, o senhor continuaria a amá-la?"
Raimundo, o problema é seu. Não tente transferi-lo para mim. Faça a pergunta a você mesmo, corajosamente. E não saia de perto, no momento da resposta. Agora, francamente, não acredito que sua mulher tenha ficado feia, só porque cortou os cabelos. Já devia ser, antes.
Mariza Freitas (Guanabara): "Meu namorado sua muito, debaixo dos braços."
Só debaixo dos braços, Mariza? Então, não há motivo para desgostos. Divirta-se na área enxuta, que é a maior parte do seu namorado.
(Serra de Martins, RN)
20 janeiro, 2007
Micropoemas do infortúnio - 3
Sujeito a descargas
19 janeiro, 2007
Adornando Adorno
18 janeiro, 2007
Depois eu conto
Hoje, inicio uma viagem de quatro dias por terras do Ceará e do Rio Grande do Norte. Acompanham-me a minha mulher Elba e a filha Natália. Pequenas férias mais que merecidas, necessárias.
Durante este período a colocação de novas postagens no BPG ficará condicionada à possibilidade do meu acesso à Rede Mundial de Computadores.
Durante este período a colocação de novas postagens no BPG ficará condicionada à possibilidade do meu acesso à Rede Mundial de Computadores.
Pictóricas - 2
PRÉ-ESCRITO – PERMITAM-ME PEDIR PERDÃO PELOS PARÁGRAFOS PROTELADOS. PACIÊNCIA PORQUE PEGUEI PESADO PROLONGANDO PERÍODO PREVISTO PARA PUBLICAÇÃO. POIS PRECISEI. PRONTO, POSPONHO-OS PELA PRESENTE POSTAGEM.
"Pisando Portugal, Pedro Paulo procurou pelos pais, porém, pai Procópio partira para província. Pedindo provisões, partiu prontamente, pois precisava pedir permissão para pai Procópio para prosseguir praticando pinturas. Profundamente pálido, perfez percurso percorrido pelo pai. Pedindo permissão, penetrou pelo portão principal. Porém, pai Procópio puxando-o pelo pescoço proferiu:
- Pediste permissão para praticar pintura, porém, praticando, pintas pior. Primo Pinduca pintou perfeitamente prima Petúnia. Porque pintas porcarias?
- Papai, - proferiu Pedro Paulo - pinto porque permitiste, porém, preferindo, poderei procurar profissão própria para poder provar perseverança, pois pretendo permanecer por Portugal.
Pegando Pedro Paulo pelo pulso, penetrou pelo patamar, procurando pelos pertences. Partiu prontamente, pois pretendia pôr Pedro Paulo para praticar profissão perfeita: pedreiro! Passando pela ponte precisaram pescar para poderem prosseguir peregrinando. Primeiro, pegaram peixes pequenos, porém, passando pouco prazo, pegaram pacus, piaparas, pirarucus. Partindo pela picada próxima, pois pretendiam pernoitar pertinho, para procurar primo Péricles primeiro. Pisando por pedras pontudas, pai Procópio procurou Péricles, primo próximo, pedreiro profissional perfeito. Poucas palavras proferiram, porém prometeu pagar pequena parcela para Péricles profissionalizar Pedro Paulo. Primeiramente Pedro Paulo pegava pedras, porém, Péricles pediu-lhe para pintar prédios, pois podia pagar pintores práticos. Particularmente, Pedro Paulo preferia pintar prédios. Pereceu pintando prédios para Péricles, pois precipitou-se pelas paredes pintadas.
Pobre Pedro Paulo, pereceu pintando..."
17 janeiro, 2007
Com quem ficou a varíola?
A varíola já foi uma doença de grande impacto na saúde mundial. Ao matar em surtos e epidemias 25 a 30 por cento das pessoas infectadas que não estavam imunizadas. Contudo, foi graças à vacina de Jenner que se conseguiu interromper a circulação da doença em escala mundial. Registrou o Brasil o seu último caso de varíola em 1971; o mundo, em 1977 (na Somália). Portanto, desde 1977 é uma doença mundialmente erradicada.
O Guia de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde (ano 2005, páginas 768 – 777) informa que, oficialmente, apenas dois laboratórios conservam estoques do vírus da varíola: um, nos Estados Unidos da América; o outro, na Rússia. Mas há receio quanto à possibilidade de existirem outros estoques em locais desconhecidos.
A relativa estabilidade e a alta transmissibilidade do vírus, a suscetibilidade geral das pessoas com relação a ele, a moléstia com alta letalidade que ocasiona, sem que haja um tratamento específico eficaz preenchem as condições para o retorno - artificial - da varíola. Como uma arma biológica a serviço do terrorismo.
Revolta da Vacina - Charge publicada, em 1904, sobre o motim popular no Rio de Janeiro contra as medidas sanitárias de Oswaldo Cruz, que incluíam a obrigatoriedade da vacinação anti-variólica
O Guia de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde (ano 2005, páginas 768 – 777) informa que, oficialmente, apenas dois laboratórios conservam estoques do vírus da varíola: um, nos Estados Unidos da América; o outro, na Rússia. Mas há receio quanto à possibilidade de existirem outros estoques em locais desconhecidos.
A relativa estabilidade e a alta transmissibilidade do vírus, a suscetibilidade geral das pessoas com relação a ele, a moléstia com alta letalidade que ocasiona, sem que haja um tratamento específico eficaz preenchem as condições para o retorno - artificial - da varíola. Como uma arma biológica a serviço do terrorismo.
Revolta da Vacina - Charge publicada, em 1904, sobre o motim popular no Rio de Janeiro contra as medidas sanitárias de Oswaldo Cruz, que incluíam a obrigatoriedade da vacinação anti-variólica
16 janeiro, 2007
Media in via
Media in via erat lapis
erat lapis media in via
erat lapis
media in via erat lapis.
