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13 dezembro, 2025

O verde de Scheele

Em 1775, investigando as propriedades químicas de uma substância que continha arsênico, o químico sueco Carl Wilhelm Scheele (imagem) produziu um pigmento que ficou conhecido como verde de Scheele.


No processo de produção dessa substância, ele envenenou-se-se até a morte aos 43 anos.
Infelizmente, essa não foi a única vida que o verde de Scheele ceifaria. Na Europa, a cor era amplamente utilizada em decoração. De fato, um estudo realizado na Inglaterra no final do século XIX indicou que quatro em cada cinco papéis de parede continham verde de Scheele. Pesquisadores da época notaram que, quando o papel de parede ficava úmido, exalava um odor "semelhante ao de rato", que causava doenças e mortes.
E, na década de 1930, cientistas confirmaram que o cheiro era um gás letal produzido por um fungo presente no papel de parede.
Curiosamente, o verde de Scheele pode ter contribuído para a morte de Napoleão Bonaparte. Durante os últimos anos de sua vida, Napoleão viveu exilado em Santa Helena, uma ilha úmida na costa oeste da África. Seu quarto tinha papel de parede verde-brilhante, e o ar em Santa Helena era úmido o suficiente para o desenvolvimento de fungos. Em 2001, cientistas analisaram amostras do cabelo de Napoleão e descobriram níveis de arsênico até 38 vezes maiores que o normal.
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ARSÊNIO (o elemento químico) e ARSÊNICO (o nome popular de um composto dele) são a mesma coisa no uso comum, mas tecnicamente o termo "arsênico" refere-se mais especificamente ao trióxido de arsênio (As2O3), o famoso "veneno branco", que é o composto mais tóxico do elemento químico Arsênio (As).

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