21 maio, 2024

O vazio de um exílio

Localizada em Marselha, França.

Uma das esculturas de bronze da série LES VOYAGEURS, do artista francês Bruno Catalano, originário de Marrocos. Catalano é conhecido por criar esculturas em que faltam seções substanciais como que representassem o vazio de um exílio (ou de um insílio?).

20 maio, 2024

Xisquete

Seja honesto!
Você ainda o chama de Twitter ou de X?
(Musk)

Resposta: Twitter
Xwitter, por ironia.

Ora (direis) não ver estrelas

Desde o início da humanidade, as pessoas olham para o céu noturno para ver as estrelas. Observá-los nos permitiu aprender como funciona o universo, como marcar o tempo com calendários e como navegar pelo mundo. Mas, no nosso mundo moderno, a poluição luminosa significa que os habitantes das cidades nunca veem as estrelas, muito menos os confins da Via Láctea, e mesmo nas cidades pequenas é difícil discernir o que se passa lá em cima. Se você quiser ver uma chuva de meteoros, por exemplo, terá que dirigir longas distâncias em direção à natureza selvagem. Mas mesmo nos lugares mais remotos do planeta, os céus estão mais claros do que costumavam ser. As luzes LED economizam energia, mas isso significa apenas que as usamos mais e que deixamos as luzes acesas a noite toda. E mesmo que você encontre uma área remota e escura, o próprio céu está cheio de satélites que atrapalham os fenômenos naturais. 
Os astrônomos cunharam uma nova palavra que descreve a tristeza que sentimos pela perda de oportunidades de observar as estrelas: "noctalgia".
(https://www.neatorama.com/2023/09/20/The-Pain-Stargazers-Feel-Over-the-Loss-of-Dark-Skies/)

19 maio, 2024

Bola ou búlica

1. Jogo de bola de gude (bila, no Ceará) em três buracos no chão (búlica). Começa o jogo quem jogar a bola de gude mais perto de uma linha riscada no chão após os buracos, mas sem ultrapassar a linha. O jogador 1 começa tentando colocar a bola de gude no primeiro buraco; se acertar, continua, passando a vez para o outro (jogador 2) apenas quando errar. O objetivo é acertar os buracos numa sequência de ida e volta.
2. Canção de João Bosco e Aldir Blanc. Foi gravada por Elis Regina, Tamba Trio e MPB 4 (pseudovídeo). "É bola ou búlica, é fogo esse jogo, não dá pra enganar, nega."

18 maio, 2024

Aquecendo os pés

Um fazendeiro morava em uma casinha na serra gaúcha. Era inverno e fazia um frio danado, daqueles de chegar a zero graus, e por mais que ele colocasse muitos cobertores na cama, não conseguia dormir porque seus pés não esquentavam de jeito nenhum. Até que ele teve a ideia de ir até a farmácia e comprar uma bolsa térmica.
— É para aquecer os pés na cama!, explica ele ao farmacêutico.
— Olha, no momento este produto está em falta porque todo mundo teve a mesma ideia aqui na cidade, mas eu posso lhe dar uma sugestão: o senhor tem gato em casa?
— Tenho!
— Então! Lá em casa eu também tenho um, e coloco o gato para aquecer meus pés. Não é a mesma coisa, mas ajuda bastante!
O senhor saiu todo empolgado com a idéia. No dia seguinte ele chega à farmácia, furioso e com arranhões espalhados por todo corpo.
— O que aconteceu? - perguntou o farmacêutico, aflito.
— Culpa dessa sua ideia maluca de colocar o gato pra aquecer meus pés!
— Por quê?, perguntou o farmacêutico, sentindo-se culpado. O gato era muito bravo? 
E o senhor respondeu: 
 — Não, era mansinho. Bom, pelo menos até eu fazê-lo beber um litro de água quente!

 https://www.tudoporemail.com.br/content.aspx?emailid=6911

17 maio, 2024

Poemas em forma de árvores decíduas

Um problema comum ao escrever poemas em forma de árvores decíduas é que, uma vez que cheguem os primeiros movimentos da nova brisa de outono, os poemas começam a ser sacudidos até que suas letras se soltem como folhas, caiam e depois se transformem em cogumelos no chão (tradução: PGCS).