Non ero unquam immemor illius eventus
pervivi tam mihi in retinis defatigatis.
Non ero unquam immemor quod media in via
erat lapis
erat lapis media in via
media in via erat lapis.
É a tradução para o latim, feita por Silva Bélkior, de um poema célebre cujo autor é brasileiro.
Abra os comentários desta postagem para conferir se identificou corretamente o texto poético que deu origem à tradução. E também para ver como ficou o mesmo poema, traduzido por Elizabeth Bishop, para o latim do futuro (o inglês).
15 janeiro, 2007
Registros
Lúcia Bessa, uma amiga de ontem e de sempre, elogiou o BPG e fez entusiástica referência à postagem “Profissão de risco” – uma foto aqui comentada. Obrigado, Lúcia, pela estima e pelo estímulo.
Vanessa Gurgel, sobrinha e colega de profissão (graduou-se recentemente em medicina), recebeu ontem o “bota-fora” em festa famíliar. Aprovada no processo seletivo para a Residência de Clínica Médica, da Escola Paulista de Medicina, está seguindo para a paulicéia. Onde, como coração de tio não se engana, brilhará em sua almejada pós-graduação.
Vanessa Gurgel, sobrinha e colega de profissão (graduou-se recentemente em medicina), recebeu ontem o “bota-fora” em festa famíliar. Aprovada no processo seletivo para a Residência de Clínica Médica, da Escola Paulista de Medicina, está seguindo para a paulicéia. Onde, como coração de tio não se engana, brilhará em sua almejada pós-graduação.
Caminhando e aprendendo - 5
CARANGUEJOS
Muitos fortalezenses têm o hábito de encarar caranguejos. As mesas das barracas na Praia de Futuro representam a arena em que, armados de bastões, os conterrâneos destroçam os “inimigos”. Se bem que estes já estavam inanimados desde a operação fervura – em leite de coco e ervas! Nesses encontros, os caranguejos têm as patas arrancadas, uma a uma, esmagadas com os bastões a fim de lhes extrair o carnoso conteúdo. O qual é comido, entre suspiros de satisfação dos devoradores, até que... restam os cascos. Cuja “lama”, misturada com farofa, pertence ao ato final do festim.
Não sendo adepto desta iguaria (e o motivo não é fervor ecológico!), a encarar os caranguejos do Parnaíba, eu prefiro aqueles do Parque do Cocó. Vivos, que habitam as margens das trilhas do manguezal onde passeio. Que me desafiam, à distância, meneando as robustas pinças. E que, a seguir, se refugiam nas tocas quando deles me aproximo.
Ver estes seres das fronteiras móveis do rio com a terra me conduz a imaginação. Para uma infantil canção de roda que diz:
Caranguejo não é peixe
Caranguejo peixe é
Caranguejo só é peixe
Na enchente da maré
Eis a síntese do que são: os mais lídimos representantes de um ecossistema importantíssimo.
Enquanto eles lá estiverem, povoando e alegrando o manguezal, uma convicção estará a me animar. O planeta Terra tem cura.
Muitos fortalezenses têm o hábito de encarar caranguejos. As mesas das barracas na Praia de Futuro representam a arena em que, armados de bastões, os conterrâneos destroçam os “inimigos”. Se bem que estes já estavam inanimados desde a operação fervura – em leite de coco e ervas! Nesses encontros, os caranguejos têm as patas arrancadas, uma a uma, esmagadas com os bastões a fim de lhes extrair o carnoso conteúdo. O qual é comido, entre suspiros de satisfação dos devoradores, até que... restam os cascos. Cuja “lama”, misturada com farofa, pertence ao ato final do festim.
Não sendo adepto desta iguaria (e o motivo não é fervor ecológico!), a encarar os caranguejos do Parnaíba, eu prefiro aqueles do Parque do Cocó. Vivos, que habitam as margens das trilhas do manguezal onde passeio. Que me desafiam, à distância, meneando as robustas pinças. E que, a seguir, se refugiam nas tocas quando deles me aproximo.
Ver estes seres das fronteiras móveis do rio com a terra me conduz a imaginação. Para uma infantil canção de roda que diz:
Caranguejo não é peixe
Caranguejo peixe é
Caranguejo só é peixe
Na enchente da maré
Eis a síntese do que são: os mais lídimos representantes de um ecossistema importantíssimo.
Enquanto eles lá estiverem, povoando e alegrando o manguezal, uma convicção estará a me animar. O planeta Terra tem cura.
14 janeiro, 2007
Einstones
A foto ao lado mostra o famoso “star scientist”, num momento de descontração, a arejar as papilas gustativas. Foi clicada em sua turnê “Everything is Relative”, depois de eclipsar Sobral.
O audacioso repórter fotográfico que obteve a foto foi depois acusado de haver fundido imagens para fraudar. Uma acusação inconsistente. Na condição de pacifista violento, Einstones jamais deixaria que alguém lhe fizesse qualquer tipo de fusão.
Transformada em pôsteres, a foto se notabilizou pelas propriedades decorativas apresentadas em dormitórios de adolescentes.
O audacioso repórter fotográfico que obteve a foto foi depois acusado de haver fundido imagens para fraudar. Uma acusação inconsistente. Na condição de pacifista violento, Einstones jamais deixaria que alguém lhe fizesse qualquer tipo de fusão.
Transformada em pôsteres, a foto se notabilizou pelas propriedades decorativas apresentadas em dormitórios de adolescentes.
