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01 novembro, 2021

A "indústria" de óleo de pinguim

Extraído da resposta de Bruce Graham à pergunta What are some interesting lesser known facts abouts penguins?, no Quora em inglês:
O que muitas pessoas não sabem é que provavelmente os pinguins ainda existem por causa de uma campanha feita após a Primeira Guerra Mundial.
Naquela época, o abate desenfreado de pinguins alimentava uma "indústria" de óleo de pinguim, e as ilhas ao sul da Nova Zelândia se tornaram grandes fornecedores desse óleo. 
Joseph Hatch, um "empresário", construiu uma usina de óleo na ilha Macquarie. Durante um período de 30 anos, e apesar das difíceis condições locais, Hatch abateu mais de 3 milhões de pinguins.
Em 1909, a produção da usina de Hatch era maior do que nunca. Suas duas caldeiras nunca esfriavam, e as equipes de funcionários queimavam também mais de 500 pássaros por dia como combustível nas fornalhas, para complementar o carvão. Durante uma temporada de seis meses, já estavam produzindo mais de 100 toneladas de óleo de pinguim.[imagem abaixo: veja que há muitos barris do lado de fora do prédio]


Apsley Cherry-Garrard, que mais tarde escreveu "A Pior Viagem do Mundo", juntou-se à campanha em favor dos pinguins, escrevendo para o britânico The Times:
"Os relatos da ilha Macquarie “fazem com que as atrocidades da Bélgica (no Congo) pareçam um mimo de escola dominical."
H. G. Wells, no auge de seu sucesso na época, escreveu em seu livro de 1919, "The Undying Fire":
"Mas o pinguim-rei está chegando ao fim da sua história. Deixem que eu conte como sua história está se encerrando. Me deixem contar o que está acontecendo nos tranquilos Mares do Sul neste momento. Este meu velho amigo está em grande perigo por causa de um tráfico vil que surgiu... E, a menos que seja interrompido, vai destruir totalmente essas colônias de pinguins. Essas aves estão sendo assassinadas em massa por causa do seu óleo. Grupos de homens atacam e os abatem a golpes de porrete ainda em seus ninhos, que as pobres aves se recusam a abandonar, de onde os mortos, os moribundos e os apenas atordoados são arrastados e jogados em caixotes de ferro para serem fervidos para a extração do seu óleo."
Um ano depois, em 1920, o primeiro-ministro australiano cancelou a licença para caçar pinguins, pondo fim à matança.
Estas informações vieram do livro "Pinguin", de Stephen Martin, altamente recomendado para os que buscam um livro curto e cheio de informações sobre os pinguins.

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Comentário
Como se não bastassem as atrocidades cometidas contra os pinguins na ilha Macquarie - NZ (descritos por Bruce Graham), ainda há o novo comportamento sexual dos pinípedes (a superfamília de mamíferos aquáticos que inclui focas, lobos-marinhos, leões-marinho e morsas).
Este novo comportamento sexual dos pinípedes não é de agora. Em 2006, biólogos do periódico Polar Biology viram, pela primeira vez, um lobo-marinho tentando copular com um pinguim-rei, em Marion Island, uma ilha subantártica que é lar de ambas as espécies.
Eles publicaram detalhes desse incidente e especularam, na época, que o ato sexual pode ter sido o comportamento de um animal frustrado, sexualmente inexperiente.
Em três dos quatro incidentes já registrados, o pinípede pagou o preço combinado pelo ato e deixou o pinguim ir embora. Mas, no quarto, a foca comeu, matou e depois comeu de verdade o pinguim. (Paulo Gurgel)
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