16 maio, 2024

Inventores, mestres e diluidores

O escritor Ezra Pound, em "ABC of Reading" (ABC da Literatura, Ed. Cultrix), propôs a existência de três classes de criadores:
  1. Inventores: os que descobrem um novo processo ou cuja obra nos dá o primeiro exemplo conhecido de um processo;
  2. Mestres: os que fazem várias combinações do processo inicial e se saem tão bem ou melhor do que os inventores;
  3. Diluidores: aqueles que vieram depois e não foram capazes de realizar tão bem o trabalho.
Ezra Pound falava de literatura. Mas a gente pode usar seus argumentos para falar de música.

15 maio, 2024

Confissão público-privada dos pecados - 10

🙏Um garoto está se confessando com o padre.
"Abençoa-me padre, porque pequei. Eu fiquei com uma garota fácil."
O padre pergunta: 
"É você, Joãozinho Tavares?"
"Sim, padre, sou eu."
"E quem era a garota com quem você ficou?"
"Não posso dizer, padre. Não quero arruinar a reputação dela."
"Bom, Joãozinho, eu tenho certeza de que logo vou saber quem é ela. Portanto é melhor você ir falando de uma vez. Foi a Maricleide Ferreira?"
"Não posso dizer."
"Foi a Carolina Flores?"
"Não vou contar."
"Foi a Luane Gonçalves?"
"Desculpe, mas não posso dizer o nome."
"Foi a Kátia Fonseca?"
"Não vou falar."
"Foi a Francelina Arruda?"
"Por favor, padre, eu não posso dizer."
O padre dá um suspiro frustrado. "Você sabe guardar segredo, e isso é admirável. Porém, você pecou e deve receber uma penitência. Você não pode ser coroinha por quatro semanas. Agora vá e trate de se comportar."
Joãozinho volta para o seu banco e seu amigo o cutuca e pergunta, cochichando: "O que ele lhe deu?"
"Um mês de folga e cinco ótimas dicas."
(Fonte: "TudoPorEmail")

14 maio, 2024

Uma foto para o anuário escolar

Sigourney Weaver é popularmente conhecida como uma famosa atriz americana com vários prêmios em sua carreira. Ela é reconhecida principalmente por seu trabalho em filmes como "Alien", "Caça-Fantasmas" e "Avatar". Mas muito antes de entrar no mundo do cinema, ela desejava uma vida que não fosse comum. Quando estava se formando no ensino médio, ela tirou esta foto para o anuário escolar. Mas a verdadeira pérola foi a sua citação: "Por favor, Deus, por favor, não me deixe ser normal!".

