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06 julho, 2024

Por que Michael A. Fox é Michael J. Fox?

Nos EUA, quando alguém passa a atuar em filmes, tem que se juntar à guilda dos atores. E a guilda (associação) não permite que dois atores tenham o mesmo nome, para evitar riscos de confusão, especialmente no pagamento de direitos autorais.
Como já havia um ator chamado Michael Fox, Michael J. Fox teve que escolher outro nome.
Geralmente, os atores tomam a inicial de seu nome do meio. Mas Michael J. Fox não queria ser chamado de Michael A. Fox (seu nome do meio é Andrew).
Ele temia que se tornasse uma piada de mau gosto se sua carreira decolasse. De fato, Michael A. Fox seria pronunciado "Michael, uma raposa!" ("Michael, um cara bonito!"). Fox = hunk ("um pedaço de mau caminho"), em linguagem coloquial.
O ator escolheu, portanto, o "J" em vez do "A", em homenagem a um ator que admirava: Michael J. Pollard.

Em 2000, o ator canadense fundou a The Michael J. Fox Foundation, que viria a se tornar o maior financiador sem fins lucrativos de pesquisas sobre a doença de Parkinson no mundo, com mais de US$ 1 bilhão em projetos de pesquisas até o momento. E o logo desta Fundação é uma raposa estilizada.



05 julho, 2024

Toda invenção é uma descoberta?

Não, nem toda invenção é uma descoberta, e vice-versa. As palavras "invenção" e "descoberta" têm significados distintos.

Uma descoberta refere-se a encontrar algo que já existia, mas que era até então desconhecido. Exemplos: a descoberta de um novo planeta, de uma espécie animal ou de uma ilha ignorada. Envolve o reconhecimento ou a revelação, por meio de observação, pesquisa ou exploração, de algo que já estava presente no mundo.

Uma invenção, por outro lado, envolve a criação de algo totalmente novo que não existia antes. Pode ser um objeto, um processo, um conceito ou qualquer outra coisa que seja concebida pela mente humana e trazida ao mundo real. Exemplos: a invenção da lâmpada elétrica, do telefone ou de uma nova tecnologia. Requer criatividade, imaginação e a aplicação de conhecimentos e habilidades para desenvolver algo original.

Exemplos combinados: às vezes, uma descoberta pode servir como base para futuras invenções. Por exemplo, a descoberta da eletricidade que levou à invenção dos dispositivos elétricos. E invenções podem também levar a descobertas. Como instrumentos científicos avançados, que podem levar a novas descobertas ao permitirem a observação mais detalhada do mundo natural.

Em resumo, enquanto a descoberta está relacionada a encontrar algo que já existe, a invenção está relacionada a criar algo novo. Há áreas onde os limites podem parecer turvos, mas a distinção geral entre descoberta e invenção permanece.

04 julho, 2024

Elefantes têm medo de ratos?


