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31 julho, 2017

Gratidão

Durante a Grande Depressão, o carpinteiro do Texas Ernesto Guerrero não conseguiu encontrar trabalho e sua família sobreviveu recebendo os caixotes de comida do programa de assistência New Deal de Franklin Roosevelt.
Para demonstrar seu apreço, a filha de Ernesto, Ernestine, passou um ano desenvolvendo suas habilidades artísticas, sobre os caixotes que sobraram, até esculpir este belíssimo relógio.
Ela o enviou para Roosevelt, em 1937. "Este é o melhor que eu já fiz até hoje", escreveu ela. "Eu sei que você tem muitas coisas bonitas, mas por favor aceite e mantenha este trabalho de uma pobre menina que não tem nada, também para mostrar o quanto nós o admiramos ... como um homem de grandes ideais e um grande coração em prol da humanidade".
FDR colocou a escultura em exibição, primeiro em sua propriedade familiar em Hyde Park, NY, e mais tarde como parte da Franklin D. Roosevelt Library Museum Collection - a primeira biblioteca presidencial.

- De Robert Cohen, Dear Mrs. Roosevelt: Letters from Children of the Great Depression, 2003.
(https://www.futilitycloset.com/2017/03/11/gratitude/)

Similitudes

"A gratidão é a memória do coração." ~ Antístenes de Atenas

MEMÓRIA. Saint-Exupéry aterrissa, finalmente

"Seu desaparecimento gerou um fascínio agora revivido com a descoberta dos destroços de seu avião." Stacy Schiff — "The New York Times" — abril de 2004

Durante quase 60 anos, a lenda de Antoine de Saint-Exupéry, o aviador e autor de "O Pequeno Príncipe", eclipsou a vida. Coisas mais substanciais e valiosas desapareceram - Atlântida, Santo Graal, 18 minutos e meio de uma fita da Casa Branca -, mas poucas geraram o fascínio eternamente associado ao escritor que, tomando emprestado um truque de sua criação mais conhecida, simplesmente desvaneceu-se no ar.
Às 8h45 de 31 de julho de 1944, Saint-Exupéry decolou da Córsega numa missão de reconhecimento sobre a França ocupada. Devia estar de volta à 0h30. Às 3h30, foi oficialmente dado como desaparecido. Em abril de 1945, uma missa foi celebrada em sua homenagem.
Mas ele nunca exatamente morreu. Ao ler sobre seu desaparecimento, Anne Morrow Lindbergh pôs o dedo na ferida que isso causou. Há uma terrível diferença, escreveu ela, entre "desaparecido" e "morto". Há também uma receita não tão secreta do que se transforma numa lenda.
Os destroços de um avião retirado do Mediterrâneo foram identificados neste mês (abril de 2004) como da aeronave de Saint-Exupéry. Já se sabia da probabilidade de que o Lockheed P-38 estivesse a poucos quilômetros da costa de Marselha, de onde, em 1988, um pescador retirou de sua rede o bracelete de prata que identificava o piloto. Esta descoberta soluciona um mistério sobre o fim de Saint-Exupéry: ele estava onde se supunha que estivesse. As instruções que tinha naquele dia o teriam levado a voar sobre Lyon e foi na volta à Córsega que seu P-38 mergulhou no oceano.
É improvável que o motivo da queda seja resolvido pelos destroços; mas não se pode dizer que o acidente tenha sido inesperado. Saint-Exupéry era o recordista dos quase-desastres de sua esquadrilha. Tendo se empenhado numa campanha para conseguir sua volta à ativa, pilotava um avião dentro do qual não cabia e no qual não podia voar confortavelmente. Não conseguia se comunicar com a torre de controle em inglês. A operação dos freios hidráulicos eram também um desafio para ele. Costumava confundir pés com metros.
Os pilotos franceses na Córsega o conheciam como um escritor premiado e pioneiro da aviação. Já, para os americanos, era apenas um grandalhão desastrado, velho demais e mal treinado, que em apenas oito semanas com eles destroçou uma aeronave de US$ 80 mil. Por causa desse revés, foi sem cerimônia impedido de voar. Ele implorou por clemência; afirmou que estava disposto a morrer pelo seu país. "Não ligo a mínima se você vai morrer ou não pela França", informou-lhe o coronel Leo Gray, "mas não vai fazer isso num de nossos aviões". Era um caso de um tesouro nacional contra outro.
Também foi um caso no qual Saint-Exupéry conseguiu o que queria. Já passara havia muito da época em que se sentia confortável; não conseguia se imaginar em nenhum outro lugar que não fosse na cabine de uma aeronave. A vida inteira tinha sonhado em escapar, ansiado por horizontes mais amplos, e ameaçado trocar de planeta. Sentindo-se cada vez mais afastado de seus conterrâneos, cuja luta interna criticara; ferozmente antinazista, não apoiou nem De Gaulle nem os comunistas. Previu que a libertação não tiraria a França de seu infortúnio.
Das suas frustrações pessoais e da sua incapacidade para se fazer entender em suas posições políticas surgiu "O Pequeno Príncipe". Publicado em 1943, só mais tarde virou best-seller. Seu texto é interpretado sinistramente como uma morte anunciada, sua mística intensificada pela comparação entre o escritor e o assunto: arrogantes inofensivos cujas vidas consistem em partes iguais de vôo e amor fracassado, que caem na Terra, ficam pouco impressionados com o que vêem e acabam desaparecendo sem deixar rastros.
Naturalmente que é fácil prever sua própria morte se você está disposto a cometer suicídio e, para aqueles inclinados a tais interpretações, há a mística questão dos pores-do-sol. O pequeno príncipe vive num planeta tão pequeno que consegue ver o sol se pôr precisamente 44 vezes ao dia - por coincidência, a idade de Saint-Exupéry quando morreu. (Por uma razão inexplicável, o príncipe assiste a 44 pores-do-sol somente na tradução inglesa. No original, são 43). O fato de Saint-Exupéry não ter desejo de continuar vivendo era evidente, porém não estava claro que pretendia se matar.
Mas, com a descoberta da sua aeronave, essa teoria tem sido novamente trazida à tona na mídia da França. Foi para protegê-lo da indignidade de tal acusação - ou para sustentar um mito valioso - que sua família por muito tempo se opôs a todas as buscas. O destino de Saint-Exupéry permanece constante. Parece que o mito sempre será cultivado às custas do homem.
O que muda é "O Pequeno Príncipe", finalmente devolvido ao que foi na vida de seu autor: uma obra de ficção. Por muito tempo, carregou um ônus pesado, mais do que qualquer livro deve ter. Ninguém nunca esperou que P.L. Travers fosse transportado pelo vento oeste. O conto de fadas de Saint-Exupéry está novamente livre para se entrelaçar não com o enigma do autor, mas com os mistérios que tanto o aturdiram: é solitário no meio dos homens; a linguagem continua sendo uma fonte de mal-entendidos; mais do que nunca corremos afoitamente, sem saber bem o que estamos procurando. Pode ser mais difícil agora perder uma aeronave no Mediterrâneo do que era, mas alguns mistérios perduram.
Como acontece com algumas verdades sobre o fim de Saint-Exupéry. A dele foi uma morte nobre. Como observou sua viúva, a saída foi sob encomenda, uma queda meteórica no fim de uma vida perseguindo estrelas.
Também seu desaparecimento mostra todos os sinais de ter sido o fim que Saint-Exupéry queria. Na década de 1930, foi-lhe perguntado, dada sua já impressionante lista de escapadas por um triz, que tipo de morte preferiria.
Escolheu a água. "Você não sente que está morrendo. Simplesmente sente que está caindo no sono e começando a sonhar." E lá, certamente, podemos deixá-lo.

Notícia de "The New York Times", publicada em "O Estado de S. Paulo" em 20 de abril de 2004.
Via www.consciência.net

26/04/2019 - Atualizando ...
Diz a lenda popular que Horst Rippert, o piloto de caça alemão que abateu o avião do autor (em 31 de julho de 1944), desmoronou e chorou ao ouvir as notícias - Saint-Exupéry tinha sido seu autor favorito. Que forma trágica de contato, a guerra.

