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29 fevereiro, 2016

A Era do Wi-Fi - 4

O único lugar onde o wi-fi do vizinho funciona nesta casa:


1, 2 e 3 desta série.

Poetas bissextos

No prefácio de sua "Antologia dos poetas brasileiros bissextos contemporâneos" (Zélio Valverde, 1946), Manuel Bandeira aconselha-nos a não procurar a expressão "poeta bissexto" em dicionários. Depois, define como bissexto "aquele em cuja vida o poema acontece como o dia 29 de fevereiro do ano civil". [1] Ou seja, aquele que faz poesia só de vez em quando.
Vinicius de Moraes exemplificou:
"Bissexto é um Pedro Dantas cujo poema "A cachorra" [2] passou a ser uma obra-prima da literatura brasileira. O mesmo se pode dizer de "O defunto" [3] de Pedro Nava, uma das peças mais belas e mais sinistras da nossa poesia. Bissexto é um Aníbal Machado, escritor esporádico, em quem o verso é uma espécie de estado de graça que assoma entre largos períodos de sombra; um Dante Milano, notável pela unidade da sua forma poética, de grande pureza; um Joaquim Cardoso, cuja produção se recusa à intimidade dos que lhe são mais chegados, tão íntima quer ser; um José Auto, poeta que se tem dez poemas, terá muito, mas em quem a poesia é uma fatalidade de condição. Bons poetas que futuramente figurarão, estou certo, ao lado da melhor poesia brasileira." [4]
Antes de se dedicar ao gênero memorialístico, Pedro Nava era conhecido como "poeta bissexto", ou seja, aquele que faz poesia só de vez em quando. Seus primeiros poemas surgiram ainda na década de 20, quando Nava fazia parte do grupo que introduziu o modernismo em Minas Gerais. Esse grupo era formado, em sua maioria, por rapazes que estudavam em Belo Horizonte e que se tornariam nomes fundamentais para a política e a cultura brasileiras: Drummond, Emílio Moura, João Alphonsus, Milton Campos, Abgar Renault, Cyro dos Anjos, dentre outros.[5]
Da produção esporádica, porém vigorosa, de Pedro Nava seu melhor momento é considerado o poema "O defunto", que prenuncia as atitudes do autor em relação à morte.
Meus amigos, tenham pena,
Senão do morto, ao menos
Dos dois sapatos do morto!
Dos seus incríveis, patéticos
Sapatos pretos de verniz.
Olhem bem estes sapatos,
E olhai os vossos também.
A "Antologia..." organizada por Bandeira reúne várias obras de poetas bissextos. Não deixa de ser uma curiosidade uma passada de olhos no índice onde encontramos nomes que não suporíamos ligados à produção poética, ainda que de quando em quando. Para se ter ideia fazem parte da relação: Aurélio Buarque de Holanda (mais tarde o "Aurélio" que conhecemos pelo seu dicionário), o pintor Di Cavalcanti, Gilberto Freyre, autor de “Casa Grande e Senzala”, Euclides da Cunha, autor de "Os sertões", o cronista Rubem Braga e muitos outros.
Referências
[1] http://www.ayrtonmarcondes.com.br/blog/?tag=antologia-de-poetas-brasileiros-bissextos-contemporaneos
[2] http://www.antoniomiranda.com.br/Iberoamerica/brasil/pedro_dantas.html
[3] http://www.antoniomiranda.com.br/Iberoamerica/brasil/pedro_nava.html
[4] http://www.gazetadopovo.com.br/caderno-g/colunistas/wilson-martins/poeta-bissexto-a0s2i4drbesopd7u483xqsh1q
[5] http://revistacult.uol.com.br/home/2010/03/o-poeta-bissexto/

N. do E.
Paula Nei (1858–1897) – Nascido em Aracati-CE, não escreveu nem dez poemas, não deixou livro publicado, mas sabia da importância de juntar-se aos bons. Em sua boemia literária no Rio de Janeiro, Paula Nei costumava dividir a mesa com Aluízio Azevedo, Coelho Neto, Olavo Bilac e outros. O poeta fez duas "sacadas" geniais: a expressão "Fortaleza, a loura desposada do Sol", que figura no soneto que escreveu para a cidade, e a frase "pelo Brasil, eu morro; pelo Ceará, eu mato", que citava como prova de seu amor à terra natal. Virou nome de rua na Aldeota, em Fortaleza. Mereceu.
In: Para que serve o secretário de um poeta?

Rodapost
Os anos e dias bissextos são comumente associados a imagens de sapos ou rãs saltando. O doodle do Google neste 29 de fevereiro vem com três coelhinhos. Dois estão deitados, o “28″, referindo-se a 28 de fevereiro, e o “1″, de 1 de março. Do lado de fora, o “29″, que pula no meio dos dois “coleguinhas” e se espreme ali entre eles, representando o 29 de fevereiro.


28 fevereiro, 2016

O nono planeta

Cientistas planetários dos EUA anunciaram que podem ter encontrado o nono planeta.
O que eles já sabem: o planeta possui um diâmetro de 25.700 km; está em média 20 vezes mais distante do Sol do que Netuno; o planeta percorre uma órbita com a duração estimada entre 10.000 e 20.000 anos.
O que ainda não sabem: onde está.

Universe Today
É como diagnosticar uma gravidez sem saber cadê a mãe.

Um homem, 90 instrumentos

Joe Penna abandonou o curso de medicina no Brasil para ser um youtuber. Seu canal de vídeos é o Mystery Guitar Man, no qual há 3 milhões de inscritos.
Ele esteve no Musical Instrument Museum (MIM), em Phoenix, para tocar alguns dos mais de 6.000 instrumentos que fazem parte do acervo do museu, O MIM coleciona instrumentos musicais oriundos de cerca de 200 países do mundo.
Nesta performance, o brasileiro utilizou-se de 90 instrumentos, inclusive uma mandíbula de iaque.
Curiosidade
Uma nota pitoresca na apresentação de "Disparada", de Geraldo Vandré e Theo de Barros, no II Festival de MPB da Rede Record (1966), foi a utilização de uma queixada de burro como instrumento de percussão. A novidade, descoberta pelo percussionista Airto Moreira numa loja em Santo André, emprestou maior rusticidade ao acompanhamento, além de evocar uma visão forte da seca.



+ Joe Penna
As bodas de Fígaro e Bohemian Rhapsody

27 fevereiro, 2016

Água fóbica

Depois de décadas e décadas de estudos profundos, desde que tomava banho de coité e lata d'água de querosene, nos quase banheiros das casa em que vivi na infância, e estando, portanto, bem fundamentado em minhas pesquisas balneares, cheguei à conclusão de que o problema da água de banho ter aversão ao ralo é um problema psiquiátrico e não de arquitetura ou engenharia. Talvez uma equipe multidisciplinar, com uma junção de arquitetos, engenheiros e analistas de Bagé, consiga resolver o problema.


Isto porque, em quase todos os banheiros que conheço, com raras exceções, água e ralo se repelem como água e óleo. Então, deve ser um problema grave de imenso pavor que a água tem por alguns ralos de banheiro. Em suma, é realmente uma questão de fobia e somente pode ter solução no ramo da psiquiatria.
Em um que conheci recentemente, o problema é tão sério que não adiantava empurrar a água com um rodo imenso. Ela sempre corria e se escondia em algum canto do banheiro. Creio até tê-la visto tremular de pavor.
Fernando Gurgel

Uma gota esgotada, por exceção.

A competição de arremesso de atum


Na foto acima: Jackie Hockaday, que ganhou o concurso de 2014 arremessando um atum de 9 quilos.
Todos os anos, a cidade costeira de Port Lincoln, na Austrália, realiza uma competição de arremesso de atum como parte de um festival temático. Port Lincoln é um importante centro de pesca do atum. Muitos anos atrás, quando os homens queriam ser transportadores de peixes nas docas, eles tinham que demonstrar sua capacidade para o emprego lançando um peixe a uma grande distância.
Essa façanha prática de força é agora um esporte popular. Fisicamente, assemelha-se ao esporte olímpico do arremesso de martelo.