Desde os desenhos animados até às fábulas antigas, uma das imagens mais emblemáticas é a de um elefante que se encolhe diante de um rato. Esta imagem é frequentemente utilizada como uma alegoria para os mais pequenos, mas será que existe alguma verdade?
Um mito antigo: de onde veio a ideia de que os elefantes têm medo dos ratos?
Não se sabe ao certo onde ou quando surgiu o primeiro mito do "elefante assustado por um rato". Uma versão remonta a Plínio, o Velho – que, depois de Aristóteles, deve ter sido o acadêmico mais influente da Antiguidade. Segundo o ZME Science, Plínio foi o primeiro a dizer que "o elefante odeia o rato acima de todas as outras criaturas" e, por ser tão influente e conceituado, esta história acabou por se impor, e não apenas entre os romanos. Esta anedota entrou depois no folclore, mais tarde infiltrou-se nos livros infantis e até chegou aos desenhos animados, especialmente à série "Tom e Jerry".
Lembre-se, os elefantes não viviam no chamado mundo ocidental "civilizado". Por isso, tal como outras espécies exóticas, o seu aspeto e comportamento eram deixados à imaginação. Basta ver como as pessoas pensavam que eram os elefantes na Idade Média – totalmente hilariante.
Mas à medida que o mito se espalhou, algumas pessoas instruídas começaram a aperceber-se do ridículo de um animal de três toneladas ficar petrificado por um ratinho. Entre esses pensadores críticos encontrava-se Allen Moulin, um médico irlandês de 1600.
Moulin, que não estava de todo familiarizado com os elefantes, mas pelo menos tinha algum conhecimento da sua anatomia através dos limitados trabalhos acadêmicos do seu tempo, ofereceu uma explicação aparentemente sensata. Ele argumentou que, uma vez que os elefantes não têm epiglote – uma cartilagem que protege a traqueia durante a deglutição – poder-se-ia supor que uma criatura tão grande poderia ter medo de uma tão pequena, se esta última pudesse rastejar pela tromba do elefante e sufocá-lo.
Infelizmente, tal como Plínio antes dele, Moulin não estava realmente a fazer nada. No entanto, perpetuou uma explicação aparentemente científica para o fato de o maior mamífero terrestre do mundo ter medo de ratos.
Como qualquer biólogo da vida selvagem lhe dirá atualmente, os elefantes têm, de fato, aquela cartilagem que protege suas traqueias. Mesmo que um rato, um inseto ou qualquer tipo de "detrito" acabasse na tromba, o elefante só precisa de soprar. De fato, "é assim que fazem na maior parte das vezes quando sentem que a tromba está a ficar entupida".
Perguntemos aos “Caçadores de Mitos”
Em 2006, num episódio de "Os Caçadores de Mitos", Adam Savage e Jamie Hyneman descobriram que o mito era "plausível". Na experiência, um elefante caminhava ao longo de um determinado percurso. A equipe havia introduzido um rato ao longo do percurso, escondido debaixo de um monte de estrume. Quando o elefante se aproximava do monte, o rato era libertado.
Quando os elefantes repararam nos pequenos animais, recuaram e até começaram a deslocar-se no sentido oposto.
No entanto, o elefante não mostrava sinais de medo ou angústia. Pelo contrário, o elefante parecia mostrar-se cauteloso, evitando uma potencial perturbação no seu passeio calmo.
O site explica que esta foi uma experiência pequena e informal. O mesmo pode ser dito sobre o mesmo segmento feito noutro programa de televisão popular, o 20/20 da ABC. O apresentador do 20/20 contatou um circo local onde Troy Metzler, um treinador de elefantes certificado, deixou a equipe de produção mostrar a um dos seus elefantes um rato branco. O pequeno roedor foi depois mostrado a outros elefantes, nenhum dos quais pareceu reparar no rato.
De acordo com John Hutchinson, do Royal Veterinary College, em Londres, os elefantes em estado selvagem ficam nervosos sempre que um animal pequeno, mas rápido, surge inopinadamente. Isto significa que não são apenas os ratos que podem perturbá-los, mas também cães, gatos e praticamente tudo o que seja ágil.
Os elefantes em cativeiro, como os dos jardins zoológicos ou dos circos, são frequentemente vistos a dormir com roedores mesmo em cima deles. A maior parte dos tratadores de jardins zoológicos dirão que não se importam muito com eles.
Assim, em vez de terem medo dos ratos propriamente ditos, os elefantes parecem assustar-se com os movimentos frenéticos. Mas, na verdade, o mesmo pode ser dito sobre qualquer animal que viva em estado selvagem.
Os elefantes, apesar do seu imenso tamanho, são seres gentis e cautelosos. São conhecidos por evitarem pisar em criaturas pequenas e podem até sair do seu caminho para não as perturbar.
"À luz das provas científicas e dos conhecimentos dos especialistas, é seguro concluir que os elefantes não têm um medo inerente dos ratos. Este mito antigo teve provavelmente origem no fato de a natureza cautelosa e empática dos elefantes ter sido mal interpretada como medo", conclui o ZME Science.
https://www.quora.com/Is-it-true-that-elephants-are-afraid-of-mice-or-is-that-just-a-myth
https://greensavers.sapo.pt/os-elefantes-tem-mesmo-medo-de-ratos/