30 julho, 2017

O cometa Halley


"Eu vim com o cometa Halley em 1835 e espero ir com ele em 1910." Mark Twain (1835-1919)

Provavelmente, o cometa Halley é o mais famoso dos cometas em todos os tempos. No entanto, não leva o nome de seu descobridor.
(Na verdade, não sabemos quem foi ele.)
O cometa Halley, oficialmente 1P/Halley, tem este nome em homenagem a Edmund Halley, porque ele foi o primeiro a perceber que o cometa observado em 1682 poderia ser o mesmo que tinha sido observado em 1607 e 1531. Então, usando as leis de Newton para fazer os cálculos - Halley foi o editor de Newton - ele previu que o cometa iria aparecer em 1758 ou 1759, afinal sua órbita não é sempre a mesma, devido à influência da gravidade dos planetas do sistema solar.
Halley morreu em 1742 e, com efeito, em 1758 o cometa veio nos visitar, provando que seus cálculos estavam corretos e que, além dos planetas, há mais corpos que orbitam o Sol.
Desde o seu periélio de 1986 que o Halley segue distanciando-se do Sol. E continuará distanciando-se cada vez mais até 9 de dezembro de 2023, o dia em que ele vai pegar o caminho de volta para nós - e para o seu próximo periélio, que vai ter lugar em 28 de julho de 2061.

http://www.microsiervos.com/archivo/curiosidades/cometa-halley-no-lleva-nombre-de-descubridor.html

Slideshow ENCONTRO MARCADO

Música eletrônica dançante

Por definição, música eletrônica é toda música criada ou modificada através do uso de equipamentos e instrumentos eletrônicos. Com a popularização da música eletrônica dançante, a partir da década de 1980, esta passou a ser conhecida pelo público geral pela denominação simples de música eletrônica, o que prevalece até hoje.
No vídeo, pássaros mostram como se dança os diferentes tipos de música eletrônica.
Parte 1

Parte 2

29 julho, 2017

O apartamento exclusivo da Torre Eiffel

No topo deste colossal monumento, o engenheiro Gustave Eiffel criou para si mesmo um espaço para morar. Um apartamento com cerca de 200 metros quadrados, a 300 metros de altura, ao qual somente ele tinha acesso.
Pequeno e decorado de forma simples, o espaço era repleto de armários e mesas de madeira. Com papel de parede elegante, a poltrona de veludo, um piano e pinturas a óleo eram suas únicas extravagâncias.
O escritor Henri Girdard conta, em seu livro dedicado à história de construção da obra, "La Tour Eiffel de Trois Cent Métres" (1891), sobre "o incontável número de pessoas que enviaram cartas ao engenheiro para alugar seu pied-à-terre". Contudo, todas as propostas foram recusadas.
As motivações do engenheiro para a construção não são claras. Mas como criador de torres, pontes e outras grandes estruturas, a localização era uma oportunidade para estudar o vento e os princípios da resistência do ferro. Entre os estudiosos e inventores que já passaram pelo espaço, estão Thomas Edison, que presenteou o amigo com um de seus fonógrafos.
A decoração e os móveis continuam os mesmos até hoje, e manequins foram inseridos para receber os que visitam o apartamento.


Ver também:
A história de Victor Lustig, o vigarista que "vendeu" a Torre Eiffel a um sucateiro de Paris. Pasmem, senhores. Para vencer essa "licitação por carta-convite", o comprador ainda precisou subornar.

Como é a vida de Jeff Bezos

O fundador e CEO da Amazon, Jeff Bezos, se transformou nesta quinta-feira (27/07) na pessoa mais rica do mundo, com uma fortuna superior a US$ 90 bilhões. desbancando o fundador e CEO da Microsoft, Bill Gates.
A guinada deveu-se ao aumento de 1,6% nas ações da Amazon na manhã de 27. Ao final do dia, porém, com as ações caindo 1,3%, a fortuna de Bezos fechou em US$ 88,7 bilhões — e Gates voltou ao número 1 no ranking da revista "Cobres", com a fortuna estimada em US$ 89,8 bilhões.
Este vídeo mostra como é difícil a vida de Jeff Bezos. É um tal de "ficar rico, ficar pobre" em que o risco de perder no couro é grande.



Hugo Lopes disse...
Dear Paulo,
If you had bought stock from Amazon when it was cheap , you would appreciate his tenacity and maneuvering. He went years without making a significant profit. Quite a story! Hope you and your family are doing well. 
Regards, Hugo

Outros internautas disseram...
Colocados end-to-end, os 90B dólares poderiam circular a Terra 273 vezes, ir à Lua e voltar 4 vezes. Empilhados, alcançariam 10 km de altura. @neiltyson
Assim, ele pode literalmente construir um elevador orbital sem gastar dinheiro.
Gostaria de ver isto calculado no Excel.
Ele está correto. @john_walkenbach
Quanto custaria para organizar estas notas das várias maneiras?
Não podem circular uma Terra plana.
Quantas vezes elas poderiam circundar Júpiter? Esta é a verdadeira questão.
Só queria algumas delas para comprar folículos pilosos.
E quanto pesaria isto tudo?
Calcular em germes, por favor.
Ele precisa de uma redução de impostos.
Olhou para a conta @JeffBezos? Não se deve seguir um cara que não segue ninguém.
Fortuna é parecida com Universo. Faz você se sentir insignificante.

28 julho, 2017

A queda

Alguém gravou a imagem daquela queda em que eu fraturei o nariz.


Em constante queda

Brahmalogia

Deu na Folha de SP:
O líder hindu Rajan Zed pediu que a cerveja Brahma mudasse de nome. Isto porque, no hinduísmo, Brama ou Brahma é o nome do deus criador do universo e, segundo ele, o uso do nome na cerveja poderia ofender os hindus.
A Brahma, que foi criada com este nome no Rio de Janeiro, em 1888, ainda não se pronunciou sobre o assunto. Nem os herdeiros e admiradores de Vinicius de Moraes.
Em 1946, Vinicius escreveu a sua "Balada para Pedro Nava, que começa assim:
"Meu amigo Pedro Nava
Em que navio embarcou:
A bordo do Westphalia
Ou a bordo do Lidador?
Em que antárticas espumas
Navega o navegador
Em que brahmas, em que brumas
Pedro Nava se afogou?"
Se, por um lado, o pedido de Zed não mexe com a "cerveja da Diretoria"; por outro, "sem Brahma não dá".

Mortífero ar

Existem lugares no mundo onde a Mãe Natureza realmente pode matar. De tempestades mortais a erupções vulcânicas, há ameaças em toda parte.
E, de todas as zonas de perigo da Terra, qual é a mais mortal?
Ella Davies divide a Terra em seus quatro elementos (água, ar, terra e fogo) para descrever suas zonas de perigo.
Ar
Uma série de "lagos assassinos" foram encontrados na África, mas não é a água que é a preocupação.
No lago Nyos, na República dos Camarões, e no Lago Kivu, na fronteira da República Democrática do Congo e do Ruanda, há um perigo invisível. Estes lagos sentam-se em áreas de atividade vulcânica onde o dióxido de carbono escapa de abaixo do solo.
Durante uma "erupção línica", o dióxido de carbono explode do fundo do lago para formar uma nuvem. Porque o gás é mais pesado que o ar, ele desce, afastando o oxigênio e sufocando qualquer vida na área. Depois de duas erupções na década de 1980, que mataram mais de 1.700 pessoas e 3.500 animais em Camarões, especialistas desenvolveram métodos para aliviar com segurança o Nyos de seu gás, usando tubos e sifões.
Um desastre em potencial foi revertido no lago Kivu, onde há também o gás metano que escapa da Terra. Um projeto foi estabelecido para usar o gás sifonado de modo a obter energia e levar eletricidade para milhões de pessoas.
Mas não são apenas os gases que podem matar. O próprio ar pode provocar um castigo mortal quando os ventos se tornam brutais.
O Cabo Denison na Antártida é, em uma média anual, o lugar mais ventoso na Terra. Sem surpresa, é desabitado.
No entanto, as tempestades sazonais causam devastação em áreas povoadas em todo o mundo.
As tempestades mais fortes se formam sobre oceanos quentes ao norte e ao sul do equador. Aqui, os ventos alísios são impulsionados pela mudança de pressão e girados pelo efeito Coriolis, criando sistemas meteorológicos rotativos conhecidos como furacões, ciclones e tufões.
Quando se trata dessas tempestades, o Haiti é considerado a ilha mais vulnerável do Caribe. Não só se encontra em uma estrada de furacão, mas o país atingido pela pobreza carece de resiliência. Os assentamentos são construídos em planícies de inundação, suas defesas naturais como as florestas foram degradadas, e a economia não é suficiente para financiar sistemas de alerta.
Isso explica por que as tempestades mais intensas não são necessariamente as mais mortíferas.
Jörn Birkmann é especialista em riscos de desastres naturais na Universidade de Stuttgart, na Alemanha. Ele diz que os ciclones são perigosos porque são difíceis de prever.
"É importante mencionar que as pistas ciclônicas mais prováveis ​​mudarão seu padrão espacial", diz ele. "Isso significa que os ciclones ocorrerão em algumas regiões que não viram ciclones antes ou apenas muito poucos. Portanto, estas regiões estão altamente em risco, já que as pessoas e as comunidades não têm ou têm muito pouco conhecimento sobre como se preparar para ciclones".
Birkmann faz parte da equipe que compila anualmente o Relatório Mundial dos Riscos, publicado pela Universidade das Nações Unidas. O relatório destaca os países mais vulneráveis ​​às catástrofes naturais, tendo em conta tanto a sua exposição como a sua resiliência, com a intenção de concentrar os esforços globais em sua proteção.
Em 2016, Vanuatu encabeçou a lista. Mais de um terço da população da ilha é afetada por desastres naturais a cada ano. Em 2015, um terremoto, uma erupção vulcânica e um severo ciclone incidiram na ilha em apenas algumas semanas e 11 pessoas foram oficialmente consideradas mortas.
Este número de mortes relativamente baixo é um testemunho dos esforços globais para proteger as pessoas de desastres naturais: tanto durante, com infra-estrutura melhorada, como depois, com melhores esforços de ajuda. Para comparação, as piores perdas de vidas devido a um ciclone aconteceram em novembro de 1970, quando Bangladesh foi atingido pelo ciclone Bhola. Quase 500 mil pessoas morreram.

