"Do mesmo modo, ninguém aqui vai me ouvir pronunciar a palavra 'folclore'. Os vínculos entre o conceito erudito de 'folclore' e a discriminação cultural são mais do que estreitos. São íntimos. 'Folclore' é tudo aquilo que não se enquadrando, por sua antiguidade, no panorama da cultura de massa é produzido por gente inculta, por 'primitivos contemporâneos', como uma espécie de enclave simbólico, historicamente atrasado, no mundo atual. Os ensinamentos de Lina Bo Bardi me preveniram definitivamente contra essa armadilha. Não existe 'folclore' o que existe é cultura."
"Cultura como tudo aquilo que, no uso de qualquer coisa, se manifesta para além do mero valor de uso. Cultura como aquilo que, em cada objeto que produzimos, transcende o meramente técnico. Cultura como usina de símbolos de um povo. Cultura como conjunto de signos de cada comunidade e de toda a nação. Cultura como o sentido de nossos atos, a soma de nossos gestos, o senso de nossos jeitos."Trechos do discurso do cantor e compositor Gilberto Gil, quando tomou posse, em 2 de janeiro de 2003, no Ministério da Cultura, durante a gestão do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Leia aqui a íntegra do discurso de Gil no MinC.
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