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30 junho, 2010

Uma tórrida história - 1

Ronald McDonald é uma figura admirada. Crianças de todo o mundo alegram-se ao verem o afável palhaço, com seu inconfundível cabelo vermelho, macacão amarelo e camisa listrada. Mas poucas sabem a verdadeira e triste história da vida do palhaço.
Ah, não se deixem enganar por esse sorriso luminoso, vermelho e grande. Há lágrimas embaixo, crianças. Limpem a maquiagem de Ronald e vocês vão encontrar algo que não é tão bonito.



AMANHÃ: PARTE 2

Esqueçam Nostradamus

Tia Carmela e o Zezinho descobriu que Luís de Camões também fazia profecias, e das boas. Uma das provas a respeito disso o blog foi encontrar nesta quadra:
"Quando os deuses do Olimpo luminoso
Onde o governo está da humana gente
Se ajuntam em concílio glorioso
Sobre as cousas futuras do Ocidente."
Faz parte da estância 20, Canto I, do poema "Os Lusíadas". É a passagem em que o vate lusitano previu a glória da UDN no século XXI.


Rodapost
Dilma é a estrada que conduz o Brasil ao futuro. Serra é o pedágio.

Uma volta ao passado

Quando a cantora Susan Boyle, 47, passou a ser uma pessoa famosa, revistas que faturam com notícias sobre celebridades se viram diante de um problema especial. Como conseguir uma fotografia da cantora quando ela era ainda criança? A própria Susan não as tinha.


A solução foi encontrada em um software desenvolvido pela Associação Britânica de Geriatria, o qual consegue recriar, a partir de uma fotografia recente, a imagem do rosto de alguém muito tempo atrás. Conforme esse programa, aos 6 anos de idade Susan deve ter sido + ou - assim.

28 junho, 2010

A Inconfidência Blogueira

Em 13 de dezembro de 2008, lancei neste folhetim eletrônico a ideia da Inconfidência Blogueira. Seria um movimento para boicotar as imagens em formato GIF com movimento, as quais, após inseridas nos blogues, cedo ou tarde terminam sem. Algumas até recuperam a animação, mas aí não se sabe por quanto tempo. Nem o que querem fazendo isso.
A última delas, após me seduzir para entrar numa recente postagem (sim, tenho minhas fraquezas), está que não mexe um pixel.
Vejam com seus próprios ocelos como se encontra a situação geral:

Para que lado a mulher gira?
Para refletir - 3
Uma gota esgotada OK
Batendo palmas OK

Os pessimistas

Comecemos o assunto com uma história sobre Sileno. Sileno era um sátiro da mitologia grega a quem se atribuía o dom da sabedoria - quando estava bêbado! Uma vez, o rei Midas lhe perguntou o que poderia de melhor acontecer a um homem. Tendo a ele respondido o "clarividente" bebedor: "O melhor é não nascer; se nasceu o melhor é morrer logo".
Não foi uma reflexão muito confortadora, essa que Sileno fez para o rei frígio. Mas, desde então, ao sátiro não tem faltado os fiéis seguidores: de Hegesias, o filósofo grego que, no século III a.C. instava seus semelhantes a morrerem de fome, a Arthur Schopenhauer ("Nossa vida oscila entre a dor e o tédio"); de Jean-Paul Sartre ("O homem não é feliz e morre") a Woody Allen ("Nasces, adoeces e morres") e a muitos outros.
A ideia central é de que não adianta estrebuchares: adoecerás e morrerás. E o mesmo acontecerá aos que te cercam, sem que ninguém entenda nada.

27 junho, 2010

Pela blogosfera - 38

Nos últimos dias, incluíram EntreMentes em suas listas de favoritos:

Elaine Costa: Blog da Elaine
Celso Jardim: Muito Além do Jardim

A postagem imediatamente anterior, a crônica "Inimigos naturais", foi republicada no blog do Prof. João Teles de Aguiar. Agradeço a este ter recomendado a referida crônica "aos amantes de um belo texto."

Inimigos naturais

O mundo está cheio dos chamados inimigos naturais. Constituindo o mais clássico dos exemplos o cão e o gato, o qual é aproveitado ad nauseam nas histórias em quadrinhos e nos filmes de desenho animado. No entanto, eles não são inimigos exclusivos, já que o cão teme a carrocinha, a vacina, o foguetório e a tina d'água e hostiliza abertamente o carteiro. E porque o gato também costuma atazanar o rato, o qual, por sua vez, assusta o elefante... Quanto ao elefante, ah, este incomoda muita gente!
Outros inimigos naturais: o balão e o alfinete, a vidraça e o bodoque, o sapato e o chiclete, o carro e a motocicleta, a farofa e o ventilador, a árvore e o machado. Etc. Não passando de uma grande ingênua a árvore que disse para a floresta: "Calma, arvoredo, o machado é um dos nossos". Pois, vá lá que o cabo do instrumento seja de natureza vegetal, como considerou a arvorezinha, mas... o seu cortante ferro, hein? É uma meia verdade, isso sim. Além do que é preciso ser muito sândalo para, depois do que acontece, ainda perfumar o machado, esse vândalo!
Também a patroa e a empregada, o álcool e o fígado, o sal e a pressão, Deus e o diabo (vai se dar muito mal quem acender uma vela para ambos), a bactéria e o antibiótico, o chinelo e a barata (que se for esperta tampouco atravessa galinheiro), a crase e o estudante, a pimenta e as hemorróidas, a sogra e a humanidade, a pedra e o dedão do pé... A propósito, chute só onde Drummond foi buscar inspiração para escrever o seu conhecido poema.
E a lista é interminável! O caloteiro prejudica o garçom. Que dá o troco na mesa seguinte, aliás, esquece-se disso. A roleta de ônibus martiriza o gordo; a fumaça, a colmeia; a mala (sem alça), o carregador; o banco, o devedor... Até chegar ao bicudo que - exemplo extremo - é inimigo nato de outro igual. Quando eles tentam se beijar, naturalmente. PGCS

26 junho, 2010

Que é a felicidade?

"Felicidade é quando o último canapé da bandeja sobra para você.
É quando você sacode a lata — e ainda tem cerveja!
É encontrar vaga no estacionamento depois de uma volta só.
É o dentista telefonar para desmarcar a hora.
E, ao contrário do que você sempre pensou, felicidade não é viver uma grande paixão, é ter alguém para coçar as suas costas."
Luís Fernando Veríssimo retoma a ideia de que a felicidade é a soma dos pequenos bons momentos. O cronista, porém, não fez a ressalva de que o quarto desses momentos pode, alguma vez, ficar fora da relação. Quando um dente dói, por exemplo.
Puxa, logo agora que os nossos dentistas encontraram uma solução a jato para o problema!


Finais das Copas de 1930 a 2006

Reunindo seleções de muitos países, a Copa do Mundo da FIFA é a maior competição de futebol do planeta. O campeonato é disputado a cada quatro anos desde 1930, exceto em 1942 e 1946, anos em que o mesmo foi cancelado devido à II Guerra Mundial.
Nas dezoito Copas do Mundo, realizadas até o momento, setenta e cinco países disputaram o torneio ao menos uma vez. Em todas as suas finais, um ou dois destes quatro países estiveram nelas com suas seleções: Brasil, Itália, Alemanha e Argentina.