Ler na íntegra em The places on Earth where nature is most likely to kill you, BBC.

26 julho, 2017

Vox populi

Em 1907, a Nature Magazine publicou um artigo de Francis Galton intitulado "Vox Populi", sobre o que hoje é chamado de "sabedoria da multidão".
Em uma feira rural em Plymouth, na Inglaterra, ocorreu um espetáculo no qual os habitantes locais poderiam adivinhar o peso de um boi a ser abatido. Os bilhetes custavam seis pences, o grande prêmio era a carcaça do animal, e parece ter havido vários prêmios menores.
Depois da votação, Galton conseguiu os bilhetes com as estimativas.
Os 787 palpites votados variaram de aproximadamente 1000 libras a aproximadamente 1500. A mediana dos palpites foi 1207 libras e o peso do boi em pé foi 1198 libras. Neste caso, mediana das estimativas (a "vox populi") ficou a 9 libras, ou 0,8 por cento, do valor observado.
Você pode quase imaginar a surpresa de Galton, que não era propriamente um fã do homem comum.

Aqui está o seminal artigo de Francis Galton, publicado em Nature (1907), No. 1949, Vol. 75, 450-451.

11/03/2018 - Atualizando ...
Vídeo: The Bean Machine
"Sempre que uma grande amostra de elementos caóticos é organizada na ordem de sua magnitude uma forma insuspeitada e mais bela de regularidade prova estar latente o tempo todo." ~ Francis Galton

O planeta e a estrela


A 370 anos-luz de distância um planeta e uma estrela estão tendo um romance tumultuado.
O telescópio espacial Spitzer da NASA detectou pulsações incomuns na camada exterior de uma estrela chamada HAT-P-2. O melhor palpite dos cientistas é que um planeta orbitando de perto, chamado HAT-P-2b, seja a causa destas boas vibrações na estrela.
Descobrimos o primeiro exemplo de um planeta que parece estar causando "um comportamento de batimento cardíaco em sua estrela-mãe", disse Julien de Wit, do Instituto de Tecnologia de Cambridge, Massachusetts. E um estudo que descreve suas descobertas foi publicado na revista Astrophysical Journal Letters.
As pulsações da estrela são as variações mais sutis de luz a partir de qualquer fonte que Spitzer tenha já medido. Um efeito semelhante já foi observado em sistemas binários de estrelas, mas nunca antes entre uma estrela e um planeta.
Pesando cerca de oito vezes a massa de Júpiter, HAT-P-2b é um planeta relativamente maciço. É um "Júpiter quente", ou seja, um exoplaneta que é extremamente quente e orbita sua estrela firmemente. Mas Júpiter quente é pequeno em relação à sua estrela, que é cerca de 100 vezes mais massiva. Essa diferença de tamanho faz com que o efeito de pulsação seja ainda mais incomum. (Para efeito de comparação, o nosso sol é cerca de 1.000 vezes a massa de Júpiter.)

http://www.spitzer.caltech.edu/news/1921-ssc2017-01-Spitzer-Hears-Stellar-Heartbeat-from-Planetary-Companion

25 julho, 2017

Uma brecha na lei


"Eu dei ordem a meu filho para não sair. Ele vai ser advogado."

Viva Paint

A Microsoft anunciou que, a partir da próxima atualização do Windows 10, o Paint não vai estar em desenvolvimento ativo e, em versões futuras do Windows,  poderá ser descontinuado. O Paint será "deprecated", como a Microsoft diz aqui.
Evidentemente isto provocou desconforto em muitos internautas que gostam do aplicativo. E eles expressaram sua revolta no Twitter.
— Meu apego ao Paint só pode ser comparada ao que eu sinto com relação ao Comic Sans.

