Páginas

30 novembro, 2025

Estudante Cúmplice

Conta a história de uma adolescente nervosa que está no meio de um teste de direção quando se envolve em um assalto, com o vilão da história escolhendo o carro dela como veículo de fuga. Então, uma perseguição em alta velocidade se desenrola pelas ruas de uma cidade (que parece ser São Francisco).
Este curta de animação extremamente divertido, "Student Accomplice", foi criado por um grupo de estudantes da Universidade Brigham Young (BYU).
(https://www.kuriositas.com/2025/07/student-accomplice-driving-test.html)

29 novembro, 2025

A fina flor do abacaterol

Se usada de forma irônica, esta expressão pode sugerir o oposto do que é considerado "fino".

Mulher para o marido:
"Quando for às compras, compre meio litro de leite e, se tiver abacates, compre seis."
O homem retorna com seis litros de leite. E ela pergunta "por quê?".
"Eles tinham abacates", ele responde.

O abacate, quem diria?

28 novembro, 2025

Cadeias de sinônimos

Em 1988, percorrendo os sinônimos no dicionário universitário Merriam-Webster, A. Ross Eckler encontrou o caminho entre VERDADEIRO e FALSO:
VERDADEIRO, JUSTO, BONITO, ARTÍSTICO, ARTIFICIAL, SIMULADO, FALSO

Em seguida, por sinônimos diferentes, encontrou o caminho de volta:
FALSO, INCONSCIENTE, TOLO, SIMPLES, INCONDICIONAL, ABSOLUTO, POSITIVO, REAL, GENUÍNO, VERDADEIRO

Cada palavra de uma relação é supostamente sinônima daquela que a precede e daquela que a segue imediatamente. Mas as palavras das extremidades apresentam significados opostos. Websterian Synonym Chains.

27 novembro, 2025

Dipendra do Nepal

Ao nos reunirmos com a família para o banquete anual de Ação de Graças, alguns de nós ficamos apreensivos com as tensões entre os membros da família e a possibilidade de que algo venha a estragar a ocasião. Afinal, há razões pelas quais vivemos tão longe uns dos outros e não nos reunimos com mais frequência. 
Algumas famílias levaram essa tensão ao extremo.

Por exemplo, um homem chamado Dipendra (foto) foi a uma festa de família (em 2001) e matou o pai, a mãe, um irmão, uma irmã, além de seus tios e tias e um primo. 
Ele matou nove pessoas naquela noite. E tornou-se o rei do Nepal porque sua família era real. 
No entanto, Dipendra passou o tempo de reinado em coma (três dias), porque, no final do massacre, atirou também na própria cabeça.
(Não é tão fácil apontar uma submetralhadora MP5 para si mesmo.)
Um tio que sobreviveu às más avenças do sobrinho, então se tornou o último rei do país. É que ter uma monarquia no Nepal já não andava muito bem.

Fontes:

26 novembro, 2025

Quem é você na fila do pão?

A imagem da fila do pão (ou qualquer outra fila) é a de uma ordem, onde todos esperam a sua vez. Se alguém tenta passar à frente, significa que está ignorando essa ordem e os direitos dos outros.
Em alguns contextos, a pergunta pode ser usada para questionar se alguém realmente "merece" estar na posição em que está. Afinal, está comprando pão como todo mundo. Em outros contextos (de desigualdade social, econômica ou política), a pergunta pode também ser usada para criticar a forma como algumas pessoas se beneficiam de privilégios e oportunidades, enquanto outras são negligenciadas.


"Quem é você na fila do pão?" faz par com o emblemático "Você sabe com quem está falando?".

25 novembro, 2025

Maravilhoso monograma

Monograma é a sobreposição, agrupamento ou combinação de duas ou mais letras ou outros elementos gráficos para formar um símbolo. Monogramas frequentemente são construídos combinando as letras iniciais do nome de uma pessoa ou empresa e podem ser usados como símbolos ou logos.

C. W. Hooper, de Keswick, enviou esta criação ao "Strand" em agosto de 1901:
"Contém todas as letras do alfabeto, vinte e seis no total. Elas podem ser rastreadas com paciência. A letra N é a menor (no centro) e a única indistinta."

24 novembro, 2025

O último navio de guerra dos Papas

O Bispo de Roma tinha poder temporal significativo pelo menos desde o Papa Milcíades, uma tendência que geralmente se acelerou (com interrupções, bizantinas e outras) até que os domínios papais reuniram sua própria marinha para combater invasores muçulmanos em 849. Os papas mantiveram intermitentemente forças navais, além de exércitos, nos séculos seguintes.
A partir da década de 1840, a unificação gradual da Itália oprimiu os Estados Pontifícios e suas forças armadas. O último navio de guerra a servir na Marinha Pontifícia (Marina Pontifica) foi uma corveta a hélice construída pelos britânicos em 1859 e batizada de Immacolata Concezione. De acordo com um artigo de 1963 publicado nos Anais do Instituto Naval dos EUA, ela possuía 8 canhões de 18 libras e uma cabine muito confortável, construída com as viagens do Papa em mente. A tripulação de 46 pessoas, porém, tinha como principal missão proteger os direitos de pesca dos Estados Pontifícios.
Em 1870, o Reino da Itália invadiu os Estados Pontifícios e, digamos, convenceu o Papa Pio IX de que o poder temporal dos Bispos de Roma havia chegado ao fim. A Immacolata Concezione foi integrada à Marinha Real Italiana. Posteriormente, entrou em serviço na França. O destino exato da embarcação é incerto, mas foi definitivamente o último navio de guerra a navegar sob a bandeira papal.

