17 maio, 2025

Atração Fatal

Alex é colega de trabalho do advogado Dan Gallagher (Michael Douglas, quem mais?), um sujeito casado com a simpática Beth (Anne Archer), com quem tem a filha Ellen (Ellen Latzen). Prestes a comprar uma casa nova e pronto pra viver o sonho americano, o homem cai na asneira de ter um caso de uma noite com Alex, num final de semana em que esposa e filha estão viajando. Close está insinuante, com seu olhar sempre ambíguo e enfumaçado e cabelos volumosos, sendo bastante direta em suas intenções. Os dois acabam na cama, se divertem, riem juntos, mas... a vida continua? Não para Alex, que quer mais do que ser amante. Rejeitada, decide transformar a existência de Dan e de sua família num inferno.
Eu volto a dizer que, por mais verossímil que esse roteiro possa eventualmente parecer, hoje em dia ele soa absurdo, misógino, antiquado, equivocado. Foi apenas uma noite, mas Alex, num excesso furioso de carência, se torna o "demônio encarnado". Passa a fazer persistentes ligações para o trabalho de Dan. Visita-o em horários inesperados. Envolve a família, bagunça rotinas. Persegue, ameaça, gera uma grande instabilidade em todos que rodeiam o protagonista - tanto que seu arrependimento, é transmitido no formato de um carinho quase transcendental e extremamente devotado à esposa.
A sequência a seguir ocorre no terço final. A família já se mudou para uma nova e idílica casa, mas a vida já virou de cabeça pra baixo, com Alex não sossegando em sua persistência. Com as ameaças e as tensões crescentes, o trio resolve fazer um passeio para visitar a mãe de Beth. É no retorno para casa que tudo acontece: Ellen vai correndo pelo quintal até gaiolinha onde está - ou deveria estar -, o seu mais novo animalzinho de estimação. Ao mesmo tempo, Beth entra em casa e percebe que algo está, estranhamente, fervendo sobre o fogão (sendo que ninguém estava em casa). Ela abre a panela no mesmo instante em que a menina chega ao local que deveria estar o coelhinho. A trilha sonora sobe, a edição é perfeita. O grito é inevitável. E daí para frente o terror só vai piorar. Na época a cena foi tão marcante que a expressão "bunny boiler" (caldeira de coelho) passou a ser utilizada para definir figuras instáveis emocionalmente, obsessivas, especialmente do ponto de vista dos relacionamentos. Aliás, o termo é utilizado, de forma bem humorada (e machista, diga-se), até hoje, tão marcante que foi o ato.
Sinopse por Picanha Cultural
Videoclip:

A vida real meio que imita a arte
Um homem enfrenta uma sentença de mais de 12 anos de prisão por diversos crimes contra a sua companheira na Espanha.
O agressor é acusado de praticar violência física contra a mulher, ameaçar de morte tanto ela quanto a sogra e o filho pequeno, além de cortar a garganta do coelho de estimação da família. Em um ato perturbador, ele ainda cozinhou o animal e tentou obrigar a família a consumi-lo.
Notícias ao Minuto

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