Loba capitolina
Diz a lenda (*) que a cidade de Roma foi fundada por eles. Rômulo queria chamá-la Roma e edificá-la no Palatino, enquanto Remo desejava nomeá-la Remora e fundá-la sobre o Aventino. Como forma de decidir foi estabelecido que se deveria indicar, através dos auspícios, quem seria escolhido para dar o nome à nova cidade e reinar depois da fundação. Tendo surgido uma discordância sobre quem se tornaria o governante da cidade que eles fundaram, Rômulo acabou matando seu irmão Remo e se tornou o primeiro rei de Roma. Coincidentemente, o último imperador do Império Romano também se chamava Rômulo, formalmente Rômulo Augusto. Ele era conhecido pelo apelido de Pequeno Augusto (Augustulo) e governou por apenas 10 meses. No ano 476, Rômulo cedeu seu trono a um soldado bárbaro chamado Odoacro, que se tornou o primeiro rei da Itália e, com esse evento, a história deu uma volta completa.
Sua deposição por Odoacro tradicionalmente marca o fim do Império Romano no Ocidente, o fim da Roma Antiga, e o começo da Idade Média na Europa Ocidental.
(*) A maioria das histórias foram cridas sem exame, e essa crença é um preconceito. Fábio Pictor relata que, muitos séculos antes dele, uma vestal da cidade de Alba, indo buscar água com o seu cântaro, foi violada e deu à luz a Rômulo e Remo, que eles foram nutridos por uma loba etc. O povo romano acreditou nessa fábula; não perdeu tempo em examinar se naqueles tempos existiam vestais no Lácio, se era possível que a filha de um rei saísse de seu convento com seu cântaro, se era provável que uma loba amamentasse dois meninos em vez de os comer como fazem todos os lobos. Estabelece-se assim o preconceito.
Voltaire, Preconceitos históricos. "Dicionário Filosófico"
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