10 agosto, 2022

A caridade romana


[imagem] O pobre homem foi condenado a "morrer de fome", por haver roubado uma pequena quantidade de pão no reinado de Luis XIV, na França. A mulher era sua filha, que teve permissão para visitar o pai todos os dias - sem que pudesse levar-lhe alimentos. Como, depois de algumas semanas na prisão, o homem continuava vivo, as autoridades ficaram perplexas e começaram a espioná-la. E, para o espanto geral, surpreenderam a filha amamentando o pai. Os juízes, então, ao perceberem sua compaixão e seu amor filial, não só a perdoaram como também libertaram o pai.

Curiosamente, existem muitas lendas semelhantes. A caridade romana é a história de uma mulher, Pero, que amamenta secretamente seu pai Cimon depois que ele é encarcerado e sentenciado à morte pela fome. Essa história consta do "Nove Livros de Atos Memoráveis e Provérbios dos Antigos Romanos", do historiador Valerius Maximus. Também teve ecos mitológicos na amamentação de Hércules adulto por Juno, e foi um um tema recorrente para pintores (Caravaggio e Rubens, o segundo fez várias versões) e escultores (no campanário de Ghent). E, no final do romance "As Vinhas da Ira" (1939), de John Steinbeck, quando Rosa de Sharon amamenta um homem doente e faminto no canto de um celeiro. PGCS

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