13 janeiro, 2007
Revista Hospital de Messejana
Já se encontra em fase de distribuição esta revista dedicada aos assuntos do Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes. É uma edição especial que apresenta como principais artigos: “Hemodinâmica 24 horas”, “Cirurgia em destaque”, “Imagem a serviço da vida”, “UTI Respiratória, excelência em nível nacional”, “Breve história do Hospital de Messejana” (extraído do Blog do PG), “Enfermagem, humanização em 1º lugar” e “Fisioterapia”. Nos quais se evidencia a proficuidade que foi a administração Dr. Petronio Leitão (recém-concluída) para o Hospital de Messejana.
Com bons textos e boa apresentação visual, a revista é também uma prova da competência profissional da jornalista Stella Magalhães, assessora de comunicação do hospital.
Com bons textos e boa apresentação visual, a revista é também uma prova da competência profissional da jornalista Stella Magalhães, assessora de comunicação do hospital.
12 janeiro, 2007
Aula na UECE – 2
DISPNÉIA
Significa dificuldade na respiração.
Cansaço, falta-de-ar, fôlego curto, sufocamento, aperto ou arrocho no peito são termos populares para expressar a dispnéia.
É definida como uma sensação de desconforto respiratório gerado por diversos mecanismos: orgânicos, psicossociais e ambientais.
É sintoma (subjetivo = informado pelo paciente) e é sinal (objetivo = observado pelo médico).
Gera grande limitação na qualidade de vida de milhões de doentes e em muitos casos é um sintoma debilitante e refratário, mesmo com tratamento clinico máximo.
Os vários padrões de dispnéia resultam de alterações: 1) na freqüência respiratória (taquipnéia e bradipnéia), 2) no volume corrente do ar respirado (hiperpnéia e hipopnéia) ou 3) em ambos os parâmetros (polipnéia e oligopnéia).
Apnéia é quando há parada respiratória.
A dispnéia pode ter origem no ambiente, aparelho respiratório, sistema nervoso e músculos, aparelho cardiovascular, sangue e tecidos periféricos.
Dispnéia ambiental: quando ocorre uma redução significativa na pressão atmosférica total (exemplo: rarefação do ar nas grandes altitudes) ou em sua pressão parcial de oxigênio (exemplo: soterramentos).
Dispnéia respiratória: quando a causa está em vias respiratórias superiores e/ou inferiores (asma e outras alergias, infecções, tumores, hipertrofias de estruturas, paralisias de cordas vocais), parênquima pulmonar (enfisema, pneumonias, tuberculose, tumores, fibroses, atelectasias, embolias), pleuras (pneumotórax, derrames e tumores pleurais), mediastino (tumores) ou parede torácica (cifoscoliose, trauma).
Dispnéia neuromuscular: quando a causa se encontra no SNC (comas), nervos (poliomielite), placa mioneural (exemplo: miastenia gravis) ou músculos (distrofias) inclusive o diafragma (eventração, hérnias).
Dispnéia cardíaca: quando é resultado do funcionamento inadequado da bomba cardíaca (miocardiopatia, doença isquêmica, valvulopatias, hipertensão arterial). Apresenta como manifestação clínica maior o edema agudo do pulmão.
Dispnéia circulatória: quando ocorre o colapso circulatório (estado de choque) ou alterações sangüíneas (anemia, hemoglobinopatias, intoxicações) que interferem com o transporte de oxigênio para os tecidos.
Dispnéia celular: quando a respiração celular é bloqueada (exemplo: envenenamento por cianeto).
Ainda há outras causas (não relacionadas acima) de dispnéia: despreparo físico, obesidade, gravidez, psicogênica.
O tratamento vai variar conforme a causa da dispnéia. Daí a importância de uma abordagem clínica completa que inclua a queixa principal, a história clínica bem detalhada, os antecedentes pessoais (sem esquecer a ocupação atual e as anteriores), os antecedentes familiares e o exame físico.
Levantada a suspeita da etiologia da dispnéia, o médico costuma recorrer a exames complementares que possam confirmá-la. Dentre eles os mais utilizados são: métodos de imagem (radiografia, tomografia computadorizada etc), eletrocardiografia, oximetria de pulso, gasometria arterial, hemograma, espirometria, ecocardiografia, endoscopias (rinofaringe, laringe e árvore traqueobrônquica) polissonografia, testes de exercício (caminhada de 6 minutos, ergometria e exercício cardiorrespiratório).
(texto de apoio à aula ministrada aos alunos do 4º semestre do Curso de Medicina, em 11 de janeiro de 2007)
Significa dificuldade na respiração.
Cansaço, falta-de-ar, fôlego curto, sufocamento, aperto ou arrocho no peito são termos populares para expressar a dispnéia.
É definida como uma sensação de desconforto respiratório gerado por diversos mecanismos: orgânicos, psicossociais e ambientais.
É sintoma (subjetivo = informado pelo paciente) e é sinal (objetivo = observado pelo médico).
Gera grande limitação na qualidade de vida de milhões de doentes e em muitos casos é um sintoma debilitante e refratário, mesmo com tratamento clinico máximo.
Os vários padrões de dispnéia resultam de alterações: 1) na freqüência respiratória (taquipnéia e bradipnéia), 2) no volume corrente do ar respirado (hiperpnéia e hipopnéia) ou 3) em ambos os parâmetros (polipnéia e oligopnéia).
Apnéia é quando há parada respiratória.
A dispnéia pode ter origem no ambiente, aparelho respiratório, sistema nervoso e músculos, aparelho cardiovascular, sangue e tecidos periféricos.
Dispnéia ambiental: quando ocorre uma redução significativa na pressão atmosférica total (exemplo: rarefação do ar nas grandes altitudes) ou em sua pressão parcial de oxigênio (exemplo: soterramentos).
Dispnéia respiratória: quando a causa está em vias respiratórias superiores e/ou inferiores (asma e outras alergias, infecções, tumores, hipertrofias de estruturas, paralisias de cordas vocais), parênquima pulmonar (enfisema, pneumonias, tuberculose, tumores, fibroses, atelectasias, embolias), pleuras (pneumotórax, derrames e tumores pleurais), mediastino (tumores) ou parede torácica (cifoscoliose, trauma).