A competição de arremesso de anão

26 fevereiro, 2016

Albert, o cão cientista

Em uma série de vídeos, o cão labrador Albert mostra seu conhecimento científico avançado para comer guloseimas que foram trancadas por seres humanos em diferentes recipientes.
Nesta experiência, ele tenta chegar a uma sopa de galinha colocada em um recipiente cilíndrico. Sua língua não consegue alcançar a sopa. Então, Albert coloca umas bolas no recipiente. E as bolas elevam o nível do líquido, de acordo com o famoso princípio de Arquimedes de Siracusa, possibilitando-lhe tomar a sopa.
Cãociente Consciente da importância de "dar uma canja" para o público, Albert publica os vídeos de suas experiências científicas em seu site DogScientist.com.



Segundo o dicionário Oxford, um cientista é "uma pessoa que estuda ou tem conhecimento especializado de uma ou mais ciências naturais ou físicas". Esses indivíduos tendem a apresentar as seguintes características:
Inteligência - Eles têm a aptidão para aprender coisas novas e aplicar suas habilidades para responder perguntas. Grandes cientistas são capazes de ver o mundo, de uma maneira que poucas pessoas veem, e também de fazer perguntas que ninguém nunca tinha pensado antes em perguntar. Albert Einstein, por exemplo, questionou como espaço e tempo estariam relacionados e descreveu essa relação através da sua teoria da relatividade.
Curiosidade - Eles são curiosos sobre o mundo. Charles Darwin passou 5 anos no HMS Beagle, detalhando as maravilhas do mundo natural e especulando a respeito de como elas poderiam ter surgido.
Persistência - Mantendo-se em um problema, eles não desistem. Marie Curie processou ​​toneladas de uraninita para isolar o rádio.
Mente lógica - Eles podem formular modelos do mundo que lhes permitam não apenas explicar as coisas, mas prevê-las. Os meteorologistas podem prever o tempo com base em modelos complexos e nos dados atuais do tempo. Newton foi capaz de formular suas equações para as leis do movimento, que nos permitem prever como os objetos se movem e como calcular o tempo que uma uma maçã leva para cair sobre a cabeça de alguém.
Albert

O mundo virado de cabeça para baixo

O cavalo selando o cavaleiro, o pato assando o churrasqueiro, o peixe fisgando o pescador, o rato perseguindo o gato. Etc.
Isto não é arte pós-moderna, foi a resposta dos gravuristas ingleses às reviravoltas do século XVII.


Gravuras (como esta) circularam pela Europa na segunda metade do século XVII, contemporâneas da revolução burguesa na Inglaterra. Os historiadores da arte têm relacionado estas peças com a crise secular de desarticulação da sociedade feudal pelo capitalismo. Datam desta época as primeiras leis contra as formas de vida não relacionadas com o trabalho assalariado: a vadiagem, o furto, o latrocínio, a mendigagem, o ciganismo, a quiromancia e os artistas populares – época de grandes mudanças.
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Se botões-de-ouro zumbissem atrás de abelhas
Se barcos ficassem em terra firme, igrejas no mar
Se potros montassem homens e a grama comesse as vacas,
E gatos fossem escorraçados para buracos pelo rato,
Se as mamães vendessem seus bebês aos ciganos por metade de uma coroa
Verão fosse primavera e vice-versa.
Então todo mundo estaria de cabeça para baixo.
(cantiga popular do século XVIII)

Bah! Caroço

25 fevereiro, 2016

A Interpretação de Copenhague da Ética

A Interpretação de Copenhague da Mecânica Quântica diz que, partículas que estão a girar, ao mesmo tempo, em sentidos horário e anti-horário, num determinado ponto da observação, este se torna um ou outro. A teoria afirma que o simples ato de observar a realidade pode fundamentalmente mudá-la.
A Interpretação de Copenhague da Ética diz que, ao observar ou interagir de alguma forma com um problema, você pode ser responsabilizado por isso. No mínimo, você é o culpado por não dar continuidade à observação. Mesmo se você não piorar o problema, mesmo se você torná-lo um pouco melhor a carga ética do problema recai sobre você, logo que você passa a observá-lo. Em particular, se você interagir com um problema e se beneficiar dele, você é um monstro completo.
Eu não concordo com essa escola de pensamento, mas parece bastante popular.
Em 2010, Nova Iorque escolheu aleatoriamente os sem-tetos que participariam do seu programa Homebase, monitorando aqueles que não foram autorizados a entrar no programa como um grupo-controle. O programa estava ajudando tantas pessoas quanto podia fazê-lo, a única diferença foi rotular explicitamente as pessoas que não estava ajudando como um grupo-controle.
A reação?
"Eles deviam imediatamente parar com esta experiência", disse o subprefeito do distrito de Manhattan, Scott M. Stringer. "A cidade não deve transformar em cobaias os seus mais vulneráveis."

Fonte: blog.jaibot.com

A voz de hélio em animais

Embora um considerável corpo de trabalhos acadêmicos tenha examinado os efeitos da respiração de hélio sobre a emissão da voz humana [1] [2], os seres humanos não são, de nenhuma maneira, os únicos animais que já foram investigados a esse respeito.
Improbable Research apresenta uma lista (não exaustiva) de exemplos de outras criaturas (aves, rãs, morcegos, golfinhos e macacos) que gritaram, guincharam e até mesmo cantaram em soprano sob a influência do hélio.
O dono da voz
A foto mostra Sir William Ramsay (1852-1916), o químico escocês que recebeu o Prêmio Nobel de Química, em 1904, "em reconhecimento de seus trabalhos (juntamente com seu colaborador, Lord Rayleigh) na descoberta dos elementos gasosos inertes no ar". Quanto a Rayleigh, também recebeu o Prêmio Nobel de Física, no mesmo ano, pela descoberta do argônio. Depois que eles identificaram o argônio, Ramsay passou a investigar outros gases atmosféricos. Seu trabalho em isolar argônio, hélio, neônio, criptônio e xenônio levou ao desenvolvimento de uma nova seção da tabela periódica.

24 fevereiro, 2016

A função criadora da crítica

"A necessidade do espírito de análise e de crítica está, portanto, presente em nós, que formamos as gerações de uma “época” e que temos uma missão a cumprir e a realizar. Esta crítica que se exerce como uma tarefa e como um destino nada tem de destruidora e de negativa. Ela forma alicerces e levanta muros para futuras construções. Exerce-se num domínio realístico, e, ao mesmo tempo, objetivo. Conformista, porém, é que ela não pode ser. O ato de tudo aceitar, como o ato de tudo negar, não é um ato de crítica. É um ato de positiva ou negativa apologia, e só. O ato da crítica é aquele que completa, que retifica, que amplia. O que abre perspectivas, o que desdobra situações. O crítico que se cinge ao círculo do que ele critica está esterilizado pelo seu próprio assunto e não merece esse nome. Quando se exige de um crítico que seja também um criador, esta exigência não significa que lhe estejam a pedir que componha poemas e romances. Dentro da mais pura e mais estrita atividade crítica existe uma função criadora. A criação do crítico lhe vem da possibilidade de levantar, ao lado ou além das obras dos outros, ideias novas, direções insuspeitadas, novos elementos literários e estéticos, sugestões de bom gosto, sistematizações, esquematizações, quadros de valores. Crítica num tríplice aspecto: interpretação, sugestão, julgamento." ~ Antonio Houaiss, em seu discurso de posse na Academia Brasileira de Letras

+ Houaiss em ordem alfabética
CiganoPalavronas

Em jogo de sapo...

Em 1981, a SEGA criou o videogame Frogger em parceria com a Konami,.
O jogo era bastante simples. Com o tempo limitado, o jogador devia controlar um sapo atravessando uma estrada movimentada e um rio cheio de obstáculos até chegar a seu refúgio. A cada cinco travessias bem sucedidas o jogo progredia para uma nova fase de crescente dificuldade.
Tentando jogar um versão real desse jogo, um homem de 23 anos residente em Clemson, na Carolina do Sul, não foi feliz.
Segundo a polícia, ele estava jogando o Frogger com amigos e se envolveu em uma discussão. Então, gritou "go" e saiu correndo para uma estrada de quatro pistas onde foi atropelado.
A fase seguinte do jogo foi no hospital.

Alguns riscos associados a videogames
Em tela |  Casar é jogar |  Wiiite

Importante
Videogames não tornam as crianças violentas. Proibi-las de jogar, sim.