23 novembro, 2025

Tenório Jr.

Francisco Cerqueira Tenório Jr., pianista e arranjador Nascido em Laranjeiras, Rio de Janeiro, em 4 de julho de 1941. Cursou (mas não concluiu) a Faculdade Nacional de Medicina, enquanto se dedicava paralelamente ao estudo do piano. Em março de 1964, gravou o LP “Embalo” de 11 faixas, dentre as quais 5 eram autorais. Tocando nas sessões do "Little Club", Tenorinho, como era conhecido na época, foi um dos nomes catapultados pelo "Beco das Garrafas" (verdadeiro laboratório de experimentações instrumentais) para se tornar, nos anos 1970, um dos profissionais mais requisitados pelos artistas brasileiros (Leny Andrade, Wanda Sá, Chico Buarque, Edu Lobo, Milton Nascimento, Lô Borges, Beto Guedes, Gal Costa, Joyce, entre outros). Na noite de 18 de março de 1976, quando acompanhava numa turnê os artistas Vinicius de Moraes e Toquinho, o pianista desapareceu misteriosamente em Buenos Aires. Tinha sido sequestrado por agentes da repressão daquele país com o aval do Estado brasileiro (Operação Condor). Durante muitos anos, sua história foi envolta em incerteza, até que, 49 anos depois, a Polícia Técnica da Argentina relacionou suas impressões digitais com as de alguém que foi executado naquele período. Esta descoberta trouxe um alívio para os familiares de Tenório, que, finalmente, souberam o que realmente aconteceu com ele. Apesar de não ter qualquer envolvimento com movimentos políticos, confundido com outra pessoa, Tenório foi sequestrado, supliciado e morto. Ao morrer, deixou quatro filhos e a esposa Carmen Cerqueira, então grávida de oito meses. Na época, ele tinha 35 anos, e a quinta criança nasceu um mês depois. Logo após o sumiço de Tenório Jr. o cineasta Rogério Lima produziu o curta-metragem de 16 mm, "Balada para Tenório", em que relata o desaparecimento de Tenório Jr. e entrevista seus familiares e amigos. Toquinho dedicou-lhe a música “Lembranças” e Elis, em 1979, dedicou à ausência de Tenório seu LP “Essa mulher”. Em 2023, o cineasta espanhol Fernando Trueba lançou uma animação em longa-metragem intitulada “Dispararon al pianista” (Atiraram no pianista). Em 1.º de outubro de 2025, foi realizado um evento no Teatro do BNDES, que contou com apresentações de Gil, Caetano, Joyce e de músicos considerados expoentes do samba-jazz para celebrar a memória de Tenório Jr.

“A memória, quando bem guardada, não desaparece." (Ruy Castro)
Brasil247.com

22 novembro, 2025

21 novembro, 2025

Uma pergunta fácil

Zeca está no programa "Show do Milhão". Já está na pergunta final, prestes a ganhar um milhão de reais, e tem direito a telefonar para um amigo.
A pergunta vem: "Qual é o pássaro que não faz ninho?"
A) um pardal
B) uma andorinha
C) um sabiá
D) um cuco
Zeca não sabe, então ele chama o amigo Juca.
Juca responde:
- Pôxa, Zeca, é um cuco - 100% de certeza!
Ele segue o conselho do amigo. A resposta está certa, e Zeca ganha um milhão de reais.
Depois, ele liga para Juca e pergunta:
- Com os diabos, como você sabia disso? Você não é um especialista em pássaros!
- Pô, Zeca, seu idiota! Todo o mundo sabe que ele vive dentro de um relógio, não é?

TudoPorEmail

"O homem que faz uma pergunta pode ser tolo por um minuto, mas o homem que não pergunta é tolo para a vida inteira."
~ Confúcio