Dispnéia neuromuscular: quando a causa se encontra no SNC (comas), nervos (poliomielite), placa mioneural (exemplo: miastenia gravis) ou músculos (distrofias) inclusive o diafragma (eventração, hérnias).
Dispnéia cardíaca: quando é resultado do funcionamento inadequado da bomba cardíaca (miocardiopatia, doença isquêmica, valvulopatias, hipertensão arterial). Apresenta como manifestação clínica maior o edema agudo do pulmão.
Dispnéia circulatória: quando ocorre o colapso circulatório (estado de choque) ou alterações sangüíneas (anemia, hemoglobinopatias, intoxicações) que interferem com o transporte de oxigênio para os tecidos.
Dispnéia celular: quando a respiração celular é bloqueada (exemplo: envenenamento por cianeto).
Ainda há outras causas (não relacionadas acima) de dispnéia: despreparo físico, obesidade, gravidez, psicogênica.
O tratamento vai variar conforme a causa da dispnéia. Daí a importância de uma abordagem clínica completa que inclua a queixa principal, a história clínica bem detalhada, os antecedentes pessoais (sem esquecer a ocupação atual e as anteriores), os antecedentes familiares e o exame físico.
Levantada a suspeita da etiologia da dispnéia, o médico costuma recorrer a exames complementares que possam confirmá-la. Dentre eles os mais utilizados são: métodos de imagem (radiografia, tomografia computadorizada etc), eletrocardiografia, oximetria de pulso, gasometria arterial, hemograma, espirometria, ecocardiografia, endoscopias (rinofaringe, laringe e árvore traqueobrônquica) polissonografia, testes de exercício (caminhada de 6 minutos, ergometria e exercício cardiorrespiratório).
(texto de apoio à aula ministrada aos alunos do 4º semestre do Curso de Medicina, em 11 de janeiro de 2007)
War President
11 janeiro, 2007
Aula na UECE – 1
DOR TORÁCICA
A dor é definida como uma sensação desagradável produzida pela estimulação de terminações nervosas especializadas em sua recepção.
Muitas vezes é de difícil caracterização. Representa uma experiência individual e intransferível.
Diz-se dor torácica quando o sintoma dor é referido no tórax. Embora possa ter origem fora do tórax, num órgão intra-abdominal, por exemplo.
A recíproca também é verdadeira. Uma patologia torácica pode originar dor abdominal.
A dor torácica pode apresentar grande número de causas. E pode também ser simulada.
Importante: “Não há equivalência direta entre a intensidade da dor torácica e a sua gravidade.”
Todos estes sistemas a seguir estão representados no tórax: tegumentar, esquelético, respiratório, cardiovascular, digestório, endócrino, nervoso e linfático. Isto torna a identificação da estrutura ofendida (responsável pela origem da dor) um assunto complexo.
No aparelho respiratório há “estruturas” sem terminações nervosas receptoras para a dor: o parênquima pulmonar e a pleura visceral. Por isso, doenças que comprometem estes setores, como a tuberculose pulmonar, costumam cursar sem dor torácica.
Como também no aparelho respiratório (ou com relação a ele) há “estruturas” com terminações nervosas receptoras para a dor: parede torácica, pleura parietal, traquéia e brônquios, mediastino e diafragma. O que significa dizer que doenças que comprometem estes locais também produzem dor. Sendo exemplos o herpes zoster, a costocondrite, o pneumotórax, a pleurisia, a traqueobronquite, o linfoma e as crises prolongadas de soluços.
Atentar para estas duas situações: 1) O câncer pulmonar que, evolui sem dor enquanto se limita ao parênquima, a partir de sua invasão de parede do tórax passa a ocasionar intensa dor torácica (tumor de Pancoast). 2) A pneumonia em que a dor não costuma ser referida até que o processo inflamatório comprometa a pleura parietal.
A dor cardíaca pode ser de natureza isquêmica ou não isquêmica. Diz-se que é isquêmica quando está relacionada com processos obstrutivos (agudo = infarto do miocárdio / crônico = angina do peito) nas artérias coronárias, em decorrência dos quais há lesão ou necrose de miocárdio. A dor cardíaca não isquêmica ocorre na pericardite, valvopatias, hipertensão arterial pulmonar, dissecção da aorta etc.
A dor torácica pode estar relacionada com patologias de órgãos do aparelho digestório: aerofagia, refluxo gastro-esofágico, úlcera péptica, colecistopatia, entre outras.
Aqui lembradas por serem freqüentes as dorsalgias (dores na coluna dorsal), cujas causas são a artrose, a escoliose, a osteoporose, a hérnia de disco e outras patologias da coluna.
A dor torácica também pode integrar a síndrome de hiperventilação cuja origem é emocional (ver dispnéia psicogênica).
E a ocorrência prévia de trauma torácico, uma vez que haja sido levantada na história clínica, pode tornar a etiologia da dor mais facilmente reconhecível.
(texto de apoio à aula ministrada aos alunos do 4º semestre do Curso de Medicina, em 11 de janeiro de 2007)
A dor é definida como uma sensação desagradável produzida pela estimulação de terminações nervosas especializadas em sua recepção.
Muitas vezes é de difícil caracterização. Representa uma experiência individual e intransferível.
Diz-se dor torácica quando o sintoma dor é referido no tórax. Embora possa ter origem fora do tórax, num órgão intra-abdominal, por exemplo.
A recíproca também é verdadeira. Uma patologia torácica pode originar dor abdominal.
A dor torácica pode apresentar grande número de causas. E pode também ser simulada.