A descoberta de Carajás

por Breno Augusto dos Santos
[...] No dia seguinte, então o Demostino autorizou e nós fomos lá. Acertamos um aluguel pela pista e começamos a mudança do Xingu. O avião do Adão saía da ilha do Xingu, levava a equipe e material, e ia para Altamira abastecer, trazia combustível dentro do avião, saía de novo, fazia esse triângulo. Porque não tínhamos combustível no Xingu, então ele tinha que fazer o triângulo, o aviãozinho fazer esse triângulo com pernas de mais ou menos 300 quilômetros, duzentos e poucos quilômetros, fazendo essa triangulação para fazer a mudança. E chegou o dia de mudar o helicóptero, daí surgiu o primeiro impasse. O voo dava mais ou menos umas duas horas de helicóptero, contra o vento, com autonomia do helicóptero de duas horas. E helicóptero cair na mata é pior do que um avião porque não tem nem asa, então quando cai na mata ele afunda, nunca mais ninguém acha. Nunca mais ninguém acha! E eu, como Chefe da equipe, me julgava na obrigação de fazer o voo com o piloto, não mandar outra pessoa para fazer o voo, então eu tinha a responsabilidade de fazer. Eu estava com a equipe lá, e o Tolbert falou: "Faça a mudança". Autorizou, foi para o Rio e eu comecei a fazer a mudança com a equipe lá, na última semana de julho de 67. Aí dois fatos também que ajudaram. No dia em que eu fui admitido no Rio pelo Tolbert, tinha um mapa antigo do IBGE, aquele mapa que era todo meio torto, e de repente ele falou a região que a gente ia trabalhar e vi que ali tinha pouco rio e eu falei: "Como eu vou me orientar nessa região?" Aí, acidentalmente eu olhei, e tinha o rio Itacaiúnas que cortava leste-oeste, e lá do outro lado tinha o rio Xingu, rio Fresco, e saía um pequeno afluente do rio Fresco chamado Icarapanã, e no lugar da cabeceira dos dois rios, no afluente de Itacaiúnas, e no afluente do rio Fresco, quase se juntavam. O Itacaiúnas era afluente do Tocantins e o rio Fresco do Xingu, então dois rios secundários, e o terceiro rio, os dois terceiros rios, o Cateté e o Carapanã quase juntavam. Então, na visão intuitiva eu falei: "Bom, se eu me perder nessa região..." A ideia simplista de quem está no Rio de Janeiro, imagina? "... esses dois, têm um eixo hidroviário aqui nessa área." Então, quando chegou a hora de deslocar o helicóptero, esse eixo veio na minha cabeça e falei: "Se eu vou voar aqui sem nunca ter voado.." – era o meu primeiro voo de helicóptero, eu nunca tinha voado de helicóptero – "... eu vou voar num lugar que se eu cair alguém pelo menos sabe onde procurar." Só que daí tinha um problema, o voo em linha reta dava duas horas, e desse jeito dava quase quatro horas. Então, o jeito era levar a gasolina do helicóptero no bagageiro, e cada lugar que você encontrasse uma possibilidade de pouso, você descia e abastecia. O que significava isso? Que você tinha mais uma hora pela frente, que se não conseguisse pousar, voltava àquele lugar de novo. Então a cada 15 minutos que você voava, você ganhava mais 15 minutos. Então foi desse jeito. A gente saiu, foi até São Félix do Xingu, abasteceu, depois do rio Fresco pousamos num pedal no meio do rio, abastecia. No Icarapanã encontramos uma pedra no meio do rio, descemos, e no divisor de águas, quando se ficava sem rio nenhum, existia uma serra muito bem marcada, bem alcantilada e com uma pequena clareira que a gente via nas fotografias, semelhante às outras, só que menor. Então essa clareira foi escolhida também como um ponto de reabastecimento. Quando o helicóptero começou a baixar, tem um arbusto chamado canela-de-ema que tem muito em Goiás, em Tocantins e lá também tem. Parece uma pequena palmeirinha, e o piloto Aguiar, já falecido, que voava comigo e já tinha mais de 50 anos, ele me chamava de "chefinho" porque eu tinha 27 anos e eu era chefe dele. E ele falou: "Chefinho, olha o rotor de cauda para ver se não bate no arbusto". E o helicóptero começou a baixar e, quando começou a baixar, aquele mundão de canga de minério de ferro, aquele negócio preto ali no chão, e eu comecei a ficar entusiasmado com aquilo e me distraí, então o rotor de cauda bateu numa pequena árvore, um pequeno arbusto. O Aguiar falou então um sonoro palavrão, me deu uma bronca por não ter olhado, e foi mais para a frente. Então eu olhei direito, pousamos, e daí é imediatamente um raciocínio simples. Se minha neta pousasse lá ia falar: "Será que as outras clareiras também são de minério de ferro?" Um negócio assim primário! E depois, quando muitas pessoas me entrevistaram a respeito da descoberta e falaram: "O que você ganhou com a descoberta de Carajás?" Eu falei: "Ganhei aquele momento". Não tem preço! Você, como profissional da área, de repente você não sabe mas sente, eu não sabia que estava descobrindo, mas sentia que estava descobrindo algo muito grande. Quer dizer, aquele momento, você sozinho com o helicóptero no meio da selva sem nada em volta, e viver aquele momento, não tem preço. Não tem preço nenhum. Daí nós decolamos, e o Aguiar deu outra sugestão bem absurda, bem surrealista, que ele não ia desligar o motor do helicóptero para ver o dano por dois motivos: primeiro que poderia ser que depois o motor não pegasse, que a gente sempre tinha problema de magneto na partida, que nem sempre o motor pegava então de repente aí não conseguiria sair dali. O outro helicóptero não estava funcionando, então não tinha como sair daquele lugar. A pé nem pensar! E segundo, se ele visse que o dano tinha sido muito grande, ele ia ficar sem condição psicológica para decolar, então só havia um jeito: ir na loteria. E vai decidir o quê? Está decidido! Tem só uma solução. Aí nós decolamos daquele lugar, e o trecho mais crítico foi enquanto a gente tinha saído do Carapanã, estava na selva, e tinha que pegar o rio Cateté. Porque chega no Cateté o pior que acontecia era cair no rio. E no rio a gente, bem ou mal, ia seguindo o rio e íamos chegar na aldeia dos índios, onde a equipe estava nos esperando, o avião do Adão estava esperando, combustível etc. e tal. E para afastar o medo, porque a gente estava com medo, os dois estavam morrendo de medo, não vou dizer que não. Não tem herói sem medo! E naquele momento, tanto ele que era experiente, foi um dos pilotos de helicóptero pioneiros do Brasil, estava morrendo de medo, como eu estava morrendo de medo por ser o meu primeiro voo. Então o que nós encontramos para espantar o medo foi cantar, porque cantando o tempo ia passando, então naquele voo que durou uns 20 minutos até chegar na aldeia a gente foi cantando: "Vamos passear na floresta enquanto o lobo não vem". O lobo era o helicóptero cair. Isso a gente foi cantando, cantando, e felizmente conseguimos chegar na aldeia. Na aldeia dos índios, abastecemos, contamos já o que tinha acontecido para a turma, os geólogos não estavam lá, estava só a equipe de piloto, mecânico. Olharam o dano e acharam que o dano não era muito crítico e decolamos. Com dois minutos fora da aldeia houve um pane no motor. O motor começou a ratear, o magneto começou a falhar, o helicóptero começou a ficar bambo e nós conseguimos voltar para a aldeia e pousar de volta e prosseguimos a viagem até o Castanhal (do Cinzento) no avião do Adão. Dois, três dias depois, o geólogo Riter foi com o piloto buscar o helicóptero e para ir fazendo mapeamento do rio Itacaiúnas até chegar no Castanhal, pegando amostra, etc. e tal, e quando chegou de noite, ele não chegou. Aquela batida no rotor de cauda trincou o eixo do rotor de cauda, e o rotor estava virando. No dia 2, quando eles foram fazer o traslado, depois consertar o motor, o eixo rompeu em voo e no dia seguinte eles tinham desaparecido. Eu saí com o piloto Adão e sobrevoamos o local, eles tinham conseguido descer no meio de uma pedra e tinham passado a noite em cima da pedra. Nós jogamos remédio, bilhete para eles e um barco foi buscá-los naquele local. Quer dizer, poderia ter acontecido com a gente quando a gente decolou da área, e caído na selva, e eu não estaria aqui para contar a história, nem o piloto, quer dizer, então as coisas acontecem...
BRENO AUGUSTO DOS SANTOS - Nasceu em Olímpia, SP, em 01/07/1940. Geólogo, foi o responsável pela descoberta da reserva de minério de ferro de Carajás (1967).
Trecho extraído da página de Breno no Museu da Pessoa (www.museudapessoa.net)
Eldorado existe, o descobridor também: Breno, o geólogo. Geração Editorial
Vídeo: 50 ANOS DA DESCOBERTA DO Fe DE CARAJÁS (1967-2017) - Breno A dos Santos (Memórias)

23 julho, 2017

Fones de ouvido - 4

Qual é o chapéu mais adequado para usar simultaneamente com fones de ouvido?
Resposta:

Fones de ouvido: 1, 2 e 3

Devagar e sempre

Lembra-se daquela fábula de La Fontaine, "A Lebre e a Tartaruga"?
Você realmente nunca acreditou que uma lebre iria parar no meio de uma corrida para descansar. E que, no final, fosse perder a disputa por excesso de confiança.
Bem, aqui está uma recriação na vida real que confirma que a história contada naquela fábula pode ter de fato acontecido.



Na Tailândia, a velocidade potencial de uma lebre não foi páreo para a determinação e a persistência de uma tartaruga.
Devagar e sempre, esta ganhou a corrida!

Tocando em frente

22 julho, 2017

O comportamento perigoso do frango

A probabilidade de um evento é definida como um número entre zero e um.
Normalmente aproximamos a probabilidade de alguma coisa para cima ou para baixo porque elas são tão prováveis ou improváveis de ocorrer, que é fácil de reconhecê-las como probabilidade de um ou zero. Entretanto, isso pode levar a desentendimentos e comportamentos perigosos, porque é difícil distinguir entre, uma probabilidade de 10−4 e uma de 10−9, a despeito da grande diferença numérica entre elas. Por exemplo, se você espera atravessar uma estrada 105 ou 106 vezes na sua vida, definir o risco de atravessá-la em 10−9 significa que você está bem seguro pelo resto da sua vida. Entretanto, um risco de 10−4 significa que é bem provável que você tenha um acidente, mesmo que intuitivamente um risco de 1 por 10.000 pareça muito baixo.
É este detalhe que o frango não sabe.

O truque da moeda na caneca

Tudo que você precisa fazer é encher a caneca com água e colocá-la no congelador. Deixe a água congelar e, em seguida, coloque a moeda no topo do gelo formado. Por fim, mantenha a caneca no congelador. ~ Jaime Nogueira

Embora este truque possa parecer tolo, há uma boa razão para colocar a moeda em cima da água congelada. É para quando você voltar para casa, após um longo período de tempo, olhar em seu congelador e verificar se a moeda ainda está no topo do gelo ou se foi parar no fundo da xícara.
Caso a moeda esteja no fundo, significa que os alimentos foram totalmente descongelados e precisam ser jogados fora (epa!). Por outro lado, se a moeda ainda estiver no topo da xícara ou no meio, os alimentos ainda estão bons.

TudoComEpa!
Datas de validade nos alimentos não significam quase nada

21 julho, 2017

O personagem "Rabino" de Meryl

Quatro foram os personagens interpretados por Meryl Streep na minissérie "Angels in America", da HBO, em 2003. A imagem ao lado, mostra Meryl caracterizada como um deles, o personagem "Rabino" da minissérie, uma atuação que lhe rendeu o Globo de Ouro e o Emmy.
"Angels in America" é uma peça de Tony Kushner que virou minissérie e aborda o comportamento humano durante a epidemia de HIV/AIDS na década de 1980, no país governado por Ronald Reagan.

Pela blogosfera
A nota A lição de Meryl Streep, do blog EM, foi republicada pelo conterrâneo Nonato Albuquerque, em seu prestigioso GENTE DE MÍDIA.

O fogo pegou no breu

Significado de pegar no breu, por Luca Maribondo (MS):
Expressão que define situação irreversível; situação em que não é possível inverter o rumo, o sentido ou a direção; coisa sem possibilidade de retornar à etapa anterior; que prossegue até o final sem ser limitada pela reação inversa. A expressão é antiga e vem dos tempos em que se soltavam muitos balões nas festas juninas: a tocha dos balões, que a garotada chamava de mecha, era feita de sacos de estopa molhados com parafina de velas derretidas; no centro da mecha havia breu, substância sólida escura, inflamável, obtido a partir de secreções resinosas de várias plantas, usada na produção de colas, tintas e vernizes, comprada em qualquer depósito de material de construção. Como não era fácil colocar o balão no ar: ele pairava durante alguns minutos até que, de repente, o fogo atingia o centro da mecha, o balão tomava força e subia rapidamente. Resumindo, "pegar no breu" é uma alusão à expressão popular usada quando os balões das festas juninas pegam impulso.
A expressão ganhou força com uma frase do presidente Lula da Silva: "A coisa pegou no breu. Ou seja, quando eu convidei o Franklin [Martins] pra ser ministro, uma das coisas que eu disse pro Franklin foi: - Nós vamos fazer a TV pública, vamos fazer sem trololó". A frase foi dita no dia 12 de maio de 2007, a propósito da criação da nova TV pública brasileira. E se esta expressão agora está no DBF é porque também pegou no breu.
http://www.dicionarioinformal.com.br/pegar+no+breu/

Mo. Big mo. Mo de "momentum". É uma expressão em inglês — big mo — que significa, numa tradução livre, pegar no breu. Em física, "momentum" é momento. Mas aqui está no sentido figurado: é impulso, estímulo etc.