13 maio, 2024

Termen e a conquista da Europa

O novo regime decidiu enviar Termen para o estrangeiro, para a Europa. Mais uma vez ele teve um duplo papel: oficialmente, ele foi um famoso inventor soviético enviado para demonstrar as gloriosas conquistas do novo Estado operário no meio das brasas moribundas do capitalismo.
Seu verdadeiro trabalho era coletar o máximo possível de equipamentos e informações técnicas ocidentais para enviar de volta para casa.
Termen conquistou a Europa com uma série de concertos espetaculares. Todos esses shows tiveram a mesma estrutura.
Ele começaria com uma palestra sobre os princípios operacionais do teremim (theremin) e depois usaria várias configurações para fazer o instrumento imitar sons de animais e a voz humana.
Depois veio a parte principal do concerto, um recital musical com Termen tocando lentas peças românticas com acompanhamento orquestral.
Em demonstrações posteriores, Termen adicionou um efeito visual chamado Illumivox. Essencialmente, uma longa tira de gelatina arco-íris que era ligada a um projetor para que a luz colorida brilhasse na parede atrás dele. A cor exibida mudava com o tom da nota, como um tipo antigo de protetor de tela. Para o público, foi mágico.
Houve três fatores que tornaram as demonstrações de Termen inesquecíveis. Em retrospectiva, os fatores são independentes um dos outros, mas na época todos os três pareciam partes integrantes de uma nova e elétrica 'música do éter'.
O primeiro fator foi aquela interface incrível, o espetáculo da música sendo tirada do ar pelas mãos do músico.
Ironicamente, era uma interface terrível para fazer música. O teremim toca como um trombone 3D. Você tem que acertar suas marcas exatamente no espaço, e é difícil mover-se entre as notas sem um efeito de mergulho e convulsão (glissando). A consistência pastosa da interface limitava o teremim a um repertório de números lentos e um tanto xaroposos. Os músicos da época tendiam a usar um vibrato pesado, para mascarar imprecisões inevitáveis no tom.
Mas como espetáculo, aquela interface era sensacional. Ao contrário de todos os outros instrumentos elétricos, podia-se ver que o teremim era diferente. Ainda hoje o efeito é incrível; é difícil imaginarmos a impressão que deve ter causado nos anos vinte.
O segundo fator, curiosamente, foi a amplificação. Hoje pensamos na amplificação como algo separado de qualquer instrumento específico, mas para muitas pessoas na plateia, esta foi a primeira vez que ouviram música amplificada. E, ao contrário de outros instrumentos, o teremim não tinha volume natural. Um amplificador era parte integrante de seu design, para que pudesse tocar tão alto quanto você desejasse.
A visão de um único instrumento se destacando contra uma orquestra causou uma grande impressão. Ninguém poderia então prever que a amplificação elétrica representaria o verdadeiro futuro da música, ou que um instrumento humilde - a guitarra - estaria predestinada a se transformar numa estrela do rock.
Nessas "demos" de teremim, a amplificação não era algo à parte, mas parte do que tornou a música elétrica tão revolucionária.
O terceiro fator cativou a imaginação de compositores e ouvintes musicalmente sofisticados, que não se deixaram seduzir pelo trêmulo recital clássico.
Ali estava uma invenção que eliminaria os limites artificiais na cor do tom e no som que sobrecarregaram os compositores por milênios. Não havia mais necessidade de raspar crina de cavalo em corda de intestino ou soprar em canos para produzir sons musicais. As notas não seriam mais limitadas pelo comprimento físico do arco do violino ou por quanto tempo o trompetista conseguia prender a respiração.
A paleta completa de sons, todos os tipos imagináveis de tons, cores e contornos, estavam abertos à exploração. Agora você pode criar sons. Essa foi a linha de pensamento que acabaria por levar ao sintetizador e à música eletrônica como a conhecemos hoje. Foi incrivelmente libertador, mas também intimidante.
Afinal, uma coisa é saber que todas as restrições foram levantadas; outra é descobrir como essa música totalmente nova deveria soar.

OUR COMRADE THE ELECTRON (NOSSO CAMARADA, O ELÉTRON) - 5.ª parte desta palestra, que Maciej Ceglowski proferiu em 14/02/2014, na Webstock, em Wellington, Nova Zelândia.
[http://idlewords.com/]

12 maio, 2024

Por que tanta gente tem "fobia" dos terraplanistas?

Eis a resposta que deu o "quorista" Barry Goldberg:
Sabe, perguntas como estas me lembram aquela cena do filme Monty Python e o Cálice Sagrado, onde o Rei Artur é forçado a lutar com o supostamente formidável Cavaleiro Negro. Artur corta um dos braços do Cavaleiro Negro, depois outro, e então uma perna, enquanto o Cavaleiro Negro recusa até mesmo a reconhecer que sofreu qualquer lesão séria.
Finalmente, Artur corta a perna que sobrou do Cavaleiro Negro e deixa-o no chão, como um tronco impotente.
Então, quando Artur segue seu caminho depois de ter derrotado completamente o Cavaleiro Negro, o mesmo ainda o acusa de covardia de "fugir" (I see. Running away, eh?).


Em suma, não é covardia, é vergonha alheia.

11 maio, 2024

A Comunidade Internacional

 Segundo Arthur Charpentier (no Mastodon):

- Puxa! Até a Nova Zelândia [1] [2] que não é muito de aparecer nos mapas!