Importante: “Não há equivalência direta entre a intensidade da dor torácica e a sua gravidade.”
Todos estes sistemas a seguir estão representados no tórax: tegumentar, esquelético, respiratório, cardiovascular, digestório, endócrino, nervoso e linfático. Isto torna a identificação da estrutura ofendida (responsável pela origem da dor) um assunto complexo.
No aparelho respiratório há “estruturas” sem terminações nervosas receptoras para a dor: o parênquima pulmonar e a pleura visceral. Por isso, doenças que comprometem estes setores, como a tuberculose pulmonar, costumam cursar sem dor torácica.
Como também no aparelho respiratório (ou com relação a ele) há “estruturas” com terminações nervosas receptoras para a dor: parede torácica, pleura parietal, traquéia e brônquios, mediastino e diafragma. O que significa dizer que doenças que comprometem estes locais também produzem dor. Sendo exemplos o herpes zoster, a costocondrite, o pneumotórax, a pleurisia, a traqueobronquite, o linfoma e as crises prolongadas de soluços.
Atentar para estas duas situações: 1) O câncer pulmonar que, evolui sem dor enquanto se limita ao parênquima, a partir de sua invasão de parede do tórax passa a ocasionar intensa dor torácica (tumor de Pancoast). 2) A pneumonia em que a dor não costuma ser referida até que o processo inflamatório comprometa a pleura parietal.
A dor cardíaca pode ser de natureza isquêmica ou não isquêmica. Diz-se que é isquêmica quando está relacionada com processos obstrutivos (agudo = infarto do miocárdio / crônico = angina do peito) nas artérias coronárias, em decorrência dos quais há lesão ou necrose de miocárdio. A dor cardíaca não isquêmica ocorre na pericardite, valvopatias, hipertensão arterial pulmonar, dissecção da aorta etc.
A dor torácica pode estar relacionada com patologias de órgãos do aparelho digestório: aerofagia, refluxo gastro-esofágico, úlcera péptica, colecistopatia, entre outras.
Aqui lembradas por serem freqüentes as dorsalgias (dores na coluna dorsal), cujas causas são a artrose, a escoliose, a osteoporose, a hérnia de disco e outras patologias da coluna.
A dor torácica também pode integrar a síndrome de hiperventilação cuja origem é emocional (ver dispnéia psicogênica).
E a ocorrência prévia de trauma torácico, uma vez que haja sido levantada na história clínica, pode tornar a etiologia da dor mais facilmente reconhecível.
(texto de apoio à aula ministrada aos alunos do 4º semestre do Curso de Medicina, em 11 de janeiro de 2007)
10 janeiro, 2007
Uma homenagem ao maestro soberano
Antonio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim ou, simplesmente, Tom Jobim (ao lado, nos traços do cartunista Baptistão) é o nome mais representativo da música brasileira na segunda metade do século XX. Maestro, compositor, arranjador, homem de múltiplos instrumentos (piano, violão e flauta), ele é o nome mais lembrado no Brasil quando se pensa em qualidade e sofisticação musicais. E também no meio musical de muitos outros países, onde sua obra musical é permanentemente cultuada.
Tom Jobim nasceu no Rio de Janeiro, no bairro da Tijuca, mas viveu e morreu de amores em Ipanema. Se vivo fosse, no próximo dia 25, estaria completando 80 anos. Em sua homenagem, Ricardo Noblat, ao longo deste mês, vem divulgando a maravilhosa obra do “maestro soberano”. E, a cada dia, em seu blog, disponibiliza um (com várias versões) ou vários sucessos do compositor homenageado. Nesse repertório selecionado por Noblat encontra-se a belíssima “Eu Preciso de Você”, na interpretação de Sylvia Telles.
Para ouvir a música clique aqui. E para ver a letra, que é de Aloysio de Oliveira, abra os comentários desta postagem.
Para refletir – 2
09 janeiro, 2007
Abreu, inventor da abreugrafia
Médico brasileiro, Manuel Dias de Abreu nasceu em São Paulo, em 4 de janeiro de 1894. Formou-se pela Faculdade de Medicina da UFRJ, em 1914, nesse mesmo ano seguindo para Paris a fim de aprofundar os seus conhecimentos de clínica médica. Em 1916, já dirigia o serviço de radiologia da Santa Casa de Paris.
De volta ao Brasil, continuou a dedicar-se ativamente a investigações sobre radiologia e radiogeometria. Suas pesquisas conduziram-no a importantes descobertas, que culminaram com a invenção, em 1936, de um novo processo de obtenção de radiografias do tórax. O método foi por ele denominado roentgenfotografia, por tratar-se de uma combinação de raios X (raios Roentgen) com fotografia, ou, ainda, fluorofotografia. Em 1939, durante o I Congresso Brasileiro de Tuberculose, o novo método foi designado abreugrafia em homenagem a seu inventor.
A abreugrafia é um método que consiste em registrar em filme de 35, 70 ou 100 milímetros a fotografia da tela radioscópica de uma radiografia de tórax. É, portanto, uma radiografia indireta e seu principal objetivo é mostrar, de forma rápida e com baixo custo, a existência de doenças torácicas ocultas ou inaparentes. Durante algumas décadas, por possibilitar a realização em massa do cadastro torácico, foi (não é mais) um importante instrumento da luta anti-tuberculose.
Manuel de Abreu também escreveu trabalhos literários. Entre os quais: “Não Ser”, “Substância”, “Meditações” e “Mensagem Etérea”. E foi, com a reconhecível veia poética, com que descreveu a emoção experimentada ao ver os primeiros resultados do método radiológico que recém inventara: “No filme revelado, estavam as primeiras fluorografias; olhei-as longamente; eram flores para mim, eram pássaros, cantavam um canto matinal que me extasiava”.
