31 outubro, 2012

A Queda da Bastilha de Higienópolis

"Tem que fazer o teste do bafômetro no Zé Serra, pois é o segundo poste em que ele se arrebenta." - Laércio

Lula, o construtor de vitórias
por Dario Pignotti, do jornal argentino Página/12 (traduzido por Katarina Peixoto)
Nas eleições municipais de São Paulo vencidas pelo PT, seu líder Luiz Inácio Lula da Silva confirmou ser o único presidente latino-americano que mantem intacta sua influência e a capacidade de conduzir as linhas de um projeto de poder de longo prazo. Basta fazer uma comparação rápida pelo continente para demonstrar a tese. Há três meses, o presidente mexicano Felipe Calderón fracassou em sua tentativa de fazer com que sua agrupação, o direitista Partido Ação nacional, continuasse no poder no próximo mandato. Na Colômbia, o ex-presidente Álvaro Uribe viu seu projeto de poder belicista ser arquivado por seu sucessor, Juan Manuel Santos, um direitista envolvido hoje no diálogo de paz com a guerrilha das FARC.
A eleição de Fernando Haddad foi, sem dúvida, um triunfo da perspicácia política do ex-mandatário.
Comunicando-se por momentos com sinais devido a um tumor na laringe, Lula convenceu a cúpula do PT, há um ano, para que o até então pouco conhecido Fernando Haddad fosse o candidato à prefeitura de São Paulo. Estava só. Os médicos tinham diagnosticado seu câncer no dia 28 de outubro de 2011. No dia 30, começou as sessões de quimioterapia e, na mesma semana, chamou seus companheiros para conversar sobre a ideia que vários viam como um capricho: a postulação desse graduado em Direito, Economia e Filosofia, autor de uma tese de doutorado sobre novas leituras de Marx, que nunca havia disputado um cargo majoritário. Finalmente, a direção petista acatou a candidatura do afilhado político de Lula em novembro do ano passado e a oposição ligada ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, líder do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) comemorou antecipadamente o que imaginou seria uma derrota humilhante do PT nas eleições nesta cidade-estado de 11 milhões de habitantes que é São Paulo.
Continue a ler no Carta Maior

O que os paulistanos esperam de Haddad
por Paulo Nogueira
Nas urnas, os paulistanos disseram não ao mundo velho, obsoleto, cínico e inepto representado por Serra e os que gravitaram em torno de sua candidatura a prefeito de São Paulo.
Em escala municipal, a cidade tem que enfrentar tenazmente o grande drama do mundo moderno: a iniquidade social que tem feito com que tão poucos desfrutem das coisas boas que o capitalismo pode trazer.
Falo do capitalismo puro, tal como pregado por Adam Smith, no qual a ganância da plutocracia é neutralizada por um conjunto poderoso de princípios morais que pode ser sintetizados numa frase. “O impulso em admirar, e quase venerar, os ricos e os poderosos, e desprezar ou, ao menos, negligenciar os pobres é a maior e mais universal causa da corrupção de nossos valores”, escreveu Smith.
Com Serra e seu foco nos “ricos e poderosos” de que falou Adam Smith, ou no “1%” da campanha do movimento Ocupe Wall St, São Paulo não teria chance de se modernizar socialmente.
Haddad não é uma certeza, evidentemente. Mas é uma esperança que faz sentido. São Paulo pode ser mais rápido que o Brasil como um todo — por sua riqueza, por sua pujança, por seu dinamismo — na construção de uma sociedade harmoniosa, nos moldes do que existe na admirável, exemplar Escandinávia.
Continue a ler em Diário do Centro do Mundo

Soninha e a tatuagem do Lula. Anotado!
por Altamiro Borges
Soninha Francine até agora não engoliu o resultado da eleição para a prefeitura paulistana. Como candidata pelo PPS, ela obteve 2,6% dos votos. De imediato, ela se bandeou para a campanha do amigo José Serra. Também não deu certo. O tucano perdeu feio e ruma para a aposentadoria. Magoada, ela fez hoje um desafio ao vitorioso Fernando Haddad. “Anota aí: se 10% das obras do ‘Arco do Futuro’ tiverem começado daqui a quatro anos, eu faço uma tatuagem do Lula com o boné do Corinthians”, disparou no seu twitter.
É bom anotar mesmo! Afinal, Soninha Francine, também apelidada de Sonsinha Francine, é muita errática. Ex-vereadora do PT, que até esposou algumas ideias inovadoras na política, ela hoje se tornou uma reaça de primeira. No seu direitismo, ela desembesta a falar – ou tuitar – besteiras. Na véspera do segundo turno, ela chegou a chamar Haddad de “filho da p...”. Agora, a palmeirense e tucana Soninha afirma que fará uma tatuagem do Lula com o boné do Corinthians. Seria bem divertido! Está anotado.

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Uma razão para emagrecer


Se você 
perder peso 
seus sapatos 
vão durar 
mais tempo.



Ver também: Controle de peso

EU blog, TW itter

O blog EntreMentes faz um voo de pássaro sobre o Twitter.

30 outubro, 2012

Gestos

Se você quiser saber sobre gestos o Manchester Gesture Centre (Centro de Gestos Manchester) é o lugar ideal para você aprender.
Quando forçado a recorrer a palavras, o Centro se descreve assim:
O Centro de Gestos Manchester consiste de um grupo de pesquisadores de diferentes áreas de conhecimento [blá, blá, blá]. Os projetos de pesquisas do Centro empregam uma gama de diferentes metodologias e dados provenientes de diferentes configurações, incluindo o trabalho de laboratório com base experimental e com o que ocorre naturalmente em conversas e interações, bem como pelo estudo de primatas em cativeiro e em seu habitat natural.

Orelhões

Em Passa Sete, município do Vale do Rio Pardo, RS, para cumprir a exigência da ANATEL quanto ao número de telefones fixos por município (quatro aparelhos por mil habitantes), a Oi instalou recentemente 15 novos orelhões.
O curioso é a localização de alguns destes telefones.


Nove deles foram colocados no meio de um matagal, atrás da sede da prefeitura, bem ao lado de uma antena de telefonia. A casa mais próxima fica a cerca de 300 metros. Outros dois orelhões foram instalados em frente ao cemitério da cidade, onde antes já havia dois. Outros três foram colocados em frente a uma loja de roupas, onde já havia um. Etc.
Nesta semana, a prefeitura resolveu pedir explicações sobre os critérios da operadora para a escolha destes locais.
Inbaguete, lembrado por Nelson Cunha

N. do E.
A operadora deve achar que o orelhão é um órgão condenado ao desaparecimento, assim como o apêndice vermiforme e os dentes do siso. Ela está à frente do nosso tempo, Nelson. 

Por que os brasileiros correm?

Há um forte motivo para tanta correria:


E os habitantes de outros países também correm, segundo o ENGRISH FUNNY, mas por razões bem diferentes.

29 outubro, 2012

PREFEITOS. As eleições nas grandes cidades do Brasil

por Altamiro Borges, Blog do Miro
Quem venceu as eleições municipais nas grandes cidades?
Descontadas suas posições políticas contrárias às forças de esquerda, o jornalista Fernando Rodrigues, da Folha, costuma produzir boas análises sobre os resultados eleitorais. Sobre o pleito encerrado neste domingo, ele chegou à conclusão de que o PT foi o “partido que mais venceu disputas no grupo das 85 maiores cidades do país – o ‘G85’, que reúne as 26 capitais e as 59 cidades do interior com mais de 200 mil eleitores. Ao todo, petistas elegeram 16 prefeitos nessas cidades. Tucanos, 15. O PSB elegeu 11 e o PMDB, 10”.
Ele aponta duas marcas destas eleições. A primeira é que mais legendas protagonizaram as disputas nas metrópoles. “Como em 2008, mais partidos elegeram prefeitos no G85. Na última eleição só 11 siglas conseguiram ter prefeitos no grupo dos grandes municípios. Desta vez, foram 16”. A outra, uma novidade, foi o crescimento do PSB, presidido por Eduardo Campos, governador de Pernambuco. “Entre as grandes legendas, esta foi a que mais cresceu: fez 6 prefeitos a mais que em 2008 (passou de 5 para 11 eleitos)”.
Já o PSDB teve pequeno crescimento, de 13 para 15 prefeitos; o PT diminuiu de 22 para 16; e o PMDB caiu de 19 para 10. Fernando Rodrigues, porém, não dá o devido destaque para a vitória de Fernando Haddad em São Paulo, a mais importante do país. Essa é a joia da coroa destas eleições. Tanto que o PT é a sigla que governará mais brasileiros. O próprio colunista da Folha reconhece esta vantagem. “Quando considerados os eleitores do G85 que os partidos governarão a partir de 2013, o PT está na frente”.
“Os municípios em que o PT venceu concentram 15.205.854 eleitores (10,8% do total brasileiro e 29,8% das 85 grandes cidades). Esse número é 2,3 vezes maior do que a quantidade de eleitores registrados nas localidades em que o PSDB ganhou: 6.398.000 eleitores (4,5% do total nacional e 12,5% das maiores localidades). Os tucanos também ficaram atrás de PSB, que governará 7.731.426 eleitores do G-85, e do PMDB, que ficará com 7.391.104 eleitores”. Ou seja: o PT foi o grande vitorioso destas eleições. Não dá para esconder!

