Dorme ponte, Pernambuco, rio, Bahia
Só vigia um ponto negro: o meu ciúme
O ciúme lançou sua flecha preta
E se viu ferido justo na garganta.
Na letra de "O Ciúme", se tomamos os gêneros das palavras Petrolina e Juazeiro para compor a analogia de um casal, é preciso que identifiquemos um terceiro, o causador do ciúme entre ambos. Não havendo a possibilidade do terceiro, não existiria razão causadora do ciúme. Este terceiro é o Rio São Francisco, que se interpõe entre as duas cidades: “Entre Petrolina e Juazeiro canta”. A estrofe central começa por tratar diretamente do rio: “Velho Chico vens de Minas”... O grande rio é o viajante que vem de longe e se coloca entre Juazeiro e Petrolina. Porém, esse ciúme logo é superado, pois o viajante segue seu curso, a admiração que causa a um e o outro a beleza do rio, logo é compreendida pelo outro, apenas, como tal, admiração. A ponte que se constrói, unifica ambos, fazendo com que seja superada a dificuldade causada pela passagem do rio. (Fernando Graça)
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