1930: Uruguai x Argentina
1934: Itália x Tchecoslováquia
1938: Itália x Hungria
1950: Uruguai x Brasil
1954: Alemanha x Hungria
1958: Brasil x Suécia
1962: Brasil x Tchecoslováquia
1966: Inglaterra x Alemanha
1970: Brasil x Itália
1974: Alemanha x Holanda
1978: Argentina x Holanda
1982: Itália x Alemanha
1986: Argentina x Alemanha
1990: Alemanha x Argentina
1994: Brasil x Itália
1998: França x Brasil
2002: Brasil x Alemanha
2006: Itália x França

Na Copa de 2010 (imagem), em curso na África do Sul, as seleções de futebol de três (Brasil, Alemanha e Argentina) dos quatro países já garantiram suas presenças nas oitavas de final. A escrita se repetirá por ocasião da final?

Eu tive um sonho

Caro Michael,
No aniversário de sua sentida ausência (25/06), eu quero lhe descrever um sonho.
Eram dois batalhões inimigos frente a frente. Jovens enfurecidos pelos seus generais lutariam contra os demônios postados do outro lado.Os tambores repicavam tentando acertar o ritmo das armas sendo engatilhadas. As baionetas sedentas brilhavam depois de uma noite de cuidadosa lustragem. Os comandantes levantaram suas respectivas espadas de comando para autorizar a carnificina.
De repente, um soldado rompe a linha, vindo da retaguarda, e corre desarmado para o campo de batalha. A seu comando, a bateria reverte o ritmo para começar a guerra. Guerra de gestos, passos, rodopios, requebros e gingados. Guerra contra a estupidez, imoralidade, servidão, mentira, injustiça e o desamor.

Os soldados de ambos os lados marcam o ritmo, balançam, riem e finalmente aplaudem. A batalha foi esquecida. O toque de dispersar faz com que todos saiam da formação para celebrar a vida. Dançar B-Boying, ouvir blues e beber uma geladinha. Foi um sonho, mas poderia ser real, custaria menos. Obrigado pela herança que você deixou.
Saudades,
Nelson José Cunha
Post scriptum
Caros Paulo e Marcelo,
Michael foi o maior artista que já vi. Entenda-se ARTISTA, alguém de habilidades múltiplas. Sammy Davis Junior cantava e dançava divinamente, mas não foi um inovador no sapateado. Madonna canta e dança, mas não dirige seus shows e está longe do Michael no quesito “personal stylist” . Vejam o que ele veste, da luva solitária ao resgate da polaina. É ou não é um inovador? Ele produzia seus próprios discos e compôs grande parte dos seus sucessos. Na nova ciência do “Marketing” era também um gênio. Sua vida, sua mudança radical da fisionomia e cor da pele não encontram paralelo entre os seus congêneres. Seus casamentos, seus filhos brancos, seu suspeito afeto por crianças, sua casa Nerverland Ranch, a posse do acervo dos Beatles, foram todas grandes jogadas publicitárias que não o fizeram um bilionário porque também tinha a volúpia no gastar. Personalidades assim, multigeniais, são raríssimas e daí o seu valor ter sido multiplicado com a sua morte. Novo golpe publicitário ?
NJC

24 junho, 2010

Teja solto!

ENTRAM EM CENA AS TORNOZELEIRAS ELETRÔNICAS


... DEPOIS DO FRACASSO DAS PULSEIRAS DO SEXO.

Com açúcar e com afeto

Qualquer país é o número 1 em alguma coisa. O número 1 em carne de cavalo, televisores, felicidade, mariposas, assassinatos em série, tratores, índice de diáconos etc.
Numa infografia elaborada por Information is Beautiful descubro que o nosso país é o número 1 em... açúcar.


O Brasil não tem do que se queixar. E, com todo o afeto que a situação permite, deve mandar aquele abraço ao Paraguai, nosso sócio na Itaipu Binacional, por ser o país vizinho "o primeiro do mundo em hidroeletricidade".

23 junho, 2010

Ruídos de comunicação - 3

O QUE ELAS DIZEM...
Esse lugar está uma bagunça, amor! Você e eu precisamos limpar isto. Suas coisas estão jogadas no chão e você vai ficar sem roupas para usar se não lavá-las agora mesmo.
O QUE ELES OUVEM...
Esse lugar está uma bagunça, amor! Você e eu precisamos limpar isto. Suas coisas estão jogadas no chão e você vai ficar sem roupas para usar se não lavá-las agora mesmo.

(post de 23/06/09)

22 junho, 2010

À espera da indenização

PELICANOS DA REGIÃO DO GOLFO DO MÉXICO FAZEM FILA
À PORTA DO ESCRITÓRIO DA BRITISH PETROLEUM

A Lua e as marés

As marés constituem um fenômeno resultante da atração gravitacional exercida pela Lua sobre os oceanos. Existe também a influência do Sol, em menor escala e estimada em 46 por cento da influência lunar, na geração das marés na Terra.
Outra atuação confirmada da Lua é sobre as bicicletas que saem à noite.


Itapiúna - CE

21 junho, 2010

José Saramago

Nelson José Cunha

Ligo o televisor e dou de cara com o defunto Saramago. Não se parece com velório de ateu. Tem velas tremulando e gente compungida recomendando o escritor ao pai de todas as almas, inclusive as dos ateus. Esses televisores em HD deixam os falecidos, maquiados, quase vivos. Os vivos, enrugados, quase mortos e as flores do caixote mortuário querendo perfumar a minha sala. Olho pra ele e percebo um certo grau de constrangimento. José Saramago praticava, com evidente prazer, o esporte de demolir as religiões num país carola como Portugal. Recebeu o troco por sua ousadia: havia pouca gente a rodear sua urna, dentre elas, a nossa Dilma em busca de uma foto para seu programa eleitoral. A imprensa quis saber se ela leu Saramago. Ela titubeou e citou o nome incompleto de algum livro. Como se a leitura fosse importante para ser Presidente do Brasil.
Os vivos são uns e os mortos são outros. Se os primeiros têm defeitos, os falecidos vão cheios de bondades. Falar mal de quem vai é covardia dos vivos porque os defuntos não gostam de retrucar. Gosto do Saramago pela sua produção pré Nobel, tinha livros chatos, mas quem não é chato por um dia? Eu mesmo, agora, um chato iconoclasta e gozador da candidata do dono do Blog.
Um prêmio quase sempre faz mal à biografia do agraciado: seja ele um Nobel ou vencedor do BBB. A imprensa tem responsabilidade nisso: está sempre a perguntar sobre tudo e sobre todos, da teoria das cordas até a receita para erisipela. O agraciado passa a ser, de repente, uma autoridade em tudo. Fica parecendo o Sheldon Cooper, da série de TV Big Bang Theory (que eu adoro) .
O pobre do Saramago caiu nessa armadilha e foi muito contraditório ao se manifestar sobre política e religião. Hoje o jornal oficial do Vaticano, L’Osservatore Romano, cobrou coerência do escritor que criticava a inquisição e as cruzadas, mas se calava diante dos genocídios praticados pelas ditaduras marxistas da história. O defunto que calado estava, mudo e resignado ficou.
Da minha parte está desculpado porque relevante mesmo é o seu legado literário, que o fez um dos maiores escritores da língua lusitana. Mérito maior porque escrevia num idioma com pouco prestígio como é o nosso maltrapilho português. O idioma monossilábico ficará assilábico depois que os novos escribas tiverem concluído a pós-graduação no MSN, Orkut e Twitter. Chegaremos ao ápice da evolução lingüística quando entrarmos na fase dos grunhidos como os Neandertais. O mundo é redondo e a história dá voltas.
- Inhamm, inhamm significará: te amo e quero te comer agora, vai baixando a calcinha.
- Um-hum, ela responde cheia de dengo e já abrindo as perninhas.
Não é romântico o novo-velho idioma que se está a resgatar?
Pois, pois. Oh! pá. Que Deus (se existe) ponha o José de castigo, só por uns dias, pelas ofensas ao Criador. Depois lhe dê um lugar no seu coração perdoador. Amém.