Somas dos orçamentos de todos os municípios brasileiros que serão administrados pelos seis maiores partidos

Uma cabra para Alá

Você deve estar brincando!
Islam Bhati, 37, de Rajasthan, Índia, pôs à venda uma cabra de dois anos pelo incrível preço de 11 milhões de rúpias.
Ele já recusou uma oferta de 2,5 milhões.
O que faz o animal valer tanto é que ele tem a palavra "Alá" estampada na pele. E o Sr. Bhati deseja aproveitar o Eid al-Adha, que está próximo, para vender a cabra a alguma família muçulmana.
Na véspera do Eid al-Adha, os muçulmanos costumam sacrificar ovelhas ou cabras, como fez o patriarca Abraão quando não imolou o imprestável do Isaac.



Além dos arabescos que formam o nome de Alá num lado do corpo, a cabra apresenta uma crescente e uma estrela no outro lado (mas não pude conferir isso).

A pedra de Isa

O prefeito de Saint-Théodore-d’Acton (Canadá), Dany Lariviere, pode enfrentar acusações criminais por ter colocado uma rocha de quase 20 toneladas na entrada da casa da ex-mulher, segundo reportagem do jornal “La Voix de l’Est”.
Lariviere colocou a enorme rocha com um laço rosa no topo e a mensagem "Bonne Fête, Isa" (Feliz aniversário, Isa), em frente à garagem de Isabelle Previst, que mora em Acton Valley. Com a justificativa de que a ex-companheira sempre desejou uma “grande pedra” (referência a um anel de brilhante).

Fonte: Internet 
Ver também: A pedra de Pedro.

28 outubro, 2012

A garantia ASUS

Se você tiver um computador Asus e os alienígenas invadirem a Terra, você está ferrado. Sua garantia não cobre "invasões do espaço".
São exclusões da garantia:
"Desastres naturais, má utilização intencional ou não, atos de guerra, invasões do espaço, abusos, negligência, manutenção inadequada e uso sob condições anormais."


Invasões do espaço vem antes de "abusos, negligência, manutenção inadequada e uso sob condições anormais".

Um artista pinta aquilo que vê

:-)
Bits and Pieces

Berezka

É um grupo russo de danças folclóricas que foi fundado em 1948. Desde então, o grupo tem deslumbrado plateias ao redor do mundo com suas coreografias.
Berezka (Берёзка) significa bétula em russo.
Quando da adesão ao grupo, as dançarinas são instruídas a manter em segredo (inclusive em família) o que aprendem sobre a "técnica do passo flutuante".



- Elas não estão sobre patins?

27 outubro, 2012

Figuras em animais

GATO EM UM GATO

CÃO EM UM CÃO

Homenagem ao centenário do Bondinho


O centenário do Bondinho do Pão de Açúcar, uma das principais atrações turísticas da cidade do Rio de Janeiro, ganhou uma homenagem do Google em sua página inicial. Um doodle animado que mostra o trajeto do bondinho entre os morros cariocas e uma vista da Baía da Guanabara.
O bondinho, cujo aniversário de 100 anos é comemorado neste sábado (27), já transportou mais de 40 milhões de pessoas. O teleférico tem capacidade para transportar até 65 pessoas por viagem e, na alta temporada, chega a transportar uma média de 6 mil pessoas por dia.
Os doodles do Google
O Google costuma comemorar datas importantes para a humanidade com customizações do logo na página inicial do site de buscas. O primeiro doodle surgiu em 1998, quando os fundadores do Google criaram um logotipo especial para informar aos usuários do site que eles estavam participando do "Burning Man", um festival de contracultura realizado anualmente nos Estados Unidos.
O sucesso foi tão grande que hoje a companhia mantém uma equipe de designers voltada especialmente para a criação dos logotipos especiais. Já foram criados mais de 300 doodles para os Estados Unidos e mais de 700 para o resto do mundo.

Nelson Cunha disse...
A vantagem de ser velho é essa:
Combater a insatisfação crônica dos mais jovens ao dizer que no meu tempo...
... Ahhh!
... no meu tempo...
(pausa para recuperar o fôlego)
...No meu tempo tudo era muito pior!
Em 1955, fui de "Vera Cruz" , o trem lerdo de Belo Horizonte ao Rio. Era a inauguração do Aterro do Flamengo com a Congregação Eucarística Internacional. Enchi meus olhos de cisco durante a viagem, comi passas que me desembarcaram diarreico. Bebi água do mar na Ilha do Governador onde morava minha tia e, como corretivo, ganhei silenciosos beliscões que eram especialidade de minha mãe quando em público.
Entre as boas lembranças estão: a visão da TV que se inaugurava e andar de bondinho quando ainda era de madeira.
Animem-se todos!
Bons tempos são estes quando a TV é 3D, o trem é bala e as meninas pagam sua conta no motel.

Bond no Bondinho
Trailer do filme "Moonraker" ("007 contra o Foguete da Morte", título no Brasil), de 1979, em que James Bond (Roger Moore) luta contra Jaws (Richard Kiel) no Bondinho do Pão de Açúcar:


Havaianas - 50 anos

Quem diria que as Havaianas pudessem ter uma história tão peculiar?
As primeiras sandálias Havaianas surgiram em 1962. Foram inspiradas em uma típica sandália japonesa chamada Zori, feita com tiras em tecido e solado de palha de arroz. Por essa razão o solado de borracha das Havaianas possui uma textura que reproduz grãos de arroz, um dos muitos detalhes que as tornam inconfundíveis.
Comemorando seu aniversário de 50 anos, e para marcar o incrível impacto que o produto teve na cultura brasileira (e muito além), foi lançado este curta de animação que, de uma forma criativa, funde a fantasia à realidade.


Roda...pé
As sandálias do pescador e Um segredo de polichinelo

26 outubro, 2012

E no mensalão tucano não vai nada?

Acompanhamento Processual
AP 536 - AÇÃO PENAL (Processo físico)
Origem: MINAS GERAIS
Relator: MINISTRO JOAQUIM BARBOSA
AUTOR(A/S)(ES): MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
PROC.(A/S)(ES): PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
RÉU(É)(S): EDUARDO BRANDÃO DE AZEREDO
ADV.(A/S): JOSÉ ANTERO MONTEIRO FILHO E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S): JOSÉ GERALDO GROSSI
http://www.stf.jus.br/portal/processo

Sobre o mensalão tucano
É o escândalo de corrupção que ocorreu na campanha para a eleição de Eduardo Azeredo (PSDB-MG) - um dos fundadores, e presidente do PSDB nacional - ao governo de Minas Gerais em 1998, (1) e que resultou em sua denúncia pelo Procurador Geral da República Antonio Fernando, ao Supremo Tribunal Federal, como "um dos principais mentores e principal beneficiário do esquema implantado", baseada no Inquérito N.º 2280 que a instrui, denunciando Azeredo por "peculato e lavagem de dinheiro".
O "valerioduto" tucano foi um esquema de financiamento irregular - com recursos públicos e doações privadas ilegais - para a campanha à reeleição, em 1998, do então governador mineiro e atual senador Eduardo Azeredo (PSDB), montado pelo empresário Marcos Valério.
Novas apurações devem envolver, entre outras, cinco pessoas ligadas à Cemig (estatal de energia mineira), quatro à Comig (estatal de infra-estrutura mineira, atual Codemig), uma à Copasa (estatal de saneamento mineira) e dois à gráfica Graffar, que teriam desviado recursos da Cemig para a campanha de Azeredo. (2)
Em denúncia apresentada no dia 20 de novembro de 2007 ao Supremo Tribunal Federal, o Procurador Geral da República denunciou que o esquema criminoso, que veio a ser chamado pela imprensa de "mensalão tucano", foi "a origem e o laboratório" do episódio que ficou conhecido como "mensalão do PT".
As investigações atingem o secretário do governador mineiro tucano Aécio Neves, pré-candidato do PSDB à Presidência da República em 2010.
Segundo a denúncia do Procurador Geral da República, ficou claro que o modus operandi dos fatos criminosos apurados nos processo do "mensalão do PT" teve a sua origem no período da campanha de Eduardo Azeredo (PSDB-MG) para Governador do Estado de Minas Gerais, no ano de 1998".
Embora Azeredo negue conhecer os fatos (um empréstimo de R$ 10 milhões tomado no Banco Rural e quitado por R$ 2 milhões, por exemplo), as provas colhidas  desmentem sua versão defensiva. Há uma série de telefonemas entre Eduardo Azeredo, Marcos Valério, Cristiano Paz e a empresa SMP e B, demonstrando intenso relacionamento do primeiro (Eduardo Azeredo) com os integrantes do núcleo que operou o esquema criminoso de repasse de recursos para a sua campanha.
Em 3 de novembro de 2009, Azeredo começou ser julgado no Supremo Tribunal Federal. Em 3 de dezembro de 2009, por cinco votos contra três, o plenário do STF decidiu abrir ação penal contra o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) e torná-lo réu por envolvimento neste esquema ilícito em sua campanha para a reeleição ao governo de Minas Gerais, em 1998, que ficou conhecido como mensalão tucano ou mineiro. (3)
Com quantos pesos a Justiça se pesa?
(1) Se e quando for julgado, quantos dos crimes do "mensalão tucano" já estarão prescritos?
(2) Eduardo Azeredo é réu único de uma processo desmembrado. O desmembramento não foi permitido para a Ação Penal 470, o "mensalão do PT".
(3) O período do julgamento será milimetricamente calculado para uma salutar coincidência com as eleições de 2014?