20 novembro, 2025

O presidente negro do Brasil

Com a morte por pneumonia de Afonso Pena, o sexto presidente da República do Brasil, assumiu em 1909 o Executivo, então o vice: o político e advogado Nilo Peçanha (1867-1924).
De origem humilde, ele é considerado o primeiro e único presidente negro do Brasil.
Mas naquele início de século 20, com a preponderância de teorias racistas e uma ideia de embranquecimento da população, sua própria identidade racial se tornou objeto de controvérsia. "Rigorosamente, ele era um mestiço", define à BBC News Brasil o historiador Petrônio Domingues. Hoje, pelas categorias oficialmente utilizadas pelo IBGE, ele seria classificado como pardo.
Peçanha governou o país em um período profundamente marcado pelo racismo científico. Doutrinas como a frenologia e a eugenia ganhavam força no país, legitimando teorias que buscavam justificar a marginalização de pessoas negras e mestiças.
Na imprensa, era caricaturado em charges e anedotas que enfatizavam sua cor de pele de maneira depreciativa.
A conjuntura era do favorecimento da vinda de imigrantes estrangeiros para o Brasil, na ideia de que europeus brancos iriam, de certa forma, trazer o progresso para o Brasil. E de que a raça negra iria perdendo força, desaparecendo, a partir da miscigenação com a raça branca, também superior.
Nascido em Campos dos Goytacazes, no norte fluminense, teve uma infância pobre com seis irmãos em um sítio. A família se mudou para a cidade quando Peçanha chegou à idade escolar. Ele estudou Direito na Faculdade do Largo São Francisco, em São Paulo, mas acabou concluindo o curso na Faculdade do Recife.
Seu casamento chocou a sociedade da época: a noiva, Ana de Castro Belisário, a Anita, era de família rica de Campos dos Goytacazes, neta de um visconde e bisneta de dois barões. Anita chegou a fugir de casa para concretizar a união, um escândalo social que refletia as barreiras impostas pelas estruturas raciais e de classe da época.
Questões pessoais à parte, Peçanha trilhava uma sólida carreira política. Em 1890, reconhecido por seu engajamento nas lutas abolicionista e republicana, foi eleito para a Assembleia Constituinte que redigiu a primeira Carta Magna da República.
Foi deputado até 1902. No ano seguinte, tornou-se presidente do Rio de Janeiro — cargo equivalente ao atual governador. Em 1906 foi eleito vice-presidente da República. Apesar de circular em meios políticos dominados por brancos, parte da opinião pública o questionava, associando o fato de ele ser negro a eventuais dificuldades em sua capacidade de conduzir o país.
Museu da República
Paradoxalmente, quando Peçanha alcançou destaque na política nacional, a elite brasileira, alinhada com os ideais de branqueamento, tentou "corrigir" sua imagem. Fotografias oficiais e retratos eram manipulados para clarear sua pele e aproximá-lo dos padrões eurocêntricos, numa tentativa de apagar qualquer traço de diversidade racial em figuras públicas de prestígio.
Em sua passagem pelo Palácio do Catete, deixou duas marcas importantes. Foi ele quem criou o Serviço de Proteção aos Índios, órgão que antecedeu a atual Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). E também quem fundou a Escola de Aprendizes Artífices, que é considerada a precursora do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet). E por causa disso em 2011 ele foi homenageado com uma lei federal que o tornou o patrono da educação profissional e tecnológica no Brasil.
Nilo Peçanha morreu em 1924, vítima de um problema cardíaco causado pela doença de Chagas. Há dois municípios brasileiros que o homenageiam com o nome: Nilo Peçanha, na Bahia, e Nilópolis, na região metropolitana do Rio.
Extraído de: VEIGA, Edison. Quem foi o 1.º e único presidente negro do Brasil. In: BBC News Brasil

19 novembro, 2025

Ilhas de guano (2)

(Jens Otte/Getty Images)

Excrementos de pássaros, como os que adornam estas rochas ao longo da costa do Peru, têm sido historicamente uma mercadoria muito procurada. A demanda europeia e americana pelo guano peruano, rico em nitrogênio — um fertilizante natural — disparou em meados do século XIX. À medida que a oferta peruana diminuía, os Estados Unidos reivindicaram a propriedade de cerca de 100 ilhas de "guano" (10 das quais permanecem sob a propriedade do país até hoje).
A posse dessas ilhas pelos EUA tornou-se oficial em julho de 1856, com a aprovação pelo Congresso da Lei das Ilhas de Guano. Essa lei concedeu ao país "permissão" para reivindicar soberania sobre qualquer território supostamente desabitado ou não reivindicado, a fim de garantir acesso ao guano, um fertilizante valioso para as plantações de tabaco, algodão e trigo americanas.

http://www.sciencenews.org/article/us-empire-built-bird-dung, por Sujata Gupta😄

18 novembro, 2025

Vá plantar batatas!...

Um sujeito enfezado me mandou: fui.

A batata - doce, gorda e morena - parecia um pequeno gênio da garrafa: cabeça miúda, umas dobrinhas e aquele barrigão cheio de vontade de viver.

O método é prosaico. Pegue uma sacola de supermercado, molhe-a bem por dentro até pingar e coloque ali sua batata, também úmida, como quem pretende jogá-la na lixeira. Dê um nó firme - para não tentar fugir da nobre missão feminina. Depois, esqueça-a no escuro de uma gaveta por quinze dias: um repouso merecido, desses que o mundo não dá.

Então, quando se lembrar de desfazer o nó, verá brotos por todos os lados, ávidos por luz e terra. Corra com eles, os pequenos famintos de chão, para um pedaço de terra fofo: querem fincar raízes no mundo.

Não me pergunte o resto. Só sei que, passados uns quatro meses, sua batata voltará multiplicada.

E aí me pergunto: se a vida resiste e brota de otimismo até dentro de uma sacola esquecida, como é possível ainda haver fome - e tristeza - neste mundo?

Pós-escrito:

Paulo, o texto não é tutorial. Metáforas e alegorias.