Ao enviar esse texto, Nelson Cunha acrescentou que era um "pitaco" sobre Saramago, e que "pitaco", segundo o dicionário, seria "uma opinião não solicitada". O dono da bitácora acha que o seu colaborador outra vez acertou com o taco.

20 junho, 2010

Elas, as vuvuzelas - 2

Essas longas cornetas de plástico, equipamentos quase indispensáveis aos torcedores de futebol na África do Sul, podem danificar a audição das pessoas expostas ao barulho que elas fazem.
Uma série de testes feitos pela Phonak Hearing Aid concluiu que a vuvuzela pode emitir um som de 127 decibéis. Isto é mais do que um tambor ou uma motoserra emitem, por exemplo.

Conselho a quem viajou à África do Sul para os jogos da Copa: atualize o exame audiométrico ao retornar a seu país.

A ratoeira

A publicidade não respeita o drama de um rato aprisionado numa ratoeira.

Se você tem nervos fortes, assista!


19 junho, 2010

Para que lado a mulher gira?

A mulher do centro gira para a direita. Ou para a esquerda.
A resposta depende de qual das duas outras mulheres (que rodam em sentidos opostos) esteja a influenciar na interpretação desse movimento.



É um exemplo da dificuldade que o cérebro tem para distinguir em duas dimensões as ambiguidades daquilo que acontece em três dimensões.

POST SCRIPTUM 1
NO SITE ONDE FORAM VISTAS PELA PRIMEIRA VEZ AS MULHERES CONTINUAM A GIRAR. JÁ AQUI...
AH, MULECAS!!!

POST SCRIPTUM 2
VAMOS AGORA DE YOUTUBE QUE ESTE NÃO FALHA.

Oração das mulheres resolvidas

Que o mar vire cerveja e os homens, tira-gostos.
Que os nossos homens nunca morram viúvos.
Que nosso filhos tenham pais ricos e mães gostosas!
Que a nossa sogra nunca se chame Esperança, porque é a última que morre.
Que Deus abençoe os homens bonitos, e os feios se tiver tempo.
Deus, eu vos peço sabedoria para entender o homem, amor para perdoá-lo e paciência pelos seus atos, porque, Deus, se eu pedir força, eu bato nele até matá-lo.
Um brinde aos que temos, aos que tivemos e aos que teremos.
Um brinde também aos namorados que nos conquistaram,
aos trouxas que nos perderam e aos sortudos que ainda vão nos conhecer.
Que sempre sobre, que nunca nos falte, e que a gente dê conta de todos.
Amém.
(de autora desconhecida)

A oração, após ser dita em voz alta, deve ser completada com este pensamento de auto-ajuda:
Ser mulher em si já é uma grande qualidade. A maior prova disso é que alguns homens correm atrás de nós e outros nos copiam.

Ver também no Blog:

18 junho, 2010

Como se obtém o petróleo?


É um processo complexo:
  1. As companhias extraem o petróleo do leito dos oceanos.
  2. Elas depositam esse petróleo nas águas do mar.
  3. Milhões de barris de petróleo são conduzidos pelas correntes marítimas até o país produtor.
  4. Nas praias os trabalhadores recolhem o petróleo com baldes.

A propósito das últimas postagens.

O navio sendo explicado

Não aconteceu nada.
É um navio alemão da classe Bottsand. Ele foi assim construído para recuperar óleo derramado na água do mar. O navio, com seus cascos em ângulo de 65 graus, recolhe a água poluída do mar para um tanque de recuperação, onde a seguir o óleo é extraído da água.
O primeiro desses navios entrou em serviço na década de 1980.
Assunto relacionado: Vazou na internet.

Tabela dos jogos da Copa

Esta tabela, que tem como tópicos os nomes das seleções participantes, os grupos e as fases, o calendário da Copa e as cidades e os estádios onde os jogos serão realizados, é uma obra prima da infografia.


PS>
Não levem em consideração os horários dos inícios dos jogos, pois eles não são informados com a hora oficial de Brasília. PGCS

A falência de uma "cidade"


