André de sapato novo

O André mencionado no título é naturalmente o próprio compositor e, pelo que se conta nos meios musicais, relata o sofrimento pelo qual passou durante um baile, quando dançou com um sapato novo que lhe apertava os pés. A obra foi imortalizada pela gravação da dupla Pixinguinha ao saxtenor e Benedito Lacerda na flauta, realizada em 1947. Inúmeras gravações subsequentes foram feitas, dentre as quais quatro de Abel Ferreira, duas de Altamiro Carrilho, uma do Regional de Canhoto etc. (Fonte: Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira)
Em 1948, o lendário Almirante, "A Mais Alta Patente do Rádio", fez este comentário sobre o famoso chorinho de André Victor Corrêa:
"Poucas músicas terão o privilégio de poder ser identificadas por uma nota, hein? E entre estas poucas está o grande choro André de Sapato Novo. Basta que Pixinguinha extraia do seu saxofone este Mi grave para que todos reconheçam logo que música vem por aí. Aquele grave, como todos sabem, representa a parada que faz a todo momento o indivíduo que calça o sapato novo que lhe aperta o pé. O calo está gritando dentro do calçado, e o jeito é fazer umas paradas para ajeitar os dedos comprimidos. O choro André de Sapato Novo do saxofonista André Victor Corrêa, falecido recentemente (Almirante refere-se a 1948), segura as agonias do autor num dia em que calçou um sapato novo. A execução estará a cargo de Benedito na flauta e Pixinguinha no saxofone. Cada nota assim (Pixinguinha toca um Mi 2) no saxofone do Pixinguinha representa uma daquelas paradas providenciais. Ouçam."