20 novembro, 2022

Tiro ao Álvaro

1960 "Tiro ao Álvaro" foi composta por Adoniran e seu produtor Oswaldo Moles.

1973 Junto com outras canções de Adoniran, "Tiro ao Álvaro" foi censurada. A Censura expressou-se assim: "Letras com palavras incorretas e que brincam com a oralidade de São Paulo". Para que pussese ser aprovada tinha que virar "Tiro ao Alvo" e as palavras "tauba", "automorve" e "revorve" deveriam ser corrigidas. Adoniran, que fazia os sambas para o povo - e era desse jeito, coloquialmente, que o povo se expressava-, preferiu guardar suas canções a ter de adequá-las.

1978 "Tiro ao Álvaro" voltou à cena. Desta vez, no histórico encontro de Adoniran Barbosa com Elis Regina no Bar da Carmela, no Bixiga, em São Paulo. Adoniran elogiou a cantora, dizendo: "Não é por que o samba é meu mas você canta como eu quero, você leva a sério as coisas e não fica fazendo gracinha, e não tem graça o samba, é um drama, é um drama..."

1990 O grupo Demônios da Garoa grava pela Copacabana "Tiro ao Álvaro" no LP "Esses Divinos Demônios da Garoa".

Transcrito de: "Censura na Música Brasileira", vídeo por Badi Assad, com inclusão de outras fontes.


O Dona Carmela não existe mais. Junto com imóveis vizinhos, foi demolido, cedendo espaço para um grande estacionamento. Pois, então. São Paulo não tem um personagem mais amado, em sua história, do que Adoniran Barbosa. A gaúcha Elis Regina projetou-se, a partir de São Paulo, como a maior cantora brasileira de todos os tempos. O cantinho deles deveria ter sido guardado, como algo quase sagrado, como as fotografias de nossos mais queridos antepassados.

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