Nelson José Cunha, oftalmologista em João Monlevade - MG

Não há forma mais efetiva de divulgação científica do que fazer analogias. Aqui farei uma. Compare seu corpo a uma cidade com infinidade de ruas que levam a lojas, escolas, oficinas, restaurantes, hospitais, quartéis etc. Imagine um estreitamento delas por veículos estacionados em fila dupla. De repente, uma quadrilha se apossa de um edifício e começa o assaltá-lo.
É o caos, mas pode ser uma invasão bacteriana.
O quartel é avisado, mas a polícia não chega a tempo. Feridos graves ficam sem atendimento porque a ambulância não comparece. A quadrilha sente-se estimulada a praticar assaltos repetidos e o ataque se espalha incontrolavelmente.
É o caos, mas pode ser uma infecção num corpo indefeso.
Vejam agora o restaurante. Cheio de clientes famintos, mas as cozinheiras não chegaram ainda. O supermercado não entregou os cereais, os canos estouraram, falta água e a energia elétrica é claudicante. O esgoto está entupido e o lixo se acumula.
É o caos, mas pode ser o olho de um diabético.
Chegam a essa “cidade” dez mil caminhões carregados de cigarros, doces, lingüiças e biscoitos que vêm atender ao “stress” da população angustiada com tantos problemas. Os caminhões entopem de vez as ruas restantes.
É o caos, mas pode ser o corpo de um fumante, hipertenso ou diabético.
A população aflita começa a queimar os cigarros, a fumaça polui ainda mais o ambiente, o oxigênio vai rareando e as janelas das casas vão se abrindo, mas é pouco. Tudo é muito sufocante. As paredes enfraquecidas são arrombadas por falta de manutenção. As casas e apartamentos vão ficando irreconhecíveis, tal o número de buracos. É a ruína total.
É o caos, mas pode ser o pulmão de um fumante.
A tragédia em uma cidade assim não estaria completa sem os tratores de esteira circulando impunemente. Levam o que resta do pavimento e calçadas, entulhando as ruas até sua completa obstrução.
É o caos, mas pode ser o cérebro ou o coração enfartado.
O rio que um dia foi majestoso está assoreado e suas margens repletas de detritos. Todo o veneno lançado nele durante anos fez seu efeito: o rio não consegue mais levar suas águas para o mar e a inundação toma conta de tudo.
É o caos, mas pode ser o rim de um hipertenso não controlado.
As pessoas vão ficando sem ânimo para enfrentar essa enorme quantidade de problemas produzida pela falta de circulação de mercadorias e serviços. A cidade começa a parar. Ninguém sai de casa, os amigos e parentes não se visitam, desaparece a alegria e a vida vai se esfarelando.
É o fim, mas pode ser a velhice numa cadeira de rodas e um cérebro tomado por placas amilóides: Alzheimer.
O olho é particularmente sensível a todos os males produzidos por dificuldades na circulação. Seus vasos são extremamente delicados e miniaturizados e por isso mesmo são os primeiros a sentirem os efeitos da má circulação de nutrientes e eliminação dos seus resíduos. Os oftalmologistas veem frequentemente na clínica diária os danos de organismos assim envenenados. Isso é muito típico no paciente diabético ou hipertenso. O cigarro funciona nestes pacientes como a pá de cal do coveiro. Nos fumantes, o que preocupa não é o olho vermelho pela irritação da fumaça, mas os efeitos dos venenos inalados. As grandes causas de cegueira no mundo são agravadas pelo pernicioso e anti-social hábito de fumar. São elas: A Retinopatia Diabética, a Degeneração Macular Relacionada à Idade ( DMRI ), o Glaucoma e a Neuropatia Óptica Isquêmica. Todas INCURÁVEIS. O fundamento dessas doenças tem um parente comum: o congestionamento das “ruas” do nosso corpo.
E se posso dar um conselho:
Tire os caminhões da Souza Cruz e da Sadia de suas ruas. A Secretaria da Saúde agradece.

16 junho, 2010

Quem paga o pato?

É quem sopra o pato.

Mas não é linda essa foto com a garotinha esperando ser atendida?

O Ciclo das Águas

Uma pequena demonstração de como o ecossistema funciona.


15 junho, 2010

Elas, as vuvuzelas

Nesta Copa do Mundo, os sul-africanos comparecerão em massa aos estádios com suas vuvuzelas.


As vuvuzelas são umas cornetas compridas, típicas do país anfitrião da Copa, e que fazem um barulho ensurdecedor. Por isso, os sul-africanos prometem ser comedidos em sua utilização.
Elas, as vuvuzelas, serão sopradas apenas em raros momentos, a saber:
ataque / defesa / gol nosso
gol deles / vitória / derrota
execução do hino nacional / intervalo / placar injusto

Meu reino por um vice!

O blog Tia Carmela e o Zezinho diz que o "Mais Preparado dos Brasileiros", o futuro presidente Zezinho, após comer o panetone que o diabo amassou com a perda de seu vice, o honestíssimo Demoarruda Bauducco, sua alma-gêmea, que o abandonou para fazer "um retiro espiritual no Convento da Papuda", já tem como resolver a indigesta questão.
Não é pelo fracasso dos anúncios colocados na mídia, pelo "fora" que recebeu no programa Namoro na TV e pelo insucesso de suas mensagens no Twitter que o "Gestor Incomparável" vai desistir de ter um vice para chamar de seu. Um vice com o qual ele divida "as alegrias e as tristezas na campanha e nos próximos oito anos de governo".
Agora, que o mês é favorável, o "Almirante do Tietê" começou a rezar a Oração de Santo Antônio:
“Meu grande amigo Santo Antônio, tu que és o protetor dos que buscam a cara-metade, olha para mim, para a minha vida, para os meus anseios. Defende-me dos perigos, afasta de mim os fracassos, as desilusões, os desencantos. Faze que eu seja realista, confiante, digno e alegre. Que eu encontre um vice que me agrade, seja trabalhador, virtuoso e responsável. Que eu saiba caminhar para o futuro e para a presidência juntamente com meu vice com as disposições de quem recebeu de Deus uma vocação sagrada e um dever social. Assim seja.”
Além disso, como só a reza (que ele faz todas as noites) não dá garantia, o "Presidente de Nascença" colocou uma imagem do santo de cabeça para baixo e deixou um copo com água e três pétalas de rosa ao relento.
Vai ficar dando uma bicada diária nessa beberagem, até que passe um vice selado e com arreios de ouro para ele montar.

Talvez se interesse em ler: A oração da propina, Sem justa causa e Por motivos intestinos.

14 junho, 2010

Um professor terrorista

Um professor da escola pública norte-americana foi detido hoje, no Aeroporto Internacional John F. Kennedy, quando tentava embarcar em um voo doméstico conduzindo os seguintes objetos: uma régua comum, uma régua de cálculo, um transferidor, um compasso e uma calculadora.
Numa conferência de imprensa, ontem, o procurador-geral Eric Holder disse acreditar que o homem é um membro da perigosa organização Al-Gebra. Mas não divulgou o nome do suspeito, a quem acusará pelo porte de armas de ensino da matemática.
"Al-Gebra é um grande problema para nós", disse o procurador. "Eles encontram soluções através de meios extremos, e, por vezes, em busca de valores absolutos, saem pela tangente. Eles também usam códigos secretos, como 'x' e 'y', e se referem a si mesmos como 'incógnitas'. Mas já sabemos que eles apresentam um denominador comum com coordenadas em vários países."
Instado a comentar sobre essa detenção, o presidente Obama disse: "Se Deus quisesse que nós tivéssemos melhores armas de ensino da matemática, Ele nos teria feito com mais dedos nas mãos e nos pés."
Traduzido de Airport arrest report, Bits & Pieces
Comentário
É como o grego Isósceles costumava dizer: "Existem 3 lados para cada triângulo".

13 junho, 2010

A máquina de escrever dos Trapalhões

Caro amigo:
Toda poesia, poema, livro tem a melodia do datilografar de uma máquina de escrever.
Este é um magnífico poema melódico.
Nota-se o clap-clap das solitárias letras compondo-o e a partitura...
Bravo!

(comentário do leitor Marcelinho sobre "A máquina de escrever de Giuseppe Ghiaroni", a postagem com vídeo do domingo anterior)

O comentário de Marcelinho me fez lembrar de uma velha máquina de escrever que, com suas teclas, marcou o ritmo de uma canção. Trata-se da máquina de escrever em que foi batucada "Meu Caro Barão", uma das músicas de "Os Saltimbancos Trapalhões", filme de J. B. Tanko (1981).
Chico Buarque (o autor das letras e do roteiro do filme) e os Trapalhões (Didi, Dedé, Mussum e Zacarias) cantam, em off, essa divertida canção cujas palavras proparoxítonas tiveram a sílaba tônica alterada.
É o vídeo deste domingo.