Histórico do DBF
05/10/2007 - "Bebel que a cidade comeu" e "Deite-se na cama e crie fama" AQUI
13/03/2014 - "Imagine se pega no olho?" AQUI
18/02/2015 - "Impitimam é meuzovo" AQUI
02/02/2016 - "Vá correndo fazendo vento" AQUI
09/07/2016 - "Boas cercas,bons vizinhos" AQUI
08/11/2016 - "Besta elevada ao quadrado" AQUI
25/01/2017 - "Não sou má, é que me desenharam assim" AQUI
16/03/2017 - "Chore um rio por mim" AQUI
18/06/2017 - "Vá direto ao assunto" AQUI

20 julho, 2017

Santosh Park

Vista aérea do bairro Santosh Park, área de Uttam Nagar, em Deli, Índia:


Muitos de seus moradores provavelmente nunca viram uma árvore.
Lembra um subúrbio de Coruscant, a capital da República, em Star Wars. O planeta inteiro é uma única cidade da qual os seres humanos partiram para povoar a Galáxia. Seus oceanos foram drenados para gigantescas cavernas subterrâneas e o planeta, felizmente, tem placas tectônicas bem comportadas.

Uma foto perfeitamente simétrica de um mergulho do martim-pescador


Durante os últimos 6 anos, o fotógrafo escocês da vida selvagem Alan McFadyen gastou cerca de 4.200 horas procurando a foto perfeita: uma imagem simétrica de um mergulho do martim-pescador com a sua reflexão na água em busca de uma presa. No mês passado, depois de 720.000 exposições, ele finalmente conseguiu. McFadyen certamente tirou centenas de outras imagens bem-sucedidas ao longo do caminho, mas essa foto como que especial - que existia em sua imaginação - escapou-lhe durante anos.
"Martins-pescadores mergulham tão rápido que eles são como balas, assim tomar uma boa foto requer muita sorte e muita paciência", disse McFadyen ao Daily Mail.
A dificuldade é agravada pelo fato de que as fêmeas raramente mergulham, então o momento é essencial.

Alan McFadyen no Flickr

19 julho, 2017

Um vestido para a esposa de Netuno

Este vestido originalmente era preto.
O artista israelense Sigalit Landau deixou-o imerso por dois anos no Mar Morto. E o sal, que foi se cristalizando no tecido, transformou-o numa espécie de escultura.
Na foto abaixo: o momento em que o vestido foi retirado do mar:


Uma peça da alta costura para a esposa de Netuno.

Thomas Edison e a lâmpada elétrica patenteada

Em 1880, Thomas Edison recebeu a patente US No. 223898 que foi simplesmente intitulada de "lâmpada elétrica".
Mas Edison  verdadeiramente não foi o inventor da lâmpada elétrica. Antes dele, outros cientistas, como Nernst e Swan, já haviam construído bulbos de vidro que iluminavam durante algumas horas. Com Edison, eles passaram a iluminar de 50 a 60 dias, tornando-se práticos.
Inicialmente,  Edison tentou utilizar filamentos metálicos. Foram necessárias muitas tentativas para descobrir o filamento ideal: um fio de algodão parcialmente carbonizado. Instalado num bulbo de vidro com vácuo, aquecia-se com a passagem da corrente elétrica até ficar incandescente, sem porém derreter, sublimar ou queimar.
Em 1879, uma lâmpada assim construída brilhou por 48 horas contínuas e, nas comemorações do final de ano, uma rua inteira, próxima ao laboratório, foi iluminada para demonstração pública.
O que é inteiramente justo é dizer que Thomas Edison inventou a primeira lâmpada comercialmente útil.

Thomas Edison and the electric lamp patented

Comprar lâmpadas nunca foi tão complicado quanto é agora.

18 julho, 2017

A ciência sob pressão

de um artigo do Microsiervos

A expressão publish or perish (publicar ou perecer) é bem conhecida no campo científico. Expressa a importância das publicações nos currículos dos pesquisadores. Em ciência não são suficientes: fazer observações, obter resultados e tirar conclusões. Há que torná-las públicas e, se possível, através de meios com a máxima divulgação internacional. A ciência que não se dá a conhecer, que não se publica, não existe. O problema é que disso, precisamente, passam a depender o sucesso da carreira dos pesquisadores e suas chances de reconhecimento e de promoção. Daí a conhecida expressão do princípio.[...]
O problema é que a pressão para publicar e para ter impacto comunicativo pode fazer com que alguns profissionais adotem um comportamento desonesto e contrário à ética profissional, prejudicando com isso, até mesmo completamente, o propósito da ciência e de sua transmissão para o corpo social inteiro. E ela também pode levar, e de fato tem levado, a que se configure um sistema de publicações científicas com anomalias.

Cientistas imaginários influentes, nestes tempos de fatos imaginários influentes

Quando você é um cientista, faz um grande avanço e... ninguém está por perto para ajudá-lo a comemorar:

17 julho, 2017

Aurora colorida sobre a Islândia

O médico José Simões Albuquerque, natural de Aurora, Ceará, me enviou para publicação esta belíssima imagem de uma aurora (boreal) na Islândia. É do acervo da NASA, disponibilizada em sua página Astronomy Picture of the Day (Imagem de Astronomia do Dia).
Cada dia uma imagem ou fotografia diferente do nosso fascinante universo é apresentada na referida página, juntamente com uma breve explicação escrita por um astrônomo profissional. Esta é a foto que foi publicada em 6 de março de 2017.


Explicação
Você nem sempre vê uma cena tão bonita quando você caminha para um vulcão antigo — você tem que ter sorte. Quando o astrofotógrafo percebeu que as auroras estavam visíveis duas semanas atrás, ele fez uma viagem noturna ao topo da cratera para capturar esta aurora também refletida no lago central. Quando chegou, descobriu que... as luzes do norte eram ainda mais brilhantes e mais impressionantes do que antes! E a imagem que fez delas é o mosaico panorâmico de 13 quadros. O lago da cratera no centro é chamado Kerid (em islandês: Kerið) e tem aproximadamente 3 mil anos de idade. A "cabeça" da aurora mostra cores e bandas, com as cores vermelhas em situação mais alta na atmosfera da Terra do que as verdes. O céu do fundo é preenchido com os ícones da noite do norte inclusive a Polaris, o conjunto de estrelas das Plêiades e aquelas que compõem o punho da Big Dipper.

O prognosticador da tempestade

Conhecido também como o barômetro da sanguessuga, o prognosticador da tempestade (tempest prognosticator) é um invento do século XIX que o mundo está a dever a George Merryweather.
Nesta invenção, doze sanguessugas são mantidas em pequenas garrafas abaixo de um sino. Quando as sanguessugas se agitam por uma tempestade que está se aproximando, elas tentam sair das garrafas para entrar em tubos de metal e, com isso, acabam acionando um pequeno martelo que bate no sino.
A sanguessuga teria dificuldade em entrar nos tubos, mas tentaria fazê-lo se fosse suficientemente motivada pela probabilidade de mau tempo. Ao tocar o sino significaria que aquela sanguessuga individual está indicando que uma tempestade se aproxima. Merryweather referia-se às sanguessugas como seu "júri de conselheiros filosóficos" e que, quanto mais delas tocassem o sino, mais provável seria uma tempestade.
Em seu ensaio, Merryweather também observou outras características do projeto, incluindo o fato de que as sanguessugas eram colocadas em garrafas de vidro dispostas em um círculo para evitar que eles sentissem "a aflição do isolamento".
O Dr. Merryweather, curador honorário do Museu da Sociedade Literária e Filosófica de Whitby, detalhou a sensibilidade que as sanguessugas medicinais exibiam em reação às condições elétricas na atmosfera. Ele se inspirou nestas duas linhas do poema "Sinais de Chuva", de Edward Jenner: "The leech disturbed is newly risen; Quite to the summit of his prison".
Merryweather gastou muito do seu tempo, em 1850/51, desenvolvendo suas ideias e criando seis projetos a respeito de seu dispositivo "eletromagnético-atmosférico conduzido pelo instinto animal". Estes variaram de uma versão barata, que ele previu seria usado pelo governo e as indústrias navais, até um projeto bem mais caro. O design caro, inspirado na arquitetura dos templos indianos, foi feito por artesãos locais e mostrado na Grande Exposição de 1851, no Crystal Palace, em Londres.

https://en.wikipedia.org/wiki/Tempest_prognosticator - c/ imagens

16 julho, 2017

Uma galinha tecladista

Ela foi treinada para bicar um teclado que ilumina as notas em uma sequência preestabelecida. Nem por isso deve ser fácil para um ser com plumas e com TDAH dar conta do serviço.



