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23 julho, 2021

O hat-trick

É um dos assuntos do momento.
Um jogador recebe um hat-trick quando marca três gols em um jogo. Mas, certamente, você já se perguntou porque é que usam uma expressão relacionada com chapéus (hat), numa questão onde o referido adorno não tem um papel preponderante.


É que, na verdade, o uso deste termo não começou no campo de futebol. Veio do críquete e remonta ao ano de 1858. E foi virando jargão no futebol, hóquei, polo aquático, handebol etc.
No futebol, há inclusive um termo especial, o hat-trick perfeito. Quando um jogador, na mesma partida, marca três gols: um com o pé direito, outro com o pé esquerdo e mais outro de cabeça (em qualquer ordem).
De um texto adaptado do jornalista João Miguel Pereira:
Para além do hat-trick, os norte-americanos também inventaram o rat-trick. Em 1996, os jogadores dos Florida Panthers usaram pela primeira vez esta palavra depois de Scott Mellanby, uma das figuras da equipe, ter marcado dois gols num jogo e ter matado um rato que invadiu o balneário da equipe. Depois deste episódio, sempre que um jogador dos Panthers marcasse dois gols, os adeptos da equipe atiravam para o campo um rato de plástico ou de pano para “ser morto” pelo jogador, realizando assim o “rat-trick”. No entanto, a história não foi mais além, pois a NHL proibiu o lançamento de qualquer objeto para o campo, o que poderia pôr em causa a integridade física dos jogadores e da equipe de arbitragem.
Tradicionalmente, um jogador que marca o hat-trick pode guardar a bola como lembrança. E tem direito a pedir música no Fantástico (o que se restringe aos jogos de domingo).
Por isso, não tenho a menor ideia do que o Tadeu Schmidt vai fazer para agraciar o Richarlison. Na última quinta-feira, o pombo fez três gols em trinta minutos, no jogo de estreia do Brasil contra a Alemanha, no Japão.
Ora, trata-se de uma Olimpíada. Por muito menos, a tal regra dominical já tem sido quebrada.

Paulo Gurgel

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