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11 novembro, 2017

Alcoofilia


Dizem as más línguas masculinas - e as boas línguas femininas aprovam - que mulher só reclama de duas coisas: de tudo e de nada.
Então, férias na praia, tem que reclamar da descontração do marido na barraca de praia. E o marido tem que levar no vai da valsa, senão complica.
- Precisa misturar desse jeito? Ficar sentado na barraca até anoitecer? Vai com calma, a bebida não vai acabar amanhã, não.
- Meu bem, mas eu nem gosto de misturar bebida...
- Gosta não, engraçadinho? Bebe cachaça, uísque, depois cerveja, campari... E bebe até querosene se trouxerem num copo!
- É porque sou flex!, e cai na gargalhada.
- Mas nunca gostei de misturar bebida, não. Tomo uma de cada vez. Quem gosta de mistura é baitola. Rabo-de-galo, (*) coquetel... Isso não é coisa de macho, não.
- E precisa ficar de porre todo dia?
- Mas nêga. Deve ser por causa da maresia, da água do mar, sei lá! Acaba deixando a gente mareado! Hehehehehe
- E quando chega em casa, final de semana? Lá não tem mar! Fica bêbado porquê?
- Sei lá, deve ser por causa da secura, da altitude...
- Engraçadinho!
- Brigadão!!!, e dá uns beijos na nêga.
Fernando Gurgel Filho
N. do E.
(*) A turma de Os Boêmios tem uma opinião divergente, Fernando. Eles acham que o rabo-de-galo, que combina cachaça barata com o vermute tinto ("para descer melhor"), é só para quem é "brabo".

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