As relíquias podem provir do corpo de uma pessoa sagrada ou de seus pertences. Ontem como hoje, são objetos de veneração para os devotos de um santo.
Entre os séculos IX e XII, a prática de furtá-las colocou um mosteiro contra outro na competição por fragmentos de santos famosos. As relíquias ofereciam proteção na forma de milagres, mas isso não era tudo: uma relíquia bem acreditada poderia colocar uma cidade no mapa, trazendo peregrinos, dinheiro e prestígio para o lugar.
Sendo assim, muitos clérigos participaram da tradição do furto de relíquias, por vezes utilizando-se de medidas drásticas apenas para garantir uma relíquia.
Consideremos o caso de Sainte-Foy (em latim; Sancta Fides; em português: Santa Fé). O monge que trouxe suas relíquias para Conques, uma comuna francesa, ficou disfarçado por dez anos no mosteiro de Agen, antes de aproveitar a chance de fugir com o crânio de Sainte-Foy.
Além do misterioso Duesdona, suspeita-se da atuação de traficantes profissionais de relíquias entre aqueles que invadiram as catacumbas romanas em busca dos despojos de santos mártires. Era um bom negócio: o corpo de um único santo podia ser dividido em muitas relíquias vendáveis. Os teólogos sustentavam que "o todo estava em cada parte", significando que o santo estava igualmente presente em cada fragmento de seu corpo, por menor que fosse.
Fontes
http://www.neatorama.com/2020/04/28/When-Monks-Became-Relic-Thieves/
http://daily.jstor.org/when-monks-went-undercover-to-steal-relics/
http://www.jstor.org/stable/20463605
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