Na tarde de 25 de setembro de 1893, durante a II Revolta da Armada, uma bala de canhão atingiu a igreja, derrubando sua torre. De lá de cima - 25 metros de altura - caiu a imagem de mármore de Nossa Senhora da Fé e o fato foi visto pelos fiéis como um milagre, o "Milagre da Rua do Ouvidor".
José Luiz Lira conta a história:
Quando da eclosão da Segunda Revolta da Armada brasileira, um tiro disparado pelo Encouraçado Aquidabã que tentava atingir o Palácio do Itamaraty - então sede do governo - atingiu a torre sineira da igreja, derrubando a estátua em tamanho real de Nossa Senhora da Fé - uma devoção medieval, que, apesar da queda de 25 metros de altura, sofreu poucos danos - quebrou apenas dois dedos, sendo o fato considerado milagroso à época.
O tiro de canhão partiu do encouraçado Aquidabã – que antes tivera papel importante na queda da Monarquia brasileira.
Em 2020, a igreja foi fechada, interditada pela Defesa Civil. A irmandade dona do templo passava por dificuldades financeiras, até que uma intervenção da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro nomeou um empresário do ramo imobiliário para exercer as funções de provedor da entidade.
Depois de quase quatro anos em obras, a Igreja de N. Sra. da Lapa dos Mercadores foi reaberta.
A irmandade desde então está ativa e, todos os sábados e domingos às 12 horas, promove missas solenes cantadas em latim. Estas celebrações são abertas ao público e acompanhadas de coral e orquestra.
Tanto a estátua, com um dos braços da cruz quebrado (em data incerta por um faxineiro), quanto o projétil que atingiu a torre, encontram-se, hoje, expostos na sacristia.
E dizem que esse projétil foi o primeiro caso de bala perdida no Rio de Janeiro.
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