"As ciências e as artes têm muito a dizer umas às outras."~ Alan Lightman
Sobrecarregado de trabalho e fervilhando de ideias, o jovem Einstein adormece em sua mesa de escritório de patentes, em uma série de noites naquela primavera fértil de 1905, para sonhar com mundos em que cada época funciona de maneira diferente. Cada uma indica uma manifestação particular de nossa ansiedade pelo tempo, aquela ansiedade definidora de nossas vidas - cada uma uma tapeçaria particular de nossas esperanças, medos e outros voos da única realidade que temos e do único lugar que realmente habitamos: o presente. Esse é o predicado do romance esguio e poético de 1992, "Einstein's Dreams" ("Sonhos de Einstein"), do físico Alan Lightman - um livro sobre o tempo e os truques que usamos para suportar nossa transitoriedade.
"Muito tempo atrás, antes do Grande Relógio, o tempo era medido por mudanças nos corpos celestes: a lenta varredura das estrelas no céu noturno, o arco do sol e a variação da luz, o aumento e a diminuição da lua, marés, estações. O tempo era medido também pelos batimentos cardíacos, pelos ritmos da sonolência e do sono, pela recorrência da fome, pelos ciclos menstruais das mulheres, pela duração da solidão. Então, em uma pequena cidade na Itália, o primeiro relógio mecânico foi construído. As pessoas ficaram fascinadas. Mais tarde, eles ficaram horrorizados. Aqui estava uma invenção humana que quantificou a passagem do tempo, que estabeleceu régua e compasso para a extensão do desejo, que mediu exatamente os momentos de uma vida. Era mágico, era insuportável, estava fora da lei natural. No entanto, o relógio não pode ser ignorado. Teria que ser adorado. O inventor foi persuadido a construir o Grande Relógio. Posteriormente, ele foi morto e todos os outros relógios foram destruídos. Então as peregrinações começaram."Einstein's-dreams do físico Alan Lightman, The Marginalian
Science and art merge in 'Einstein's Dreams' (imagem)
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