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02 setembro, 2020

O julgamento de um papa morto

Formosus - cujo nome antes de ser papa foi perdido nos anais da história - passou seus primeiros tempos de sacerdote viajando pela Bulgária e pela França, tentando liderar missões em que não obteve muito sucesso. Em 872 d.C., foi punido com a excomunhão, que o privou de exercer as funções sacerdotais.
Em 878, a sentença de excomunhão foi retirada, depois que ele prometeu nunca voltar a Roma. Entretanto, necessitando de sua influência na corte búlgara para estabilizar a política no Sacro Império Romano, o papa João VIII restituiu-lhe os direitos.
Nas próximas décadas, Roma viu sucederem-se mais três pontífices, antes que o próprio Formosus fosse eleito por unanimidade para esse cargo eclesiástico, em 891.
Infelizmente, seus planos políticos para a Igreja continuaram dando errado até Formosus morrer alguns anos depois.


Apesar de morto, os muitos inimigos que ele havia feito buscavam vingança. Um ano após sua morte em 896, o papa Estevão VI mandou desenterrar o corpo de Formosus, vestiu-o com roupas papais e colocou-o no trono para ser julgado.
Um diácono foi designado para falar por Formosus, mas ninguém realmente o defendeu. Formosus foi declarado indigno de ter sido Papa, e seus atos foram todos anulados. Além disso, cortaram-lhe os dedos da consagração e jogaram seu corpo no rio Tibre.
O corpo foi recuperado por monges, mas somente após a morte de Estevão VI é que seria reintegrado na Basílica de São Pedro.
Os julgamentos contra os mortos foram banidos por um tempo, mas o papa Sérgio III reabriu as ações contra Formosus, e seu corpo foi novamente exumado, julgado e decapitado.
Hoje, a Igreja Católica não aprova nenhuma dessas atitudes (consideradas de natureza política).
Fontes
Cadaver Synod, por Colton Kruse
http://www.ripleys.com/weird-news/cadaver-synod/
http://en.wikipedia.org/wiki/Pope_Formosus

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