Nascido como Antônio Carlos Bernardes Gomes, em 7 de abril de 1941, foi como Mussum que ele se eternizou para o público brasileiro.
Ele cresceu no Morro da Cachoeirinha, no Rio de Janeiro. Filho de uma empregada doméstica, teve uma infância pobre, mas aprendeu com a mãe o valor do estudo. Analfabeta, sua mãe lhe dizia o quanto era importante aprender a ler. E ele, ainda menino, passou a ensinar a mãe a ler.
Trabalhou como ajustador mecânico, faxineiro, cozinheiro e serviu a Força Aérea Brasileira, porém foi na música que seu talento se destacou. Formou com amigos o grupo musical "Originais do Samba", que gravou 13 discos e fez muito sucesso nos anos 1970.
Em 1965, deu os seus primeiros passos no humor, participando do programa humorístico da Rede Globo, "Bairro Feliz". Nesse programa, ele recebeu o apelido com que ficou conhecido. Grande Otelo passou a chamá-lo de Mussum, em referência ao muçum ou mussum, (*) um peixe escorregadio e liso. Para o ator, Antônio Carlos parecia-se com esse peixe por ser capaz de se livrar das situações mais constrangedoras.
Em suas apresentações humorísticas, conheceu Dedé Santana. Logo depois, chamou a atenção de Renato Aragão por causa de seu talento para o improviso. Em 1972, formou um trio com Dedé e Didi. Dois anos depois, a entrada de Zacarias fez com que eles formassem um quarteto e, através do programa "Os Trapalhões", conquistaram um imenso público na TV brasileira.
Além de seu carisma e facilidade para contar causos, Mussum se destacou pelo jeito de falar, criando um dialeto próprio que até hoje é lembrado e repetido por muita gente. Enchendo a sua fala com palavras terminadas em "is": "Cacildis", "forévis", "biritis", "turmis", "todo mundo vê os porris que eu tomo, mas ninguém vê os tombis que eu levo!"
Em 1977, ele deixou o grupo "Os Originais do Samba" para se dedicar apenas ao humorístico "Os Trapalhões". A música, porém, nunca o abandonou. Fez diversas apresentações musicais no programa de humor e chegou a gravar três discos solos.
O problema cardíaco pôs fim à vida desse homem de coração imenso e sorriso largo. Sua alegria, seu talento em representar, o samba no pé, a habilidade no reco-reco, o dialeto pessoal, a irreverência e tantas outras qualidades o tornaram admirado e querido por muita gente.
Fonte: Iconografia da História
(*) Mussum pode ser peixe ou o ator. Muçum pode ser peixe ou um município gaúcho. E as duas opções dão palíndromos!
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