Onde quer que esteja
Meu caro Barão
São Brás o proteja
O santo dos ladrão
Tava na faxina
Do seu caminhão
Vi essa maquina
De escrever no chão
Escovei a nega
Lavei com sabão
Deu uma cocega
Nos calo da mão
Pronto
Ponto
Tracinho, tração
Linha
Margem
Meu caro Ba...
Ai, essa maquina
Tá que tá que é bão
Como eu lhe dizia
Meu caro Barão
A sua ausencia
É uma sensação
O circo lotado
Cidade e sertão
Domingo, sabado
Inverno e verão
Pronto
Ponto
De exclamação
Linha
Margem
Meu caro Barão
Tem gargalhada
Tem sim senhor
Tem muita estrada
Tem muita dor
Venha, Excelência
Nos visitar
Estamos sempre
Noutro lugar.
Dizem que virgula
Aspas, travessão
Coisa ridicula
Dizem que o Barão
Que o Barão, meu caro
Tinha a faca, o pão
O queijo e os passaros
Voando e na mão
Pois eu tenho ouvido
Que o pobretão
Tá magro, palido
Sem ocupação
Pronto
Ponto
De interrogação
Linha
Margem
Meu caro Barão
Venha, Excelência
Nos visitar
A casa é sempre
De quem chegar
Se a Senhoria
Vem pra ficar
Basta algum dia
Se preparar
Pra rodar com a gente
Pra fazer serão
Pra ficar contente
Comer macarrão
Pra pregar sarrafo
Pra lavar leão
Pra datilografo
Bilheteiro, não
Pra fazer faxina
Nesse caminhão
Cuidar da maquina
E não ser mais Barão
Linha
Margem
Etcétera e tal
Pronto
Ponto
E ponto final

12 junho, 2010

O Dia do Namorado Econômico - 2





Outra ideia supimpa é usar os braços para compor um grande coração em homenagem a ela.
O que requer 48 fotografias - digitais, é claro - para alcançar o objetivo.

O Dia do Namorado Econômico - 1




Mostre a ela que você é uma pessoa sensível, habilidosa e econômica, presenteando-a com... um lápis.
Não sabe esculpir corações no grafite? Então, esqueça (para não ter o nome definitivamente riscado do caderno dela).

Assunto relacionado: Natal econômico.

11 junho, 2010

Ciência x pseudociência

Confunde-se o ceticismo com a atitude de não acreditar em nada. É falso. Todos nós temos o direito e, às vezes, a necessidade de acreditar em algo. Mas é no ceticismo onde está a ferramenta mais eficaz para separar a pseudociência (o joio) da ciência (do trigo).

1. Enquanto o pensamento pseudocientífico estabelece esquemas estáticos, o pensamento científico encontra-se aberto a conflitos cognitivos. Isto quer dizer que a ciência, mediante conflitos conceituais e revoluções científicas, evolui sempre.

2. Nesta linha de conduta, a pseudociência não aceita fatos que sejam contrários a seus princípios. Já a ciência busca essas anomalias, as quais inclusive podem trazer revoluções científicas que ampliem o seu campo de estudo.

3. A pseudociência se cerca de mistérios sem explicá-los com razoabilidade. A ciência, que não os busca, analisa-os. Observar que um mistério, ao ter a causa explicada, passa ao plano da ciência e deixa de interessar à pseudociência.

4. A pseudociência não se atualiza ao longo dos tempos, é anacrônica. E aqui novamente aparece a ideia do progresso como sendo um dos motores da ciência.

5. A pseudociência recorre a explicações esotéricas ligadas a forças estranhas e indetectáveis. A ciência busca as explicações de acordo com os resultados de suas experiências.

6. As hipóteses pseudocientíficas não podem falhar, o que pode acontecer comumente no argumento científico.

7. Os estudos pseudocientíficos oferecem apenas relatos isolados. A ciência busca a reprodutibilidade dos fenômenos e, até que ela aconteça, não pode emitir hipóteses plausíveis e, muito menos, teorias e leis.

8. A pseudociência permanece no século XVII: pretende dar como certo um argumento porque uma pessoa "importante" o emitiu. A ciência trabalha através da contínua contestação e o argumento de uma autoridade não é um critério científico.

de Eugenio Manuel. In: Ciencia en el XXI

Qual é a profissão?

Alguém realizou estes movimentos (registrados na imagem) com a mão direita. Tente acertar qual é a profissão dele.

La solución.

10 junho, 2010

Maridos cruéis, mulheres apaixonadas


Nelson José Cunha

Costumava deitar-me no velho tapete arraiolo da sala de minha avó e ficar observando os retratos de família nas paredes da sala. Dentre eles, havia um instantâneo, que talvez por isso, revelava a alma dos figurantes. Os demais não passavam de fotos retocadas, feitas em estúdio, que nada mostravam além do capricho do retoquista. A estes não poderia chamá-los de verdadeiros retratos. Na fotografia, que me chamava a atenção, via-se o meu avô Nicolau, garboso, em terno branco e chapéu displicente, caminhando indiferente ao fotógrafo. Minha avó, segurando-lhe o braço, também impecável num tailleur justo valorizando-lhe ancas e pernas, vestia à moda dos anos trinta. Os olhos grandes, apartados por um nariz semita, fixavam, ameaçadores, a câmara indiscreta como se recriminassem a ousadia do fotógrafo pela quebra do idílio dos amantes.
Era comum, naquele tempo, ver esses profissionais, nas avenidas centrais do Rio de Janeiro espocando flashes em quem passava com aparência de turista. Com o tempo, fui conhecendo as histórias daquelas duas figuras e compreendendo melhor o flagrante retido em prata. O retrato conseguia ser o resumo das duas vidas, captando-lhes a essência por trás das imagens amareladas impressas em papel velho. Ele, indiferente, parecia curtir o passeio não lhe importando o mundo à sua volta. Ela, ligada às coisas mais terrenas, apertava o braço do marido para que este não lhe escapasse. Com o olhar incisivo fuzilava o fotógrafo como se dissesse: - ele é só meu, ninguém vai tirá-lo de mim. Minha avó era assim, possessiva. Tinha um afeto que não conhecia os limites civilizados.