03 julho, 2024

Samba em prelúdio

No início dos anos 1960, o violonista Baden Powell havia composto este samba. Exibindo-o a Vinicius de Moraes, o amigo poeta teria se animado em escrever uma letra para o tema instrumental. Mas, após muitas doses de uísque, Baden percebeu que a tal letra não saía. Perguntando a Vinícius sobre o motivo de seu entusiasmo inicial ter minguado, eis que este confessou, constrangido: não poderia escrever sobre um tema plagiado de Chopin.
Baden repeliu a acusação: "Eu conheço os prelúdios, os noturnos de Chopin… isso não tem nada a ver com Chopin!" E a discussão prosseguiu, com as acusações mútuas, até Vinícius ter uma ideia que poderia resolver, de uma vez por todas, a contenda: acordar a então esposa Lucinha (Maria Lúcia Proença), pianista e conhecedora do repertório do compositor polaco, para dar seu veredito. Eram seis da manhã, a moça teve seu descanso interrompido, escutou pacientemente a melodia apresentada por Baden e deu seu parecer:
– Isso não é Chopin, não!
E o poeta, assim, se entregou à máquina de escrever e, de uma só vez, escreveu a letra por inteiro.
Acontece que Vinícius de Moraes, com seu bom ouvido musical, não poderia estar completamente errado. E o tema em questão, que teria inspirado Baden, não era de Chopin, e sim de Heitor Villa-Lobos! Trata-se do Prelúdio da Quarta Bachiana Brasileira (1941).
Ignorando-se a inspiração erudita do tema instrumental de Baden, e o próprio título da canção, "Samba em prelúdio" traz um outro elemento que alude à música clássica: sua constituição enquanto composição polifônica, para canto e contracanto.
Fonte: 365 Canções Brasileiras
Com efeito, em suas diversas gravações, a obra traz duas vozes que dialogam e que se unem no final.
Vinicius de Moraes e Odete Lara
Toquinho e Maria Creuza
Vinicius e Ornella Vanoni (em italiano)
Toquinho e Maria Bethânia
Geraldo Vandré e Ana Lúcia
Aqui se chega ao grande violonista Paulinho Nogueira, que planejou a seguinte estratégia para gravar o "Samba em prelúdio":
1.ª parte - a melodia com notas mais graves;
2.ª parte - a melodia com notas mais agudas;
3.ª parte - a 2.ª utilizando-se da 1.ª como playback.
Mas, ao criar o arranjo violonístico, Paulinho descobriu que poderia dispensar o playback para gravar  a última parte. Se, para tanto, ele executasse as duas primeiras partes simultaneamente (vídeo). Coisa de gênio!


02 julho, 2024

COINCIDÊNCIA X "CONHECIDÊNCIA"

Coincidência é o termo utilizado para se referir a eventos com alguma semelhança, mas sem relação de causa e consequência. Por exemplo, jogar uma moeda não viciada e obter três caras consecutivamente é uma coincidência. Pois não existe relação de causa e efeito entre o resultado anterior e o próximo resultado.
"conhecidência" é você avisar que não vai trabalhar por que precisa ir ao enterro de uma pessoa da família. E logo depois encontra-se com o patrão num pagode.

01 julho, 2024

Abandonados

Fernando Gurgel Filho

Quem foi abandonado primeiro? O recém nascido ou a mulher?

Sem querer justificar atos desse tipo, devemos pensar nas causas que levam uma mãe a abandonar um recém nascido. Ou uma criança de qualquer idade parida por aquela mulher.

