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02 abril, 2017

A breve história do lápis

"Este pequeno objeto de cada dia nos leva de volta ao simples e ao tangível."
Caroline Weaver, proprietária da CW Pencil Enterprise, uma loja especializada em lápis no Lower East Side de Manhattan, conseguiu fazer um sonho de obsessivos se tornar realidade:
E se essa coisa que eu amo, essa pequena coisa estranha, pudesse ser meu trabalho? Para Weaver, essa pequena coisa estranha é o humilde lápis, que forneceu não apenas um negócio (foto) - que celebrou seu aniversário de dois anos em março - mas também um livro: uma história do lápis intitulada The Pencil Perfect.
Lápis não, e nunca, conteve chumbo de qualquer tipo
Demorou muito tempo para as pessoas até mesmo descobrir a composição química da grafite. A grafite foi descoberta na Inglaterra em meados de 1600, e as possibilidades deste novo material foram imediatamente óbvias - mas, saber exatamente do que o material era feito, isso já foi mais complicado. Quando a grafite foi descoberta as pessoas a chamavam de chumbo preto, porque parecia chumbo.
Os primeiros lápis pareciam muito estranhos
A grafite foi originalmente usada como material de artistas, com um barbante enrolado em torno dela. A grafite é bastante frágil, e quebrava-se na mão. Levaria séculos até ser descoberto o processo de misturar argila em pó com grafite em pó para fazer um lápis mais forte - e mais barato.
Na verdade, o lápis foi um item de luxo durante séculos
Eles eram originalmente feitos por marceneiros ou artesãos da madeira. Não era fácil incluir algo pequeno na madeira, e todos os lápis eram feitos à mão. O lápis foi um enorme passo adiante da caneta, que era uma pena, porque o usuário não precisava carregar com ele um frasco de tinta, o que o tornava ideal para os militares e os artistas. Mas, na época, era essencialmente uma escultura artesanal com um mineral raro - muito caro.
A lenda diz que Napoleão foi em grande parte responsável pelo lápis moderno
Esta é uma lenda, e não necessariamente exata. A lenda diz que Napoleão perguntou a Nicholas Conté, que era engenheiro e trabalhava principalmente com balões de ar quente, se podia tornar o lápis melhor e mais forte. Todos os bons lápis na época vinham da Alemanha ou da Grã-Bretanha, e Napoleão não podia importá-los por causa da guerra. Conté descobriu que a grafite, quando em pó e misturada com pó de argila, e levados ao forno, produziam um lápis mais resistente e barato. Conté também criou o método moderno de encerrar a vara de grafite em dois meios cilindros de madeira, ao invés de preencher um buraco no cilindro com uma vara sólida.
A borracha veio depois do lápis - e você não vai acreditar no que era a borracha
A apagabilidade da grafite não era uma qualidade que as pessoas reconheceram no início, porque os apagadores não existiam. A borracha, nativa das Américas era extremamente cara e, até meados de 1800, perecível. Em vez disso, os escritores que usavam lápis usavam também algo que você não acredita. Elas usavam pedaços de pão, um pouco de pão velho para apagar. Porque ainda é um pouco absorvente, mas também um pouco atritante paraarranhar a grafite. [...]
Extraído de uma entrevista de Caroline Weaver para Dan Nosowitz, publicada no site 99u.
http://99u.com/articles/55179/a-brief-history-of-the-pencil-as-told-by-a-pencil-aficionado. Acessado e traduzido em 26/03/2017

A grafite e o grafite: parece mas não é
Surpreende muita gente saber que grafite não é uma palavra com duas acepções, mas duas palavras diferentes. Uma é substantivo feminino nos dicionários, a grafite, e designa o mineral que recheia o lápis; a outra é substantivo masculino, o grafite, e significa desenho ou rabisco feito em muros ou paredes.
A primeira surgiu antes, em meados do século 19, e veio de Graphit, termo técnico criado em 1789 pelo mineralogista alemão A.G. Werner para batizar uma variedade de carbono que, mesmo sendo parente do diamante, tem baixo valor comercial. Já sua utilidade é enorme: a eficiência com que risca certas superfícies porosas, especialmente folhas de papel, não tem rival na natureza. Se o diamante é eterno em si, a grafite também tenta chegar lá por seus próprios meios – os simbólicos.
Sérgio Rodrigues, veja.com

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