Falecido em 1962, o ano em que também faleceu Portinari, “o gênio das cores”, o inventor da abreugrafia recebeu do mestre Edmundo Blundi o carinhoso título de “o gênio das sombras”. E, do corpo clínico do Hospital de Messejana, recebeu Manuel de Abreu, em 1963, a homenagem póstuma de ter o seu nome colocado no do centro de estudos da referida instituição.
O Decreto de nº 42.984, de 03/01/58, consagrou o dia 4 de janeiro (data de aniversário do nascimento de Manuel de Abreu) como o Dia Nacional da Abreugrafia (PGCS).
De volta ao Brasil, continuou a dedicar-se ativamente a investigações sobre radiologia e radiogeometria. Suas pesquisas conduziram-no a importantes descobertas, que culminaram com a invenção, em 1936, de um novo processo de obtenção de radiografias do tórax. O método foi por ele denominado roentgenfotografia, por tratar-se de uma combinação de raios X (raios Roentgen) com fotografia, ou, ainda, fluorofotografia. Em 1939, durante o I Congresso Brasileiro de Tuberculose, o novo método foi designado abreugrafia em homenagem a seu inventor.
A abreugrafia é um método que consiste em registrar em filme de 35, 70 ou 100 milímetros a fotografia da tela radioscópica de uma radiografia de tórax. É, portanto, uma radiografia indireta e seu principal objetivo é mostrar, de forma rápida e com baixo custo, a existência de doenças torácicas ocultas ou inaparentes. Durante algumas décadas, por possibilitar a realização em massa do cadastro torácico, foi (não é mais) um importante instrumento da luta anti-tuberculose.
Manuel de Abreu também escreveu trabalhos literários. Entre os quais: “Não Ser”, “Substância”, “Meditações” e “Mensagem Etérea”. E foi, com a reconhecível veia poética, com que descreveu a emoção experimentada ao ver os primeiros resultados do método radiológico que recém inventara: “No filme revelado, estavam as primeiras fluorografias; olhei-as longamente; eram flores para mim, eram pássaros, cantavam um canto matinal que me extasiava”.
Falecido em 1962, o ano em que também faleceu Portinari, “o gênio das cores”, o inventor da abreugrafia recebeu do mestre Edmundo Blundi o carinhoso título de “o gênio das sombras”. E, do corpo clínico do Hospital de Messejana, recebeu Manuel de Abreu, em 1963, a homenagem póstuma de ter o seu nome colocado no do centro de estudos da referida instituição.
O Decreto de nº 42.984, de 03/01/58, consagrou o dia 4 de janeiro (data de aniversário do nascimento de Manuel de Abreu) como o Dia Nacional da Abreugrafia (PGCS).
08 janeiro, 2007
Na blogosfera - 2
Minha escrevinhice recebeu a atenção de Eliomar de Lima, o qual edita também um blog em Fortaleza. Com atualizações diárias, política e economia são as principais áreas cobertas pelo seu prestigioso blog.
Confiram.
http://eliomardelima.zip.net/index.html
Confiram.
http://eliomardelima.zip.net/index.html
O corneteiro de Pirajá
Por conta de um recente fato político vem proliferando, na mídia nacional, referências ao corneteiro de Pirajá. Para que fiquemos a par deste assunto, é importante saber o que fez de tão relevante o citado corneteiro.
Consta das estórias da História do Brasil. As veteranas tropas portuguesas na Bahia, que consideravam a independência do Brasil um ato de traição a Portugal, combatiam os bisonhos defensores da nossa nacionalidade. A batalha era em Pirajá, no Recôncavo Baiano. Os portugueses estavam prestes a vencer a refrega. Nisso, ouviram soar no lado brasileiro o “toque de avançar e degolar”, e a seguir perceberam que as nossas tropas estavam a adquirir um ímpeto redobrado de lutar. O sol, que se punha atrás das linhas brasileiras, cegava naquele momento as tropas lusitanas. Não podiam ver, mas suspeitaram de que haviam chegado importantes reforços para os defensores – a cavalaria brasileira! E recuaram das posições já conquistadas, sendo a partir daí levados de vencida pelos brasileiros. Soube-se depois que o indômito corneteiro, de nome Lopes, do seu comandante havia recebido uma outra ordem. A ordem para executar o “toque de retirar”. Mas, por que não a cumpriu? Para responder esta pergunta há duas hipóteses: A primeira que, por puro nervosismo, o corneteiro houvesse se confundido e tocado a música errada. O que, quando se considera a simplicidade melódica de tais musiquinhas, eu particularmente não acredito. A segunda que ele, com melhor visão do cenário futuro no campo de batalha, tenha decidido executar o toque que animou as tropas brasileiras para a vitória final. Por iniciativa própria, portanto. Pela qual melhorou muito a sua biografia, lá isso melhorou. Mas... havendo sido um ato de insubordinação, da qual sobrevieram riscos para os companheiros, não era o caso de o corneteiro Lopes ter sido mandado a uma corte marcial?
Ora, não é de hoje a assertiva de que... tudo está bem quando termina bem.