23 fevereiro, 2016

O estresse do marido

Uma mulher acompanha o marido no consultório médico. Depois, de examiná-lo, o médico chama a esposa reservadamente e diz:
- Seu marido está com um estresse profundo. A situação é delicada, e se a senhora não seguir as instruções que vou lhe passar,o seu marido certamente vai morrer. São apenas 10 instruções que salvarão a vida dele:
1) Toda manhã prepare para ele um café reforçado.
2) Sempre o receba feliz.
3) Nunca o incomode.
4) Faça sexo com ele no mínimo três vezes por semana.
5) Não o atrapalhe quando ele estiver vendo futebol.
6) E se pedir cerveja leve-a bem gelada.
7) Não o aborreça com problemas do universo feminino.
8) Deixe-o chegar no horário que desejar.
9) Nunca questione onde estava.
10) Esteja pronta para fazer o que ele quiser.
No caminho de casa, o marido pergunta o que foi que o médico disse, e ela responde:
- Ele disse que você vai morrer...
(anedota enviada por Fernando Gurgel)

Novo e austero estilo de vida | Estresse e gravidade | Como funciona a sala da raiva

Vontade

Stephane Moussin

Vontade de ir a Paris
igual ao ano passado.
Ano passado também não fui
mas tive vontade.

O rosto de Paris

Divertindo-se pra cachorro

Esta é Bolinha, una vira-lata que vive em uma favela do Rio de Janeiro. Ela apareceu na favela Kelson's, na Penha, há cerca de um ano e é uma boa companheira. Brinca ativamente com as crianças da comunidade. Recentemente, as crianças lhe deram a ponta de uma corda de pular, e ela logo aprendeu como participar da brincadeira.

22 fevereiro, 2016

Os seres humanos são como lâmpadas

É a tese que o Prof. Peter Hoffman defende em seu livro Life's Ratchet: How Molecular Machines Extract Order from Chaos.
Nela, ele diz que os seres humanos normalmente comem cerca de 2.500 calorias por dia.
Professor Hoffman, que é um físico, passa a fazer alguns cálculos rápidos. Se uma caloria de comida é igual a 4.184 joules de energia, 2.500 calorias então correspondem a 10.460.000 joules. Parece muito, não? Mas, se você dividir esses joules pelo número de segundos de um dia (86.400), em que 1 joule por segundo = 1 watt, encontrará o valor aproximado de 120 watts por dia.
Em outras palavras, isso é tudo de que eu preciso preciso para sonhar, acordar, tomar banho, vestir-me, ir ao trabalho, andar até um restaurante, pedir uma salada etc. Posso ligar todos os meus trilhões de células com a mesma energia com que acendo uma lâmpada de 120 watts.

Gente é para brilhar

Das vantagens de ser bobo

por Clarice Lispector
O bobo, por não se ocupar com ambições, tem tempo para ver, ouvir e tocar o mundo. O bobo é capaz de ficar sentado quase sem se mexer por duas horas. Se perguntado por que não faz alguma coisa, responde: "Estou fazendo. Estou pensando."
Ser bobo às vezes oferece um mundo de saída porque os espertos só se lembram de sair por meio da esperteza, e o bobo tem originalidade, espontaneamente lhe vem a idéia.
O bobo tem oportunidade de ver coisas que os espertos não vêem. Os espertos estão sempre tão atentos às espertezas alheias que se descontraem diante dos bobos, e estes os vêem como simples pessoas humanas. O bobo ganha utilidade e sabedoria para viver. O bobo nunca parece ter tido vez. No entanto, muitas vezes, o bobo é um Dostoievski.
Há desvantagem, obviamente. Uma boba, por exemplo, confiou na palavra de um desconhecido para a compra de um ar refrigerado de segunda mão: ele disse que o aparelho era novo, praticamente sem uso porque se mudara para a Gávea onde é fresco. Vai a boba e compra o aparelho sem vê-lo sequer. Resultado: não funciona. Chamado um técnico, a opinião deste era de que o aparelho estava tão estragado que o conserto seria caríssimo: mais valia comprar outro. Mas, em contrapartida, a vantagem de ser bobo é ter boa-fé, não desconfiar, e portanto estar tranquilo. Enquanto o esperto não dorme à noite com medo de ser ludibriado. O esperto vence com úlcera no estômago. O bobo não percebe que venceu.
Aviso: não confundir bobos com burros. Desvantagem: pode receber uma punhalada de quem menos espera. É uma das tristezas que o bobo não prevê. César terminou dizendo a célebre frase: "Até tu, Brutus?"
Bobo não reclama. Em compensação, como exclama!
Os bobos, com todas as suas palhaçadas, devem estar todos no céu. Se Cristo tivesse sido esperto não teria morrido na cruz.
O bobo é sempre tão simpático que há espertos que se fazem passar por bobos. Ser bobo é uma criatividade e, como toda criação, é difícil. Por isso é que os espertos não conseguem passar por bobos. Os espertos ganham dos outros. Em compensação os bobos ganham a vida. Bem-aventurados os bobos porque sabem sem que ninguém desconfie. Aliás não se importam que saibam que eles sabem.
Há lugares que facilitam mais as pessoas serem bobas (não confundir bobo com burro, com tolo, com fútil). Minas Gerais, por exemplo, facilita ser bobo. Ah, quantos perdem por não nascer em Minas!
Bobo é Chagall, que põe vaca no espaço, voando por cima das casas. É quase impossível evitar excesso de amor que o bobo provoca. É que só o bobo é capaz de excesso de amor. E só o amor faz o bobo.

"A vaca vermelha", de Marc Chagall

21 fevereiro, 2016

O Paradoxo de Fermi

Onde estão todos os alienígenas?
Se há tantas estrelas e planetas na galáxia e tantas galáxias no universo, por que nós ainda não encontramos sinais de vida em algum deles? Esse é o Paradoxo de Fermi. Há várias razões possíveis por que ainda não encontramos a vida extraterrestre e, como Kurz Gesagt nos explica, algumas são bastante assustadoras.


Senta e kika

Não tenho nada contra nenhum tipo de música, seja lá qual for ou que letra tenha. E quando digo "nada" é nada mesmo.
Faço apenas uma restrição: EU, somente EU, escolho o tipo de música que quero ouvir. Os outros podem ouvir o que quiserem. Não concordo é que tenham de obrigar todo mundo num raio de cem quilômetros a ouvir junto com eles.
Entretanto, em alguns lugares não temos escolha e somos obrigados a tentar desviar a atenção do que nos fere os ouvidos, conversando ou nos distraindo com coisas que consideramos mais úteis ou agradáveis.
Mas, principalmente em barracas de praia, a altura do som é diretamente proporcional à qualidade da letra/música. Então, se nas barracas - principalmente nas praias baianas - o som já incomoda pelas letras apelativas, chorosas e/ou violentas, ainda aparecem indivíduos que conseguem piorar, e muito, aquilo que já está insuportável.
Não sei quem meteu na cabeça vazia dessas pessoas que o universo inteiro está ali apenas para ouvir seus "cem mil auto falantes" com um barulho de deixar surdos ensurdecidos e atordoados com tanta asneira.
E, repito, a altura do som é SEMPRE diretamente proporcional à qualidade da letra/música. Quanto pior achamos mais alto é o som.
Aí, é um tal de "senta, senta, senta" ou "eu vou sentar e vou kikar" ou "ganhei uma galhada". É daí para pior.
Eu, particularmente, fico emocionado com tanta inspiração. É de deixar cair as lágrimas devagarinho de tanta e pura emoção. [hehehehe]
Fernando Gurgel Filho

O símbolo da paz

Nesta data, em 21 de fevereiro de 1958, o projeto do símbolo de paz, encomendado pela Campanha Britânica para o Desarmamento Nuclear, foi concluído.


As três linhas dentro do círculo representam as letras iniciais de "Desarmamento Nuclear" no semáforo de bandeiras (flag semaphore). Este semáforo é o sistema utilizado por sinaleiros para enviar informações a grandes distâncias como, por exemplo, de um navio para outro.
O "D" é formado por uma pessoa segurando uma bandeira para cima e outra para baixo.

"D"
O "N" é formado por uma pessoa segurando uma bandeira em cada mão, apontando-a para o chão em um ângulo de 45 graus.
"N"

20 fevereiro, 2016

Legado

Carlos Drummond de Andrade

Que lembrança darei ao país que me deu
tudo que lembro e sei, tudo quanto senti?
Na noite do sem fim, breve o tempo esqueceu
minha incerta medalha, e a meu nome se ri.

