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14 agosto, 2017

A solidão segundo Schopenhauer

Quanto mais elevada for a posição de uma pessoa na escala hierárquica da natureza, tanto mais solitária será ela, essencial e inevitavelmente. Assim, é um benefício para ela se à solidão física corresponder a intelectual.

Nenhum caminho é mais errado para a felicidade do que a vida no grande mundo, às fartas e em festanças (high life), pois, quando tentamos transformar a nossa miserável existência numa sucessão de alegrias, gozos e prazeres, não conseguimos evitar a desilusão; muito menos o seu acompanhamento obrigatório, que são as mentiras recíprocas.

Assim como o nosso corpo está envolto em vestes, o nosso espírito está revestido de mentiras. Os nossos dizeres, as nossas ações, todo o nosso ser é mentiroso, e só por meio desse invólucro pode-se, por vezes, adivinhar a nossa verdadeira mentalidade, assim como pelas vestes se adivinha a figura do corpo.

Antes de mais nada, toda a sociedade exige necessariamente uma acomodação mútua e uma temperatura; por conseguinte, quanto mais numerosa, tanto mais enfadonha será. Cada um só pode ser ele mesmo, inteiramente, apenas pelo tempo em que estiver sozinho. Quem, portanto, não ama a solidão, também não ama a liberdade: apenas quando se está só é que se está livre.

Arthur Schopenhauer, in "Aforismos para a Sabedoria de Vida"
(http://www.pensarcontemporaneo.com/quem-nao-ama-a-solidao-nao-ama-a-liberdade-arthur-schopenhauer/)

Um trocadilho de Scopenhauer

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