Fala, internauta
Joaquim ruge como um leão com os réus do mensalão (do PT), mas mia como um gato quando o assunto é o mensalão do PSDB.

Obituário



Milton P. Hirshnickel, 24, morreu ao cair desta bicicleta - meio andaime, meio veículo de transporte - que ele mesmo inventou.


24/04/2013 - Atualizando...
Richie Trimble, de Los Angeles, não teve esse azar.
Vê o mundo de muito alto, montado numa bicicleta de quase 5 metros de altura. Mas, antes, ele precisa subir em um prédio para montar na bicicleta!
Esta notícia com o vídeo, aqui.

O princípio de Hanlon

"Nunca atribua à maldade o que pode ser explicado pela estupidez."
A frase aparece neste vídeo de animação de Aleix Saló: Simiocracia. Não é confirmado que Hanlon tenha de fato existido.
+ pensamentos sobre a estupidez
"Os mal-entendidos e a negligência criam mais confusão no mundo que o engano e a maldade. Em todo caso, estes dois últimos são muito menos frequentes." Goethe. In: "Os sofrimentos do jovem Werther"
"Só há duas coisas infinitas: a estupidez humana e o universo. E eu não estou muito seguro sobre este último." Einstein
"Contra a estupidez os próprios deuses lutam em vão." Schiller
"A estupidez insiste sempre." Camus
"A estupidez é infinitamente mais fascinante do que a inteligência. A inteligência tem seus limites, a estupidez, não." Claude Chabrol
"Pense em quão estúpida a pessoa média é, então perceba que a metade delas ainda é mais estúpida." George Carlin
"Eu sou paciente com a estupidez, mas não com aqueles que se orgulham dela." Edith Sitwel
+ postagens sobre a estupidez
Estupidez, Monstros S/A, Como o cavalo do inglês e A terapia dos trilhos

25 outubro, 2012

O Caso Dreyfus

O Caso Dreyfus foi um escândalo político que dividiu a França por muitos anos, durante o final do século XIX. Centrava-se na condenação por alta traição de Alfred Dreyfus, um oficial de artilharia do exército francês, de origem judaica. O acusado sofreu um processo fraudulento conduzido a portas fechadas. Dreyfus era, em verdade, inocente: a condenação baseava-se em documentos falsos. Quando os oficiais de alta-patente franceses se aperceberam disto, tentaram ocultar o erro judicial. A farsa foi acobertada por uma onda de nacionalismo e xenofobia que invadiu a Europa no final do século XIX.
Em 1894, Madame Bastian, empregada da limpeza na embaixada alemã em Paris descobriu uma carta suspeita no cesto do lixo do adido militar alemão, o tenente-coronel Schwarzkoppen. Madame Bastian entregou os papéis aos serviços secretos franceses, que logo concluíram que existia um traidor entre os oficiais franceses, que fazia espionagem para os alemães. Quando o caso se tornou conhecido, a carta passou a ser conhecida como "le bordereau" .
Alfred Dreyfus era o único oficial judeu entre os que poderiam ter escrito a carta. Por isto, foi considerado o principal suspeito e levado a julgamento. O memorandum foi usado como instrumento de acusação contra Alfred Dreyfus.
Dreyfus foi condenado à prisão perpétua na Ilha do Diabo, na costa da Guiana Francesa.
Em novembro de 1897, seu irmão Mathieu Dreyfus, descobre que Charles Esterhazy é o verdadeiro culpado. Em 1898, as evidências da inocência de Dreyfus possibilitaram um segundo julgamento. A permanência da sentença anterior provocou a indignação de Émile Zola. O escritor expôs o escândalo ao público geral no jornal literário L'Aurore numa famosa carta aberta ao Presidente da República Félix Faure, intitulada J'accuse! (Eu acuso!) em 13 de Janeiro de 1898. Uma reprimenda endereçada à França: "Como poderias querer a verdade e a justiça, quando enxovalham a tal ponto todas as tuas virtudes lendárias?". Nas palavras da historiadora Barbara W. Tuchman, o caso Dreyfus foi "uma das grandes comoções da história".
Outro literato bastante conhecido na época, Anatole France, defendeu abertamente Dreyfus e os judeus. Em seu livro O Anel de Ametista são descritos os manifestos populares, a perseguição daqueles que discordavam da sentença, os bastidores do jornal L´Aurore etc. Já reconhecia o caso como "grande erro" e criticava a confiança cega que os franceses tinham em instituições como o exército e o clero.
Uma revisão do processo de Dreyfus em 1906 mostrou que Charles-Ferdinand Walsin Esterhazy, outro major do exército francês, fora o verdadeiro autor das cartas e que agia como espião dos alemães.
Dreyfus foi restabelecido parcialmente no exército. Seus cinco anos de aprisionamento não foram considerados para a reconstituição da sua carreira. Esta decisão tirou-lhe qualquer esperança de uma carreira digna dos seus sucessos anteriores à sua detenção de 1894. Por conseguinte foi forçado a uma dolorosa demissão em junho de 1907. Dreyfus nunca pediu nenhuma compensação ao estado francês pela injustiça militar, nem pelo grande trauma sofrido e nem pelos danos financeiros. Morreu a 12 de julho de 1935.

O "domínio do fato" e as"tênues provas" acabam de criar um Caso Dreyfus brasileiro. Será assim que a história vai se referir a este descalabro jurídico.

REPORTAGEM  MOSTRA QUE A VIGA MESTRA DA TESE DO STF É FALSA, Raimundo Pereira, Correio do Brasil

ROBÔ. Presente e futuro de um programa

Este é o ponto em que está o programa LS3 (Legged Squad) do DARPA. Pode andar / trotar / correr em terrenos acidentados, carregar equipamentos e atender a comandos visuais e verbais.
Vendo a sua performance neste teste de campo (vídeo), tenho a impressão de que ele é o quarto de milha dos robôs.



Em pouco tempo haverá canhões sobre eles. Querem apostar?

Viver de luz

O grande pneumologista Mario Rigatto afirmava que "os seres vivos são máquinas biológicas acionadas por energia solar até elas veiculadas pelo processo respiratório".
Em "Brejo da Cruz", Chico Buarque cantou:
"A novidade
Que tem no Brejo da Cruz
É a criançada
Se alimentar de luz.
Alucinados,
Meninos ficando azuis
E desencarnando
Lá no Brejo da Cruz."
Rigatto e Chico têm o respaldo da ciência e da poesia.
Nós, seres humanos, ao contrário dos vegetais que captam diretamente a luz solar pela fotossíntese, necessitamos de cumprir certas formalidades burocráticas como respirar (o que os vegetais também fazem) e comer.
A australiana Jasmuheen, nascida Ellen Greve de Fome e vencedora do Prêmio Ig Nobel de Literatura em 2000, acha que comer não é preciso. Em seu livro "Viver de Luz", ela explica (ou tenta explicar) como é que consegue dispensar o ato de alimentar-se. Agora, numa série de vídeos postados no YouTube, ela volta a defender seu ponto de vista.
Jasmuheen não está só. Os respiratorianos também acham que apenas respirar já é o suficiente. PGCS


Em tempo
Em janeiro de 2011, na cidade de Wolfhalden, na Suíça, uma mulher morreu de fome depois de embarcar em uma dieta espiritual que exigia que ela parasse de comer e beber para viver diretamente da luz solar.
O jornal Tages-Anzeiger, que deu essa notícia, acrescentou que já houve casos semelhantes de morte por auto-inanição na Alemanha, Grã-Bretanha e Austrália.