Nelson José Cunha

17 novembro, 2025

Os alienígenas do mar

Ctenóforos, também conhecidos pelos nomes comuns de carambolas-do-mar ou águas-vivas-de-pente, são um filo de animais marinhos com distribuição natural cosmopolita nas águas oceânicas. Algumas de suas espécies mostram-se bioluminescentes. São superficialmente semelhantes às medusas por sua morfologia globosa, presença de uma mesogleia gelatinosa e pela transparência das suas membranas, embora estas semelhanças com as medusas representem mais uma convergência evolutiva do que um relacionamento filogenético próximo aos cnidários.
São algumas das criaturas mais estranhas da Terra. "Elas são os alienígenas do mar", disse Leonid Moroz, um neurocientista do Whitney Laboratory for Marine Bioscience em St. Augustine, Flórida.
Os ctenóforos pertencem ao ramo mais antigo da árvore genealógica animal. Eles se separaram dos ancestrais de todos os outros animais vivos há cerca de 700 milhões de anos e viajaram por seu próprio caminho evolutivo estranho desde então.
Um estudo publicado deixa claro que os cientistas mal começaram a entender a biologia bizarra destas criaturas. Pesquisadores descobriram que um par de águas-vivas-de-pente não relacionadas pode se fundir espontaneamente em um único corpo. Essa habilidade surpreendente não está apenas levantando mais perguntas sobre esses animais antigos, mas também dando pistas sobre a evolução do nosso próprio sistema imunológico.


"Isso abre uma caixa de Pandora — uma boa caixa de Pandora", disse o Dr. Moroz, que não estava envolvido na pesquisa.

Extraído de: When Two Sea Aliens Become One. in: The New York Times

16 novembro, 2025

Qual foi a primeira música brasileira gravada?

Este marco é envolto em mistério e disputa entre registros históricos incompletos, limitações técnicas da época e poucas gravações sobreviventes, segundo informa Penélope Nogueira. Ainda asim, entre as canções mais antigas e conhecidas, destaca-se o lundu "Isto é bom", escrita por Xisto Bahia e interpretada pelo baiano Manoel Pedro dos Santos para a casa Edison, a primeira gravadora do Brasil.
(Não confundir com o título de primeiro samba gravado no Brasil, que foi "Pelo Telefone", de Donga e Mauro de Almeida, gravado em 1916 e lançado no ano seguinte.)
Xisto Bahia, nome artístico de Francisco Xavier da Silva, escreveu "Isto é bom" em algum momento antes de seus vinte anos de idade, mas a canção só seria gravada em 1902, quase dez anos após sua morte.
A letra da canção é composta de sete estrofes. Confira uma delas:
"Os padres gostam de moças / E os doutores também / Eu como rapaz solteiro / Gosto mais do que ninguém."
E as estrofes eram intercaladas por este refrão:
"Isto é bom, isto é bom, isto é bom que dói." (bis)

Diferentemente de como são feitos atualmente, os registros eram feitos de forma mecânica, diretamente em cilindros de cera ou discos rudimentares, e o somera captado por grandes bocais sem uso de eletricidade, o que tornava a qualidade sonora bastante limitada.

15 novembro, 2025

A história de Benedictus

No início dos anos 1900, um químico francês (também artista e decorador), Edouard Benedictus, sofre um acidente banal no laboratório: ele deixa cair um frasco. Só que, dessa vez, ele não se estilhaça. Os pedaços de vidro permanecem grudados, como um mosaico. Intrigado, Benedictus se aprofunda e percebe que havia um colódio dentro do frasco, que, uma vez evaporado, havia se depositado na superfície do vidro como uma película e estava mantendo os pedaços de vidro juntos. Ele havia inventado, sem saber, o vidro inquebrável (laminado). Mas ele o colocou dentro de um armário e só o recuperou mais tarde, quando o mercado de automóveis criou o problema para o qual ele já havia encontrado a resposta — como se a invenção fosse a mãe da necessidade, e não o contrário.
Tais momentos de serendipidade revelam a natureza imprevisível da inovação. No entanto, mesmo em casos onde o acaso desempenha um papel, como na história de Benedictus, a questão mais ampla permanece: tais descobertas realmente nasceram da sorte, ou estavam de alguma forma "no ar", esperando que a pessoa certa as aproveitasse?

A descoberta é inevitável ou acidental? In: Nautilus

14 novembro, 2025

O Agente Secreto

Filme brasileiro de 2025 (realizado com o apoio da Ancine e de instituições financeiras da França, Holanda e Alemanha)
Mescla de gêneros (suspense, espionagem, terror)
Duração: 2 h 41 min
Roteiro e direção: Kleber Mendonça Filho (diretor de AQUARIUS e BACURAU)
Sinopse: Ambientado no Recife em 1977, durante o período da ditadura civil-militar no Brasil, "O Agente Secreto" acompanha a trajetória de Marcelo (Wagner Moura), um professor universitário e especialista em tecnologia que retorna à sua cidade natal, após anos de afastamento e fugindo de um passado misterioso e violento em São Paulo, possivelmente ligado a um conflito com um poderoso industrial e a uma patente ou invenção.
Com a vida em perigo e sob constante ameaça e vigilância, Marcelo busca encontrar um pouco de paz, proteger seu filho pequeno, Fernando, que vive com os avós maternos (o avô é projecionista no icônico Cinema São Luiz, de Recife), e, eventualmente, deixar o país com o filho (também interpretado na vida adulta por Wagner Moura). Para seus planos, ele encontra refúgio em uma casa segura com outros dissidentes e figuras marginalizadas, além da figura maternal de Dona Sebastiana (Tânia Maria).
Ao tentar se reaproximar da família e do cotidiano, ele percebe que a cidade está sob intensa vigilância e a corrupção do regime militar que ainda controla e persegue opositores. E Marcelo acaba envolvido em uma rede de espionagem e conspirações, enfrentando dilemas morais e pessoais enquanto luta para proteger a si, aqueles que ama e desvendar o próprio passado.
A narrativa explora temas como repressão política, corrupção policial, memórias interrompidas, poder empresarial, identidade, manipulação da verdade e resistência. O filme traça um retrato crítico e sensível da sociedade brasileira durante uma de suas fases mais difíceis, misturando suspense, drama e elementos de thriller, conduzidos pela direção criativa de Kleber Mendonça Filho, que reforça seu estilo de crítica social e política, com toques do imaginário popular (lenda da "perna cabeluda") e referências cinematográficas ("Tubarão", de Spielberg).