10 maio, 2024

Guiomar Novaes. Terceiro mo(vi)mento

A abonação de déu em déu aparece no diálogo da crônica resultante de uma visita que o escritor paulista Monteiro Lobato (1882-1948) fez à pianista paulista Guiomar Novais (1896-1979):
— E deu muitos concertos?
— Só em Paris toquei nuns trinta, em Londres nuns oito, em Berlim noutros tantos, em Lausanne não sei em quantos...
Persiste a hipótese de que déu seja variante de deu, do verbo dar, com o sentido de viajar, chegar, ir:
"Tomando tal caminho, deu ou bateu com os costados em tal lugar".

Guiomar Novaes. Dois mo(vi)mentos

09 maio, 2024

Discurso de Susan Wild

A deputada Susan Wild criticou a audiência no Congresso dos Estados Unidos em 07/05/2024 sobre a democracia no Brasil: "Serve para prejudicar".


Parlamentares patriotários da extrema direita que foram aos "Esteites" tiveram que ouvir o discurso da deputada com as orelhas murchas.

Acronimomania


No princípio era a palavra, e só muito mais tarde a sigla.
Até 1970, praticamente não havia, ou eram raras, siglas e abreviaturas para identificar ensaios clínicos. Mas em 1980 essa tendência decolou e, em 1995, o Dr. Tsung O. Cheng cunhou o fenômeno de "acronimomania". Somente no campo dos ensaios clínicos em cardiologia o uso de acrônimos saltou de 245 em 1992 para 4.100 em 2002, a ponto de os ensaios clínicos sem esse artifício linguístico se tornarem exceção.
Com a série de ensaios ISIS (International Study of Infarct Survival) iniciada em 1986, a homonímia com a deusa mãe dos egípcios (Ísis) inaugurou uma nova etapa: associar nomes de ensaios clínicos a figuras míticas, figuras históricas ou celebridades contemporâneas de diversos campos, seja para manifestar o seu prestígio simbólico ou seja para melhorar a sua visibilidade e memorização.
Fontes
Matías A. Loewy. MOZART, CHAPLIN e MESSI: quando o nome dos ensaios clínicos se tornam ‘pessoais’ - Medscape - 17 de Maio de 2023
Cheng O Tsung. Acronymania - Fam Pract. 1995 Apr;40(4):328. http://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/7699341
Christopher Labos. The Alphabet Soup of Clinical Trial Acronyms - Medscape - 01 de fevereiro de 2016

08 maio, 2024

Se um gêmeo siamês cometer um crime?

Se um gêmeo siamês cometesse um crime, quais seriam as implicações legais? A justiça certamente poderia levar o perpetrador a julgamento, mas eles poderiam ser punidos com pena de prisão? Um gêmeo não poderia ser encarcerado sem o outro, e isso significaria prender um inocente. Você pode pensar, como pode um ser culpado sem que o outro também seja? Existem muitos crimes que acontecem em um piscar de olhos, como furtos em lojas ou simples assaltos, dos quais o segundo gêmeo pode não ter conhecimento antes do momento em que acontece. Isso levanta a questão de quão responsável seria um gêmeo por evitar o crime de seu irmão, ou por não denunciar, ou mesmo por fugir. Enquanto um gêmeo pode ser o culpado, o outro pode ser cúmplice de um crime.
Este é um experimento de pensamento comum na faculdade de direito, mas, acredite ou não, houve alguns casos no mundo real.