24 outubro, 2012

A última semana

por Marcos Coimbra, BRASIL 247
Termina no próximo domingo a eleição municipal de 2012. Em 50 cidades, os eleitores voltam às urnas para votar em um dos candidatos a prefeito que disputam o segundo turno.
Entre essas, na maior cidade brasileira e outras 16 capitais estaduais.
Foram as eleições mais conturbadas desde a redemocratização. Por decisão sem fundamento técnico, o Supremo Tribunal Federal (STF) resolveu fazer o julgamento do “mensalão” exatamente no meio do período eleitoral.
O ápice dessa “coincidência” ocorre ao longo desta semana, que os ministros consideram adequada para terminá-lo.
Para não atrapalhar a viagem ao exterior do Relator - certamente de importância fundamental para o País -, vão deliberar a respeito das penas aos condenados nas vésperas da eleição. Em tempo de preparar as manchetes dos últimos dias.
E ainda há quem se preocupe em silenciar os carros de som nessa hora, para que não perturbem os eleitores enquanto refletem sobre sua decisão final!
Parece que o Judiciário não se incomoda que o julgamento interfira na eleição. Como disse o Procurador Geral da República em inacreditável pronunciamento, acha até “salutar”.
Os principais veículos da indústria de comunicação dedicaram ao julgamento uma cobertura privilegiada. Na televisão, no rádio, na internet, nos jornais e revistas, foi, seguramente, maior que aquela que a eleição recebeu.
Só os muito ingênuos acreditariam que a grande imprensa foi movida por objetivos morais, que estava genuinamente preocupada com as questões éticas suscitadas pelo “mensalão”. Basta conhecê-la minimamente, saber quem são seus proprietários, articulistas e comentaristas, para não ter essa ilusão.
E lembrar seu comportamento no passado, quando fatos tão graves quanto os de agora - ou mais - aconteceram sob seu olhar complacente.
Como mostra nossa história moderna - desde o ciclo Vargas aos dias de hoje, passando pelo golpe militar de 1964 e a ditadura -, a grande imprensa brasileira escolhe lado e não hesita em defendê-lo. Tem amigos e adversários.
A uns agrada, aos outros ataca.
No julgamento do “mensalão”, a discussão ética sempre foi, para ela, secundária. O que interessava era seu potencial de utilização política.
Seria engraçado imaginar uma situação inversa, na qual os denunciados não fossem “lulopetistas” e sim representantes dos partidos que hoje estão na oposição. Se o STF fizesse como faz agora, não mereceria o coro de elogios que ouve, não seria tratado como bastião da moralidade.
Seus ministros, ao invés de receber tratamento de heróis, estariam sendo achincalhados.
Especialmente os indicados por Lula e Dilma. Pobres deles! Cada voto que emitissem contra um oposicionista seria suspeito (o que ajuda a entender porque, no caso concreto, exatamente esses se sintam no dever de ser punitivos ao máximo).
Nunca foi tão apropriada a teoria de que a eleição municipal é a ante-sala da presidencial. Não para a maioria do eleitorado, que não pensa assim. Mas para a oposição - nos partidos políticos, na mídia, no Judiciário, na sociedade.
Fizeram tudo que podiam para transformar as eleições em uma derrota para Lula e o PT. Imaginaram que os dois sairiam delas menores, derrotados nos principais embates. E que, assim, chegariam à eleição que interessa, a presidencial de 2014, enfraquecidos.
Não foi isso que ocorreu nos confrontos que terminaram no dia 7 de outubro. Pelo contrário. Se as pesquisas de agora forem confirmadas, não é isso que ocorrerá no próximo domingo.
Goste-se ou não do ex-presidente e de seu partido, é um fato. E contra fatos, não há argumentos.

O QUE O JULGAMENTO DO MENSALÃO FALA SOBRE O PODER JUDICIÁRIO BRASILEIRO, por Paulo Nogueira, Diário do Centro do Mondo

(In)conclusão

DE ACORDO COM O INSTITUTO DA INFORMAÇÃO INCOMPLETA 9 EM CADA 10

Sobre sobrancelhas

):-)

23 outubro, 2012

O sonho do ministro JB pode virar pesadelo

por Ramatis Jacino, VIOMUNDO

Negros que escravizam e vendem negros na África, não são meus irmãos
Negros senhores na América a serviço do capital, não são meus irmãos
Negros opressores, em qualquer parte do mundo, não são meus irmãos...
Solano Trindade

O racismo, adotado pelas oligarquias brasileiras para justificar a exclusão dos negros no período de transição do modo de produção escravista para o modo de produção capitalista, foi introjetado pelos trabalhadores europeus e seus descendentes, que aqui aportaram beneficiados pelo projeto de branqueamento da população brasileira, gestado por aquelas elites.
Impediu-se, assim, alianças do proletariado europeu com os históricos produtores da riqueza nacional, mantendo-os com ações e organizações paralelas, sem diálogos e estratégias de combate ao inimigo comum. Contudo, não há como negar que o conjunto de organizações sindicais, populares e partidárias, além das elaborações teóricas classificadas como “de esquerda”, sejam aliadas naturais dos homens e mulheres negros, na sua luta contra o racismo, a discriminação e a marginalização a que foram relegados.
No campo oposto do espectro ideológico e social, as organizações patronais, seus partidos políticos e as teorias que defendem a exploração do homem pelo homem, que classificamos de “direita”, se baseiam na manutenção de uma sociedade estamental e na justificativa da escravidão negra, como decorrência “natural” da relação estabelecida entre os “civilizados e culturalmente superiores europeus” e os “selvagens africanos”.
[...]
As elites brasileiras sempre utilizaram indivíduos ou grupos, oriundos dos segmentos oprimidos para reprimir os demais e mantê-los sob controle. Capitães de mato negros que caçavam seus irmãos fugidos, capoeiristas pagos para atacarem terreiros de candomblé, incorporação de grande quantidade de jovens negros nas polícias e forças armadas, convocação para combater rebeliões, como a de Canudos e Contestado, são exemplos da utilização de negros contra negros ao longo da nossa história.
Havia entre eles quem acreditasse ter conquistado de maneira individual o espaço que, coletivamente, era negado para o seu povo, iludindo-se com a ideia de que estaria sendo aceito e incluído naquela sociedade. Ansiosos pela suposta aceitação, sentiam necessidade de se mostrarem confiáveis, cumprindo a risca o que se esperava deles, radicalizando nas ações, na defesa dos valores dos poderosos e da ideologia do “establishment” com mais vigor e paixão do que os próprios membros das elites. A tragédia, para estes indivíduos – de ontem e de hoje -, se estabelece quando, depois de cumprida a função para a qual foram cooptados são devolvidos à mesma exclusão e subalternidade social dos seus irmãos.
[...]
A esquerda, por suas origens e compromissos, em que pese o fato de existirem pessoas racistas que se auto intitulam de esquerda, comporta-se de maneira diversa: foi um governo de esquerda que nomeou cinco ministros de Estado negros; promulgou a lei 10.639, que inclui a história da África e dos negros brasileiros nos currículos escolares; criou cotas em universidades públicas; titulou terras de comunidades quilombolas e aprofundou relações diplomáticas, econômicas e culturais com o continente africano.
Joaquim Barbosa se tornou o primeiro ministro negro do STF como decorrência do extraordinário currículo profissional e acadêmico, da sua carreira e bela história de superação pessoal. Todavia, jamais teria se tornado ministro se o Brasil não tivesse eleito, em 2003, um Presidente da República convicto que a composição da Suprema Corte precisaria representar a mistura étnica do povo brasileiro.
Com certeza, desde a proclamação da República e reestruturação do STF, existiram centenas, talvez milhares de homens e mulheres negras com currículo e história tão ou mais brilhantes do que a do ministro Barbosa.
Contudo, nunca passou pela cabeça dos presidentes da República – todos oriundos ou a serviço das oligarquias herdeiras do escravismo – a possibilidade de indicar um jurista negro para aquela Corte. Foi necessário um governo de esquerda, com todos os compromissos inerentes à esquerda verdadeira, para que seu mérito fosse reconhecido.
A despeito disso, o ministro Barbosa, em uníssono com o Procurador Geral da República, considera não haver necessidade de provas para condenar os réus da Ação Penal 470. Solidariza-se com as posições conservadoras e evidentemente ideológicas de alguns dos demais ministros e, em diversas ocasiões procura ser “mais realista do que o próprio rei”.
Cumpre exatamente o roteiro escrito pela grande mídia ao optar por condenar não uma prática criminosa, mas um partido e um governo de esquerda em um julgamento escandalosamente político, que despreza a presunção de inocência dos réus, do instituto do contraditório e a falta de provas, como explicitamente já manifestaram mais de um dos integrantes daquela Corte.
Por causa “desses serviços prestados” é alçado aos céus pela mesma mídia que, faz uma década, milita contra todas as iniciativas promotoras da inclusão social protagonizadas por aquele governo, inclusive e principalmente, àquelas que tentam reparar as conseqüências de 350 anos de escravidão e mais de um século de discriminação racial no nosso país.
O ministro vive agora o sonho da inclusão plena, do poder de fato, da capacidade de fazer valer a sua vontade. Vive o sonho da aceitação total e do consenso pátrio, pois foi transformado pela mídia em um semideus, que “brandindo o cajado da lei, pune os poderosos”.
Não há como saber se a maximização do sonho do ministro Joaquim Barbosa é entrar para a história como um juiz implacável, como o mais duro presidente do STF ou como o primeiro presidente da República negro, como já alardeiam, nas redes sociais e conversas informais, alguns ingênuos, apressados e “desideologizados” militantes do movimento negro.
O fato é que o seu sonho é curto e a duração não ultrapassará a quantidade de tempo que as elites considerarem necessário para desconstruir um governo e um ex-presidente que lhes incomoda profundamente.
Elaborar o maior programa de transferência de renda do mundo, construir mais de um milhão de moradias populares, criar 15 milhões de empregos, quase triplicar o salário mínimo e incluir no mercado de consumo 40 milhões de pessoas, que segundo pesquisas recentes é composto de 80% de negros, é imperdoável para os herdeiros da Casa Grande. Contar com um ministro negro no Supremo Tribunal Federal para promover a condenação daquele governo é a solução ideal para as elites, que tentam transformá-lo em instrumento para alcançarem seus objetivos.
O sonho de Joaquim Barbosa e a obsessão em demonstrar que incorporou, na íntegra, as bases ideológicas conservadoras daquele tribunal e dos setores da sociedade que ainda detém o “poder por trás do poder” está levando-o a atropelar regras básicas do direito, em consonância com os demais ministros, comprometidos com a manutenção de uma sociedade excludente, onde a Justiça é aplicada de maneira discricionária.
A aproximação com estes setores e o distanciamento dos segmentos a quem sua presença no Supremo orgulha e serve de exemplo, contribuirão para transformar seu sonho em pesadelo, quando àqueles que o promoveram à condição de herói protagonizarem sua queda, no momento que não for mais útil aos interesses dos defensores do “apartheid social e étnico” que ainda persiste no país.
Certamente não encontrará apoio e solidariedade nos meios de esquerda, que são a origem e razão de ser daquele que, na Presidência da República, homologou sua justa ascensão à instância máxima do Poder Judiciário. Dos trabalhadores das fábricas e dos campos, dos moradores das periferias e dos rincões do norte e nordeste, das mulheres e da juventude, diretamente beneficiados pelas políticas do governo que agora é atingido injustamente pela postura draconiana do ministro, não receberá o apoio e o axé que todos nós negros – sem exceção – necessitamos para sobreviver nessa sociedade marcadamente racista.

