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02 março, 2020

BACURAU, a ave

Nome científico: Nyctidromus albicollis. Com 7 subespécies, 2 delas presentes no Brasil.
O bacurau tem à noite sua principal rotina.
Alimenta-se de numerosas espécies de insetos, como besouros, mariposas, borboletas, abelhas, vespas, e formigas que são capturados em voos curtos para o ar a partir do solo, ou em voos curtos a partir de poleiros. Também caça insetos voando sobre áreas abertas.
A espécie costuma viver no chão, onde facilmente se camufla em meio às folhagens. Durante o dia, o pássaro é avistado apenas quando se espanta e, só assim, voa a curtas distâncias para fugir do susto.
Quando alguma ameaça predatória ao ninho se faz presente, o adulto realiza o "display" de fingir-se ferido para proteger os filhotes e atrair o predador para longe do seu ninho.
É uma ave de dois cantos, de onde surgem seus dois nomes onomatopaicos: bacurau e curiango. No lusco-fusco da tarde, essa ave se manifesta como ba-cu-rau. Quando a noite se adensa, modifica o canto e assovia o som de cu-ri-an-go.
Esta ave está associada no imaginário popular tanto aos que vagam na noite, como os sonâmbulos, quanto aos que, em vigília, esperam pela manhã. Esse segundo sentido está na composição de Beduíno e Luiz Gonzaga, que traz no título ("amanhã eu vou") e na letra ("carimbamba") outros dois nomes do pássaro bacurau. Conta-se ali a história de Rosabela, linda donzela, que, enlaçada pela planta aquática taboa, desaparece para não mais voltar.
Era uma certa vez
Um lago mal-assombrado
À noite sempre se ouvia
A carimbamba cantando assim:
Amanhã eu vou, amanhã eu vou
Amanhã eu vou, amanhã eu vou.
O filme BACURAU, de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, teve o título vertido para "Nighthawk" (falcão noturno) com o provável objetivo de facilitar a compreensão da natureza do pássaro pelo público estrangeiro. Na Europa, Ásia e Norte da África existem vários gêneros e espécies de falcões noturnos da subfamília Chordeilinae, à qual também o bacurau pertence. E o pássaro noitibó (Caprimulgus europaeus), o mais conhecido, é um deles.

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26 novembro, 2009
Micropoemas do infortúnio - 10
Autor: Paulo Gurgel
https://blogdopg.blogspot.com/2009/11/micropoemas-do-infortunio-10.html

Lua, lua moondana.
O noitibó biquiaberto circula à caça de insetos
-----por entre as árvores rociadas.
No céu, há estrelas vulgas
-----e há estrelas seletas. Só:::
-----o noitibó é um pássaro só
---------------é um pio só.
---------------(enquanto)
O coelho, hó, hó
-----encontra festiva acolhida
------------------------------na toca da raposa.
Existe a vida? Ou existe apenas o frêmito da vida?

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