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26 fevereiro, 2016

O mundo virado de cabeça para baixo

O cavalo selando o cavaleiro, o pato assando o churrasqueiro, o peixe fisgando o pescador, o rato perseguindo o gato. Etc.
Isto não é arte pós-moderna, foi a resposta dos gravuristas ingleses às reviravoltas do século XVII.


Gravuras (como esta) circularam pela Europa na segunda metade do século XVII, contemporâneas da revolução burguesa na Inglaterra. Os historiadores da arte têm relacionado estas peças com a crise secular de desarticulação da sociedade feudal pelo capitalismo. Datam desta época as primeiras leis contra as formas de vida não relacionadas com o trabalho assalariado: a vadiagem, o furto, o latrocínio, a mendigagem, o ciganismo, a quiromancia e os artistas populares – época de grandes mudanças.
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Se botões-de-ouro zumbissem atrás de abelhas
Se barcos ficassem em terra firme, igrejas no mar
Se potros montassem homens e a grama comesse as vacas,
E gatos fossem escorraçados para buracos pelo rato,
Se as mamães vendessem seus bebês aos ciganos por metade de uma coroa
Verão fosse primavera e vice-versa.
Então todo mundo estaria de cabeça para baixo.
(cantiga popular do século XVIII)

Bah! Caroço

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