Ramatis Jacino (foto) é professor, mestre e doutorando em História Econômica pela USP e presidente do INSPIR – Instituto Sindical Interamericano pela Igualdade Racial.

Análises combinatórias

Na vida:
um homem inteligente + uma mulher inteligente = romance
um homem inteligente + uma mulher burra = caso
um homem burro + uma mulher inteligente = filho
um homem burro + uma mulher burra = casamento.
No trabalho:
um chefe inteligente + um funcionário inteligente = lucro
um chefe inteligente + um funcionário burro = produção
um chefe burro + um funcionário inteligente = promoção
um chefe burro + um funcionário burro = hora extra.

Os participantes de um seminário de marketing, realizado em São Paulo muito tempo atrás, foram brindados com esta apresentação sob a forma de "análises combinatórias".

A menor queda livre do mundo

A 14 de outubro de 2012, Felix Baumgartner estabeleceu os seguintes recordes:
  • de maior altitude para um voo de balão tripulado,
  • de maior altitude para um salto de paraquedas,
  • de maior velocidade em queda livre, ao atingir a velocidade estimada de 1.342 quilômetros por hora e assim se tornar a primeira pessoa a romper a barreira do som apenas com o próprio corpo.
Na esteira de suas façanhas, logo surgiriam candidatos à obtenção de novas marcas. Como Alex Brenner, da equipe Slim Jim, que acaba de estabelecer o recorde de "menor queda livre do mundo":



Era um segredo que eu deveria manter entre quatro paredes. O segredo que Felix Baumgartner, com a ajuda de um psicólogo esportivo e de outros especialistas, teve de lutar, e muito, para superar a sua claustrofobia (que o impediria de usar o traje pressurizado indispensável ao salto). Felizmente, Felix nunca sofreu de acrofobia. PGCS

22 outubro, 2012

O infame Caso Dred Scott

Dred Scott (Condado de Southampton, 1799 – 17 de setembro de 1858), foi um escravo afro-estadunidense que fracassou em obter sua liberdade no caso decidido pela Suprema Corte, em 1857.
Dredd e sua esposa Harriet Scott eram escravos quando seu dono Dr. John Emerson mudou-se para estados e territórios onde a escravidão era ilegal, de acordo com a Lei Noroeste de 1787, incluindo os estados de Illinois e Minnesota (que na época incluía o território de Wisconsin).
Requerendo que, por ter vivido nestes territórios havia conquistado automaticamente sua liberdade, a Suprema Corte decidiu, em sete votos a dois, que nem ele nem qualquer outro afro-descendente poderia reivindicar a cidadania nos Estados Unidos e, portanto, Dred não poderia ter ajuizado uma ação em um tribunal federal, já que as regras da cidadania não o permitiam. Além disto declarou que a residência temporária de Scott fora do Missouri, onde a escravidão era admitida, não afetava sua emancipação já que privaria impropriamente ao seu dono do direito da propriedade.
Biografia
Scott nasceu como propriedade da família de Peter Blow que se estabelecera no Alabana onde tentara sem sucesso a agricultura. Parece que seu nome originalmente fosse Sam, mas adotara o nome de seu irmão mais velho, que morrera. Em 1830 foi vendido em St. Louis para o médico do Exército John Scott Emerson, que com ele viajou, a trabalho, por Illinois, Wisconsin e pelos Territórios, na época em que a Lei Noroeste vedava ali a escravidão.
Em 1836, conheceu a escrava adolescente chamada Harriet Robinson, que era propriedade do Major Lawrence Taliaferro, oficial lotado na Virgínia, que lhes permitiu o casamento e ainda transferiu a propriedade de Harriet ao Dr. Emerson para que pudessem ficar juntos. Dois anos depois ela deu à luz a primeira filha do casal, Eliza. Em 1840 nasceu Lizzie; tiveram ainda dois filhos, que não sobreviveram.
O Dr. Emerson também logo veio a casar-se, com Irene Sanford e voltou ao Missouri, em 1842. No ano seguinte o médico faleceu e sua viúva passou a dirigir o espólio. Dred pediu-lhe a liberdade, mas ela negou-lhe. Dred então ingressou com um processo, ajudado por um advogado local. Em 1847, o tribunal de St. Louis decidiu contra Scott, mas foi concedido um segundo julgamento sob alegação de que uma evidência falsa fora introduzida nos autos. Três anos mais tarde o júri decidiu que o casal Scott deveria ser libertado em razão de terem morado em territórios "livres". A viúva Irene Emerson recorreu, e a Suprema Corte do Missouri derrubou a decisão da primeira instância, em 1852, sob o argumento de que "os tempos havia mudado desde a decisão anterior". O casal foi devolvido à viúva de seu senhor.
Irene Emerson casou-se com o Dr. Calvin C. Caffee, anti-escravista membro da Know Nothing. Esta transferiu os bens a seu irmão, John Sanford, que era cidadão novaiorquino. Como a lei do Missouri à época pregava, o caso deveria ser levado a um tribunal federal, em razão da múltipla naturalidade.
Com ajuda de novos advogados, a demanda do casal Scott foi apresentado a um tribunal federal. Perderam, no primeiro momento, e apelaram à Corte Suprema, no caso famoso que levou seu nome. Mas, por instância do Chefe de Justiça Roger B. Taney, a Corte decidiu que o direito à propriedade prevalecia e que os negros não poderiam postular em juízo.
Leitura complementar
MARX DIRIA: STF SERVE ÀS ELITES, ESTÚPIDO! por Marcus Vinicius

Faz sentido


"Já que colocam fotos de pessoas enfermas/mortas nos maços de cigarros, por que não colocam também de gente obesa em pacotes de batata frita, de matadouros em bandejas de carne, de animais torturados nos cosméticos, de acidentes de trânsito nas garrafas e latas de bebidas alcoólicas, de gente sem teto nas contas de água e luz e de políticos corruptos nas guias de recolhimento de impostos?" Anônimo
(enviado por Ormuz Simonetti)

Quatro loucuras da sociedade

ISTOÉ - Muitas pessoas têm buscado sonhos que não são seus?

