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13 setembro, 2021

Fobia e impulso contrafóbico

David Dorenbaum
Quando nos deparamos com temores lógicos e razoáveis, mas desmesurados, nossos medos, graças à ansiedade, correm o risco de se transformarem em fobias. Conscientemente, queremos evitá-los, entretanto, como observou Sigmund Freud, junto com a fobia frequentemente existe um impulso contrafóbico, que abriga um desejo inconsciente de confrontar e dominar o que se teme, em lugar de fugir daquilo. Ou seja, estamos em conflito sobre o que tememos.
Um caso pertinente é o do engenheiro Gustave Eiffel, que sofria de acrofobia. Ele imaginou e desenhou estruturas de considerável altura, como a Estátua da Liberdade.


Lá do alto, a Torre Eiffel, seu mais conhecido projeto, oferece uma das vistas mais prodigiosas de Paris. Eiffel desafiou a gravidade — e seus medos — ao modificar o projeto original para que pudesse suportar fortes ventos. Seriam então suas obras uma espécie de mecanismo compensatório mediante o qual ele tratou de lutar contra sua própria fobia de altura?
O escritor Fernando Savater, em um ensaio intitulado "Qué significa temblar" ("O que significa tremer", incluído no volume "La infancia recuperada") — no qual descreve sua predileção pelos contos de terror —, detalha que "de tanto conviver com esse espectro cheguei a me afeiçoar a ele".

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