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12 maio, 2017

O eterno no efêmero

No final do seus livro de 1986, "Paradoxos em Teoria da Probabilidade e Estatística Matemática", o estatístico Gábor J. Székely recorda um paradoxo criado por seu falecido professor Alfred Rényi:
"Desde que comecei a lidar com a teoria da informação, frequentemente meditei sobre a concisão dos poemas: como pode uma única linha de um verso conter muito mais 'informação' do que um telegrama altamente conciso do mesmo comprimento? A riqueza surpreendente do significado das obras literárias parece estar em contradição com as leis da teoria da informação. A chave para este paradoxo é, penso eu, a noção de 'ressonância'. O escritor não apenas nos dá informações, mas também toca nas cordas da linguagem com tal virtuosismo, que nossa mente e até mesmo o subconsciente ressoam. Um poeta pode recordar correntes de ideias, emoções e memórias com uma palavra bem-achada. Nesse sentido, a escrita é mágica."
Em tempo
Morreu hoje em São Paulo Antonio Candido de Mello e Souza (Rio de Janeiro, 24 de julho de 1918 – São Paulo, 12 de maio de 2017). Foi um sociólogo, literato e professor universitário brasileiro. Estudioso da literatura brasileira e estrangeira, possui uma obra crítica extensa, respeitada nas principais universidades do Brasil.
Para guardar de ACMS:
"Temos que entender que tempo não é dinheiro. Essa é uma brutalidade que o capitalismo faz, como se o capitalismo fosse o senhor do tempo. Tempo não é dinheiro. Tempo é o tecido da nossa vida."
"O socialismo é uma finalidade sem fim. Você tem que agir todos os dias como se fosse possível chegar ao paraíso, mas você não chegará. Mas se não fizer essa luta, você cai no inferno."

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