ROBERTO SHINYASHIKI* - A sociedade quer definir o que é certo. São quatro loucuras da sociedade. A primeira é instituir que: "Todos têm de ter sucesso." Como se ele não tivesse significados individuais. A segunda loucura é: “Você tem de estar feliz todos os dias.” A terceira é: “Você tem que comprar tudo o que puder.” O resultado é esse consumismo absurdo. Por fim, a quarta loucura: “Você tem de fazer as coisas do jeito certo.” Jeito certo não existe. Não há um caminho único para se fazer as coisas. As metas são interessantes para o sucesso, mas não para a felicidade. Felicidade não é uma meta, mas um estado de espírito.

* Roberto Shinyashiki, médico psiquiatra, com pós-graduação em administração de empresas pela USP, consultor organizacional e conferencista de renome nacional e internacional. Esta resposta integra a entrevista que ele deu a Camilo Vannuchi, da Revista ISTOÉ, em 19/10/05.

21 outubro, 2012

A Sociedade do Anel

Acho que foi assim que o Sr. Frodo Bolseiro e os demais hobbits foram filmados:

Os perigos do balonismo

A vida é como um balão: quando nos deparamos com ventos fortes a solução não é lutarmos contra eles, mas procurar novas altitudes e novos ventos que nos levem na direção certa. Bertrand Piccard, psiquiatra, filósofo e balonista que deu a volta ao mundo em um balão

Um acidente, com consequências que podem ter sido fatais, ocorreu em Cannes no domingo passado.
Despleschin M., de Nice, tinha anunciado a sua intenção de fazer uma ascensão em um balão, e dois cavalheiros, M. Hardy, de Cannes, e MA de Sorr, um escritor de Paris, pediram para acompanhá-lo.
Estes dois senhores tinham já tomado os seus lugares na gôndola, M. Despleschin ainda não, quando uma pessoa no meio da multidão, ansiosa para ver o início da subida do balão, gritou:
- Vamos lá.
O homem que segurava as cordas, pensando que a ordem viera do aeronauta, obedeceu, e o balão subiu rapidamente às nuvens e desapareceu. Como M. Hardy e M. de Sorr são completamente ignorantes em manuseio de balão, teme-se que eles tenham sido levados para o mar.
Até o momento não há qualquer informação do paradeiro deles.

"Botoboard"

Zapata inventou algo para tornar o seu banho de mar mais divertido. Ou o contrário disso, se você que é banhista não aderir a ele, o Flyboard.


Vídeo inDICAdo por Germano Gurgel

20 outubro, 2012

Escrever é cortar palavras

por Armando Nogueira (1927-2010)
Escrever é cortar palavras. Passei alguns anos certo de que o autor dessa preciosa máxima era Carlos Drummond de Andrade. Até que um dia perguntei ao poeta. Ele conhecia, mas negou que fosse dele. Confesso que fiquei desapontado. A sentença tinha a cara do mestre Drummond, cuja prosa é um exemplo de concisão.
Otto Lara Resende desconfiava que pudesse ser de um escritor mexicano a ideia da dica preciosa. Eu, por mim, seria capaz de atribuí-la a John Ruskin, notável escritor e crítico inglês do século passado. Se não o disse, com todas as letras, certamente foi Ruskin quem melhor ilustrou o adágio, num conto antológico. É o caso de um feirante de peixes num porto britânico.
O homem chega à feira e lá encontra seu compadre, arrumando os peixes num imenso tabuleiro de madeira. Cumprimentam- se. O feirante está contente com o sucesso do seu modesto comércio. Entrou no negócio há poucos meses e já pôde até comprar um quadro-negro pra badalar seu produto.
Atrás do balcão, num quadro-negro, está a mensagem, escrita a giz, em letras caprichadas: HOJE VENDO PEIXE FRESCO. Pergunta, então, ao amigo e compadre:
- Você acrescentaria mais alguma coisa?
O compadre releu o anúncio. Discreto, elogiou a caligrafia. Como o outro insistisse, resolveu questionar. Perguntou ao feirante :
- Você já notou que todo o dia é sempre hoje? - E acrescentou: - Acho dispensável. Esta palavra está sobrando...
O feirante aceitou a ponderação: apagou o advérbio. O anúncio ficou mais enxuto. VENDO PEIXE FRESCO.
- Se o amigo me permite - tornou o visitante -, gostaria de saber se aqui nessa feira existe alguém dando peixe de graça. Que eu saiba, estamos numa feira. E feira é sinônimo de venda. Acho desnecessário o verbo. Se a banca fosse minha, sinceramente, eu apagaria o verbo.
O anúncio encurtou mais ainda: PEIXE FRESCO.
- Me diga uma coisa: Por que apregoar que o peixe é fresco? O que traz o freguês a uma feira, no cais do porto, é a certeza de que todo peixe, aqui, é fresco. Não há no mundo uma feira livre que venda peixe congelado...
E lá se foi também o adjetivo. Ficou o anúncio, reduzido a uma singela palavra: PEIXE.
Mas, por pouco tempo. O compadre pondera que não deixa de ser menosprezo à inteligência da clientela anunciar, em letras garrafais, que o produto aí exposto é peixe. Afinal, está na cara. Até mesmo um cego percebe, pelo cheiro, que o assunto, aqui, é pescado...
O substantivo foi apagado. O anúncio sumiu. O quadro-negro também. O feirante vendeu tudo. Não sobrou nem a sardinha do gato. E ainda aprendeu uma preciosa lição: escrever é cortar palavras.

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Um cego em Paris

A ovelha Shrek

Deus abranda o frio para a ovelha tosquiada.

Não muito confiante no ensinamento contido no provérbio acima, mesmo porque este parece ter inspiração humana, a ovelha Shrek escondeu-se em uma caverna da Nova Zelândia por longos seis anos.
Em 2004, quando foi encontrada, tinha esta aparência:

YOROKOBU

Shrek, que morreu em junho de 2011, ficou famosa como "a ovelha mais lanosa no mundo".

19 outubro, 2012

TIRADENTES. Sentença e legado

JUSTIÇA que a Rainha Nossa Senhora manda fazer a este infame Réu Joaquim José da Silva Xavier pelo horroroso crime de rebelião e alta traição de que se constituiu chefe, e cabeça na Capitania de Minas Gerais, com a mais escandalosa temeridade contra a Real Soberana e Suprema Autoridade da mesma Senhora, que Deus guarde.
MANDA que com baraço e pregão seja levado pelas ruas públicas desta Cidade ao lugar da forca e nela morra morte natural para sempre e que separada a cabeça do corpo seja levada a Vila Rica, donde será conservada em poste alto junto ao lugar da sua habitação, até que o tempo a consuma; que seu corpo seja dividido em quartos e pregados em iguais postes pela estrada de Minas nos lugares mais públicos, principalmente no da Varginha e Sebollas; que a casa da sua habitação seja arrasada, e salgada e no meio de suas ruínas levantado um padrão em que se conserve para a posteridade a memória de tão abominável Réu, e delito e que ficando infame para seus filhos, e netos lhe sejam confiscados seus bens para a Coroa e Câmara Real.
Rio de Janeiro, 21 de abril de 1792, Eu, o desembargador Francisco Luiz Álvares da Rocha, Escrivão da Comissão que o escrevi.
A leitura da sentença de Tiradentes
(óleo sobre tela de Leopoldino Faria)

