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02 abril, 2022

A loucura do livro

A bibliomania foi frequente durante o século 19 na Europa, em um contexto que os livros eram considerados objetos de luxo, sinônimo de riqueza, sendo obtidos para servir de patrimônio e herança. Os sintomas da bibliomania incluíam uma espécie de obsessão na busca de primeiras edições, cópias raras, livros de determinados tamanhos e acabamentos específicos, entre outras possibilidades.
Com o passar do tempo, a bibliomania deixou de se referir à obsessão. Os dicionários passaram a adotar o significado relacionado ao entusiasmo e à paixão por colecionar. No Michaelis, por exemplo, bibliomania é a “mania de colecionar livros, principalmente antigos ou raros”.
"Bibliomania" é o título de um romance (também do século 19) de Thomas Frognall Dibdin que afirmava explorar a "loucura do livro" - o ato de ser incapaz de parar de colecionar literatura.
Bibliomania não deve ser confundida com bibliofilia, que é o amor (psicologicamente saudável) pelos livros e, como tal, não é considerada um distúrbio psicológico. Um bibliófilo saudável lê seus textos cuidadosamente; um viciado os devora, independentemente da qualidade.
tsundoku é um termo japonês que se refere à prática de comprar livros, empilhá-los e nem sempre lê-los. A palavra está relacionada ao sentimento positivo de estar cercado de livros, que é algo bem comum na vida de leitores ávidos. Isso faz com que as pessoas acabem acumulando e empilhando mais livros do que de fato vão ler.
"Não tenho nenhum sentimento de culpa em relação às pilhas de livros que não li e talvez nunca lerei ; Eu sei que meus tsundokus têm paciência ilimitada. Eles vão esperar por mim até o fim dos meus dias."
(https://www.ecycle.com.br/tsundoku/)

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