E mereço esperar mais do que os outros, eu?
Tu não me enganas, mundo, e não te engano a ti.
Esses monstros atuais, não os cativa Orfeu,
a vagar, taciturno, entre o talvez e o se.

Não deixarei de mim nenhum canto radioso,
uma voz matinal palpitando na bruma
e que arranque de alguém seu mais secreto espinho.

De tudo quanto foi meu passo caprichoso
na vida, restará, pois o resto se esfuma,
uma pedra que havia em meio do caminho.

Bônus
No último verso deste soneto, "Legado", Drummond faz uma referência a outro poema também seu, "No meio do caminho". Leia "No meio do caminho" aqui, traduzido para o latim  ("Media in via") e para o inglês ("In the middle of the road").

A origem do atual esquema de cores para os semáforos

Este esquema de cores deriva de um sistema utilizado nas ferrovias inglesas a partir da década de 1830. Naquela época, as companhias ferroviárias adotaram um sistema de cores iluminadas que, representando ações diferentes, indicava aos condutores de trem quando deveriam parar ou ir adiante.
Escolheram o vermelho como a cor em que deviam parar porque o vermelho, por séculos, vinha sendo usado para indicar perigo. Para as outras ações, escolheram o branco como a cor para ir e o verde como a cor para esperar.
A escolha da cor branca para ir acabou por causar uma série de problemas. Como um incidente, em 1914, causado por uma lente vermelha que, ao cair de sua posição, deixou a luz branca atrás dela exposta. Disso resultando que um trem se chocasse com outro.
Então, a ferrovia decidiu que, daí em diante, a luz verde passaria a significar ir. A luz vermelha continuaria sinalizando como anteriormente. E, para a advertência, foi escolhida a luz amarela, principalmente por ser uma cor bem distinta das outras duas cores.

Posts com semáforos
Novo design, Um semáforo químicoSemáforos turísticos e, latu sensu, o slideshow SINAIS DE TRÂNSITO ALTERNATIVOS

Umberto Eco (1932–2016)

Morreu na noite de ontem (19) o escritor, semiólogo e filólogo italiano Umberto Eco, de 84 anos.
Segundo sua família, o falecimento ocorreu às 22h30 (horário local), em Milão, na própria residência do intelectual.
Eco nasceu em Alessandria, no Piemonte, em 5 de janeiro de 1932, e entre os seus maiores sucessos literários estão "O nome da rosa", de 1980, e "O pêndulo de Foucault", de 1988. Sua última obra, "Número zero", foi publicada no ano passado e fala sobre a redação imaginária de um jornal, com fortes referências à história política, jornalística e judiciária da Itália.
Além de romances de destaque internacional, o escritor também é autor de numerosos ensaios de semiótica, estética medieval, linguística e filosofia. Em 1988, fundou o Departamento de Comunicação da Universidade de San Marino. Desde 2008, era professor emérito e presidente da Escola Superior de Estudos Humanísticos da Universidade de Bolonha.

24/02/2016 - Atualizando ...
Umberto Eco, O Fascismo Eterno, in: Cinco Escritos Morais,
Tradução: Eliana Aguiar, Editora Record, Rio de Janeiro, 2002.
[...] O termo "fascismo" adapta-se a tudo porque é possível eliminar de um regime fascista um ou mais aspectos, e ele continuará sempre a ser reconhecido como fascista. Tirem do fascismo o imperialismo e teremos Franco ou Salazar; tirem o colonialismo e teremos o fascismo balcânico. Acrescentem ao fascismo italiano um anticapitalismo radical (que nunca fascinou Mussolini) e teremos Ezra Pound. Acrescentem o culto da mitologia céltica e o misticismo do Graal (completamente estranho ao fascismo oficial) e teremos um dos mais respeitados gurus fascistas, Julios Evola.
A despeito dessa confusão, considero possível indicar uma lista de características típicas daquilo que eu gostaria de chamar de "Ur-Fascismo", ou "fascismo eterno". Tais características não podem ser reunidas em um sistema; muitas se contradizem entre si e são típicas de outras formas de despotismo ou fanatismo. Mas é suficiente que uma delas se apresente para fazer com que se forme uma nebulosa fascista. [...]
Extraído de: Ur-Fascismo, o texto histórico de Umberto Eco traduzido para o português, in: Pragmatismo Político. Enviado por Fernando Gurgel Filho.

19 fevereiro, 2016

Física Quântica e Cinema

Nós já vimos buracos de minhoca (wormholes), buracos negros ("Interstellar"), inteligência artificial ("Ex Machina", "AI") e mais de trocentos filmes de viagem no tempo, Por isso, pergunto: ainda há qualquer assunto de ciência que você gostaria de ver abordado no cinema?
O astrofísico Neil deGrasse Tyson respondeu:
Ótima pergunta.
As leis da Física Quântica quase nunca são abordadas no cinema. Compreensivelmente. Primeiro de tudo, elas são realmente estranhas. E só se aplicam se você é uma partícula.
Mas imagine se as leis da Física Quântica se manifestassem em nós.
Ocasionalmente, você iria desaparecer e reaparecer em outro lugar. Ou você iria se tornar uma onda, mudar para outro lugar como uma onda e depois reaparecer como uma partícula.
A ação da luz faria alguém desaparecer num lugar para reaparecer noutro.
Isto tudo é realmente muito estranho.
Oh! E, na Física Quântica, há um fenômeno chamado "tunelamento" em que você, estando junto de uma montanha, pode ir instantaneamente para o outro lado, sem subir nem descer por ela.

Quadrilha

Glossário
RT; retweet
DM: direct message
Stalkear: perseguir


18 fevereiro, 2016

Quem quer saber agora de petróleo?

Atrevo-me a profetizar que, no futuro, os cartuchos de tinta estarão entre as coisas mais caras e inacessíveis. Poderá inclusive a humanidade sucumbir numa guerra dos pigmentos. ~ Dr. Carta Pácio (alter ego do controlador deste blogue), em Dr. Carta Pácio e suas meias palavras

A timidez do dossel

O dossel florestal é o estrato superior das florestas. Situa-se, nas florestas tropicais, entre 30 a 60 metros de altura e. ao que tudo indica, ele guarda as maiores biodiversidades do planeta,
Devido à dificuldade de acesso e de observação, é um ambiente ainda pouco conhecido.
A partir da década de 1980, biólogos e ecólogos, interessados em realizar pesquisas neste campo, passaram a adaptar técnicas de escalada utilizadas em alpinismo para a ascensão às copas das árvores. Essa técnica é conhecida como arvorismo.
A timidez do dossel (crown shyness, em inglês) é um fenômeno observado em algumas espécies de árvores. Acontece quando copas de árvores vizinhas de altura semelhante não se tocam, mas ficam separadas por espaços, o que forma bordas persistentes, visíveis a partir do solo, em torno das copas individuais. O fenômeno é mais prevalente entre as árvores da mesma espécie, mas pode também ocorrer entre árvores de espécies diferentes.

Crown shiness, The Presurfer
Discutida na literatura científica desde 1920, a timidez do dossel ainda não é bem explicada. Uma teoria sugere que os espaços entre as copas são resultantes das colisões entre os ramos balançados por ventos e tempestades. Mas não há escoriações que evidenciem esses contatos. Outra teoria, porém, sugere que as pontas em crescimento das árvores parem de crescer ao se aproximarem de folhagens adjacentes por serem mais sensíveis a níveis da luz.
De qualquer modo, este fenômeno deve contribuir para que as larvas de insetos se espalhem menos entre as árvores.

17 fevereiro, 2016

1% versus 99%

2016: o ano em que a riqueza da Big House igualou à riqueza das Slave Quarters.


Ocupe Wall Street
"... o primeiro sinal do inconformismo com a desigualdade entre os americanos veio do movimento 'Ocupe Wall Street', com seu célebre bordão 'Nós, os 99%'." - Paulo Nogueira, DCM

A ilusão da maioria nas redes sociais

Cientistas descobrem como as redes sociais podem criar a ilusão de que algo é comum quando é realmente raro
Lerman e colaboradores descobriram um fenômeno que eles chamam de ilusão da maioria. É o fenômeno pelo qual um indivíduo observa um comportamento ou um atributo na maioria de seus amigos, mesmo que seja raro na rede como um todo.
Eles ilustram essa ilusão com um exemplo teórico: um conjunto de 14 pontos ligados para formar uma pequena rede mundial, assim como uma rede social real (ver imagem abaixo). Eles, então, coloriram três desses pontos e contaram quantos dos restantes se ligavam a eles em uma única etapa.

