Vem debaixo do barro do chão.
De onde é que vêm o xote e o xaxado?
Vêm debaixo do barro do chão."
Recomendo a leitura de um interessante artigo de Daniel Aderaldo, publicado ontem (20/08) no Último Segundo/Ig, que trata de uma polêmica existente entre pesquisadores do Pernambuco e do Ceará a respeito de qual estado foi o berço do forró.
Os cearenses tentam emplacar como primeiro registro fonográfico o "Forró na roça", gravado por Xerêm e Tapuya, em outubro de 1937, pela RCA Victor. Esse disco de cera (há um exemplar no Arquivo do Nirez) seria a prova documental de que, doze anos antes de o pernambucano Luiz Gonzaga entrar em estúdio para gravar o "Forró de Mané Vito", os cearenses já haviam criado o forró.
Mas Xerêm, o autor da música, não era um legítimo forrozeiro. Cedo, ele foi morar em Minas Gerais onde adquiriu novas referências musicais. Virou cantor de moda de viola e formou por lá dupla caipira. O seu "Forró na roça" tem forró apenas no título.
Já Luiz "Lua" Gonzaga criou o baião e, com o seu jeito diferente de tocar sanfona, popularizou o forró em todo o Brasil. E o Ceará tem uma parte dessa glória já que um de seus principais parceiros foi o "doutor do baião" Humberto Teixeira, cearense do Iguatu.
Juntos, eles compuseram: "Asa branca", "Assum preto", "Baião", "Baião de dois", "Estrada de Canindé", "Juazeiro", "Légua tirana", "Lorota boa", "Mangaratiba", "No meu pé de serra", "Paraíba", "Qui nem jiló", "Respeita Januário", "Xanduzinha", entre outras canções. PGCS
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