Consta das estórias da História do Brasil. As veteranas tropas portuguesas na Bahia, que consideravam a independência do Brasil um ato de traição a Portugal, combatiam os bisonhos defensores da nossa nacionalidade. A batalha era em Pirajá, no Recôncavo Baiano. Os portugueses estavam prestes a vencer a refrega. Nisso, ouviram soar no lado brasileiro o “toque de avançar e degolar”, e a seguir perceberam que as nossas tropas estavam a adquirir um ímpeto redobrado de lutar. O sol, que se punha atrás das linhas brasileiras, cegava naquele momento as tropas lusitanas. Não podiam ver, mas suspeitaram de que haviam chegado importantes reforços para os defensores – a cavalaria brasileira! E recuaram das posições já conquistadas, sendo a partir daí levados de vencida pelos brasileiros. Soube-se depois que o indômito corneteiro, de nome Lopes, do seu comandante havia recebido uma outra ordem. A ordem para executar o “toque de retirar”. Mas, por que não a cumpriu? Para responder esta pergunta há duas hipóteses: A primeira que, por puro nervosismo, o corneteiro houvesse se confundido e tocado a música errada. O que, quando se considera a simplicidade melódica de tais musiquinhas, eu particularmente não acredito. A segunda que ele, com melhor visão do cenário futuro no campo de batalha, tenha decidido executar o toque que animou as tropas brasileiras para a vitória final. Por iniciativa própria, portanto. Pela qual melhorou muito a sua biografia, lá isso melhorou. Mas... havendo sido um ato de insubordinação, da qual sobrevieram riscos para os companheiros, não era o caso de o corneteiro Lopes ter sido mandado a uma corte marcial?
Ora, não é de hoje a assertiva de que... tudo está bem quando termina bem.
07 janeiro, 2007
Na blogosfera - 1
Ando lendo dois blogs editados em Fortaleza, realmente muito bons. Informam, divertem e criticam - tendo como látego o ridendo castigat mores. Um é o Antena Paranóica (que repercutiu uma postagem do Blog do PG), do jornalista Nonato Albuquerque. O outro é o Coió onLine, de Nivaldo Ribeiro.
Recomendo a todos.
http://www.antenaparanoica.blogger.com.br
http://www.colonline.blogspot.com
Recomendo a todos.
http://www.antenaparanoica.blogger.com.br
http://www.colonline.blogspot.com
06 janeiro, 2007
Do diploma ao canudo
Diploma é uma palavra que contém “diplo”, uma raiz grega que expressa a idéia de duplicidade. Como acontece a outras palavras, de uso corrente em nosso idioma, que foram criadas a partir desta raiz. Inclusive várias que pertencem ao jargão médico: diplofonia (voz em duas tonalidades), diplopia (visão com duas imagens), diplococos (cocos aos pares) etc.
Como diploma é documento que dificilmente se emite em dobro, acredito que a inspiração para o termo tenha outra origem. O tamanho do papel, como a pedir para ser amassado ou rasgado. De modo que o portador do diploma, a fim de evitar tais ocorrências, logo optava por dobrá-lo ao meio.
Ao meio significa: dobrar apenas uma vez. Dobrar mais vezes é praticar a arte do origami.
Um dia, porém, houve um diplomado que teve idéia melhor. Enrolar o diploma, transformando-o em canudo – um canudo de papel!
Quem? Onde? Quando? Ah, pouco se sabe a respeito do fato transformador.
Com certeza foi antes da música do Martinho da Vila.
Como diploma é documento que dificilmente se emite em dobro, acredito que a inspiração para o termo tenha outra origem. O tamanho do papel, como a pedir para ser amassado ou rasgado. De modo que o portador do diploma, a fim de evitar tais ocorrências, logo optava por dobrá-lo ao meio.
Ao meio significa: dobrar apenas uma vez. Dobrar mais vezes é praticar a arte do origami.
Um dia, porém, houve um diplomado que teve idéia melhor. Enrolar o diploma, transformando-o em canudo – um canudo de papel!
Quem? Onde? Quando? Ah, pouco se sabe a respeito do fato transformador.
Com certeza foi antes da música do Martinho da Vila.
05 janeiro, 2007
Overbooking
Está entre os problemas enfrentados pelos passageiros de avião.
Mas vou botar fogo nessa lenha (de maria-fumaça). E dizer que existem passageiros de trem que não se deixam prejudicar pelo overbooking.
Eis um flagrante fotográfico de como eles se arranjam.
Mas vou botar fogo nessa lenha (de maria-fumaça). E dizer que existem passageiros de trem que não se deixam prejudicar pelo overbooking.
Eis um flagrante fotográfico de como eles se arranjam.
04 janeiro, 2007
Pictóricas - 1
"Pedro Paulo Pereira Pinto, pequeno pintor português, pintava portas, paredes, portais. Porém, pediu para parar porque preferia pintar panfletos. Partindo para Piracicaba, pintou prateleiras para poder progredir. Posteriormente, partiu para Pirapora. Pernoitando, prosseguiu para Paranavaí, pois pretendia praticar pinturas para pessoas pobres. Porém, pouco praticou, porque padre Paulo pediu para pintar panelas, porém, posteriormente, pintar pratos para poder pagar promessas. Pálido, porém personalizado, preferiu partir para Portugal para pedir permissão para pai para permanecer praticando pinturas. Preferiu, portanto, Paris. Partindo para Paris, passou pelos Pirineus, pois pretendia pintá-los. Pareciam plácidos, porém, pesaroso, percebeu penhascos pedregosos, preferindo pintá-los parcialmente, pois perigosas pedras pareciam precipitar-se principalmente pelo pico, porque pastores passavam pelas picadas para pedirem pousada. Provavelmente provocando pequenas perfurações, pois pelo passo percorriam, permanentemente, possantes potrancas. Pisando Paris, pediu permissão para pintar palácios pomposos, procurando pontos pitorescos, pois, para pintar pobreza, precisaria percorrer pontos perigosos, pestilentos, perniciosos, preferindo Pedro Paulo precaver-se. Por profundas privações passou Pedro Paulo. Pensava poder prosseguir pintando, porém, pretas previsões passavam pelo pensamento, provocando profundos pesares, principalmente por pretender partir prontamente para Portugal.
- Povo previdente!, pensava Pedro Paulo... Preciso partir para Portugal porque pedem para prestigiar patrícios, pintando principais portos portugueses.
- Paris! Paris!, proferiu Pedro Paulo. Parto, porém penso pintá-la permanentemente, pois pretendo progredir."