Duas versões desta configuração são mostradas acima. No exemplo da esquerda, os pontos não-coloridos veem mais da metade de seus vizinhos como coloridos. No exemplo da direita, isto não é verdadeiro para qualquer dos pontos não-coloridos.
Mas aqui está a coisa: a estrutura da rede é a mesma em ambos os casos. A única coisa que muda é a distribuição dos pontos coloridos.
Esta é a maioria a ilusão: a impressão local de que um atributo específico é comum quando a verdade global é completamente diferente.
A razão não é difícil de ver. A ilusão da maioria ocorre quando os pontos mais populares são os coloridos. Porque, com suas ligações para um maior número de outros pontos, eles distorcem a visão geral. É por isso que esta ilusão está tão intimamente ligada ao paradoxo da amizade.

http://www.technologyreview.com/view/538866/the-social-network-illusion-that-tricks-your-mind/

16 fevereiro, 2016

Prenda-me se for audaz


Sinopse
Produção brasileira de 2016. MC Dapeste (Capo DiTutti Caprio) já foi rato de praia, descuidista e batedor de carteiras, antes de ser um colarinho-sujo de destaque. Mestre na arte de subtrair pertences, ele se aproveita dessa incomparável habilidade para praticar arrastões individuais, o que faz dele o mais bem-sucedido larápio do circuito Barra-Ondina. No fuzuê de um carnaval em Salvador, MC Dapeste arranca uma fita do Senhor do Bonfim do punho de um indefeso folião e sai capando o gato no meio da multidão. Achou que iria passar barroto. Mas, em seu encalço, parte a própria vítima, o pugilista Popó (Acelino Freitas). Orientando-se pelos gritos de "pega ladrão", gritados pelo próprio ladrão para confundir, Popó localiza e encurrala o mão-leve ao lado do camarote da Daniela Mercury. Dá-lhe alguns golpes abaixo da linha de cintura, a fim de deixá-lo bem amaciado para a polícia baiana, e recupera a fita do Senhor do Bonfim. Findo o filme, o dinheiro dos ingressos será devolvido. Porque, vejam vocês, uma sessão que mal começa e acaba, evidentemente se trata de um roubo.

ADOROSINOPSE
[I] [II] [III] [IV]

Ensaio para uma morte


Em 1940, pouco antes do lançamento do filme "They Knew What They Want" (no Brasil: "Não Cobiçarás a Mulher Alheia"), o agente de imprensa da atriz Carole Lombard, Russell Birdwell, procurou o cineasta para tratar do esquema de publicidade. Carole voaria para a estreia do filme em Nova Iorque, mas iria providenciar para que o avião descesse no percurso e a atriz fosse dada como desaparecida por 12 horas.
"Naquelas 12 horas, pessoal, vamos estar na primeira página de todos os jornais nos Estados Unidos da América", disse Birdwell. "Não só o nome de Carole Lombard, mas o nome do filme e o do cinema em que o filme vai estrear. E como você gostaria de pagar a fatura para esse tipo de publicidade?"
Birdwell planejou ainda que, eventualmente, Carole e o piloto poderiam vaguear numa floresta. Quando encontrados, explicariam que os motores e o rádio do avião haviam entrado em pane.
Em seu livro de memórias "Hollywood", de 1967, o cineasta Garson Kanin lembra que, naquela  reunião, Carole começou a esbofetear-se na coxa, gritando: "Eu vou morrer! Eu vou morrer! Não é alguma coisa? Eu vou morrer!"
O plano de Birdwell foi considerado seriamente, porém cancelado devido ao custo estimado. Dois anos mais tarde, Carole morreu em um acidente de avião em Nevada. "Eu podia ouvir a voz de Carole, o som de sua mão batendo na coxa, e sua voz gritando alegremente: "Eu vou morrer! Eu vou morrer!", escreveu Kanin. "Lembrei-me da ideia do falso acidente para a publicidade, de Russell Birdwell. E de que eu dessa vez estivesse diante de uma versão adiada do seu esquema. Não, Carole Lombard não podia estar morta aos 35 anos. Mas estava."

Rehearsal, Futility Closet

15 fevereiro, 2016

Na fila de um site exclusivo

O site mais exclusivo da internet deve ser o MostExclusiveWebsite.com. Num dado momento, apenas uma pessoa encontra-se online com a página.
Há uma fila de espera (como no "Outback") para poder entrar, e o tempo de acesso dura míseros seis segundos.
Peguei o ticket #393329. Nem toda fila é de pobre, notadamente esta que anda rápido.

+ FILAS

O submarino afundado pelo WC de alta tecnologia


Pelos padrões da Segunda Guerra Mundial, o submarino alemão tipo VIIC era um caçador avançado dos mares. Mas um navio submarino de sua classe, o azarado U-1206, afundou durante sua viagem inaugural de combate, depois que seu comandante usou o vaso sanitário high-tech da embarcação de forma inadequada.
Sim, isso realmente aconteceu, e foi uma consequência inesperada e trágica de um problema real de engenharia naval.
Por anos. engenheiros alemães estiveram ocupados desenvolvendo o que eles pensavam ser a próxima geração de submarinos. Enquanto os submarinos aliados canalizavam seus esgotos para fossas sépticas da embarcação, os submarinos alemães tentavam economizar um precioso espaço a bordo, descarregando os resíduos diretamente no mar.
No entanto, o sistema alemão só funcionava quando o submarino estava perto da superfície, onde a pressão da água era baixa. Só podemos imaginar as condições desagradáveis ​​para a tripulação quando esse tipo de embarcação tinha de ficar submerso por períodos prolongados.
Em 1945, a tecnologia do vaso sanitário havia amadurecido. Mentes superiores da Alemanha já produziam um vaso sanitário de alta pressão para águas profundas, que liberava os dejetos quando a embarcação estava profundamente submersa.
Esse tipo de lavabo, porém, era extremamente complicado. Primeiro, ele dirigia os dejetos humanos, através de uma série de câmaras, para uma câmara pressurizada. A engenhoca, em seguida, liberava a carga no mar a ar comprimido, como uma espécie de torpedo cocô.
Um especialista em cada submarino recebeu treinamento sobre os procedimentos operacionais para usá-lo adequadamente. Havia uma ordem exata de abertura e fechamento das válvulas para garantir que o sistema fluísse na direção correta.
Conheça agora U-1206 e seu orgulhoso comandante de 27 anos de idade, Karl-Adolf Schlitt. Em 14 de abril de 1945, Schlitt e seu submarino estavam há oito dias em sua primeira patrulha de combate na guerra. O submarino espreitava a 200 pés abaixo da superfície do Mar do Norte, quando Schlitt decidiu que ele mesmo ia manusear os equipamentos do banheiro.
Mas Schlitt não fora treinado como especialista de higiene. E teve de chamar um engenheiro para ajudá-lo, o qual, por sua vez, virou uma válvula errada e, acidentalmente, desencadeou uma torrente de águas residuais e água do mar de volta para o submarino.
A situação saiu do controle rapidamente. O líquido desagradável preencheu o compartimento do banheiro e começou a fluir para baixo, inundando as baterias gigantes do submarino – localizadas diretamente abaixo do banheiro – que, por sua vez, reagiram quimicamente e começaram a produzir o gás cloro.
Com o gás venenoso a espalhar-se pelo submarino, Schlitt freneticamente ordenou que o barco subisse à superfície. A tripulação esvaziou os tanques de lastro e disparou os torpedos em um esforço para melhorar a flutuabilidade da embarcação inundada.
De alguma forma, ficou pior ainda quando o submarino chegou à superfície. "Neste momento, aviões britânicos nos descobriram", escreveu Schlitt em seu relatório.
Depois de sofrer os fortes danos de um ataque aéreo, a única opção era ordenar os marinheiros que abandonassem o submarino e o afundassem.
"A tripulação chegou à costa escocesa em botes de borracha," acrescentou Schlitt. "Na tentativa de abordar a costa íngreme com o mar bravio, três tripulantes morreram tragicamente. Vários homens foram resgatados por um veleiro britânico. Os mortos eram Hans Berkhauer, Karl Koren e Emil Kupper ".
Schlitt sobreviveu à guerra e morreu em 2009. E os restos do U-1206 permanecem no fundo do Mar do Norte desde aquele dia.