O site Vista Criminal Law relata um caso do sistema jurídico americano que envolveu Chang e Eng, os dois gêmeos siameses mais famosos da história (a dupla até serviu de inspiração para o termo "gêmeos siameses"). Em algum momento no início dos anos 1930, um espectador apertou a mão de Chang com tanta força que Chang o socou. O espectador acusou Chang de agressão, mas o juiz decidiu que, embora Chang devesse ser condenado à prisão, isso equivaleria a colocar Eng também no cárcere. Em um caso envolvendo algo tão grave quanto um assassinato, a sentença seria ainda mais longa e injusta para a parte inocente.
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E se um gêmeo não siamês cometer um crime?
Na Malásia a pena para quem trafica droga é a morte por enforcamento.
Preso em flagrante com maconha e ópio bruto, o caso do traficante Raj parecia uma moleza para a acusação. 
O único problema era que existiam dois Rajs: Sathis Raj e Sabarish Raj, que eram gêmeos idênticos, e eles decidiram complicar a vida dos promotores. Inquiridos sobre "quem fez?", cada um apontou o dedo indicador para o outro, a fim de borrar a linha de separação entre o Raj do Bem e o Raj do Mal. (Nenhum dos Rajs usava um cavanhaque, por exemplo, que permitisse fazer a distinção.)
Funcionou?
Aqui está o que só dá certo com gêmeos idênticos. Mesmo que um deles tenha sido detido em flagrante, tudo o que você tem a fazer é deixá-los juntos - e não vigiados - numa sala por rápidos 30 segundos, para você não saber mais quem é quem.
E, por conta disso, foram libertados. Não havia mais como descobrir quem era o culpado.
http://blogdopg.blogspot.com/2009/08/o-crime-do-malaio.html

07 maio, 2024

Deduza - Desuse - Defenda

"Quando o mundo acabar / Pra lá do fim do mundo / Guarde apenas meu olhar / Nem raso nem profundo / Olhos de rir e de lembrar / A beleza da vida no mundo." ~ Fernando Gurgel Filho

Está muito em voga o lema "Reduza - Reuse - Repense", querendo dizer que TODOS somos responsáveis por essa bagaça de clima que está matando este belo e "Pálido Ponto Azul". Então, resolvi devolver a responsabilidade apontando algumas "pequenas" e realmente eficazes ações que poderiam salvar o planeta:

1) desarmamento TOTAL e IRRESTRITO, com a desativação COMPLETA de TODA a indústria armamentista no mundo todo;

2) rigoroso controle de natalidade para que possamos, em pouco tempo, alcançar a marca de, pelo menos, 3 ou 4 bilhões de pessoas em todo o planeta;

3) redução de pastagens e áreas devastadas por pastos e plantações, com replantio intensivo de árvores nativas em todos os biomas;

4) reflorestamento intensivo de TODAS as cidades do planeta;

5) desativação de TODA a atividade que envolva o consumo de combustíveis fósseis.

Com isto mudamos o lema para "Deduza - Desuse - Defenda".

São apenas algumas pequenas ideias, mas somente serão eficazes se TODAS forem postas em prática simultaneamente, por todos os responsáveis diretos e indiretos envolvidos em ações destrutivas, sem imposições arbitrárias e ditatoriais.

Resultado previsível: NENHUMA dessas sugestões será colocada em prática por envolver grandes interesses financeiros e o ser humano, como bom parasita, irá usufruir deste acolhedor hospedeiro até a última gota d'água que, infelizmente, ao chegar neste ponto não haverá dinheiro no mundo que possa comprá-la.

De qualquer forma, ainda que acreditemos nessas ações como realmente eficazes, já podemos estar sem muito tempo disponível para alcançar os resultados desejados. Ou seja, a natureza vai seguir seu curso inexorável rumo a outro ecossistema possível. Sem vida animal? Não temos como saber.

Como diria aquele Nasrudin* brazuca, exemplo tipico de ser humano, quando foi avisado que o navio em que ele navegava estava afundando:

- E daí?, não sou o dono!!!

Enquanto o navio navega afundando, cantemos: "A Moda do Fim do Mundo", de Tom Zé e Rolando Boldrin

*APRESENTAÇÃO
Originário do folclore da Turquia, o personagem Nasrudin é um mulá (que em árabe significa "mestre"). É um herói curioso: parece ingênuo, mas é mais esperto do que todos mundo. Alguns de seus contos são dignos de um verdadeiro sábio oriental, com enigmas lógicos e soluções mirabolantes. Outros são casos de simpática malandragem, de confusões que só se resolvem com muita esperteza.

