Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema. Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira.
O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado. Mais rápida que a corça selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas do Ipu, onde campeava sua guerreira tribo, da grande nação tabajara.
Iracema
Adoniran Barbosa (no vídeo - c/ Elis)
Iracema, eu nunca mais eu te vi / Iracema, meu grande amor foi embora / Chorei, eu chorei de dor porquê / Iracema, meu grande amor foi você.
Aquarela brasileira
Caminhando ainda um pouco mais / Deparei com lindos coqueirais / Estava no Ceará, terra de Irapuã / De Iracema e Tupã.
Tropicália
Caetano Veloso
Viva Iracema-ma-ma / Viva Ipanema-ma-ma-ma-ma / Viva Iracema-ma-ma / Viva Ipanema-ma-ma-ma-ma.
Iracema voou
Chico Buarque
Iracema voou / Para a América / Leva roupa de lã / E anda lépida / Vê um filme de quando em vez / Não domina o idioma inglês.
Há nessa canção algo sobre a identidade pois a heroína está construindo uma nova personalidade. Ela deseja se diluir completamente no novo país que escolheu, abandonar sua cultura e adotar a do novo país, esquecer tudo o que foi e começar vida nova. Iracema quer até mesmo se tornar esse próprio país, país altaneiro que para se nomear, tomou posse do nome do continente. E essa relação especular tão alienadora é colocada através dos dois nomes próprios da canção: «Iracema» é o anagrama de «América». Bem, Chico não é chegado apenas a palíndromos.
Iracema, a virgem dos lábios de mel
samba-enredo do G.R.E.S. Beija-Flor de Nilópolis (1917)
A jandaia cantou no alto da palmeira / O nome de Iracema / Lábios de mel / Riso mais doce que o jati.
Iraci (bônus)
Carlos Gonzaga
Ô, Iraci, ai como eu amo a ti / Sem ti não sei viver / Mas que coisa louca é amar alguém.
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