O legado de Joaquim José
Tiradentes permaneceu, após a Independência do Brasil, uma personalidade histórica relativamente obscura, dado o fato de que o Brasil continuou sendo uma monarquia após a independência do Brasil, e, durante o Império, os dois monarcas, D. Pedro I e D. Pedro II, pertenciam à casa de Bragança, sendo, respectivamente, neto e bisneto de D. Maria I, contra a qual Tiradentes conspirara, e, que havia emitido a sentença de morte de Tiradentes e comutado as penas dos demais inconfidentes. Durante a fase imperial do Brasil, Tiradentes também não era aceito pelo fato de ele ser republicano. O "Código Criminal do Império do Brasil", sancionado em 16 de dezembro de 1830, também previa penas graves para quem conspirasse contra o imperador e contra a monarquia:
Art. 87. Tentar diretamente, e por fatos, destronizar o Imperador; privá-lo em todo, ou em parte da sua autoridade constitucional; ou alterar a ordem legítima da sucessão. Penas de prisão com trabalho por cinco a quinze anos. Se o crime se consumar: Penas de prisão perpétua com trabalho no grau máximo; prisão com trabalho por vinte anos no médio; e por dez anos no mínimo. Código Criminal de 1830
Foi a República – ou, mais precisamente, os ideólogos positivistas que presidiram sua fundação – que buscaram na figura de Tiradentes uma personificação da identidade republicana do Brasil, mitificando a sua biografia. Daí a sua iconografia tradicional, de barba e camisolão, à beira do cadafalso, vagamente assemelhada a Jesus Cristo e, obviamente, desprovida de verossimilhança. Como militar, o máximo que Tiradentes poder-se-ia permitir era um discreto bigode. Na prisão, onde passou os últimos três anos de sua vida, os detentos eram obrigados a raspar barba e cabelo a fim de evitar piolhos. Também, o nome do movimento, "Inconfidência Mineira", e de seus participantes, os "inconfidentes", foi cunhado posteriormente, denotando o caráter negativo da sublevação – inconfidente é aquele que trai a confiança. Outra versão diz que por inconfidência era termo usado na legislação portuguesa na época colonial e que "entendia-se por inconfidência a quebra da fidelidade devida ao rei, envolvendo, principalmente, os crimes de traição e conspiração contra a Coroa", e, que para julgar estes crimes eram criadas "juntas de inconfidência".
Tiradentes é o Patrono Cívico do Brasil, sendo a data de sua morte, 21 de abril, feriado nacional. E seu nome consta no Livro de Aço do Panteão da Pátria e da Liberdade por ser considerado Herói Nacional.
Fonte

O GURGEL INCONFIDENTE

10/11/2012 - Atualizando...
Já dizia o velho deitado, só existem dois partidos no Brasil: o partido de Tiradentes e o partido do Joaquim (Silvério dos Reis).

T-O-R-T-U-R-A

Por Guillermo, La Aldea Irreductible
Em 18 de julho de 1965, o oficial estadunidense Jeremiah Andrew Denton Jr. participava de uma missão de bombardeio no Vietname quando seu avião foi derrubado. Ele e seu copiloto, Bill Tschudy, foram capturados.
Levados a um campo de prisioneiros de guerra nos arredores de Hanói, passaram a sofrer maus tratos e confinamento.
Em 1966, Denton se viu obrigado a dar uma entrevista para a televisão vietnamita. Foi, então, quando ele, engenhosamente, conseguiu passar aos serviços de inteligência dos Estados Unidos a informação de que ele e outros prisioneiros de guerra estavam sendo submetidos a torturas.
Enquanto respondia as perguntas, Denton, simulando sensibilidade à iluminação, por diversas vezes piscou em Código Morse a palavra T-O-R-T-U-R-E (tortura).
T _
O _ _ _
R . _ .
T _
U . . _
E . 
Transmitida pela televisão estadunidense, em 17 de maio de 1966, a entrevista foi a primeira confirmação de que os prisioneiros de guerra estavam sendo torturados no Vietname.
Aqui temos um vídeo com um trecho da entrevista em que se vê como Denton passou a sua informação:


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A história d'@A história d'@, parte 2Pontos e traços e Como é o símbolo@ no Código Morse?

Comentário
JB Costa
Pena que alguns ainda teimam em analisar o que já é história com a cabeça na contemporaneidade, sem atentar nem respeitar o contexto em que ocorreram os fatos abordados. A distorção por leituras fora das conjunturas afins transformam a narrativa histórica em mera ideologia de quinta categoria.
Por que ao se evocar o martírio desse militar tem que se evocar o que o EUA fizeram, e fazem, em Guatânamo? O que tem uma coisa a ver com a outra? A tortura desde a Declaração Universal dos Direitos do Homem é considerada inaceitável; seja em que situação for.
A guerra do Vietnam foi um produto genuíno da chamada guerra fria, contencioso que pôs à frente os dois sistemas que então tentavam a hegemonia global e que, como o próprio nome indicado, nunca "esquentou" ao ponto dos principais protagonistas - URSS e EUA - medirem forças diretamente. O embate ficou na periferia, seja pelo apoio às guerras de libertação colonial, auxílio militar e econômico a aliados para enfrentar inimigos internos (leia-se comunistas), repressão a movimentos que buscavam distensão do regime soviético (Hungria e Thecoslováquia), incentivo e auxílio a golpes de estado (Brasil, Chile etc), e por aí vai,.
Nesse sentido, esse conflito no sudeste asiático foi mais um cabo de guerra entre as duas potências citadas que, curiosamente, nunca foi oficializado, ou seja, não houve declaração formal de estado de guerra entre os americanos e o norte vietnamitas.
Se o custo humano e ambiental foi terrível para o lado vietnamita (dois milhões de mortos e feridos contra "apenas" cinquenta mil ianques; a quase destruição das florestas do país); se os americanos também torturaram muitas vezes seus inimigos; isso não justifica a crueldade e sadismo com que os prisioneiros americanos foram tratados.
Vamos deplorar, sim, e dar o devido peso em termos de sofrimento por mais essa insanidade humana. Mas os crimes contra a humanidade estão à parte dessas tétricas comparações. Esse é o grande salto qualitativo em termos de evolução do processo civilizatório que emerge das cinzas da segunda guerra mundial: a universalidade e a não relativização dos crimes contra a pessoa humana.

Selecionei o comentário acima, dentre os 32 comentários que os leitores enviaram para o Luis Nassif Online, portal em que esta postagem foi republicada com o título de O soldado que piscou em Código Morse a palavra "tortura".  
O oficial Jeremiah Denton fez carreira na Marinha dos Estados Unidos, até o posto de contra-almirante, e foi também senador pelo Alabama. http://en.wikipedia.org/wiki/Jeremiah_Denton

Esta postagem foi também republicada em 23/10/2012 no Montedo.com.

Da arte de escrever

Graciliano Ramos

(pintor não identificado)
Quem escreve deve ter todo cuidado para a coisa não sair molhada. Quero dizer que da página que foi escrita não deve pingar nenhuma palavra, a não ser as desnecessárias. É como pano lavado que se estira no varal. Naquela maneira como as lavadeiras lá de Alagoas fazem seu ofício.
Elas começam com uma primeira lava. Molham a roupa suja na beira da lagoa ou do riacho, torcem o pano, molham-no novamente, voltam a torcer. Depois colocam o anil, ensaboam e torcem uma, duas vezes. Depois enxáguam, dão mais uma molhada, agora jogando a água com a mão.
Depois batem o pano na laje ou na pedra limpa e dão mais uma torcida e mais outra, torcem até não pingar do pano uma só gota. Somente depois de feito tudo isso é que elas dependuram a roupa lavada na corda ou no varal, para secar.
Pois quem se mete a escrever devia fazer a mesma coisa. A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso, a palavra foi feita para dizer.


Nelson Cunha disse...
Com todo respeito ao mestre Graciliano, a palavra pode funcionar como puro enfeite se for do agrado dela e de quem escreve. A palavra, coitada, tem direito a ser vaidosa. Há palavras lindas, sonoras e que funcionam sozinhas para encantar ou ofender. O Graciliano tem este estilo que bem descreveu: o texto exato, sem penduricalhos.
Outros autores podem usar uma ou outra palavra como puro enfeite, a cereja do bolo, desde que as demais sirvam para fazer o bolo.


18 outubro, 2012

A toalha de mesa de Carlos Magno

Talvez o mais famoso usuário de amianto tenha sido o imperador Carlos Magno. Ele possuía uma toalha de mesa feita com essa substância e gostava de usá-la quando recebia convidados para comes e bebes. Então, ao final da noite, quando a toalha precisava ser limpa, ele a atirava ao fogo. O que acontecia com a toalha deixava os seus convidados impressionados.
Diz-se que Carlos Magno usava do truque para convencê-los de que tinha poderes sobrenaturais.
Outras culturas chegaram a fazer roupas a partir do amianto. Eram consideradas práticas pois podiam ser limpas através do fogo. Colocando-as nas chamas, as pessoas conseguiam retirar suas manchas. O viajante Marco Polo foi mostrado a essas roupas à prova de fogo, vindo com elas a informação de que eram feitas a partir da lã de uma salamandra.
Mas ele era menos crédulo do que os convidados de Carlos Magno.
Nota
Amianto é literalmente tão velho quanto as montanhas. Plínio, o Velho, descrevia-o como sendo um material inextinguível. Daí ter como sinônimo a palavra asbesto (de asbestinon, o que nunca se apaga). Devido a esta e a  outras propriedades físicas tornou-se um mineral muito utilizado em todo o mundo. No entanto, está na gênese de muitas doenças graves como a asbestose, o câncer de pulmão e o mesotelioma maligno. PGCS

Filme "O MÉDICO"

Curta-metragem baseado em uma crônica do livro "O Médico", de Rubem Alves. Nesse texto/filme o seu autor, inspirado no quadro "The Doctor", do pintor Luke Fields, reflete sobre a missão do médico.
O filme é patrocinado pelo Conselho Federal de Mediicna - CFM - sem restrição de cópia e liberado para ampla divulgação.