13 novembro, 2025

O espírito de gentileza

"...poderia salvar o mundo. O que nos falta é isto: espírito de gentileza." (Érico Veríssimo)

Não confunda com:

De pai para filho
Érico Veríssimo é um dos escritores mais importantes e influentes da literatura brasileira. Nascido em 1905, no município gaúcho de Cruz Alta, ele sempre teve interesse pelo universo das letras, tendo criado sua primeira revista com apenas 10 anos de idade. Publicou seu primeiro romance, "Clarissa", aos 28 anos, e a partir daí teve uma bem-sucedida carreira tanto como escritor como tradutor, e até criou sua própria editora. Quando aluno do ciclo colegial, li com indescritível prazer cerca de vinte livros de sua autoria, inclusive o monumental "O Tempo e o Vento", que se compõe de sete volumes. Eram-me emprestados, um a um, pelo colega José Ernesto Moura de Oliveira, que tinha a coleção completa das obras do escritor. Adiante, passei a ler os bem-humorados escritos de Luís Fernando Veríssimo, filho do grande mestre das letras nacionais.

12 novembro, 2025

A parábola do fazendeiro chinês

Era uma vez um fazendeiro chinês cujo cavalo fugiu. Naquela noite, todos os seus vizinhos vieram para lamentar. Eles disseram: "Sentimos muito que seu cavalo tenha fugido. Isso é uma pena." O fazendeiro disse: "Talvez." No dia seguinte, o cavalo voltou trazendo sete cavalos selvagens com ele, e à noite todos voltaram e disseram: "Oh, que sorte! Que grande reviravolta. Agora você tem oito cavalos!" O fazendeiro disse novamente: "Talvez." No dia seguinte, seu filho tentou domar um dos cavalos e, enquanto cavalgava, foi jogado e quebrou a perna. Os vizinhos então disseram: "Oh, céus, que pena!", e o fazendeiro respondeu: "Talvez." No dia seguinte, os oficiais de recrutamento vieram para recrutar pessoas para o exército, e rejeitaram seu filho porque ele tinha uma perna quebrada. Novamente todos os vizinhos vieram e disseram: "Isso não é ótimo?" Novamente, ele disse: "Talvez."

"O fazendeiro se absteve firmemente de pensar nas coisas em termos de ganho ou perda, vantagem ou desvantagem, porque nunca se sabe... Na verdade, nunca sabemos realmente se um evento é sorte ou infortúnio, só conhecemos nossas reações em constante mudança a eventos em constante mudança." ~ Alan Watts (1915 - 1973), filósofo e escritor britânico.

11 novembro, 2025

Envelhecer juntos é bom por isso

transporte de bobinas de aço

Conchita, Diego, Henrique e eu - o motorista - voltávamos de um sítio em Brumadinho.
Faltando apenas seis quilômetros para Monlevade, uma carreta carregada com bobinas de aço (como as da imagem acima) veio em sentido contrário, virou na curva e lançou as bobinas na direção destes Cunhas.
Algumas rolaram ribanceira abaixo, mas uma delas - com o codinome sai-da-frente - resolveu seguir firme para o destinatário em São Paulo. Veio com boa pontaria na nossa direção, enquanto eu freiava para escapar do impacto. (A D20 era nova...)
A bobina, porém, não teve dó, nem respeito, nem nada: continuou rolando, implacável.
Conchita gritou:
-Vai bater!
Se batesse, viraríamos papel de jornal em tintas vermelhas.
Sem alternativa, virei o volante para o barranco - e caímos, confiados de que quatro anjos da guarda e oito asas seriam suficientes.
Que nada! Estavam socorrendo outros - afinal, a BR-381 é conhecida como rodovia da morte.
Os dois meninos nada sofreram; estavam no banco de trás. As portas não abriram com o capotamento. Conchita, ao final da queda, teve escoriações leves, e eu quebrei o mais improvável dos ossos: o dedo médio - justamente aquele que mostramos “a quem nos tem ofendido”.
O coitado estava agarrado ao volante, mas ainda assim se partiu.
Nos meus mais escusos pensamentos, confesso que imaginei: será que, no meio do reboliço, não estiquei a mão pra fora com o dedo em riste?
Enfim, salvaram-se todos - exceto um revólver que fora de meu pai.
Deve ter sido encontrado por algum amigo disposto a vingar o motorista da carreta; por essas bandas, a vingança ainda é costume - e, graças a Deus, tenho ótimos amigos.
Perdi também um microscópio cirúrgico, que a esta altura deve estar servindo para operar cataratas em algum lugar.
A camionete, que Deus a tenha em boa garagem no Céu, teve a piedade de se amassar toda para nos deixar quase inteiros.
Assim, tivemos a sorte de não morrer jovens, para sentir as dores da velhice - essas são teimosas e aparecidas.
Todo dia uma delas me acorda com uma fisgada: ora na perna, ora no braço, ora na testa.
Só não dói o ovário - mas a Conchita sente alguma fisgada por lá.
Envelhecer em casal é bom por isso.
Nelson José Cunha

10 novembro, 2025

A Teoria da Relatividade Especial é tipo um "Manual de Instrução do Universo"?

