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08 outubro, 2010

O encontro dos titãs

Há muitos milhões de anos Marte era habitado por um único e gigantesco titã. Vênus, neste aspecto, também não era diferente: lá existia outro titã, só que mais gracioso. E os dois titãs não se conheciam titanicamente, quero dizer, pessoalmente. Mas costumavam trocar mensagens telepáticas sobre os assuntos do quotidiano.
Um dia marcaram um encontro.
Aí, surgiu a inevitável pergunta:
- No seu planeta ou no meu?
Após algumas rodadas de negociação telepática, por razões logísticas, deu Terra. Que, se os dois partissem quando seus planetas estivessem alinhados, ficaria a meio caminho. Embora muitos informes dessem conta de que o local a ser visitado não passava de um planeta inóspito.
Em sua bagagem, o titã venusiano resolveu trazer fogo para aquecer o planeta. Enquanto o titã de Marte zarpou com colossais estoques de água, por imaginar que o calor terrestre só poderia ser suportado com uma ducha a cada instante.
A esse encontro o titã de Marte chegou pontualmente. Aborreceu-se com o atraso do outro, e foi visto inclusive a comentar:
- Se ela não chegar agora não precisa chegar.
Esse "ela" era uma forma de tratamento que o titã de Marte usou, pela primeira vez, para se referir ao de Vênus. Já estando de acordo com certas suspeitas que ele, nos últimos tempos, vinha levantando a respeito da natureza do outro. E, movido pela curiosidade, resolveu esperar.
Com o atraso de uma eternidade, o titã venusiano enfim chegou. Como a compensar o tempo perdido, logo sucedeu, entre eles, um conhecer de corpos através da mútua apalpação. Até que descobriram, um no outro, que possuíam estruturas anatômicas que se completavam. E que, ao fazê-lo, neles provocavam um indescritível prazer.
Nunca mais voltaram aos planetas de origem. PGCS


Bônus: Men Are From Bars Women Are From Venus

O trocadilho só dá certo em inglês.

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