"Quero esta galinha para ser a DJ da minha próxima festa."

Siglas
TDAH: transtorno do deficit de atenção com hiperatividade
DJ: código de 2 letras para Djibouti, dinner jacket, disc jockey etc.

Ernö e seu cubo

Ernö Rubik (13 de julho de 1944), matemático húngaro, educador e inventor do cubo de Rubik (1974), que se tornou um brinquedo popular a partir da década de 1980.
O cubo de Rubik (ou cubo mágico) consiste em 26 cubos pequenos que rodam em um eixo central. Nove faces de cubos coloridos, em três fileiras de três, formam cada lado do cubo de Rubik. Quando o arranjo do cubo é randomizado, o jogador deve devolvê-lo à condição original de faces com cores correspondentes, que é uma das 43 quintilhões de possíveis configurações.
Originalmente, o cubo mágico apresenta as cores vermelha, laranja, verde, azul, branca e amarela, mas pode haver variações, de acordo com cada fabricante. O primeiro deles foi feito de madeira, sendo hoje mais comum encontrá-lo feito de plástico.
Ernő Rubik conseguiu solucionar seu quebra-cabeça em apenas 31 dias.

Novo recorde mundial no cubo de Rubik: 4,74 segundos
Novo recorde mundial no cubo de Rubik - para robôs: 0,637 segundos

30/09/2018
Novo recorde mundial no cubo de Rubik - para robôs: 0,38 segundos

15 julho, 2017

Chico Buarque, a Globo que faz a diferença e o fradinho do Henfil

por Luis Nassif , GGN
Existem o João e seu cunhado Francisco. João, de alcunha Gilberto, é sempre pule de dez; Francisco também Buarque, é uma seta certeira. Um ou outro já consagra a vida de qualquer foca. Basta uma frase, um bocejo, uma poesia do Tejo, um resmungo, um suspiro, qualquer coisa que se extraia de boca de um ou outro, é como a pepita rara bem no fundo da bateia, pouco importa a areia que sempre o editor coloca: quem entrevista o Chico, nunca mais será um foca.
Maranhão no fechamento, pensando na roda de sexta, ouve o Ascânio gritar: esqueçam os bacharéis, esqueçam os empresários, deixem Temer e seus sicários, data venia, e os infiéis, esqueçam a malta das ruas, as fontes indignadas, nem me fale em jogadores, em paspalhos ou atletas, parem as rotativas que quero ouvir os poetas chorando gotas de sangue, arrancando os cabelos, quero ouvi-los furibundos, maldizendo Deus e o mundo e a falta de futuro que aguarda seu presidente.
E ouviram os artistas de variada extração. Ouviram Silvia Buarque e o indefectível Lobão, e também Beth Carvalho e o famoso Barretão. Ouviram até Zé Padilha que tratou de caprichar, apurando o vernáculo com o mais chique que há, introjetando na frase a finesse de um "quiçá".
Mas o Ascânio, insistente, bateu o pé e exigiu: quero aqui um peso pesado, dizendo o que quiser. Foi então que um anjo torto soprou na sua orelha: se o Globo agora ousar mostrar alguma isenção, e salvar a cobertura das torpezas de esquerdistas, suas verrinas, seus fuxicos, já temos a solução: bota alguém pra ouvir o Chico. Ele fala e sua frase fica no meio de outras, pagamos a penitência, mostramos a tolerância, não damos nenhum destaque e ela morre no ar.
E foi assim que de noite, por volta das 20 horas, saiu o jovem repórter atrás da sua matéria. Ligou para o intermediário que frequentava o Olimpo e tinha acesso a Zeus, e pediu a frase santa, que seria a água benta batendo em testa de ateu: se conseguisse a frase, nunca mais o purgatório da reportagem geral: iria direto pro céu.
O produtor, cauteloso, levou o recado ao Chico. Ele negou de imediato, mas depois, considerou. Seus olhos brilharam estranhos, parecia estar a mil, andou de um lado a outro, abriu o baú de lembranças e de um Pasquim amarelo, saltou o Fradinho do Henfil.
Sem demora esculpiu frase de quatro palavras: e não era de sua lavra, muito menos do Henfil.
O repórter reportou para o chefe de plantão que gritou para o Ascânio: temos a frase de Chico, e, para nossa surpresa, finalmente ele admite o mérito de nossa imprensa. E, em letras garrafais se lia o elogio mendaz: Globo faz a diferença.
Aí o velho fantasma, a alma de dr. Roberto, que sempre andava por perto vigiando suas crianças, rugiu como vento rascante: Ascânio, ó seu demente, veja o que tem na sua frente e não me exponha ao ridículo, que a intenção do "textículo" é fazer troça da gente
E foi assim que a frase não saiu mas pouco importa. Para evitar mais atrito é possível que inspire um novo samba de Chico.
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O tempo mítico
Abaixo, um vídeo da música "Maninha", composta por Chico Buarque em 1977, na interpretação de Chico e Miúcha, mais alguns comentários do compositor sobre a música. Ao piano, Tom Jobim.



... pois hoje só dá erva daninha
No chão que ELE pisou.
... um dia ELE vai embora, maninha
Pra nunca mais voltar.

À primeira ouvida, traz a sensação de recordação de bons tempos que acabaram contra a vontade do EU que conta a história. Chega a dar a impressão de um mal de amor sofrido por alguém que foi abandonado. Chico conta que, na época, gostaria de escrever algo com a palavra "maninha" porque muito já se havia escrito com ela (assim como iaiá ioiô) e acabou por compô-la para Miúcha cantar, não pelo fato de serem irmãos. Segundo ele, maninha, na canção, tem o sentido de "querida". A música tem um tom metafórico muito utilizado nos anos 70, época do regime militar brasileiro. O próprio Chico, diz, no documentário "Vai passar", que o pronome ELE, do texto de Maninha, referia-se à situação da ditadura. Diz o compositor: "é uma canção zangada disfarçada de delicadeza, falando de uma infância imaginária". O país estava sob a repressão militar, (e a música)  é capaz de despertar uma nostalgia, uma saudade e uma procura pelo que fez algum sonho naufragar em nossa própria vida.

Uma cobra com emojis

Justin Kobylka cria cobras com padrões de pele exclusivos a fim de vendê-las.
Os padrões são causados ​​por mutações recessivas que ocorrem naturalmente, mas que são pouco prováveis que aconteçam na natureza.
Após oito anos de cruzamentos, ele chegou a esta cobra extremamente rara que poderia ser vendida por pelo menos US $ 4.500. Mas Justin disse à Business Insider que pretende manter este animal em particular devido a sua singularidade.

Emoji Ball Python

Um símbolo na berlinda

Aconteceu com o símbolo da multinacional Procter and Gamble, empresa estadunidense que detém as marcas Gilette, Oral-B, Pantene, Ace, Vick, Duracell, entre outras. Nos anos 80, esta empresa começou a sofrer uma série de acusações graves e sinistras, vendo-se obrigada a abandonar o símbolo que vinha usando desde 1930.
Seu símbolo mostrava a figura de um rosto masculino em forma de meia-lua contra um fundo de estrelas.
Mas...
Começaram a circular rumores de que os cachos na barba e nos cabelos do homem seriam chifres e esconderiam um "666" invertido, a chamada "a marca da besta".
A persistência dos rumores fez a empresa retirar os cachos da figura em 1985.  LOGOPEDIA
Em 2007, a Procter and Gamble ganhou US$ 19 milhões em um processo contra a concorrente Amway, acusada de espalhar acusações falsas sobre a ligação da multinacional com o satanismo.
Apesar de a Procter and Gamble ter inicialmente eliminado a imagem da lua, o astro acabou voltando em uma atualização de sua logomarca feita em 2013.