Não conheci meu avô, morreu meses antes do casamento da minha mãe. O que sei, são contas esparsas recolhidas por mim nas conversas com parentes ou garimpadas em raras confidências ouvidas de minha avó. Se pudesse descrevê-lo em uma só palavra diria que era um bon vivant. Levava a vida entre rodadas: de cartas e de saias. Sua principal ferramenta de trabalho era a palavra. Com ela, blefava no pôquer e abria corações femininos. Desmoralizava o adágio popular ao demonstrar igual competência no jogo e no amor. Minha avó não lhe resistia aos numerosos pedidos de perdão, que funcionavam mais como juras de amor do que arrependimentos sinceros. Ele era um mestre na arte de seduzir para reinar.
Ela escorava-lhe a retaguarda, pagando-lhe as dívidas de jogo quando as cartas ficavam magras. De quebra, ainda infernizava a vida das rivais, plantando armadilhas para deixá-las em desvantagem na corrida pelo seu amado. Manipulava os cordéis da intriga com inigualável competência fazendo-as dançar fora do compasso. Praticava ainda a arte da prestidigitação escondendo das filhas e da sociedade ouropretana os vexames do seu Antônio Nicolau. Vovó tinha o seu próprio bolso e não dependia do marido. Fazia os seus mil réis no restaurante da rua São José, o "Café Primor". As filhas, já moças, acompanhavam o oficio revezando-se entre a cozinha e o balcão. Dona Maria Roque era mulher obstinada e sua ferocidade só podia ser manobrada por Antônio Nicolau, que o fazia de forma magistral.
Viviam felizes à sua maneira, porque um amor daqueles não respondia a nenhuma análise racional. Qualquer tentativa de compreendê-los seria inútil.
Por esta vida, conheci muitas mulheres apaixonadas por homens assim. Homens que sabiam dosar o sofrimento imposto às suas amadas como alquimistas especializados no elixir do amor. Mestres-cucas conhecedores da química feminina, pois sabiam acertar a mão na dose exata do morder e do soprar. São ardilosos dominadores que as mulheres amam e passam a não saber viver sem o seu veneno. Para eles nada é mais fácil de conduzir do que uma mulher apaixonada. A paixão é um capuz que lhes entorpece a razão, fazendo-as dóceis montarias na cama e na vida. Que estranha atração é essa de mulheres deslumbradas por homens que as fazem sofrer? Amantes com ar blasé, que as deixam loucas ao fazerem da ameaça de deixá-las, o poderoso atrativo. Uma espécie de ciúme adesivo ligando-as ao amor bandido. Homens-aranha que constroem teias bem urdidas com marcas, cheiros, bilhetes apaixonados esquecidos de propósito no bolso da calça, fazendo brotar o fogo do ciúme que queima e arrebata. Já tive vontade de sugerir a um amigo, um tanto quadradão, que assumisse o tal modus operandi para não perder a esposa que ameaçava trocá-lo por um cafajeste. Não me atrevi a fazê-lo e o amigo perdeu a parada. A estratégia seria vestir o disfarce de um malandro para prender a mulher junto de si. São mulheres atraídas pela aventura, entediadas pela vida certinha e dispostas a lançarem-se no abismo apenas para sentir o calafrio da queda. São as devotas da emoção e inimigas da razão. Para essas mulheres vale mais o romance mesmo que falso. Os homens, neste particular, são por natureza mais racionais e não entendem como as mulheres podem ser felizes ao lado de cafajestes. O sofrimento e a dor estão intimamente ligados ao prazer e ao amor. Parece ser natural a atração da mulher pelo martírio, gemido, toda forma de sofrimento auto-imposto e, se isto for verdade, não há o que fazer, pois é a essência do que é ser feminino. A felicidade no amor é prato de muitas receitas, o salgado é o doce e este é o amargo. Gostaria de entender sobre o amor, mas ele não foi feito para ser compreendido. Está aí para ser saboreado como uma sopa que desconhecemos o seu conteúdo. É meter a colher, fechar os olhos, sentir-lhe o sabor de coisa boa e lambuzar-se até a última gota.

09 junho, 2010

Falando com arte


O médico, professor universitário e polígrafo Marcelo Gurgel Carlos da Silva é também um cultor da Retórica, com mais de cinquenta discursos escritos. Uma parte de seus discursos ele acaba de reunir em um livro, intitulado FALANDO COM ARTE, que foi publicado sob os auspícios da Universidade Estadual do Ceará (UECE).
Este livro, que tem o prefácio do deputado federal Mauro Benevides, membro da Academia Cearense de Letras, do Instituto de Ceará e da Academia Cearense de Retórica, e que apresenta, ainda, um texto do autor/retor, à guisa de apresentação, é constituído por um total de 25 peças oratórias, assim agrupadas:

PARTE I - SOLENIDADES OFICIAIS, com 7 discursos
PARTE II - LANÇAMENTO DE LIVROS, com 10 discursos
PARTE III - SAUDAÇÕES, com 4 discursos
PARTE IV - HOMENAGENS PÓSTUMAS, com 4 discursos
PARTE V - APÊNDICES 1 (com a relação dos discursos publicados no livro Via Literarum) e 2 (com a relação dos discursos a publicar em outros livros).

O efeito Droste

O efeito Droste é um um tipo específico de imagem recursiva.
Diz-se que uma imagem exibe o efeito Droste quando contém uma cópia pequena da própria imagem em seu interior. Esta cópia menor, por sua vez, exibe internamente outra cópia ainda menor, e assim sucessivamente.
Apenas na teoria este efeito é infinito, pois, com a continuidade do processo, há um limite para a resolução das imagens. O efeito é curto devido a uma redução exponencial do tamanho da imagem a cada repetição.


A inocência de Tarzan

Devido à inocência de Tarzan, que viveu sozinho durante muito tempo, Jane lhe dava aulas sobre sexualidade.
Explicava-lhe tudo como se fosse a uma criança:
- Olha, Tarzan, isso que tens aí entre as tuas pernas, pendurado, é uma roupa suja e isso que tenho aqui entre as minhas pernas é a máquina de lavar. O que tens que fazer é pegar a tua roupa, colocar aqui na lavadora e lavá-la.
Nas cinco noites seguintes, Tarzan lavou sua roupa sem parar e quando Jane conseguiu respirar disse:
- Escuta, Tarzan, as lavagens de roupa não podem ser tão frequentes porque a máquina de lavar pode quebrar, bem como a sua roupa pode ficar gasta.
Sugiro que esperes dois ou três dias para de novo lavares tua roupa.
Ao ouvir isso, Tarzan ficou decepcionado e ficou um mês sem colocar a roupa pra lavar.
Já preocupada, Jane lhe disse:
- Tarzan, o que está acontecendo? Por que há mais de um mês não lavas mais tua roupa em minha lavadora?
E Tarzan respondeu:
- Tarzan aprendeu a lavar roupa na mão!

(enviada por Denise Macedo)

07 junho, 2010

Farmácia Popular do Brasil

Em junho de 2004, com o objetivo de levar medicamentos essenciais a baixo custo para a população brasileira, o Governo Federal criou o Programa Farmácia Popular do Brasil. É um Programa que atua sobre dois eixos de ação: as UNIDADES PRÓPRIAS, que são desenvolvidas em parceria com Municípios e Estados, e o SISTEMA DE COPAGAMENTO, desenvolvido em parceria com farmácias e drogarias privadas.
As UNIDADES PRÓPRIAS são operacionalizadas pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que coordena a sua estruturação, executa a compra dos medicamentos, abastece as unidades e capacita seus profissionais. Contam estas unidades, atualmente, com um elenco de 107 medicamentos mais o preservativo masculino, os quais, sendo dispensados pelo valor de custo, apresentam uma redução de até 90 por cento em seus preços. A única condição para a aquisição dos medicamentos disponíveis nas unidades, neste caso, é a apresentação de receita médica ou odontológica. De 27 unidades próprias, que foram implantadas em 2004, a quantidade delas cresceu para 510 (dados de março de 2010).
Já no SISTEMA DE COPAGAMENTO, o Governo paga uma parte do valor dos medicamentos e o cidadão complementa o restante. O valor pago pelo Governo é fixo. Por esse motivo, o cidadão pode pagar menos para alguns medicamentos do que para outros, de acordo com a marca e o preço praticado pela farmácia. Mas, em geral, a população pode pagar até um décimo do preço de mercado do medicamento. Para ter acesso a essa economia, basta que a pessoa procure uma drogaria com a marca “Aqui tem Farmácia Popular” e apresente a receita médica acompanhada do seu CPF e documento com foto. Há 11.832 empresas credenciadas (dados de março de 2010) em todo o território nacional.