A Teoria da Relatividade Especial de Einstein (1905) não é exatamente um "Manual de Instrução do Universo", mas é uma das ferramentas mais poderosas que temos para entender como o cosmos funciona em altas velocidades e na ausência de intensa gravidade.

Por que ela é tão importante?
  • Revolucionou conceitos básicos como espaço, tempo, massa e energia.
  • Unificou eletromagnetismo e mecânica sob novas regras.
  • Mostrou que tempo e espaço são relativos (dependem do observador).
  • Introduziu a famosa equação E = mc2, que relaciona massa e energia.
Mas... é um "manual completo"?
Não exatamente, porque:
  • Ela não explica gravidade (a Relatividade Geral faz isso).
  • Não incorpora a mecânica quântica (o mundo das partículas subatômicas).
  • O Universo tem outros "manuais" (como a Termodinâmica, a Física Quântica etc.).
Então, seria mais como...
Um "Capítulo Essencial do Manual" — um que mudou para sempre nossa visão da realidade. Se você quer entender como o Universo funciona em altas velocidades (próximo da luz), essa teoria é fundamental.

Um exemplo bizarro dela em ação?
Se você viajar quase à velocidade da luz, o tempo passa mais devagar para você do que para quem ficou na Terra (dilatação temporal).

Outros manuais de instrução: LINKS
- do maiô
- da pedra de estimação
- da torradeira
- da ordenhadeira
- da motosserra

09 novembro, 2025

O violão de 7 cordas

Nada me fará sofrer / Pois trago junto ao coração / O bojo do meu violão cantando / Nada me dá mais prazer / Nem mesmo uma grande paixão / Que o som das sete cordas / Do meu violão tocando.

A História do violão de 7 cordas começou com o violonista e compositor francês Napoleon Coste (1805 – 1883).
Napoleon Coste, em conjunto com o luthier René Lacote, projetaram um modelo de violão que tinha uma corda suplementar, denominado de "heptacorde". Essa 7ª corda não passava pelo braço do instrumento e, assim, não podia ser pressionada pelos dedos da mão esquerda.
Essa 7ª corda era afinada conforme a tonalidade da peça a ser executada. Podia então ter a afinação em Dó, Ré, Si etc. Veja um dos modelos da época na figura abaixo.
Na Rússia, do final do século XIX e começo do século XX, o violão de 7 cordas era bastante usado, na música popular e cigana. E, com a 7ª corda incorporada à escala do instrumento, o tal violão já tinha muito a ver com o instrumento que conhecemos hoje. 
No violão de 7 cordas, a afinação atualmente mais frequente para a sétima corda é C1 (Dó grave). Esta afinação é especialmente comum no choro, no samba e em outros estilos da música brasileira, onde a corda extra proporciona uma região grave mais ampla, permitindo linhas de baixo mais ricas.
Afinação padrão do violão 7 cordas (mais comum):
1ª corda – E4 (Mi agudo)
2ª corda – B3 (Si)
3ª corda – G3 (Sol)
4ª corda – D3 (Ré)
5ª corda – A2 (Lá)
6ª corda – E2 (Mi grave)
7ª corda – C2 (Dó grave)
Variações ocasionais:
  • Em alguns contextos (como no jazz ou na música clássica), a sétima corda pode ser afinada em B1 (Si grave) para manter um intervalo de terça em relação à sexta corda (E2).
  • No rock/metal, alguns guitarristas usam afinações mais graves (como B1 ou até A1), mas isso é menos comum no violão de 7 cordas tradicional.
Se você quer mergulhar no universo do 7 cordas, comece por Horondino Silva () e Raphael Rabello () – são a base! Depois, explore Yamandu Costa para uma abordagem mais contemporânea. E outros como Paulão, Igor Souza e Lia Meyer Ferreira, do "Choro das 3".
No Ceará: Expedito (), Pedro Ventura (), Ribamar e Márcio Ramalho.
Neste vídeo, o 7 Cordas Raphael Rabello acompanha Amélia Rabello na valsa "Sete Cordas". Esta canção é dele (Raphael a compôs aos 14 anos) e de Paulo César Pinheiro (que assina cerca de 2 mil letras).
http://youtu.be/gqqZPxta4Vk?si=_OV8DF83SImPleNt

08 novembro, 2025

Não se deve engolir pilhas

Uma das coisas interessantes sobre eletricidade é que há mais carga em uma bateria tipo botão do que em um raio.
@lcamtuf@infosec.exchange na Mastodon jura que isso é verdade.
Um ampère é o fluxo de um coulomb (~6 quintilhões de elétrons) por segundo. Uma bateria CR2032 típica contém cerca de 200 mAh. Simplificando um pouco, isso significa que ela pode fornecer 1 mA por 200 horas. Uma hora equivale a 3.600 segundos, o que equivale a 720 coulombs.
Um raio típico é frequentemente estimado em 15 coulombs.
De qualquer forma, acho que é por isso que não se deve engolir pilhas.