14 julho, 2017

Cálculo / calcular

1
A origem dessas duas palavras está na palavra grega kalyx para seixos ou pedras pequenas. As manipulações de pedras pequenas em tábuas de contagem para fazer operações aritméticas conduziram aos significados matemáticos atuais de cálculo e calcular.
A raiz de cascalho ainda está presente no uso médico da palavra cálculo, o termo utilizado para designar formações pétreas de composições diversas (cálcio, colesterol, urato etc.) no organismo humano, em especial nas vias urinárias e biliares, e também nos animais, podendo causar enfermidades.
O nome para o elemento cálcio vem da mesma raiz. O prefixo "calci" geralmente está relacionado ao cálcio ou de alguma forma ao calcário.
VÍDEO
PEDRA NOS RINS c/ o Dr. Drauzio Varella
Ao contrário do que se pensa, não faz bem beber água quando se tem uma crise de cólica renal.
Fonte: Acta
2
Estudantes que penaram em um curso de cálculo podem apreciar o seguinte conto da Mathematical Apocrypha, de Steven Krantz:
Um matemático famoso estava voltando de uma viagem ao exterior e teve que passar pela alfândega. O funcionário da alfândega perguntou o que ele estava fazendo durante sua estada de uma semana. A resposta foi que ele havia participado de uma simpósio de matemática. O funcionário chamou então este homem para um canto e o deteve por um longo tempo com muitas e tediosas perguntas sobre exatamente onde ele estava e o que ele fazia em cada momento da viagem. O matemático continuava olhando nervosamente para o relógio, preocupado em que poderia perder uma conexão. E o funcionário da alfândega chegou ao ponto de perguntar a nosso amigo o que ele tinha jantado todos os dias. Nisso, o matemático ergueu as mãos e exclamou: "Por que você está fazendo isso comigo?" O funcionário sorriu e disse: "Ah, agora você já sabe como eu me sentia quando aprendia cálculos".
Fonte: Math Words
3

Nelson e sua habilidade de ignorar ordens

 "Insubordinação só pode ser evidência de uma mente forte." - Napoleão Bonaparte (1817)

Horatio Nelson tem sido frequentemente chamado de melhor marinheiro da Grã-Bretanha. Além de sua capacidade inigualável para motivar aqueles que estavam sob seu comando, ele era um bruxo no campo da tática. Nelson não deixava que pequenos detalhes, como "ordens de seus superiores", o constrangessem. E, por não obedecer ordens, ele foi capaz de vencer batalhas críticas. A batalha de Copenhague é um exemplo disso.
Em 1801, os britânicos estavam lutando uma batalha crucial contra a Dinamarca. O Almirante Sir Hyde Parker era o comandante das forças britânicas. Vendo-se impossibilitado de tirar os navios de maior porte do alcance do inimigo – por causa das águas rasas, Parker enviou Nelson, seu segundo em comando, à frente com os navios mais leves. E, quando Parker achou que as coisas estavam indo mal, ele enviou o sinal de retirar-se.
Uma das formas preferidas de Nelson para não seguir ordens, e assim, ganhar batalhas críticas, era sua habilidade incomparável de não ver as mensagens indesejadas.
De acordo com testemunhas, quando Nelson viu o sinal voltou-se para Thomas Foley, seu substituto imediato, e disse: "Você sabe, Foley, eu tenho apenas um olho. Eu tenho o direito de ser cego, às vezes". Ele então transferiu sua luneta para o olho cego e concluiu: "Eu realmente não vejo o sinal". Você, provavelmente, já ouviu a expressão "fechar os olhos" (com o fim de não tomar conhecimento de algo óbvio). Se você já se perguntou de onde veio, ela veio de Horatio Nelson e sua habilidade de ignorar ordens.

10 Military Victories Achieved by Not Following Orders, TOPTENZ

13 julho, 2017

A impossibilidade em sua forma mais pura

A Suécia emitiu três selos (25, 50 e 75), em 1982, retratando figuras impossíveis. O selo de valor nominal 25, em que cubos formam um triângulo, é mostrado ao lado.
Este triângulo torcido tem um nome?
Sim, A figura é chamada de tribar ou triângulo de Penrose. Foi primeiramente pintado, em 1934, pelo artista gráfico sueco Oscar Reutersvard. Supostamente, Oscar sofria de dislexia e tinha dificuldade para estimar a distância e o tamanho dos objetos. Mas sua família, que era uma família de artistas, o incentivou em seus esforços para a pintura e a escultura.
Ele desenhou sua versão de triângulo como um conjunto de cubos em projeção paralela.
O psiquiatra Lionel Penrose, e seu filho, Roger, conceberam e popularizam na década de 1950 a sua versão do triângulo, descrevendo-o como "a impossibilidade em sua forma mais pura". E Maurice Escher usou e popularizou ainda mais a ideia em seus desenhos.
Há pelo menos duas esculturas que mostram o tribar quando visto da perspectiva correta. Uma está em East Perth, Austrália (mostrada abaixo), e a outra, em Gotschuchen, na Áustria.

O triângulo impossível em Perth, uma ilusão de óptica
Embora seja possível construir analogias ao triângulo de Penrose com outros polígonos regulares para criar um polígono de Penrose, o efeito visual não é tão marcante, e à medida que os lados aumentam, o objeto parece ser meramente deformado ou torcido.

https://en.wikipedia.org/wiki/Penrose_triangle (v. tridente e arco)
http://pballew.blogspot.com.br/2017/02/on-this-day-in-math-february-16.html#links

Um museu das lutas democráticas do povo brasileiro

A democracia não caiu do céu. Demandou muita luta. Custou o sacrifício de muitos brasileiros e brasileiras, desde os tempos do Brasil-Colônia até hoje.




14/07/2017 - Atualizando ...
Em entrevista à Sputnik Mundo, o Nobel da Paz, argentino Adolfo Pérez Esquivel, vê como um golpe midiático-parlamentar-judicial a destituição de Dilma Rousseff da presidência do Brasil, em 2016, contra a qual não conseguiram comprovar nenhum ato de corrupção. Assim como o golpe contra Manuel Zelaya em Honduras, em 2009, e o golpe contra Fernando Lugo no Paraguai, em 2013.
E o jornalista Glenn Greenwald, um dos mais respeitados profissionais da imprensa global, em reportagem internacional da Agência Reuters, já trata o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) como o próximo presidente e se mostra perplexo com o fato de o Brasil, em pouco mais de um ano, ter migrado de um governo legítimo de centro-esquerda, o de Dilma Rousseff, para um de direita radical, sem que o eleitor tenha sido consultado.

11/09/2017 - Atualizando ...
Xico Sá (parodiando a frase que Dostoievski nunca escreveu): "Se o golpe está vivo, então tudo é permitido".

12 julho, 2017

Crack house

"A vizinhança era boa até esta casa estragar tudo."

O ÁLBUM DOS "COFRINHOS". Partes 1 e 2

Coisinha do Pai

Há 20 anos...
Com a finalidade de "despertar" o robô Sojouner para mais um dia de trabalho na superfície de Marte, os cientistas da Nasa usaram, no dia 12 de julho de 1997, o samba "Coisinha do Pai", interpretado por Elba Ramalho e Jair Rodrigues, e pinçado do disco "Casa de samba 1" produzido por Rildo Hora.
A escolha da canção foi da brasileira Jacqueline Lyra, engenheira aeroespacial responsável pelo controle de temperatura do robô e da nave Pathfinder, que o levou ao planeta Marte.
A música, segundo a engenheira, é uma "forma simbólica" de enviar o sinal para que o robô comece a trabalhar.  Acrescentando: "É tradição na Nasa acordar os astronautas com uma música, a nossa equipe resolveu fazer isso também com os robôs. Como estou sempre escutando músicas do Brasil, achei que o samba era bem apropriado por dizer 'você vale ouro, todo meu tesouro'."
O inesquecível samba "Coisinha do Pai", composto por Jorge Aragão, Almir Guineto e Luiz Carlos, foi lançado no álbum "Beth Carvalho no Pagode" (1979), de Beth Carvalho.E foi também um dos grandes sucessos do tradicional bloco carnavalesco carioca Cacique de Ramos.
N. do E.
Marte é um planeta habitado exclusivamente por robôs.

Criando uma senha

- repolho
- Sinto muito, a senha precisa ter pelo menos 8 caracteres.

- repolho cozido
- Sinto muito, a senha precisa ter pelo menos 1 numeral.

- 1 repolho cozido
- Sinto muito, a senha não pode ter espaços em branco.

- 50porrasderepolhoscozidos
- Sinto muito, a senha precisa ter pelo menos uma letra maiúscula.

- 50PorrasdeRepolhosCozidosEnfiadosNoSeuRabo,SeVocêNãoMeDerAcessoImediatamente
- Sinto muito, a senha não pode ter pontuação.

- AgoraEuFiqueiMuitoPuto50PorrasDeRepolhosCozidosEnfiadosNoSeuRaboSeVoceNãoMeDer
AcessoImediatamente
- Sinto muito, esta senha já existe. Tente outra.

[fazendo a ronda na internet também em imagem]

A senha
http://blogdopg.blogspot.com.br/2009/08/senha.html#links

10 julho, 2017

O segredo da felicidade

- Mestre, qual é o segredo da felicidade?
- Não discutir com idiotas.
- Não concordo, Mestre.
- Você tem razão.