06 maio, 2024

Ranking mundial dos shows com maiores públicos

A lista:

1 – Rod Stewart, na praia de Copacabana, para 4,2 milhões de pessoas, no réveillon de 1994

2 – Jean-Michel Jarre, na Rússia, para 3,5 milhões de pessoas, em 1993

3 – Jorge Ben Jor, em Copacabana, para 3 milhões de pessoas, em 1993

4 – Jean-Michel Jarre, em Paris, para 2,5 milhões de pessoas. Apresentando-se "em casa", o artista reuniu o público com o show "Paris La Défense – Une Ville En Concert", em 1990

5 – Madonna, na praia de Copacabana (2024), para 1,6 milhão de pessoas (estimativa da RioTur), com o show "Celebration Tour" (foto Agência Brasil - EBC), em 2024

6 – "Monsters of Rock", na Rússia, para 1,5 milhão de pessoas, em 1991

7 – Rolling Stones, na praia de Copacabana, para 1,5 milhão de pessoas, em 2006

Guinness Book, via Diário do Centro do Mundo

05 maio, 2024

"E o português é uma língua que beija bem."

Cinco de maio. Dia da Língua Portuguesa
"Volta e meia alguém olha atravessado quando escrevo “leiaute”, “becape” ou “apigreide” – possivelmente uma pessoa que não se avexa de escrever “futebol”, “nocaute” e “sanduíche”.
Deve se achar um craque no idioma, me esnobando sem saber que “craque” se escrevia “crack” no tempo em que “gol” era “goal”, “beque” era “back” e “pênalti” era “penalty”. E possivelmente ignorando que esnobar venha de “snob”.
Quem é contra a invasão das palavras estrangeiras (ou do seu aportuguesamento) parece desconsiderar que todas as línguas do mundo se tocam, como se falar fosse um enorme beijo planetário.
As palavras saltam de uma língua para outra, gotículas de saliva circulando em beijos mais ou menos ardentes, dependendo da afinidade entre os falantes. E o português é uma língua que beija bem.
Quando falamos “azul”, estamos falando árabe. E quando folheamos um almanaque, procuramos um alfaiate, subimos uma alvenaria, colocamos um fio de azeite, espetamos um alfinete na almofada, anotamos um algarismo.
Falamos francês quando vamos ao balé, usamos casaco marrom, fazemos uma maquete com vidro fumê, quando comemos um croquete ou pedimos uma omelete ao garçom; quando acendemos o abajur pra tomar um champanhe reclinados no divã ou quando um sutiã provoca um frisson.
Falamos tupi ao pedir um açaí, um suco de abacaxi ou de pitanga; quando vemos um urubu ou um sabiá, ficamos de tocaia, votamos no Tiririca (epa!), botamos o braço na tipoia, armamos um sururu, comemos mandioca (ou aipim), regamos uma samambaia, deixamos a peteca cair. Quando comemos moqueca capixaba, tocamos cuíca, cantamos a Garota de Ipanema.
Dá pra imaginar a Bahia sem a capoeira, o acarajé, o dendê, o vatapá, o axé, o afoxé, os orixás, o agogô, os atabaques, os abadás, os babalorixás, as mandingas, os balangandãs? Tudo isso veio no coração dos infames “navios negreiros”.
As palavras estrangeiras sempre entraram sem pedir licença, feito uma tsunami. E muitas vezes nos pegando de surpresa, como numa blitz.
Posso estar falando grego, e estou mesmo. Sou ateu, apoio a eutanásia, gosto de metáforas, adoro bibliotecas, detesto conversar ao telefone, já passei por várias cirurgias. E não consigo imaginar que palavras usaríamos para a pizza, a lasanha, o risoto, se a máfia da língua italiana não tivesse contrabandeado esse vocabulário junto com a sua culinária.
Há, claro, os exageros. Ninguém precisa de um “delivery” se pode fazer uma “entrega”, ou anunciar uma “sale” se se trata de uma “liquidação”. Pra quê sair pra night de bike, se dava tranquilamente pra sair pra noite de bicicleta?
Mas a língua portuguesa também se insinua dentro das bocas falantes de outros idiomas. Os japoneses chamam capitão de “kapitan”, copo de “koppu”, pão de “pan”, sabão de “shabon”. Tudo culpa nossa. Como o café, que deixou de ser apenas o grão e a bebida, para ser também o lugar onde é bebido. E a banana, tão fácil de pronunciar quanto de descascar, e que por isso foi incorporada tal e qual a um sem-fim de idiomas. E o caju, que virou “cashew” em inglês (eles nunca iam acertar a pronúncia mesmo).
“Fetish” vem do nosso fetiche, e não o contrário. “Mandarim”, seja o idioma, seja o funcionário que manda, vem do portuguesíssimo verbo “mandar”. O americano chama melaço de “molasses”, mosquito de “mosquito” e piranha, de “piranha” – não chega a ser a conquista da América, mas é um começo.
Tudo isso é a propósito do 5 de maio, Dia da Língua Portuguesa, cada vez mais inculta e nem por isso menos bela. Uma língua viva, vibrante, maleável, promíscua – vai de boca em boca, bebendo de todas as fontes, lambendo o que vê pela frente.
Mais de oitocentos anos, e com um tesão de vinte e poucos."
Eduardo Affonso
https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/ric/announcement/view/797
(O grifo é meu!)