07 novembro, 2025

Lô Borges (1952 - 2025)

Salomão Borges Filho, mais conhecido por Lô Borges, nasceu em 10 de janeiro de 1952, em Belo Horizonte, e tinha dez irmãos numa família com fortes vínculos musicais. Ainda adolescente, nos anos 1960, passava a maior parte do tempo no bairro de Santa Tereza, com os amigos, tocando violão em rodas que privilegiavam a bossa nova e o repertório dos Beatles.
Essa relação evoluiu para a formação do Clube da Esquina - a MPB de Minas Gerais.
No time, além de Lô, estavam seu irmão Márcio Borges, ao lado de Fernando Brant e Ronaldo Bastos, que eram os letristas da turma, os compositores Beto Guedes, Flávio Venturini e Tavito, o guitarrista Toninho Horta, o pianista e arranjador Wagner Tiso e o baixista Novelli. À frente do grupo, Milton Nascimento, que já gravava discos individuais e alcançara o sucesso nacional com a canção "Travessia".

Vídeo: Lô Borges em "Um café lá em casa", do violonista Nelson Faria

O artista morreu em Belo Horizonte, no último domingo (2), aos 73 anos, por falência múltipla de órgãos em decorrência de uma intoxicação medicamentosa.
Da obra de Lô Borges: 
"Feira moderna" (c/ Beto Guedes e Fernando Brant), "O trem azul" (c/ Fernando Brant), "Para Lennon e McCartney" (Márcio Borges e Fernando Brant), "Paisagem na janela" (c/ Fernando Brant) e "Quem sabe isso quer dizer amor" (c/ Márcio Borges), entre outras canções.

06 novembro, 2025

Jabuticaba, sua diversidade

Esta pérola mais brasileira do que todos nós - não é só a pretinha abundante que nasce, tem vida breve e morre sem viajar, tamanho o amor que dedica ao próprio tronco. Orgulhosa, não inveja a uva; não admite a humilhação de ser pisada.
Tem outras roupas para se vestir: a rajada, rara e cobiçada; a bordô (ou ponheca), de poucas sementes; e a verde, que amadurece verde - todas unidas pelo mesmo veneno que as torna irresistíveis: o veneno da doçura.
Até o pé é generoso e não se quebra com a escalada da freguesia. Tenho várias no meu quintal adolescente e me submeto a seus caprichos, pois ela gosta de se fazer esperar.
Os impacientes que comam melancias.
Nelson José Cunha

05 novembro, 2025

Discurso de Mamdani para aterrorizar um déspota

— Donald Trump, como eu sei que você está assistindo, tenho quatro palavras para você: "Turn the volume up" ["Aumente o volume", em inglês].
— Nova Iorque vai continuar sendo uma cidade de imigrantes. Uma cidade construída por imigrantes, impulsionada por imigrantes, e, assim como nesta noite, liderada por imigrantes.
— Então ouça, presidente Trump, quando eu digo: Para chegar a qualquer um de nós, você terá que passar por todos nós.
— Se alguém pode mostrar a uma nação traída por você como derrotá-lo é a cidade que o viu nascer.
— Neste momento de escuridão política, Nova Yorque será a luz.
N. do E.
Mamdani é jovem, muçulmano, socialista e nascido em Uganda de pais indianos. Vai governar Nova Iorque.

Deserto de Danakil, Etiópia

Conhecido também como Depressão de Danakil, este deserto é um dos concorrentes ao título de destino mais quente do globo, com temperaturas médias de aproximadamente 35 °C e ventos locais carregados de areia. Além do sol escaldante, a região recebe apenas de 100 a 200 milímetros de chuva por ano.
Vive por lá o grupo étnico dos povos cuchíticos, que supostamente descendem de Cam, filho de Noé. As mulheres dessas tribos nômades percorrem descalças até 20 quilômetros por dia, para apanhar lenha e buscar água. Todos os dias!


Agora, você certamente sabe por que o chamam de "depressão"?
Brincadeiras à parte, a verdadeira razão para a formação desta depressão é por ser a área onde três placas tectônicas se encontram. Além disso, a área está abaixo do nível do mar. Se a Holanda está apenas cerca de 6,7 metros abaixo do nível do mar, o deserto etíope chega a estar 118,3 metros abaixo da Holanda.
Neste deserto, você também pode encontrar lagos de lava, areias movediças, escorpiões e micróbios "extremófilos" (seja lá o que estes últimos signifiquem).
(https://www.ermamuseum.org/top-5-risky-destinations-around-the-globe.html)

04 novembro, 2025

Reclamação




Encontra-se no Museu Britânico esta placa de reclamação que foi descoberta na cidade suméria de Ur. É uma tábua de argila destinada a um comerciante de cobre de nome Ea-nasir, a qual foi enviada por um cliente chamado Nanni. Escrita em cuneiforme acadiano, ela é considerada a reclamação escrita mais antiga já descoberta.
Foi reconhecida pelo Guinness World Records como a "Reclamação de Cliente Mais Antiga" e tornou-se um meme da Internet devido à natureza anacrônica que ela apresenta.
Wiki

