A identidade sobrevive através da mudança – na verdade… ela sobrevive apenas através da mudança.
~ KA Appiah, Rethinking Identity
Os internautas de Teseu debatem
— Quando cada uma de suas células morre, uma parte de você morre com ela. Quando você é completamente substituído, é uma nova pessoa que pensa que é você em todos os sentidos. Tem todas as suas memórias, todos os seus hábitos, todos os seus pensamentos. Como um clone. Mas o velho você está morto. Se foi. Substituído. Então viva, viva agora, neste momento... antes de você partir também.
— Eu acho que você está errado. Já que se você morresse toda vez que fosse completamente substituído (isso dura cerca de 7 anos), você meio que desmaiaria depois de 7 anos. Então, para provar que você está errado, eu só tenho que ficar consciente por 7 anos.
— Cara, isso me atingiu com força. Nunca pensei tão profundo.
— Eu sempre considerei o software mais importante do que o hardware. Depois de um ponto, o hardware só importa para mim na medida em que ele pode executar bem o software. Eu sou o navio de Teseu, partes de minha mente e do meu corpo foram todas substituídas muitas vezes. Cada célula do meu corpo é uma cópia de uma cópia de uma cópia feita com novos materiais. Mas não sou apenas um computador de carne, sou uma configuração única e em constante mudança de software neurológico, com minhas próprias configurações altamente personalizadas e cache de memória. Se eu pudesse fazer uma cópia, haveria dois de mim, a cópia não teria menos direito de ser eu do que o original. Nós, com o tempo suficiente, provavelmente evoluiríamos para duas pessoas muito diferentes, mas ambos teríamos uma reivindicação igual à mesma identidade-raiz. Na minha experiência, as pessoas que insistem no contrário estão apenas sendo arbitrárias.
— Uma cópia exata teria igual direito à sua identidade-raiz, mas, a partir desse ponto, você e sua duplicata divergiriam, potencialmente, em pessoas substancialmente diferentes devido às experiências divergentes. O software está em constante evolução e a versão 4.0 pode nem se parecer com a versão 8.0.
— Quando eu era criança, decidi que era um buraco de rosca (significando que não sou nada), mas quem sou e o que sou são definidos por coisas que não são eu, assim como um buraco não é nada, mas definido pela rosca que não é o buraco em si. Sim, eu era um garoto estranho. Hoje em dia, penso em mim mais como um padrão de ondas.
— Por que um padrão de ondas?
— Porque não sou feito das mesmas partículas de antes, mas sou uma continuação da ação. Sou um animal com 46 cromossomos que continua replicando o mesmo padrão genético em cada nova célula. O que me faz eu é cada experiência que eu experimento. Eu sou a totalidade da minha própria história. Agora isso não foi difícil. Terminei. Por favor, posso agora ter meu prêmio Nobel de literatura?
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