03 maio, 2024

Blog EM: 4 milhões de visualizações

Em 2006 vivia-se a "Era de Ouro" dos blogs. Com muita gente inscrita nas plataformas da internet dedicadas aos diários eletrônicos. No meu caso, foi o Blogger.
O Blogger é um serviço do Google, que se integra com outros serviços úteis da empresa, como o Google Analytcs, que permite acompanhar as estatísticas dos visitantes. E a plataforma usada pelo blogueiro, como é sabido, dispensa ter os conhecimentos de programação (HTML, essas coisas). Mas que ele atenda aos requisitos de escrever com clareza, concisão e, se possível, com algumas pitadas de irreverência.
Minha data de estreia foi em 18/11/2006, ao criar o Blog do PG, valendo-me das letras iniciais do meu nome e do meu primeiro sobrenome. Assim que a minha postagem inaugural noticiou: "Vai ser grátis, custe o que custar". Um ano após, estava comemorando o 1.º aniversário do Blog do PG com 556 postagens, 89 comentários e 9.050 acessos.
Algum tempo depois, mudei o nome do blog para EntreMentes, título que permanece até hoje. Não é um mero advérbio, o título remete a uma desejável interface - a da mente do autor (postagens) com as mentes dos leitores (comentários). Uma mudança que fiz sem prejuízo da audiência, pois o endereço eletrônico permaneceu o mesmo.
Na página de entrada do PG/EntreMentes, desde sempre há um "blogroll" para relacionar os blogs amigos e uma catraca para a contagem dos visitantes. E foi causa perdida minha proposta de fixar o Dia do Blog em 29 de fevereiro (para prestigiar os poetas bissextos).
O médico e escritor Dr. Lúcio Alcântara, com o que tinha produzido na blogosfera, publicou em 2009 um livro: "Blog de Papel". Li e gostei do livro do ex-governador do Ceará. Outro colega, Dr. José Alves, publicou no ano seguinte, um romance policial cuja trama acontecia em Fortaleza, a "Morte Mecânica".
E fui em frente semeando novos blogs. Nesta sequência: Linha do Tempo, Nov'Acta, Preblog e Slideshows do PG. Cada um com uma temática exclusiva e com diferentes frequências de atualizações. E todos eles continuam na ativa, acreditem.
As pessoas ainda estão lendo blogs?

