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18 abril, 2021

Frans Krajcberg: arte como ativismo ambiental

[12-04-1921, Kozienice, Polônia - 15-11-2017, Rio de Janeiro, Brasil]

por Valéria Peixoto de Alencar, UOL
O pintor, escultor e fotógrafo Frans Krajcberg nasceu na Polônia, em 1921, mas com a invasão de seu país pelo exército nazista, no início da Segunda Guerra Mundial, refugiou-se na Rússia onde estudou Artes e Engenharia.
Em 1941, engajou-se no exército polonês e lutou na guerra até seu fim, em 1945, quando passou a morar na Alemanha, seguindo seus estudos na Academia de Belas Artes de Stuttgart.
Krajcberg chegou ao Brasil em 1948. Seu trabalho como artista abstrato lhe rendeu um convite para participar da primeira Bienal Internacional de Artes de São Paulo, em 1951. Durante a década de 1950 continuou sua obra abstracionista, porém, no final dos anos 50 einício dos 60 começou a produzir trabalhos resultantes do contato com a natureza, naturalizou-se brasileiro em 1957 e, durante a década de 1960, chegou a morar em uma caverna no interior de Minas Gerais, na região de Itabirito.
Vivia solitário, sem nenhum tipo de infraestrutura, numa tentativa de comunhão com a natureza, e era conhecido como o "barbudo das pedras". Nesse período, produziu muitas gravuras e esculturas em pedra, e realizava experiências na fabricação de pigmentos extraídos da natureza. No mesmo período, fez diversas viagens à Amazônia e ao Pantanal mato-grossense, locais onde o desmatamento excessivo lhe chamou a atenção. Além de fotografar a destruição ambiental, recolhia material para execução de suas esculturas, como raízes e troncos de árvores mortas, provenientes de derrubadas e queimadas.

Flor do mangue, 1965

Foi graças a obras como a colocada acima que Krajcberg passou a ser internacionalmente conhecido, a partir da década de 1970, época em que começaram os movimentos pela preservação do meio ambiente e a preocupação com a ecologia no mundo.
Em 1972, passou a residir em Nova Viçosa, litoral sul da Bahia. Preocupou-se em denunciar as queimadas e o desmatamento no território brasileiro, especialmente no Paraná e na Amazônia. Também denunciou a exploração de minérios em Minas Gerais, além de defender as tartarugas marinhas que buscam o litoral do município de Nova Viçosa em seu período de desova e as baleias jubarte que visitam o mesmo local anualmente.
O trabalho desenvolvido por Krajcberg, além de ser um olhar bastante poético, especialmente sobre a natureza, propõe uma reflexão sobre as principais questões ecológicas.

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