03 novembro, 2025

Genealogia cósmica

O que fez de você você
Cada um de nós é uma constelação casual de elementos forjados em estrelas mortas há muito tempo reunidas pela gravidade, que pode ser a outra palavra para Deus — a mais fraca das quatro forças fundamentais, mas o grande compactador cósmico que fez os primeiros átomos se unirem em um centro comum para formar a primeira estrela: uma imensa bola de gás, no centro da qual havia uma esfera de hidrogênio que eventualmente atingiu pressões de milhões de atmosferas e aqueceu até milhões de graus. Essas condições extremas desencadearam um novo fenômeno no cosmos — as primeiras reações de fusão nuclear : quando dois átomos de hidrogênio colidem com imensa força, nêutrons são transferidos de um núcleo para o outro, tornando alguns átomos maiores. Após uma série dessas colisões, um núcleo com dois prótons se forma e o segundo elemento — hélio — nasce. À medida que a estrela se inflama, iluminando a escuridão austera do espaço-tempo puro ao seu redor, ela continua queimando seu hidrogênio para produzir mais hélio. A fusão acelera, forjando carbono, depois neônio, depois oxigênio e assim por diante na tabela periódica, transformando a estrela em uma espécie de cebola com camadas de reações de fusão.
A maioria dos primeiros vinte e seis elementos da tabela periódica — os elementos que compõem quase tudo o que podemos tocar e ver — foram criados pela fusão nuclear em estrelas individuais. Se você pudesse marcar qualquer átomo individual em seu corpo e segui-lo para trás no tempo, por toda a outra matéria que ele compôs antes de se tornar seu — o corpo de sua mãe, a comida que sua mãe comeu, o solo em que essa comida cresceu, os estratos geológicos moídos pelos oceanos para fazer esse solo — você poderia rastreá-lo até o núcleo de uma estrela específica que viveu e morreu bilhões de anos atrás: um átomo real que agora está em você, tendo prevalecido sobre as infinitas probabilidades pelas quais ele poderia ter acabado em outra pessoa.
A essa máquina de acaso de Rube Goldberg (*) você deve toda a sua particularidade — altere qualquer parte dessa genealogia cósmica, e você teria acabado como outra pessoa.
Maria Popova, The Marginalian
N. do E.
O acaso é organizador mas precisa de tempo, muito tempo.

02 novembro, 2025

Máscaras

Máscara Negra, de Zé Kéti e Pereira Mattos
Com Augusto Martins e Marcel Powell
Na mesma máscara negra / Que esconde teu rosto / Eu quero matar a saudade.
http://youtu.be/FKBI8hvhpwo?si=Qc40qZ3_HYXdwq8o

Mascarada, de Zé Kéti e Elton Medeiros
Com Zé Renato
Na esperança de que / Tirasses esta máscara / Que sempre me fez mal / Mal que findou / Só depois do carnaval.
http://youtu.be/H6_0a6UrkD4?si=Bv85vO4q9-Bu21lZ

Pierrot, de Joubert de Carvalho e Pascoal Carlos Magno.
Com Silvio Cadas
Arranca a máscara da face, Pierrot / Para sorrir do amor que passou.
http://youtu.be/YV993Uaj6kI?si=3zLwS-EsHuKEa7lk

Baile de máscaras, de Guilherme Arantes (da trilha sonora da novela Espelho Mágico)
Com Guilherme Arantes
Num baile de máscaras qualquer / Colombina e Pierrô / Cansados de procurarem / Cada qual seu par / Se convidaram pra dançar.
http://www.facebook.com/guilhermearantesfaclube

Máscaras, rap de Delacruz
Delacruz ft. Sant e Tiago Mac
Agora eu quero ver você aparecer / A máscara caiu no final, baby / E fiz parecer que eu saí pra esparecer / E isso tudo é tão natural, baby
http://youtu.be/-HtO6t22xlA?si=BNp7FM3dQ0Vhy2qy

Noite dos Mascarados, de Chico Buarque
Com MPB4 e Quarteto em Cy (vídeo)
Hoje os dois mascarados procuram / Os seus namorados, perguntando assim: / Quem é você?

01 novembro, 2025

Pintores mais pesquisados

Em 2021, a loja britânica de materiais de arte Ken Bromley Art Supplies usou dados do Google para criar mapas que mostram quais são os pintores mais pesquisados (mais populares?) no mundo, em cada continente e em cada país.
No mundo:
#1 Leonardo da Vinci - 67 anos
#2 Frida Kahlo - 47 anos
#3 Van Gogh - 37 anos. Foi exceção.
#4 Artemisia Gentileschi - 60 anos
#5 Picasso - 91 anos
#6 Bansky - 51 anos
#7 Diego Velásquez - 61 anos
🎨
Um grande pintor somente fica famoso depois que morre?
É mito.
Tendo morrido aos 37 anos, Van Gogh foi exceção. Picasso, que morreu aos 91 anos, tornou-se célebre quando vivo.
E outros pintores famosos em vida e longevos foram: Goya - 82 anos, Michelangelo - 88 anos, Miró - 90 anos, Debret - 80 anos, Monet - 86 anos, Renoir - 78 anos, Botero - 91 anos, Hopper - 84 anos, Di Cavalcanti - 79 anos, Tarsila - 87 anos.