The High-Tech Toilet That Sank a Submarine, por Elliot Carter. In: War is Boring
Yonatan Zunger, comentário no Google+

14 fevereiro, 2016

A fera de Macabu e a Teoria do Domínio do Fato

por Joaquim Dantas
A última sentença de morte oficial do Brasil foi dada
ao fazendeiro Manoel da Motta Coqueiro,em 1855. Ele 

foi enforcado em Macaé, no Rio de Janeiro.
[...] Caso semelhante à Teoria do Domínio de Fato, aconteceu há dois séculos e ficou conhecido como "a fera de Macabu", que até hoje é considerado o mais trágico erro judiciário da História do Brasil, ao contar o drama pessoal de Manoel da Motta Coqueiro, o homem inocente cuja condenação à morte acabou com a pena de morte no Brasil.
Meados do século XIX: o norte da província do Rio de Janeiro se esmera em criar uma atmosfera digna da Corte para receber o imperador Pedro II. A aristocracia rural tem completo controle político da região em torno de Campos dos Goytacazes, estratégica por ser, ao mesmo tempo, potência agrícola e porto ilegal de escravos; nela, conquistar um pedaço de terra e fazê-lo prosperar é uma tarefa épica. Quando o imperador Pedro II visita a região, em 1847, o fazendeiro Manoel da Motta Coqueiro e sua mulher Úrsula das Virgens Cabral são convidados para as cerimônias em sua homenagem e o conhecem.
Cinco anos depois um crime brutal abala Macabu e revolta as cidades vizinhas. Uma família de oito colonos é assassinada em uma das cinco propriedades de Coqueiro e Úrsula das Virgens. Todos os indícios apontam para o fazendeiro; as autoridades policiais locais, seus adversários políticos, imediatamente o acusam do crime.
Era um momento de grandes decisões nacionais: o Brasil acabara com o tráfico de escravos, aprovara a primeira lei empresarial do país e promulgara a primeira lei de terras, extinguindo o sistema de sesmarias.
A imprensa acompanha as investigações com estardalhaço e empresta a Coqueiro um apelido incriminador - é a Fera de Macabu. A principal testemunha contra o fazendeiro é escrava Balbina, a líder espiritual dos escravos na senzala da Fazenda Bananal, sob cujo catre foram encontradas as roupas ensanguentadas dos mortos. Em vez de acusada, Balbina é promovida a principal testemunha de acusação, a despeito de a lei proibir que escravos deponham contra seu senhor.
Vítima de uma conspiração armada por seus adversários, Coqueiro é julgado duas vezes de forma parcial e condenado à morte. Logo a condenação é ratificada pelos tribunais superiores, e D. Pedro II nega-lhe a graça imperial. Pela primeira vez no Brasil um homem rico e com destacada posição social vai subir à forca.
No dia 6 de março de 1855 Coqueiro é enforcado em Macaé. Na véspera do enforcamento recebe em sua cela um padre, a quem confessa sua inocência e revela o nome do verdadeiro mandante do crime de Macabu, que ele conhecia, mas prometera nunca revelar de público.
No patíbulo, Coqueiro jura inocência e roga uma maldição sobre a cidade que o enforcava: viveria cem anos de atraso. A maldição se cumprirá com rigorosa precisão.
Pouco tempo depois do enforcamento descobre-se que o fazendeiro tinha sido a inocente vítima de um terrível erro judiciário. Abalado, o imperador Pedro II, um humanista em formação, começa a responder favoravelmente a todas as petições de graça que lhe são encaminhadas, primeiro apenas aos homens livres, depois aos alforriados e, por último, aos escravos.
Não revelarei aqui quem foi o verdadeiro autor do crime para aguçar a curiosidade dos que desejarem ler o livro "A Fera de Macabu", do jornalista Carlos Marchi, que utiliza ferramentas de repórter para reconstituir todo o teatro do drama. Rastreia vestígios da vida de Coqueiro em documentos primários, obtidos nos arquivos oficiais e nas paróquias e cartórios do norte fluminense. [...]

Lá vem o sol


Fatos sobre os girassóis
Os girassóis, em toda a sua glória e esplendor coloridos, compõem uma paisagem belíssima de se ver. Mas, em sua natureza, há mais do que apenas sua beleza exterior. Estas plantas polivalentes dão origem a lanches saudáveis, óleo comestível, biodiesel, ornamentação de ambientes, farelos para a nutrição animal e sementes para pássaros.
Deixe seu jardim do conhecimento florescer com os fatos seguintes sobre o Helianthus annuus.
  1. Como as batatas, os tomates e o milho, estas plantas não se originaram na Europa. Elas foram cultivadas na América do Norte, já em 3000 a.C., e desde então desenvolvidas para serem alimentos, remédios, corante e óleo. Em seguida, elas foram exportadas para o resto do mundo pelos conquistadores espanhóis, por volta de 1500.
  2. O czar Pedro, o Grande, ficou tão fascinado por estas "flores ensolaradas" (que ele viu na Holanda) que levou algumas para a Rússia. Neste país, tornaram-se populares assim que as pessoas descobriram que o óleo da semente de girassol, ao contrário de outros óleos, não era proibido de ser consumido durante a Quaresma pela Igreja Ortodoxa Russa. Por volta do século 19, o país estava plantando dois milhões de acres de girassóis a cada ano.
  3. Imigrantes russos para os Estados Unidos, no século 19, trouxeram de volta sementes de girassol – que produziam flores maiores–, o que provocou um interesse renovado pela planta nativa americana. Mais tarde, a produção de girassol explodiu nos EUA, quando agricultores do Missouri começaram a produzir óleo de girassol e quando o Canadá, em 1946, criou a máquina de esmagamento de sementes.
  4. Os girassóis exibem um comportamento chamado heliotropismo. Os botões florais e as jovens flores ficam viradas para o leste de manhã e seguem a trajetória do sol durante o dia. Contudo, quando as flores ficam mais pesadas, na fase de produção de sementes, e suas hastes apresentam-se endurecidas, elas em geral permanecem voltadas para o leste.
  5. As flores não só "olham" para o sol, elas precisam muito dele. Elas crescem melhor com cerca de seis a oito horas diárias de exposição à luz solar. E podem crescer até cerca de 5 metros, embora muitas variedades tenham sido desenvolvidas para diferentes alturas. Flores plantadas muito próximas não competem entre si quanto ao potencial de florescimento.
  6. No verão de 2014, o veterano Hans-Peter Schiffer entrou para o Guinness World Records,  pelo terceiro ano consecutivo, com um girassol que mediu 9,17 metros. A brigada de incêndio local emprestou um andaime para ajudar na medição desse girassol
  7. Cada "cabeça" de girassol é constituída de milhares de minúsculas flores. As pétalas, que vemos na parte exterior, não têm papel na reprodução. É nas florzinhas do disco central, onde as sementes se desenvolvem, que estão os órgãos sexuais masculinos e femininos da planta, e cada florzinha produz uma semente. Eles podem se auto-polinizarem ou serem fecundadas pelo pólen transportado pelo vento ou pelos insetos.
Confira este vídeo time-lapse de girassóis crescendo, a partir de sementes, no interior de uma residência.



Fonte: Mental Floss e outros sítios

Florilégio
Uma flor de casa |  Os girassóis de van Gogh |  Sobre funerais

13 fevereiro, 2016

Uma linha de montagem

Pode ser entendida como uma forma de montagem, onde um trabalhador, com a ajuda de uma  máquina especializada em uma função específica e repetitiva, chega a um produto final em série.
Abaixo, eis o conceito de uma linha de montagem aplicada a rabos-de-cavalo.

Bits and Pieces para ver ampliada

Rabo-de-cavalo, Por um rabo-de-cavalo e Matuitando - 2

Vexame: EUA em 182º lugar

Como cidadãos americanos temos a sorte de viver em um país do Primeiro Mundo. Temos fartura, riqueza e um dos mais altos padrões de vida do mundo. É por isso que é absolutamente inaceitável que os Estados Unidos da América estejam classificados em 182º lugar em ordem alfabética.
Simplificando, é embaraçoso. Em uma lista de 195 países, os Estados Unidos estão à frente apenas de 13, e devíamos ter vergonha disso.
Se países como a Venezuela e o Zimbábue estão abaixo dos Estados Unidos, por outro lado a lista de países que ultrapassaram o nosso país em ordem alfabética é um escândalo. A França está à nossa frente. o Brasil está à frente de nós. Isso é para lá de chocante. E o que mais está em ordem alfabética à frente de nós? O Laos. a Ucrânia e até mesmo a Síria, um país envolvido em guerra civil há quase quatro anos.