Saiba onde encontrar uma das unidades da rede própria da Farmácia Popular em seu Estado.

A origem de um "dossiê"

"Trata-se, na verdade, de um livro ainda não publicado com 14 capítulos intitulado "Os Porões da Privataria", do jornalista Amaury Ribeiro Jr.
O livro descreve com minúcias o que seria a participação de Serra e aliados tucanos nos bastidores das privatizações durante os dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso. É um arrazoado cujo conteúdo seria particularmente constrangedor para o pré-candidato e outros tantos tucanos poderosos dos anos FHC. Entre os investigados por Ribeiro Jr. estão também três parentes de Serra: a filha Verônica, o genro Alexandre Bourgeois e o primo Gregório Marin Preciado. Está sendo produzido há cerca de dois anos e nada tem a ver com a suposta intenção petista de fabricar acusações contra o adversário."
Trecho do último artigo de Leandro Fortes, em CartaCapital, o qual pode ser lido na íntegra aqui.
Vencedor de três prêmios Esso e quatro prêmios Vladimir Herzog, entre muitos outros, o jornalista Ribeiro Jr., 47 anos, é conhecido por desencavar boas histórias. O livro "Os Porões da Privataria", que desnuda a relação Serra-Daniel Dantas, será lançado depois da Copa pela internet. Mas sua introdução já pode ser lida no Conversa Afiada, de Paulo Henrique Amorim.

06 junho, 2010

A máquina de escrever de Giuseppe Ghiaroni

Frejat e Guto Goffi, integrantes do grupo Barão Vermelho, musicaram alguns trechos de "A máquina de escrever", esse belíssimo poema de Giuseppe Ghiaroni (Paraíba do Sul, 1919 - Rio de Janeiro, 2008).




"Mãe, se eu morrer de um repentino mal,
vende meus bens a bem dos meus credores:
a fantasia de festivas cores
que usei no derradeiro Carnaval.

Vende esse rádio que ganhei de prêmio
por um concurso num jornal do povo,
e aquele terno novo, ou quase novo,
com poucas manchas de café boêmio.

Vende também meus óculos antigos
que me davam uns ares inocentes.
Já não precisarei de duas lentes
para enxergar os corações amigos.

Vende, além das gravatas, do chapéu,
meus sapatos rangentes. Sem ruído
é mais provável que eu alcance o Céu
e logre penetrar despercebido.

Vende meu dente de ouro. O Paraíso
requer apenas a expressão do olhar.
Já não precisarei do meu sorriso
para um outro sorriso me enganar.

Vende meus olhos a um brechó qualquer
que os guarde numa loja poeirenta,
reluzindo na sombra pardacenta,
refletindo um semblante de mulher.

Vende tudo, ao findar a minha sorte,
libertando minha alma pensativa
para ninguém chorar a minha morte
sem realmente desejar que eu viva.

Pode vender meu próprio leito e roupa
para pagar àqueles a quem devo.
Sim, vende tudo, minha mãe, mas poupa
esta caduca máquina em que escrevo.
Mas poupa a minha amiga de horas mortas,
de teclas bambas, tique-taque incerto.
De ano em ano, manda-a ao conserto
e unta de azeite as suas peças tortas.

Vende todas as grandes pequenezas
que eram meu humílimo tesouro,
mas não! ainda que ofereçam ouro,
não venda o meu filtro de tristezas!

Quanta vez esta máquina afugenta
meus fantasmas da dúvida e do mal,
ela que é minha rude ferramenta,
o meu doce instrumento musical.

Bate rangendo, numa espécie de asma,
mas cada vez que bate é um grão de trigo.
Quando eu morrer, quem a levar consigo
há de levar consigo o meu fantasma.

Pois será para ela uma tortura
sentir nas bambas teclas solitárias
um bando de dez unhas usurárias
a datilografar uma fatura.

Deixa-a morrer também quando eu morrer;
deixa-a calar numa quietude extrema,
à espera do meu último poema
que as palavras não dão para fazer.

Conserva-a, minha mãe, no velho lar,
conservando os meus íntimos instantes,
e, nas noites de lua, não te espantes
quando as teclas baterem devagar."

Há 20 anos...

... nascia Natália
Nasceu hoje (6 de junho de 1990) na Maternidade-Escola Assis Chateaubriand, aos primeiros minutos do dia, a filha de Elba e Paulo Gurgel, que receberá o nome de Natália. Forte, chorando idem (até o momento sem parar), a recém-nascida fará companhia, heranças à parte, ao irmão mais velho Érico. A data de seu nascimento, uma feliz coincidência com a data de nascimento de seu pai (exceto o ano), dará ensejo, daqui em diante, a que ambos ganhem presentes com festa conjunta de aniversário. E, para que isso se tornasse realidade, contaram os pais de Natália com a cumplicidade do obstetra, Dr. Eduardo, que imprimiu um ritmo mais lento à operação cesariana iniciada na noite anterior. A redação deste jornal (*) faz votos de congratulações aos pais e também augura que os mesmos não sejam trocados na saída da maternidade.

(*) O POVO, onde a notícia não foi publicada. Mas o blog Linha do Tempo, vinte anos após, repara essa falha.

05 junho, 2010

O mais eficiente firewall do mundo

Uma célula humana contém 75 MB de informação genética.
Um espermatozóide contém a metade dessa informação, isto é, 37,5 MB.
Um mililitro de sêmen contém 100 milhões de espermatozóides.
Em média, a ejaculação tem a duração de 5 segundos e contém 2,25 mililitros de sêmen.
Portanto, a taxa de transferência que o homem apresenta é igual a 37,5 MB x 100.000.000 x 2,25 / 5 = 1.687.500.000.000.000 bytes por segundo = 1.687 terabytes por segundo.
Resistindo a um ataque de 1,5 TB por segundo e só deixando passar um pequeno pacote de dados, dispõe a mulher do mais eficiente firewall do mundo.
Só que este pequeno pacote de dados que ela deixa passar trava o sistema para o conjunto por 9 meses!

