No início dos anos 1900, um químico francês (também artista e decorador), Edouard Benedictus, sofre um acidente banal no laboratório: ele deixa cair um frasco. Só que, dessa vez, ele não se estilhaça. Os pedaços de vidro permanecem grudados, como um mosaico. Intrigado, Benedictus se aprofunda e percebe que havia um colódio dentro do frasco, que, uma vez evaporado, havia se depositado na superfície do vidro como uma película e estava mantendo os pedaços de vidro juntos. Ele havia inventado, sem saber, o vidro inquebrável (laminado). Mas ele o colocou dentro de um armário e só o recuperou mais tarde, quando o mercado de automóveis criou o problema para o qual ele já havia encontrado a resposta — como se a invenção fosse a mãe da necessidade, e não o contrário.
Tais momentos de serendipidade revelam a natureza imprevisível da inovação. No entanto, mesmo em casos onde o acaso desempenha um papel, como na história de Benedictus, a questão mais ampla permanece: tais descobertas realmente nasceram da sorte, ou estavam de alguma forma "no ar", esperando que a pessoa certa as aproveitasse?
A descoberta é inevitável ou acidental? In: Nautilus
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