02 março, 2022

A Caverna de Platão

A famosa "Alegoria da Caverna" de Platão, encontrada no livro VII de sua "República", é uma história clássica que prova sua relevância hoje na forma como as pessoas percebem as informações e como agem sobre as informações que contradizem sua percepção da realidade. O que a história (simplificada) nos conta:
Há vários prisioneiros que estão em uma caverna escura desde o nascimento, desprovidos da luz do mundo exterior. Esses prisioneiros são amarrados pelos pés, mãos e pescoço, de modo que só podem olhar para a parede de pedra à sua frente. Atrás deles está um fogo, a única fonte de luz em seu mundo. Em frente ao fogo há uma passarela elevada por onde outras pessoas caminham carregando objetos e estátuas que projetam sombras na parede de pedra em frente aos prisioneiros. Tendo estado na caverna desde o nascimento e sem nenhum conhecimento do mundo exterior, os prisioneiros tratam as sombras na parede da caverna como sua realidade - seu mundo "real". Eventualmente, um dos prisioneiros é libertado de suas algemas e é obrigado a se virar e olhar para o fogo e os objetos que projetam as sombras. O prisioneiro recém-libertado fica desorientado pela luz forte do fogo e reluta em acreditar no que está vendo. O liberto é informado de que as coisas que ele vê são mais "verdadeiras" do que as sombras na caverna. Ele é então arrastado da caverna para o mundo real e fica temporariamente cego pelo forte brilho do sol - a fonte de luz no mundo além da caverna. Contudo, seus olhos se ajustam e ele começa a ver a realidade do mundo que antes desconhecia. Com as formas dos objetos sendo iluminadas pela luz do mundo, ele vê "a verdade de tudo".. Então, ele retorna à caverna e explica a seus ex-companheiros que a realidade deles, na verdade, não é "real". Os prisioneiros o tratam como louco, alegando que o que ele está dizendo é um disparate. Além disso, o liberto se vê incapaz de identificar as sombras que antes contemplava como prisioneiro, levando os prisioneiros a desacreditar ainda mais em seu testemunho. Presos no conforto de sua ignorância, os prisioneiros juram matar qualquer um que tente libertá-los de sua "realidade" na escuridão.


Platão a Sócrates: "Ultimamente, passo mais tempo na caverna do que na academia."

A Academia de Platão

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