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25 fevereiro, 2018

Muito vácuo na cabeça

Em 1647, Descartes esteve com Pascal. Sua visita durou dois dias (de 23 a 24 de setembro), e também estavam presentes ao encontro o Professor Roberval, do Collège de France, um anti-cartesiano volúvel, e Jacqueline, a irmã mais nova de Pascal.
Pascal trouxe uma máquina calculadora, sua invenção mais recente, para demonstrar sua capacidade de adicionar e subtrair. Descartes ficou impressionado. E a conversa voltou-se para o vácuo. Pascal descreveu uma série de experimentos sobre a pressão atmosférica, afirmando que estes provavam a existência do vácuo. Descartes, que não acreditava na teoria, expressou dúvidas - uma escaramuça polida que poderia ter terminado ali. Mas Roberval injetou sua opinião, e uma discussão acalorada logo se seguiu. Descartes desistiu.
Em uma carta a Huygens, após essa visita, Descartes escreveu, com bastante crueldade, que Pascal tinha "muito vácuo na cabeça".
(The Independent UK, sábado 15 de junho de 1996)

http://www2.dbd.puc-rio.br/pergamum/tesesabertas/0610726_10_cap_02.pdf

A natureza abomina o vácuo. Aristóteles

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