Mafalda

Merecem chocolate

Richard Hamming (1915 — 1998) foi um matemático e professor estadunidense. Ele trabalhou no Projeto Manhattan, em 1945, programando um dos primeiros computadores eletrônicos digitais que calculava a solução de equações dos físicos do projeto. O objetivo do programa era descobrir se a detonação de uma bomba atômica poderia incendiar a atmosfera terrestre. O programa mostrou que isto não ocorreria.
Citações
"Máquinas devem trabalhar, pessoas devem pensar."
"É melhor resolver o problema certo da maneira errada que o problema errado da maneira certa."
"O propósito da computação é insight (discernimento intuitivo), não números."
"Existem comprimentos de ondas que pessoas não podem enxergar, sons que pessoas não podem ouvir, e talvez computadores tenham pensamentos que pessoas não poderiam ter."
"Newton disse: 'Se vi mais longe foi porque estava sobre ombros de gigantes'. Nos dias de hoje, estamos uns sobre os pés dos outros!"
"Quais são os mais importantes problemas em sua área? Você está trabalhando neles? Por que não?"
"Os bons professores merecem maçãs; os grandes professores merecem chocolate."
Insight, substantivo com origem no idioma inglês e que significa compreensão súbita de alguma coisa ou determinada situação. Nos desenhos, o insight é representado com o desenho de uma lâmpada acesa em cima da cabeça do personagem, indicando um momento único de esclarecimento em que se fez luz.

... sobre ombros de gigantes, trecho de uma carta de Newton para Robert Hooke, baseado numa metáfora atribuída a Bernardo de Chartres.

... merecem chocolate, a citação favorita de Hamming, que ele mandou escrever em caligrafia na porta do seu escritório.

09 julho, 2017

Dr. Carta Pácio e o sistema de tarifação das cartas

Recebo outra carta do Dr. Carta Pácio. Acho que ele está legislando em causa própria.

Meu prezado senhor,
É sabido que os selos surgiram na Inglaterra, em 1840, como uma necessidade de tarifar correspondências. Quem pagava pelo envio era o destinatário que, em diversos casos, se recusava a fazê-lo causando prejuízos às empresas de entrega. Para solucionar os desencontros, o professor Rowland Hill elaborou uma proposta: o valor seria cobrado na hora da postagem e comprovado o pagamento por um pequeno papel colado ao envelope – o selo postal.
O que proponho é uma volta à origem.
Os selos voltariam a ser pagos pelo destinatário.
Somente no caso de o destinatário não aceitar a cobrança é que, retornando a carta para o remetente, este pagaria em dobro. Os Correios não perderiam nada.

Fui curto e grosso:
Mande suas próximas cartas pelos pombos do seu quintal. Não vou pagar nada que venha por este novo velho sistema de tarifação. E fique tranquilo que seus pombos retornarão a seus pombais levando minhas respostas especialmente as desaforadas, pois eles são inigualáveis nesta função postal.

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Hemoptises

1
O último ato da vida de Molière foi em 17 de fevereiro de 1673, numa noite de inverno. Menosprezando os conselhos dos médicos, que lhe diziam para ficar em repouso e não ir ao teatro, ele foi representar o hipocondríaco Argan em sua sua famosa peça, "Le Malade Imaginaire" ("O Doente Imaginário"), em que satirizava as práticas médicas de sua época. Quando recitava os versos da peça, Molière sofreu uma catastrófica hemoptise (de provável origem tuberculosa) no palco. Em seguida, enquanto a plateia delirava em aplausos, foi tomado por uma convulsão e levado para casa, onde morreu poucas horas depois.
2
Febre, hemoptise, dispneia e suores noturnos.
A vida inteira que podia ter sido e que não foi.
Tosse, tosse, tosse.
Mandou chamar o médico:
- Diga trinta e três.
- Trinta e três... trinta e três... trinta e três...
- Respire.
------------------------------------------------------------------------------------------------------------
- O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado.
- Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?
- Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.
Pneumotórax. In: Poesia Completa e Prosa, de Manuel Bandeira
3
[...]
Jeje, tua boca do lixo
escarra o sangue
de outra hemoptise
no Canal do Mangue. [...]
Nação. In: A Arte de João Bosco (disco)


08 julho, 2017

Porque eu prefiro o Twitter

não tem textão
não tem família
não há excesso de emojis
quase ninguém que eu conheço tem
não tem gente fingindo que leva uma vida perfeita
não expõe relacionamentos
as notícias são em tempo real
é uma fabrica de memes inteligentes
e, no Twitter, ninguém publica isto:


Quem nasceu pra compartilhar nunca chega a retuitar.

Face x Twitter

07 julho, 2017

Malthus e Darwin

Nascido em fevereiro de 1766, o economista e demógrafo inglês Thomas Robert Malthus pode ser considerado um sociólogo pioneiro. Ele foi um dos primeiros a analisar sistematicamente a sociedade humana ao publicar suas teorias em "Um Ensaio sobre o Princípio da População". Malthus previu que a população sempre ultrapassaria o suprimento de alimentos e que isso resultaria em fome, doença ou guerra para reduzir o número de pessoas. Como Malthus observou, A Revolução Industrial estava causando um rápido aumento da população, o que exigiria, para manter as condições sociais de então, impor limites estritos na reprodução. Lendo o livro, Charles Darwin inspirou-se a refletir sobre a sobrevivência dos indivíduos mais aptos no processo de seleção natural das espécies. (TIS)

"Em outubro de 1838, ou seja, quinze meses depois de eu ter iniciado minha investigação sistemática, passei a ler por diversão Malthus sobre a População , e estando bem preparado para apreciar a luta pela existência que, em todo lugar, decorre da observação prolongada dos hábitos de animais e plantas, logo me pareceu que, nessas circunstâncias, as variações favoráveis ​​tenderiam a ser preservadas e as desfavoráveis ​​a serem destruídas. O resultado disso seria a formação de novas espécies. Aqui, então, eu tinha finalmente uma teoria para trabalhar. Mas eu estava tão ansioso para evitar o preconceito que eu decidi não escrever, por algum tempo, até mesmo o mais breve esboço sobre o assunto." ~ Charles Darwin

Malthus Além

O gentílico brasileiro

Várias são as versões acerca da origem do gentílico "brasileiro". A mais aceita diz que, inicialmente, a palavra referia-se àquele que ia do Brasil para a Europa com o objetivo de comercializar o pau-brasil. E faz sentido, uma vez que usamos na língua portuguesa o sufixo "eiro" para designar inúmeras profissões: açougueiro, sapateiro, ferreiro, livreiro, tintureiro, barbeiro, torneiro, carpinteiro, garimpeiro, seringueiro etc.
Os habitantes naturais do Brasil são denominados brasileiros, cujo gentílico é registrado em português a partir de 1706 e que, como já foi dito, inicialmente se referia  apenas aos que comercializavam pau-brasil. Entretanto, foi apenas em 1824, na primeira constituição brasileira, que o gentílico "brasileiro" passou legalmente a designar as pessoas naturais do Brasil. O que surpreende é que o primeiro registro não seja mais antigo. A extração do pau-brasil foi a primeira coisa a que os portugueses se dedicaram no Brasil, mas que foi logo suplantada pelo negócio do açúcar assim que a colonização começou a sério, em meados de quinhentos,
Há ainda a possibilidade do uso de outros gentílicos, como "brasiliano", "brasílico" e "brasiliense", conforme consigna o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), para designar os naturais do Brasil. Quanto a "brasiliense", este só convém ser aplicado aos brasileiros nascidos em Brasília, com a finalidade de evitar confusão.
(O VOLP também traz o depreciativo "brasileirote", brasileiro sem importância.)
O sufixo "eiro", que é extremamente comum na língua portuguesa, serve também para formar desde nome de plantas, como tomateiro, até adjetivos abstratos, como prazenteiro (da antiga palavra prazente, agradável). Mas entre todos os países do planeta, o Brasil é o único cujo adjetivo nacional é formado com este sufixo. Enquanto outros países apresentam seus gentílicos com sufixos em "ês" (francês), "ano" (cubano), "ão" (alemão), "avo" (iugoslavo), "ino" (argentino), "eno" (chileno), "ense"(canadense), "enho" (panamenho), "ita" (israelita), "eco" (guatemalteco) e  "ol (espanhol)", entre outros.
(Somente uma língua artificial poderia resolver toda essa mixórdia.)
Portanto, o termo "brasileiro", com origem na profissão de brasileiro (comerciante de pau-brasil) constitui uma, digamos, exceção gramatical. Outras acontecem com o Estado de Minas Gerais, cujo gentílico é "mineiro" (trabalhador de minas), e com o município de Campinas-SP, cujo gentílico é "campineiro" (trabalhador do campo). O que evita deste modo, no último caso, "adotar o erudito campinense para não tomar tradições que pertence legitimamente à cidade de Campina Grande-PB".
Paulo Gurgel
Fontes
https://pt.wikipedia.org/wiki/Brasileiros
http://eusoubrasiliano.blogspot.com.br/
http://www.academia.org.br/nossa-lingua/busca-no-vocabulario
hhttps://campinasnostalgica.wordpress.com/2014/04/24/campineiro-ou-campinense-eis-a-questao/