PÓS-ESCRITO – PARA PRECLARO PÚBLICO PARO PEREMPTORIAMENTE PALAVRÓRIO PAULIFICANTE, PORÉM, PERANTE PEDIDOS PERTINENTES POSTULANDO PREFERÊNCIA POR PROSSEGUIMENTO, PODEREI PRESTIGIAR POSTANDO PRÓXIMOS PARÁGRAFOS.
03 janeiro, 2007
Imagina
Na semana passada, em verbete que escrevi sobre a lua cris, citei a canção Imagina. Sobre esta página do cancioneiro nacional disponho ainda da seguinte informação. Inicialmente, chamada de Valsa Sentimental por Tom Jobim quando a compôs, posteriormente, ao receber letra de Chico Buarque teve o nome mudado para Imagina.
Eis a canção interpretada por Quarteto em Cy e MPB-4. Para ouvi-la clique aqui.
Eis a canção interpretada por Quarteto em Cy e MPB-4. Para ouvi-la clique aqui.
Influenza
O Ministério da Saúde está distribuindo aos médicos, através da mala direta postal, um material informativo sobre “Influenza Humana e Influenza Aviária”.
O material consiste de um bem elaborado CD, que chega a nós, médicos, oportunamente. Nesses tempos globalizados em que devemos estar alertas para a possibilidade de alguma pandemia de influenza.
Pandemias são epidemias de grandes proporções que atingem grandes contingentes humanos em grandes áreas geográficas (muitos países, simultaneamente). Porém, na questão da influenza, não se arriscam os peritos a prever com exatidão quando acontecerá a próxima pandemia.
Já é passado. Mas, no século XX, três delas assolaram o mundo:
1 - “Gripe Espanhola”, em 1918, com 40 milhões de óbitos.
2 - “Gripe Asiática”, em 1957, com 1 a 1,5 milhão de óbitos.
3 - “Gripe de Hong-Kong”, em 1968, com 750 mil a 1 milhão de óbitos.
Esta iniciativa do Ministério da Saúde, a da distribuição do informativo técnico, conta com o apoio da Organização Pan-Americana da Saúde e do Conselho Federal de Medicina.
O material consiste de um bem elaborado CD, que chega a nós, médicos, oportunamente. Nesses tempos globalizados em que devemos estar alertas para a possibilidade de alguma pandemia de influenza.
Pandemias são epidemias de grandes proporções que atingem grandes contingentes humanos em grandes áreas geográficas (muitos países, simultaneamente). Porém, na questão da influenza, não se arriscam os peritos a prever com exatidão quando acontecerá a próxima pandemia.
Já é passado. Mas, no século XX, três delas assolaram o mundo:
1 - “Gripe Espanhola”, em 1918, com 40 milhões de óbitos.
2 - “Gripe Asiática”, em 1957, com 1 a 1,5 milhão de óbitos.
3 - “Gripe de Hong-Kong”, em 1968, com 750 mil a 1 milhão de óbitos.
Esta iniciativa do Ministério da Saúde, a da distribuição do informativo técnico, conta com o apoio da Organização Pan-Americana da Saúde e do Conselho Federal de Medicina.
Pós-escrito: Escrevo estas linhas sob o efeito devastador de uma influenza em meu organismo. Medice, cura te ipsum! Com paciência, espero vencer mais esta.
02 janeiro, 2007
Em dobro
Agradeço os gentis comentários procedentes do jovem Felipe Pinto. Que são concluídos com a afirmação de que o Blog do PG ganhou mais um leitor.
É uma honra, Felipe, tê-lo nesta condição. Espero recebê-lo mais vezes neste endereço de leitura. E, se a tanto me ajudar a arte, espero também não perdê-lo para a concorrência.
Você, com a sua inteligência XL, é leitor que a gente conta em dobro.
É uma honra, Felipe, tê-lo nesta condição. Espero recebê-lo mais vezes neste endereço de leitura. E, se a tanto me ajudar a arte, espero também não perdê-lo para a concorrência.
Você, com a sua inteligência XL, é leitor que a gente conta em dobro.
Tudo flui
Não é apenas o rio de Heráclito (ver nota anterior).
Em Magdeburg, na Alemanha reunificada, construíram o Wasserstrassenkreuz. Um rio que corre sobre outro. O primeiro, um canal artificial cujas águas correm transversalmente ao Elba, o rio propriamente dito que passa abaixo do canal.
E há navegação simultânea em ambos os “pisos”.
Em Magdeburg, na Alemanha reunificada, construíram o Wasserstrassenkreuz. Um rio que corre sobre outro. O primeiro, um canal artificial cujas águas correm transversalmente ao Elba, o rio propriamente dito que passa abaixo do canal.
E há navegação simultânea em ambos os “pisos”.
01 janeiro, 2007
Heráclito e o rio
Heráclito de Éfeso, um filósofo pré-socrático, dizia que tudo é movimento.
Explicando: uma pessoa não entra duas vezes no mesmo rio porque, na segunda vez, outras são as águas que correm nele, e a própria pessoa também será diferente (o que é hoje biologicamente explicável).
Considerado um filósofo obscuro por seus contemporâneos, neste pensamento Heráclito foi, digamos... claro como a água.
Na gravura abaixo há um rio a fluir. Quem desejar entrar nele já sabe as regras.
Explicando: uma pessoa não entra duas vezes no mesmo rio porque, na segunda vez, outras são as águas que correm nele, e a própria pessoa também será diferente (o que é hoje biologicamente explicável).
Considerado um filósofo obscuro por seus contemporâneos, neste pensamento Heráclito foi, digamos... claro como a água.
Na gravura abaixo há um rio a fluir. Quem desejar entrar nele já sabe as regras.
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