É hora de darmos atenção a este país para tirá-lo do desonroso 182º lugar a que chegou. Há um monte de trabalho duro a ser feito, e a hora é agora! Escrevam para seus congressistas e exijam que eles façam algo a respeito da nossa deplorável situação no ranking. Se não por nossa causa, então que seja para o bem das gerações futuras.

Blog EM sugere a adoção do triplo A, mudando o nome do país para AAA United States of America.

12 fevereiro, 2016

Cebola cortada - 2

A cebola, que tem sido usada como uma metáfora para a vida (porque se descasca chorando), está em via de perder seu antigo atributo.

Tradução: PGCS

Cebola cortada - 1

Vídeo
7 Modos de Cortar uma Cebola

EM VIAS DE ou EM VIA DE?
Português na Rede

Defendendo Darwin

por James J. Krupa, professor de Biologia da Universidade de Kentucky, EUA
Nós vivemos em uma nação onde a aceitação pública da evolução das espécies é a segunda mais baixa de 34 países desenvolvidos, apenas à frente da Turquia. Cerca de metade dos americanos rejeitam algum aspecto da evolução, acreditam que a Terra tem menos de 10.000 anos de idade e que os seres humanos conviveram com os dinossauros. Onde eu moro, muitos acreditam que a evolução seja sinônimo de ateísmo, e há aqueles que consideram que estou ensinando heresia para milhares de estudantes. Um pastor local, que eu nunca conheci, escreveu um artigo no Christian University reclamando que eu estava a ensinar, como um não-cristão, uma religião alternativa.
Há alunos que se matriculam em meus cursos já aceitando a evolução. Embora ainda não estejam particularmente bem informados sobre o assunto, eles estão ansiosos para saber mais. Há  os estudantes, cujas mentes já estão lacradas para a possibilidade de existir a evolução, mas que assistem as minhas aulas para cumprir uma exigência da faculdade. E há os alunos que ainda não têm opinião mas que, de uma forma ou de outra, são mentes abertas. Estes são os alunos que eu espero convencer apresentando as evidências sobre a evolução.
Alguns alunos se ofendem com muita facilidade. Durante uma palestra, um estudante fez uma pergunta que eu já ouvi muitas vezes: "Se nós evoluímos dos macacos, por que ainda há macacos?" Minha resposta foi e é sempre a mesma: Não evoluímos dos macacos. Os humanos e os macacos evoluíram a partir de um ancestral comum. Uma população ancestral evoluiu em uma direção para os macacos modernos, enquanto outra evoluiu para os seres humanos. Essa explicação funciona para a maioria dos estudantes, mas não para todos. Naquela ocasião, eu tentei outra. Argumentando o seguinte: os católicos são a mais antiga denominação cristã e, se os protestantes evoluiram dos católicos, por que ainda há católicos? Alguns alunos riram, alguns acharam que era um exemplo esclarecedor, e outros ficaram claramente ofendidos. Dois dias depois, um estudante caminhou até o púlpito depois da aula e me informou que eu estava errado sobre os católicos. Ele disse que os batistas foram os primeiros cristãos, o que é claramente mostrado na Bíblia. Eu lhe perguntei em que parte da Bíblia lera isso. Ele olhou para mim e disse: "João Batista, dã-ã!" E se retirou.
Para compreender verdadeiramente a evolução, você primeiro deve entender a ciência. Infelizmente, uma das palavras mais mal utilizadas hoje é também uma das mais importantes para a ciência: teoria . Muitos veem incorretamente a teoria como o oposto do fato. A Academia Nacional de Ciências fornece definições concisas para estas palavras críticas: O fato é uma explicação científica que foi testada e confirmada tantas vezes que já não há uma razão convincente para que continue sendo testada. Já a teoria é uma explicação detalhada de alguns aspectos da natureza, que é apoiada por um vasto conjunto de provas que geram predições testáveis ​​e falseáveis.
Na ciência, algo tanto pode ser fato quanto teoria. Sabemos da existência de patógenos, é um fato, e a teoria dos germes fornece explicações testáveis ​​sobre a natureza da doença. Sabemos da existência de células, é um fato, e a teoria celular fornece explicações testáveis ​​de como as células funcionam. Da mesma forma, sabemos que a evolução é um fato e que as teoria da evolução explica os padrões e mecanismos biológicos. O falecido Stephen Jay Gould disse-o ainda melhor:
"A evolução é uma teoria. É também um fato. E fatos e teorias são coisas diferentes, mas não degraus de uma hierarquia para aumentar a segurança. Fatos são dados do mundo. Teorias são estruturas de idéias que explicam e interpretam os fatos."
Ler mais.

Slideshows: TRIBUTO A CHARLES DARWIN e ENSINEM A CONTROVÉRSIA!

11 fevereiro, 2016

Mangueira, Chico e Bethânia

Usando uma camiseta com o rosto de Maria Bethânia, Chico compareceu  na quadra da Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira, na noite de um dos últimos ensaios da Verde-e-Rosa para o Carnaval.

Imagem; ofuxico
A Mangueira foi campeã do Grupo Especial de Escolas de Samba do Carnaval do Rio de Janeiro nos anos: 1932, 1933, 1934,1940, 1949, 1950, 1954, 1960, 1961, 1967, 1968, 1973, 1984, 1986, 1987, 1998 (com o enredo Chico Buarque da Mangueira), 2002 e 2016 (com o enredo Maria Bethânia: a menina dos olhos de Oyá).
Total: 18 títulos

Não esqueça a homenagem a Braguinha! - Oscar García C.

OK, Oscar.
Complementando a lista com os nomes de outras personalidades do mundo da arte e da cultura brasileiras que também foram homenageadas pela Mangueira em seus desfiles vitoriosos:
O mundo encantado de Monteiro Lobato, em 1967
Yes, nós temos Braguinha, em 1984
Caymmi mostra ao mundo o que a Bahia e a Mangueira têm, 1986
O reino das palavras: Carlos Drummond de Andrade, em 1987.

Sou baiana e sempre simpatizei com a Mangueira. Ela é a escola detentora do maior número de títulos? Quais as três que mais venceram? - Patrícia

Resposta: Portela (21x), Mangueira (18x) e Beija-Flor (13x).

Valeu! Mangueira encostando... :) - Patrícia

Saudações.
Na verdade a Mangueira está com seu 19º título neste ano.
Em 1984, na inauguração do Sambódromo, houve um julgamento de dois dias. Um no domingo e outro na segunda-feira, sendo que a Portela ganhou no primeiro dia e a Mangueira, no segundo dia. Depois, houve um desfile de desempate das seis primeiras colocadas e a Mangueira saiu-se vitoriosa. A Portela ganhou um titulo naquele ano, e a Mangueira, sagrando-se super-campeã, ganhou os dois títulos, Assim, a Portela conta seus 21 títulos e a Mangueira, seus 19 títulos. - Kevin Max

Fé cega, faca amolada

Com a ajuda deste braço motorizado, você consegue destacar a porção exata de papel higiênico de que vai precisar.
O motor elétrico gira o rolo de papel para desenrolar a porção exata. Um braço motorizado com um cutelo se movimenta e faz o corte.
E se você quiser construir um você mesmo, tem um tutorial.