“Eu amei esse quadro a primeira vez que eu o vi...
Amei a ideia de um homem solitário que luta contra a morte.
Nós amamos o médico não pelo seu saber, não pelo seu poder...
Mas pela certeza que nós temos de que ele estará conosco no nosso desamparo.” (Rubem Alves)

Ver também...
AS MAIS BELAS PINTURAS SOBRE TEMAS MÉDICOS, Joffre M. de Rezende
CRÔNICA: O MÉDICO À PROCURA DO SER HUMANO, Rubem Alves. Postado por Ana Margarida Arruda em seu blog MEMÓRIAS

17 outubro, 2012

Uma invenção social de Edison

Foi Thomas Edison quem popularizou a palavra Hello (Alô, em português).
No início da telefonia, uma linha telefônica tinha de permanecer aberta full time. E o responsável pela chamada precisava de uma forma padronizada de chamar a atenção da outra parte.
Aparentemente, Hello originou-se de Halloo, à época uma forma tradicional de chamar.
E qual devia ser a reação verbal de quem respondia a chamada?
Graham Bell pressionou por Ahoy. Mas Edison, sempre ele, fez valer de novo a palavra Hello.
Em 1880, Hello já estava por toda parte.

Aula de fotografia - 7

PROCURE INOVAR NAS FOTOS DE FAMÍLIA

Stormtroopers

São os soldados de Darth Vader. Foram criados a partir dos clones que participaram da derrubada da República, o que acarretou a formação do Império Galático. São do mal!

16 outubro, 2012

Sexo seguro

Orientações de um advogado sobre sexo seguro
Você se lembra do tempo em que "sexo seguro" significava usar camisinha para evitar doenças sexualmente transmissíveis e gravidez? Esqueça, os bons tempos terminaram. Confira aqui as dicas sobre sexo seguro que todo homem precavido deveria agora observar:
Primeiro, leve a garota a uma emergência hospitalar e solicite um teste de dosagem de álcool e outros entorpecentes, para evitar a acusação de posse sexual mediante fraude. (Art. 215 CP)
Depois, passe com ela em um cartório e exija que ela registre uma declaração de que está praticando sexo consensual, para evitar acusação de estupro. (Art. 213 CP)
Exija também o registro de uma declaração de que ela está praticando sexo casual, para evitar pedido de pensão por rompimento de relação estável. (Lei 9.278, Art. 7)
Em seguida, vá a um laboratório e exija o exame de beta-HCG (gonadotrofina coriônica humana) para ter certeza que você não é o trouxa escolhido para sustentá-la por um filho que não será seu. (Lei 11.804 Art. 6)
No motel ou em casa, use camisinha e nada de "sexo forte" para evitar acusações de violência doméstica e pegar uma Maria da Penha nas costas.
Além disso, você deve paparicá-la, elogiá-la, jamais criticá-la ou reclamar de coisa alguma, aliás, deve ser um perfeito capacho para não causar qualquer "sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral", sem que tenha obviamente os mesmos direitos em contrapartida. (Lei 11.340 Art. 5)
Na saída do motel, leve-a ao Instituto Médico Legal e exija um exame de corpo de delito, com expedição de laudos negativos para lesões corporais (Art. 129 CP) e para a presença de esperma na vagina, a fim de evitar ter que desembolsar nove meses de "bolsa-barriga" caso ela saia dali e engravide de outro. (Lei 11.804 Art. 6)
Finalmente, se houver presença de esperma na vagina da moça, exija imediatamente uma coleta de amostra para futura investigação de paternidade (Lei 1.060 Art. 3 inciso VI) e solicitação de restituição de eventuais pensões alimentícias obtidas mediante ardil ou fraude. (Art. 171 CP)
Tomando estas precauções, você estará apto para fazer "sexo seguro"... se ainda restar alguma excitação!
Antes de transar consulte um advogado.
Fonte: Internet, repassado por Nelson Cunha

Respeitem seus pais

ELES ESTUDARAM...
SEM GOOGLE E SEM WIKIPÉDIA.

EMPREGADORES. Os 10 maiores do mundo

1º. Departamento de Defesa dos EUA
2°. Exército da China
3°. Walmart
4°. McDonald's
5°. Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido
6°. National Petroleum Corporation, China
7°. State Grid Corporation, China
8°. Rede Ferroviária da Índia
9°. Forças Armadas da Índia
10°. Foxconn


Desculpem-me, mas hoje é o Dia do Patrão.


15 outubro, 2012

Apologia de Sócrates

É a versão de Platão de um discurso de Sócrates, no qual este se defende das acusações de "corromper a juventude, não acreditar nos deuses e criar uma nova Deidade".
Síntese
Sócrates começa a sua defesa advertindo que dirá unicamente a verdade e, ao mesmo tempo, afirmando que seus acusadores nada disseram de verdadeiro, embora tenham sido tão convincentes que quase fizeram o próprio Sócrates crer que era culpado pelo que não fez. Demarca-se aqui a contraposição entre a sofística e a filosofia: Sócrates alega que, apesar de não ter a experiência de falar em tribunais e não dominar a retórica própria desse ambiente, pronunciará exclusivamente a verdade, sua preocupação como filósofo; seus denunciadores, ao contrário, não teriam compromisso com ela, mas apenas com a persuasão, com o uso da retórica para obtenção de seus interesses.
O filósofo resgata as acusações que pesam sobre ele, desde as mais antigas, que não faziam parte do processo, mas poderiam influenciar a decisão dos juízes, até as mais recentes e oficiais. As denúncias que pesam contra Sócrates são a de não reconhecer os deuses que o Estado reconhece, de introduzir novos cultos e, também, de corromper a juventude, pelo que receberia pena capital, caso fosse julgado culpado. Essa acusação é assinada por Meleto, que representa os poetas, mas não somente ele; também Ânito, representante dos políticos e artífices, e Licon, ligado aos oradores, tendo os três o mesmo direito de palavra no desenvolvimento do processo.
Em sua defesa, Sócrates, que atesta veementemente sua franqueza, busca um elemento que possa convencer os juízes de sua sabedoria. Menciona que o Oráculo de Delfos afirmou ser ele o homem mais sábio de sua época, pois, ao inquirir os políticos, os poetas e os artífices, todos afirmavam obter a plena sabedoria; e que somente ele, Sócrates, era o verdadeiro sábio, porque tinha a plena noção de sua “douta-ignorância” (“Sei que nada sei”).
Depois de ser julgado, enquanto aguarda a sentença, Sócrates volta à ideia de fazer o que pensa ser justo, mesmo que suas ações o levem à morte. Toma como exemplo Aquiles, que, mesmo sabendo que seu ato iria levá-lo à morte, recusou-se a agir injustamente, vingando a morte de seu grande companheiro Pátroclo.
Ao ser julgado, Sócrates diz não estranhar a decisão, mas sim a razão dos votos contra (230) e a favor (280) da condenação, pois, se apenas 30 juízes da acusação tivessem votado contra, ele teria sido absolvido. Afirma que deveria fazer parte dos célebres que se encontram no Pritaneu e lamenta as leis de Atenas, que lhe concedem pouco tempo para sua defesa, em comparação a outras cidades em que a lei impede que uma pena de morte possa ser ditada em apenas um dia, e que por isso seria impossível se desfazer de tantas acusações em tão pouco tempo. Sócrates declara ter sido condenado pela falta de pudor, mas não pela falta de argumentos e afirma que não se arrepende da sua defesa, pois os que o condenam serão condenados mais tarde.
Àqueles que votaram favoravelmente, diz serem justos como juízes. E pronuncia um discurso elogioso sobre a morte, destacando o desconhecimento que o homem tem de sua real natureza, e elencando as duas hipóteses: a da morte ser um sonho eterno e uma ausência de sentidos ou uma simples passagem para um outro mundo, regozijando-se com ambas.
E termina, afetando a necessidade de encurtar a sua defesa torpe:
"Mas já é hora de nos retirarmos, eu, para morrer, e vocês para viverem. Entre vocês e eu, quem está melhor? Isso é o que ninguém sabe, exceto Zeus"
Pós-Socráticas
Sócrates e Veríssimo, Lar, amargo lar e Sócrates e Platão