Caralho é um termo da língua portuguesa usado para designar o membro viril masculino. O termo encontra correspondente no castelhano carajo, no galego carallo, e no catalão carall, sendo exclusivo das línguas românicas da Península Ibérica, não se encontrando em nenhuma outra.
Documenta-se o uso do termo desde pelo menos o século X, surgindo regularmente nas cantigas de escárnio e maldizer da poesia trovadoresca medieval, sendo também registado nalguma documentação, além de vários usos antroponímicos e nas toponímias da Península Ibérica, em particular da Catalunha, onde se destacam os vários carall bernat.
Este uso do termo como nome próprio para descrever o membro viril, presente inclusive na documentação oficial, termina com a contrarreforma, passando então a ser considerado como obsceno e impróprio, conotação que mantém até aos dias de hoje. Não obstante, o termo manteve uma incrível vitalidade nas línguas romances ibéricas, sendo usado atualmente com dezenas de sentidos diferentes e como meio de expressar as mais diversas emoções, como estranheza, emoção, lambança ou ameaça, embora em algumas regiões tenha perdido o seu sentido original de membro viril.
O caralho marca presença na poesia e literatura modernas, especialmente como disfemismo e elemento provocador, e por vezes como erotismo, tendo entrado no panteão da mitologia brasileira como caralho-de-asas, que por sua vez inspirou um personagem de banda desenhada, o passaralho.
Caralho-de-asas
No Brasil, o caralho, na qualidade de órgão genital masculino, foi transformado no mito do caralho-de-asas. O mito difere conforme o narrador. Deste modo, numa versão de narrativa masculina, o "caralho-de-asas" define-se como a entidade responsável por uma gravidez de paternidade não-identificada, enquanto que numa narrativa em grupo feminino, a referência ao caralho-de-asas toma a forma de advertência às moças, para que não tomem banho de rio e de açude, bem como não durmam "desprevenidas", ou seja, sem roupas íntimas.
O mito do caralho-de-asas parece reminiscente da lenda grega de Leda e o cisne, segundo a qual Júpiter, metamorfoseado em cisne, manteve relações sexuais com a ninfa Leda, concebendo os gémeos Castor e Pólux. O mito entrou para a iconografia urbana, já documentada em cidades como o Rio de Janeiro e o Recife, estando presente também como personagem de banda desenhada em revistas de palavras cruzadas e enigmas destinadas ao público masculino, tomando o nome de "passaralho".
Passaralho
O termo passaralho tornou-se também um jargão no mercado de trabalho, em especial para o jornalismo e o funcionalismo público (terceirizado), com o significado de época ou movimento de demissão em massa.
A propósito, leiam este artigo: A revoada dos passaralhos, de Camila Rodrigues e outros.
ResponderExcluirhttps://www.vortexmag.net/coisas-que-voce-nao-sabia-o-verdadeiro-significado-da-palavra-caralho/
Há quem diga que o caralho não era originalmente a gávea e sim o mastro que sustenta a gávea (cesta). Em assim sendo, a cesta era a casa do caralho.
ResponderExcluirJB Serra e Gurgel me repassou um vídeo sobre a fábrica do Sr. Francisco, em Caldas da Rainha (Portugal). Das mãos de sua família saem, todos os meses, trezentos caralhos prontos para dar alegria.
ResponderExcluirhttps://youtu.be/UuyyoOw3lXA
Não entendi a escolha do fundo musical.
Este artigo é bom pra caralho...
ResponderExcluir