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27 outubro, 2025

JAGUAR

Sérgio de Magalhães Gomes Jaguaribe (Rio de Janeiro - RJ, 1932). Caricaturista, ilustrador, desenhista, jornalista, cronista. Sua obra provocadora, hedonista e libertária é um importante exemplo da irreverência e da crítica política e social na história do jornalismo brasileiro.
Inicia a carreira em 1953, colaborando com a revista "Manchete", ao mesmo tempo que trabalha como funcionário do Banco do Brasil. Na página de humor da revista, publica suas primeiras charges em 1957. Jaguar pertence ao grupo de cartunistas que se destacam na década de 1950, influenciados pelo cartunista americano Saul Steinberg e pelo desenhista francês André François.
Em épocas diferentes, contribui com as "Revista da Semana" e "Revista Civilização Brasileira", com o semanário de humor "Pif-Paf" e os jornais cariocas "Tribuna da Imprensa" e "Última Hora". Em 1968, lança sua primeira antologia de cartuns "Átila, você é um bárbaro". 
Depois de 17 anos como escriturário, em 1971 abandona o trabalho no Banco do Brasil. No banco, conhece o também funcionário e escritor Sérgio Porto, que publica, com o pseudônimo de Stanislaw Ponte Preta, vários textos ilustrados por Jaguar.
O ilustrador faz parte da geração de artistas que, a partir de 1964, se opõem à censura imposta pelo regime militar. É um dos fundadores da famosa "Banda de Ipanema", inaugurada no primeiro carnaval pós-golpe, em 1965. O bloco é responsável por ressuscitar os blocos de rua cariocas e congregar jornalistas, escritores, cineastas, atores, músicos, artistas plásticos e cartunistas.
Em 1969, ao lado de Millôr Fernandes, Tarso de Castro, Sérgio Cabral, Henfil, Paulo Francis, Ziraldo, entre outros, funda "O Pasquim", publicação na qual trabalha como editor de humor, cartunista, entrevistador e administrador. Conta-se que o semanário, cujo nome significa "jornal sem repercussão, sem importância, ou mal redigido", foi batizado por Jaguar, o único da equipe original a permanecer até o seu fim da publicação, em 1991. De suas mãos nasce o mascote do jornal, o ratinho Sigmund, ou Sig, uma referência ao psicólogo austríaco Sigmund Freud. Como alter-ego do cartunista, o personagem atua como mestre de cerimônias da revista: aparece na capa e na abertura das matérias que são a novidade da semana. Também de Jaguar são a tira Chopnics, criada em parceria com Ivan Lessa, a Anta de Tênis e o personagem Gastão, o Vomitador, que fazem bastante sucesso nas páginas do hebdomadário.
Por causa de uma de suas montagens satíricas, a quase totalidade da equipe do "O Pasquim" é presa por dois meses pelo regime militar, no final de 1970. A obra que serviu de estopim para a detenção reproduz o quadro de Pedro Américo, "Independência ou Morte", no qual a figura de Dom Pedro I é acompanhada da frase "Eu quero é mocotó!", extraída da música de Jorge Ben.
Em 1999 participa, ao lado de Ziraldo e de outros remanescentes de "O Pasquim", da criação da revista de humor "Bundas", uma sátiria da publicação "Caras". E seu último livro, "Confesso que bebi", de 2001, é um misto de guia de bares e restaurantes e histórias vividas ao lado de amigos, com crônicas sobre incursões gastronômicas pela cidade do Rio de Janeiro.
Fonte: Enciclopédia Itaú Cultural

Em charge publicado na Folha de SP, Jaguar foi profético:

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