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05 dezembro, 2025

Não é defeito beber

Décimas de autoria de um poeta popular desconhecido:

Bebe o chefe de polícia,
Particular, escondido,
Algum padre, por sabido
Bebe oculto a tal patrícia.
Também já tive notícia,
Ou por outra, ouvi dizer
(Foi tanto que pude crer
Um dito de certa gente)
Que bebe algum presidente.
Não é defeito beber.

No sítio bebe o major
Bebe em casa o coronel
O sargento e o furriel
Bebem no Estado Maior.
Quem quiser beber melhor
Vá na venda e mande encher,
Tome o que lhe parecer
Até matar o desejo.
Segundo o gosto que vejo,
Não é defeito beber.

Bebem os homens de estudo
Bebe o branco, o rico, o nobre
Bebe o negro, o cabra, o pobre
Bebe o cego, o mouco, o mudo
Os músicos bebem de tudo,
Sem em si nada temer:
De modo que pode haver
Alguém que não tenha falta:
Tudo sai nas rodas altas.
Não é defeito beber.

In: "Dicionário Folclórico da Cachaça"

04 dezembro, 2025

Prescrições culturais

Ir ao museu pode ser um remédio para combater o estresse e melhorar a qualidade de vida. Na Suíça, há médico dando prescrição para este tratamento (que não tem contra-indicação).

E melhor ainda: sai de graça. Se a pessoa tiver a receita nas mãos, o governo banca o ingresso.

Mesmo numa cidadezinha charmosa como NeuChâtel, em um país rico com a Suíça, os moradores podem precisar de "uma injeção de ânimo".

Como aconteceu com a paciente Benedict. A quem uma doutora local, em vez de lhe prescrever medicamentos, receitou-lhe umas visitas aos museus da cidade.

Arte faz bem a saúde, como concluiu um relatório da OMS publicado em 2019. Além de ajudar a distrair, minimizar os traumas e diminuir os declínios cognitivos, que o projeto ora descrito sirva de inspiração a outras cidades e países.


Apesar de sua população relativamente pequena (31 mil habitantes), Neuchâtel (antiga ilustração) tem vários e excelentes museus, especialmente o Latenium - um museu de arqueologia que retrata os tempos pré-históricos da região. Há, ainda, o "Homens" (museu etnográfico), um museu artístico e histórico, onde é possível ver um dos primeiros robôs feitos pelo homem, o "Jaquet-Droz" (datado de entre 1770 a 1774), o museu de História Natural e um teatro recente e muito ativo.

03 dezembro, 2025

Existe a combustão humana espontânea?

A combustão humana espontânea (CHE) é um fenômeno controverso e não comprovado cientificamente, no qual uma pessoa supostamente pega fogo sem uma fonte externa de ignição.
É quando o corpo de uma pessoa é encontrado queimado, enquanto o ambiente ao redor, e frequentemente as extremidades da pessoa, não estão queimadas. Dezenas, talvez centenas, de casos foram registrados durante os séculos XVII, XVIII e XIX, tanto que Charles Dickens incluiu o fenômeno em seu livro "Bleak House". Esses casos foram cobertos de forma sensacionalista na imprensa e frequentemente exagerados para causar impacto.
Casos famosos:
  • Mary Reeser (1951), uma idosa que foi encontrada carbonizada, com apenas um pé intacto, enquanto sua poltrona estava pouco queimada. Investigadores atribuíram ao caso o Efeito Pavio. Quando uma fonte de chama (como uma vela ou um cigarro) incinera a roupa e a gordura corporal da vítima.
  • Henry Thomas (1980), um homem que foi encontrado reduzido a cinzas em sua casa, mas o sofá onde estava quase não foi afetado.
Não é algo que o resto de nós deva temer. Nunca acontece em público e nunca no reino animal.
Apesar dos relatos históricos e dos casos misteriosos, a maioria dos cientistas e especialistas em medicina forense considera a explicação como resultado de causas naturais, embora incomuns.
Existem certas semelhanças nos casos documentados que dão aos cientistas uma pista. E o patologista forense Roger Byard disse que a combustão espontânea não acontece em animais porque "eles NÃO se enrolam em cobertores, bebem uísque e fumam".
Fontes: Neatorama e DeepSeek. Gravura: Phiz, 1853

02 dezembro, 2025

O tocador de triângulo

Por algum motivo não existe a função de tocador de triângulo na Orquestra Sinfônica das Bermudas.

Já no Nordeste brasileiro...

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01 dezembro, 2025

Batidas na porta

Um homem e sua esposa foram acordados às 3 da manhã por fortes batidas na porta. O homem se levanta e vai até a porta, onde um homem bêbado, parado sob a chuva torrencial, pede para ser empurrado.
"De jeito nenhum", diz o marido, "são 3 da manhã!"
Ele fecha a porta e volta para a cama.
"Quem era?" perguntou sua esposa.
"Só um cara bêbado pedindo um empurrãozinho", ele responde.
"Você o ajudou?" ela pergunta.
"Não. São 3 da manhã e está chovendo torrencialmente lá fora!"
"Bem, você tem memória curta", diz a esposa. "Não se lembra de uns três meses atrás, quando o carro quebrou e aqueles dois caras nos ajudaram? Acho que você deveria ajudá-lo, e deveria ter vergonha de si mesmo! Deus também ama os bêbados."
O homem retorna à chuva torrencial para fazer o que lhe foi dito.
Ele grita no escuro: "Olá, você ainda está aí?"
"Sim", responde ele.
"Você ainda precisa de um empurrão?", grita o marido.
"Sim, por favor!" vem a resposta da escuridão.
"Onde você está?" pergunta o marido.
"Aqui no balanço", respondeu o bêbado.