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Sim, apesar da crescente concorrência que os blogs encontram nas redes sociais  (Facebook, Twitter, WhatsApp, Instagram etc.) e no tal Fediverso.
Concordo com Alyssa Prado, a Blogueira Inteligente, quando ela diz que o desinteresse do leitorado pelos blogs é, na verdade, um fenômeno de percepção. Se antes os leitores favoritavam os blogs para visitá-los repetidamente, hoje acessam os blogs de modo diferente. A partir das pesquisas que fazem nos sites de buscas. 
O mercado atual é dominado pelo Wordpress e pelo Blogger velho de guerra. Mas estão surgindo novas plataformas como o Wix, que o meu sobrinho André Gurgel escolheu para abrir recentemente o seu Polimatiablog.
Tendo os sites de buscas como aliados, e buscando renovar (exceto nos "templates"), um blog pode se tornar um "case" da blogosfera.
Assim é que o blog EntreMentes, com seus atuais setenta e dois mil acessos por mês, acaba de alcançar a marca de 4 milhões de visualizações de página.
E, para concluir, declaro não ter nada contra as redes sociais. Elas são ótimas para a gente fazer os back-ups.

O teorema da bola cabeluda

Lido no Quora:
Se uma bola cabeluda (ou peluda) for penteada com os cabelos sempre para o mesmo lado, tem de haver pelo menos um redemoinho caso ela seja de dimensão ímpar. No entanto, se a bola for de dimensão par, pode ser penteada sem redemoinhos. Exemplo: a sua cabeça é uma bola com três dimensões e tem um remoínho. Já uma circunferência cabeluda, que é uma bola com duas dimensões, pode ser penteada sempre na mesma direção sem redemoinhos. Agora, imagine um objeto com quatro dimensões, cinco etc. (em que haverá sempre redemoinhos quando a dimensão for ímpar).​ 
Em outras palavras, sempre que se tenta pentear uma bola cabeluda, haverá pelo menos um redemoinho de cabelo em algum lugar. Este teorema foi proposto por Henri Poincaré no final do século XIX e primeiramente demonstrado em 1912 por Brouwer.
Uma aplicação curiosa deste teorema da topologia algébrica no âmbito da meteorologia consiste em considerar a distribuição de ventos como um campo de vetores sobre a superfície de um planeta com atmosfera. Mediante esta idealização, então, a cada momento, ou não existe vento em parte alguma do planeta (o que é desconsiderado por questões físicas) ou existe pelo menos um ponto onde a velocidade é zero e há um ciclone em seu entorno. WIKI


Como se diz: redemoinho ou remoinho?
As duas palavras estão corretas e existem na língua portuguesa. Podemos utilizar os substantivos masculinos redemoinho ou remoinho sempre que quisermos nos referir a um movimento rotativo ou em espiral, em especial se for feito pela água ou pelo vento.

02 maio, 2024

Lembrando o Leonardo

Outro dia, um tipo cruzou-se comigo no metrô e disse: "Lembre-se do Leonardo DiCaprio."
Depois, o mesmo tipo seguiu-me depois do bar até minha casa e disse: "Lembre-se do Leonardo DiCaprio."
As coisas foram ficando fora do controle quando ele bateu em minha janela, às 23:30, para dizer: "Lembre-se do Leonardo DiCaprio."
Eu pensei:
"Já chega, vou à polícia."
Disse ao agente que estava sendo perseguido e ele me perguntou se eu podia descrever como era o homem.
Eu disse: "Sim, ele me faz lembrar o Leonardo DiCaprio."
(David Penfold)

Poderá também gostar de ler:
Neo, que gerou Leo, que foi morar na península itálica, onde deu origem à conhecida família DiCaprio.

01 maio, 2024

Reflexões ociosas

Trabalhadores: NÃO TRABALHEM DEMAIS PARA EVITAR O DESEMPREGO.
  • Está a prejudicar a sua vida e a sua saúde.
  • A sua entidade patronal não se apercebe disso (não, a sério, não se apercebe).
  • O seu comportamento permite uma má gestão dos recursos.
  • E, quando as demissões chegarem, vai ser demitido da mesma maneira.
Lembre-se de que a missão de uma empresa é extrair o máximo do seu trabalho por um mínimo de salário e a sua missão é extrair o máximo do seu salário por um mínimo de trabalho. Algures no meio, ambas as partes encontram um equilíbrio com o qual concordam. Portanto, não modifique em seu detrimento a sua parte do acordo.
(conselhos de Dave Rahardja, no Mastodon)