Agradecimentos de um oculista deslumbrado

Agradeço ao genial Machado, nascido simples em 1839, no alto do Morro do Livramento.
Agradeço ao mulato pobre, feio e epilético o prazer de ver nos olhos alheios muito mais do que consigo ver ao meter-lhes luz e curiosidade.
Agradeço ao Criador por aplacar minha revolta contra a iniquidade humana ao nascer uma flor Joaquina neste jardim de espinhos.
Agradeço ao míope que não precisa enxergar longe porque o profundo está em si.
Agradeço ao Bruxo cuja magia consistia em simplesmente saber dizer.
Agradeço a Ele porque preciso agradecer.
Nelson Cunha

Agradeço a Nelson o luminoso texto de ontem. PG

Notas
O apelido Bruxo de Cosme Velho surgiu porque Machado de Assis morava na rua Cosme Velho, no bairro de mesmo nome, e tinha o hábito de caminhar falando sozinho.
Um website recomendado: machado.mec.gov.br

04 junho, 2010

Olhos, olhares. Machado de Assis

Paulo,

Nosso estilista principal, Machado, tinha especial predileção pelos olhos dos personagens. Ele era míope e sofria do que hoje chamamos de enxaqueca oftálmica: centelhas que precedem a dor de cabeça. Muitos afirmam que o seu "Memorial de Aires" é o próprio escritor se autobigrafando. Ele diz lá: “Que diabo de fogo é este que brilha de novo nos meus olhos cansados?". Os míopes têm a “gelatina” que preenche o olho muito mais fluida, o que ocasiona a visão de “moscas volantes”. Vejam como Machado as descreveu no "Memórias Póstumas de Braz Cubas": “Interrogações percorriam lentamente o meu cérebro como os pontinhos e vírgulas escuras percorrem o meu campo visual” . Agora é o Bruxo do Cosme Velho, melancólico, escrevendo para Joaquim Nabuco: “Tudo o mais é confuso para estes pobres olhos que a terra há de comer, e não comerá grande coisa, que a vista é pouca e a beleza nenhuma.”
Aqui, uma seleção de "olhos” recolhida nos seus contos. Há muito mais do que isto. Recolhi só os que a minha parca sensibilidade distinguiu durante uma folheada apressada. Frases como “Os olhos são uns porteiros bem indiscretos do coração” são tão deliciosas como os “olhos de sogra” que este menino aqui roubava da avó Maria Roque, doceira para fora e dona do Café Primor em Ouro Preto.
Quando a preguiça escassear, vou apanhar mais algumas flores orvalhadas de dentro dos romances para gozo dos seus leitores. Sim, chamo de olhos as gotinhas esquecidas deixadas pelas madrugadas frias e úmidas para que as flores enxerguem o dia.

1. Eduardo olhava para todos do alto dos seus olhos e da sua felicidade.
2. Amava-se nela tudo, até o amor que se lhe entornava dos olhos como bálsamo de um vaso cheio.
3. Os olhos dele empanados pela cogitação subiam do livro ao teto e baixavam do teto ao livro, cegos para a realidade exterior.
4. Olhos negros, grandes, lavados de uma luz úmida.
5. Ele enterrou-me um par de olhos pontudos.
6. Sinhá Rita tinha quarenta anos na certidão e vinte sete nos olhos.
7. Levantou os olhos acesos de ódio e ásperos de vingança.
8. Era um olhar sem ver, estúpido de todos o sentidos.
9. Os olhos da menina, verdadeiros fogos faziam arder os dele só com fitá-los.
10. Despedia dos olhos uma radiação fantástica e impossível de descrever.
11. Os olhos eram duas esmeraldas nadando no leite.
12. Os olhos são uns porteiros bem indiscretos do coração.
13. Coligiu nos olhos toda soma de eletricidade que tinha.
14. Requebrava os olhos até onde eles podiam ir.
15. Os olhos andavam dispersos no ar ou recolhidos em si.
16. Os olhos fitam muita vez um ponto e a vista não se fixa aí.
17. Ria pelos olhos quando não ria com a boca.
18. Os olhos de Joaquina enviesavam-se na direção de Queirós, e os deste vinham esperá-los a meio caminho numa cavalgada de promessas.
19. Os olhos de Joaninha eram virgens de qualquer conversação masculina.
20. As pupilas centelhavam de curiosidade e devoção entre o livro santo e o bigode do pecado.
21. Felix dividia os olhos entre mim e a ponta dos sapatos.
22. Uns olhos que valiam só por si, todas as joias e todas as luzes do teatro.
23. A felicidade deles residia em estarem juntos, viverem dos olhos um do outro.
24. A criatura humana traz duas almas consigo: uma que olha de dentro para fora, outra que olha de fora para dentro.

Nelson Cunha



Momentos em que o nosso oftalmologista-mor deixa um pouco a tecnicalidade de sua ocupação para resgatar a poesia que o Bruxo do Cosme Velho a ela legou para sempre.
Que venham mais frases de Machado!
PG

03 junho, 2010

Avatarize-se


Quem não acha mais graça em ser simpsonizado pode testar agora ser avatarizado. Surfando na onda do filme Avatar, de James Cameron, já existe um site específico para o assunto.
A partir de uma fotografia real, o site cria uma imagem do interessado como sendo um nativo de Pandora, com as opções de ser apresentado alegre ou com raiva.

Aula de fotografia - 2

Ontem, eu comentei sobre a necessidade de uma iluminação adequada para obtenção de uma boa fotografia.
Por uma questão de esclarecimento, devo informar que já existem máquinas fotográficas que atendem a essa necessidade básica. Como o modelo abaixo exibido que vem com o legítimo Flash acoplado.

02 junho, 2010

Aula de fotografia - 1




Sendo a fotografia um processo que capta a luz refletida pelos objetos, parece óbvio que a luz - natural ou artificial - é sempre necessária para se obter uma imagem fotográfica.
Ao lado, eis o exemplo de um erro muito comum entre principiantes de fotografia, no que se refere à iluminação de uma cena, e de como ele pode ser facilmente corrigido.

01 junho, 2010

Vazou na internet

... que a British Petroleum vai modificar o conhecido logotipo.
Comentário
Espera-se que essa empresa mostre serviço e controle o vazamento de petróleo no Golfo do México (antes que o poço seque).

Leitura complementar - Microsiervos
¿Detonar una bomba nuclear para detener el vertido del Golfo de México? ¿Y qué opinan los ecologistas de esa idea?

O "zoológico subterrâneo" de Paul Middlewick

Em Londres, no ano de 1988, Paul Middlewick cumpria, de metrô, sua jornada diária da casa para o trabalho. Olhava distraidamente para o já conhecido mapa e, da mesma forma que enxergamos seres terrestres nas nuvens, encontrou um elefante (imagem ao lado) nas linhas do metrô. O jogo não acabou por aí: aproveitando estações, ligações e o vasto número de extensas linhas sobrepostas, Middlewick logo viu surgir silhuetas de animais como morcegos, flamingos, cachorros e baleias.
Fonte: obvious

Anos depois, com o advento da internet, ele fundou um site, animals on the underground, no qual reúne todo o seu “zoológico subterrâneo”. É uma visita imperdível para o internauta.

Post relacionado: Mapas de metrô