Assista ao vídeo e entre neste fórum de discussão - 40 metros de perguntas
O robô é o braço armado do inventor?
O cão agora vai parar de desenrolar o papel higiênico?
A máquina é sempre tão precisa (como você vê no vídeo) e não oferece risco de decapitar um ente querido?
Os odores do toalete não interferem com o desempenho da máquina?
Alfredo é um bom nome para o robô?
Não há conflito de interesse entre o robô e rolo picotado?
http://www.metafilter.com/145068/Useless-Toilet-Paper-Machine c/ tutorial

Slideshows
PAPEL HIGIÊNICO 1 e 2

A floração sincronizada dos bambus

Bambusoides phyllostachys, uma espécie de bambu com um ciclo de floração de 120 anos.
Foto de Emmanuel Lattes, Alamy
Há uma espécie de bambu que floresce uma só vez, em toda parte do mundo, precisamente a cada 120 anos. Ela floresceu no final dos anos 1960, pela última vez. Há registros históricos de suas florações regulares que remontam ao ano 999.
Outra espécie floresce precisamente a cada 32 anos; e outra, a cada 60 anos.
Como isso acontece?
Um grupo de biólogos computacionais fez a análise e parece ter encontrado por que esses padrões regulares são observados nas três espécies. A floração sincronizada vem de uma necessidade de cada espécie se defender contra os comedores de sementes (ratos, porcos, pássaros e outros animais) . Se não houver um número suficiente de plantas florescendo ao mesmo tempo, e um generoso número de sementes sendo produzidas, provavelmente todas elas serão comidas pelos animais, e a espécie desaparecerá.
Ao longo do tempo, as espécies de maior sucesso adotaram períodos que são múltiplos de números inteiros pequenos – como 32 (= 2 * 2 * 2 * 2 * 2), 60 (= 2 * 2 * 3 * 5), e 120 (= 2 * 2 * 2 * 3 * 5).

Carl Zimmer, em seu artigo Bamboo Mathematician, publicado na National Geographic, dá detalhes sobre o fenômeno.

O bambu chinês

10 fevereiro, 2016

O vidro de urânio

É o vidro que tem urânio em sua composição (geralmente na forma de óxido de uranato), por ter sido esta substância adicionada ao vidro antes do processo de fusão. A proporção varia de níveis vestigiais a cerca de 2% do peso em urânio, embora algumas peças tenham sido confeccionadas com até 25% de urânio.
Com o vidro de urânio já foram feitos principalmente artigos de mesa (imagem), mas esse tipo de vidro saiu de uso quando a disponibilidade de urânio para a maioria das indústrias foi reduzida durante a Guerra Fria, na décadas de 1940 a 1990.
A produção atual de vidro de urânio é destinada somente a pequenos objetos como bolas de gude.
A cor normal do vidro de urânio varia de amarelo a verde, dependendo do estado de oxidação e da concentração dos íons do metal, embora isto possa ser alterado pela adição de corantes de vidro . O vidro de urânio também brilha sob a luz ultravioleta e pode ser registrado acima da radiação de fundo por um contador Geiger suficientemente sensível.
As peças de vidro de urânio são consideradas inofensivas por serem apenas levemente radioativas.

Uranium glass, Wikipedia

Um voo de precisão

Paul Bonhomme e Steve Jones redefinem  o que é um voo de precisão atravessando um hangar, em formação fechada, a um metro de altura e a 300 quilômetros por hora, com as pontas de seus aviões Xtreme Air XA41 quase se tocando.



Não tentem fazer isso em casa.

09 fevereiro, 2016

O buscador dos Simpsons

Das profundezas da internet chega esta espécie de «Google dos Simpsons» chamado Frinkiac.
No total, o buscador armazena cerca de três milhões de fotogramas de todas as temporadas destes populares personagens, adequadamente associados com palavras descritivas que possibilitam a busca por texto: nomes de personagens, frases, objetos e outros termos.
Por exemplo: d'oh.


O Frinkiac funciona também como um gerador de meme.

Na Boa

Yasmin Brunet defende a existência das sereias:
"A gente só conhece 10% do nosso mar"
(de uma entrevista que a atriz e modelo concedeu, no camarote da Boa, a Anahi Martinho, enviada especial da "Folha de SP" ao Carnaval do Rio).

"Faiz centido"
Fico a imaginar se o cineasta James Cameron, que, em 2012, desceu sozinho ao fundo da Fossa das Marianas num batiscafo, não se anima agora a contar o que viu por lá.

A surdez temporária dos argonautas

08 fevereiro, 2016

A lição de uma lição de sabedoria

Dizem que certa vez o mestre Yan Hui, já velho, viu um dos seus discípulos atirando uns manuscritos para alimentar uns porcos. Perguntado por que ele fazia isso, o discípulo respondeu que aqueles papéis eram inúteis, porque o que estava escrito neles era um disparate. "Nada é completamente inútil", disse o professor. E dobrou os papéis, colocando-os sob um dos pés de uma mesa que mancava.
Lao Tse, "Provérbios".
Lao Tse
Em seu blog "La lista de la vergüenza", Fernando Frías deu este exemplo para provar como é fácil e divertido inventar uma lição de sabedoria oriental. Porque nem Yan Hui tornou-se um velho mestre (aparentemente ele morreu muito jovem), nem Lao Tse escreveu tal coisa, nem o desenho retrata Lao Tse. O desenho mostra o Dr. Ming, do "chá chinês" de emagrecimento. Que, aliás, nem é doutor Ming nem é chinês.

Do trocadilho ao "não confunda..."


O TROCADILHO, segundo Millôr
http://blogdopg.blogspot.com.br/2015/11/o-trocadilho-segundo-millor.html
Não tenho preconceito contra trocadilhos. Aliás, considero-os uma das fórmulas consagradas para se fazer humor. Nem Cristo os dispensou: "Pedro, tu és pedra etc e tal". In: Unidos pelo trocadilho
Paulo Gurgel, no Portal Luís Nassif 

Comentários
Não tem nada mais infame que o trocadilho. Quando a Veterana Caldense perdia, o pessoal de Poços falava na "decaldense" do time.
Lembrem-se daquela série: não confunda....
Crepúsculos dos Deuses com....
Se lembrarem de outras, mandem bala.
Luis Nassif

Da série NÃO CONFUNDA
http://blogdopg.blogspot.com.br/2014/05/nao-confunda.html
Paulo Gurgel

Recentemente, surgiram os trocadilhos verbivocovisuais, como diriam os poetas concretos. Aliás, o trocadilho pode ser "infame", ou "a forma mais baixa de humor" (discordo), mas é a base da poesia: a semelhança sonora entre palavras diferentes, a paranomásia (o nome chique de trocadilho). Seguem exemplos dos trocadilhos verbivocovisuais.
Jair Fonseca

Ótimos, Jair Fonseca!
Aqui no GGN já mostraram as peripécias que fazem os poetas em busca das rimas. Acho o Chico (opa! achuchico...) e Caetano geniais neste aspecto. Por exemplo, em "Os Saltimbancos", Chico põe muitas "vozes" de bichos apenas pela junção de palavras do tipo "o bicho chia", dentre outras. E tem o famoso "Cálice", criado na expectativa de que fosse afastado o "cale-se!", tão comum para ele naqueles tempos da ditadura. Ficou bonito e surpreendente.
Caetano dispara com "a vida é oca como a touca de um bebê sem cabeça. E eu ri à bessa. E ele: como a toca de uma raposa bêbada. E eu disse chega da sua conversa..."
Comentei certa vez como era difícil rimar a palavra mãe, e na conversa estava junto uma menininha de 7 anos, que pensou um pouco e respondeu: "champanhe", o que me pegou de surpresa. Então, me explicaram que ela gostava muito do biscoito champanhe da Bauducco.
Antonio Francisco

Oi, Antonio,
Realmente Chico e Caetano são os rimadores mais criativos da canção brasileira.
E lembro que essa rima sofisticada da menininha também foi usada (em "Meu bem, meu mal") pelo Caetano: "meu mar e minha mãe / meu medo e meu champanhe".
Jair Fonseca

Hoje li na Super Notícias, MG, uma (suposta, kkk) marca de bebida energética pro Carnaval:
Power Guido.
Antonio Francisco

Jesus não criou o primeiro trocadilho.
O significado é este: Jesus havia trocado o nome de Simão por Pedro, que significa: pedrinha, pedra pequena, minuscula. Cristo é a Rocha e uma pedrinha não sobreviveria sem ela (a Rocha) se não estiver encrustada, por isso o texto "Tu és Pedro, sobre esta pedra (Rocha) edificarei a minha igreja". Pedro era uma pedra pequena, porém bruta que precisa ser lápida. Ora, as areias em sua essencia de tamanha também são pequeninas e minusculas pedras, e o ser humano é constituído de elementos da terra (pó) em quase 90% (sic) e o resto é água. Daí o nome de Adão que significa terroso. A pedra (Rocha) significa alicerce, proteção - o próprio Cristo. Uma casa feita sobre a rocha dura mais do que na areia.
Cesar Saldanha

Deixa eu adivinhar:
Você é a alegria das festas, né?
Zé das Couves

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