Na minha opinião, o motivo principal é um só. Mesmos nas situações em que seja diagnosticada falta de sanidade mental da mulher.

Antes de a mulher abandonar uma criança, podemos afirmar com quase total segurança, que a mulher foi abandonada à própria sorte.

Para uma sociedade que prefere fugir de responsabilidades, uma gravidez indesejada é um problema para o resto da vida.

Assim, muitas grávidas são abandonadas pelo marido/companheiro/namorado, são abandonadas pela família, pela sociedade, pelo mercado de trabalho, pelo Estado, assim que anuncia sua gravidez.

Grávidas, sozinhas e tendo que assumir uma enorme responsabilidade, sem ninguém para oferecer sequer um ombro onde derramar suas lágrimas, é como se uma pesada cortina se fechasse diante de seus olhos. Nesta situação não se vê nada. O futuro não existe. O hoje é um tormento sem fim. Tormento que a mulher, naquela hora dramática, pensa poder se livrar se livrando da criança numa lata de lixo. Sozinha, abandonada.

E continuará assim.

Um dos responsáveis diretos por uma gravidez, o pai, é o primeiro a cair fora da relação e abandonar a mulher à própria sorte. Fácil para quem a comprovação de paternidade somente pode ser provada - apenas por probabilidade - após o nascimento da criança. Com custo proibitivo para a maioria da população. E a mãe que se vire e sofra todas as consequências, inclusive a criminalização de seus atos.

Todos os responsáveis diretos e indiretos pelo abandono de recém nascidos - o pai, a família, o Estado - têm a certeza que nunca poderão ser criminalizados por esses inúmeros abortos após o parto.

Isso mesmo, aborto pós parto, essa sim uma prática criminosa de responsabilidade de toda a sociedade que joga nas lixeiras, nas ruas e nas praças inúmeros órfãos de pais vivos, que farão a felicidade da criminalidade e o tormento da própria sociedade que os abandonou e os mantém abandonados.

E ainda tem gente que é contra a interrupção de ua gravidez indesejada. Esses, preferem crianças praticamente perdidas para a vida em sociedade em prol de uma gravidez bem sucedida (sic???!!!).

E as próprias mulheres que, em número, são a maioria da população ainda permanecem caladas ou apenas esboçam reações tímidas ante essa monstruosidade que lhes jogam nos ombros.

Se depender da população masculina, ainda levará muito tempo antes que mulheres grávidas parem de ser jogadas nas lixeiras. Isto porque jogar na fogueira, atualmente, é crime.

Niagara Fools

Até hoje, 17 pessoas tentaram o feito de sobreviver a uma queda livre nas cataratas do Niágara (lista na Wikipédia). Destas, 5 morreram, 11 sobreviveram sendo que 1 uma delas sobreviveu na primeira vez e acabou morrendo na segunda. Todas as pessoas que tentaram descer, aventuraram-se nas Cataratas da  Ferradura (lado Canadense), em vez das Cataratas Americanas (que têm mais pedras).

Uma estimativa aponta que cerca de 5000 corpos já foram encontrados no pé das quedas desde 1850, e que cerca de 40 pessoas são mortas todo ano afogando-se nas cataratas, muitas delas por suicídio.

Esta tentativa de descer as cataratas do Niágara é mostrada inclusive em desenhos animados. No episódio de animação "Niagara Fools" (br: Vamos às cataratas), o Pica-Pau tenta descer as cataratas em um barril, inicialmente sem sucesso, pois o guarda local cumpre leis, que proíbem que pessoas desçam as cataratas em barris, mas sempre acidentalmente acaba caindo no barril, que cai sobre o salto, fazendo com que os transeuntes aclamem o feito.

Em 1990, o mágico David Copperfield supostamente teria entrado para este seleto grupo. Porém, anos mais tarde foi-se revelado que tudo não passou de um truque.