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06 março, 2017

A música na vida de Luís II da Baviera

Luís havia acabado de completar 18 anos quando o pai morreu subitamente, deixando-lhe o trono da Baviera. Embora não estivesse totalmente preparado para o cargo, sua juventude e boa aparência o tornaram popular na Baviera. Um dos seus primeiros atos como rei foi convocar o compositor Richard Wagner para a sua corte em Munique poucas semanas depois da sua ascensão ao trono. Wagner tinha uma notória reputação de revolucionário e namorador e estava constantemente em fuga dos credores. Luís admirava Wagner desde a adolescência, depois de ter assistido às óperas Lohengrin e Tannhäuser aos 15 anos. As composições de Wagner apelavam à imaginação e fantasia do rei e preenchiam um vazio emocional. Em 4 de maio de 1864, Wagner, aos 51 anos de idade, foi recebido em audiência por Luís II no Palácio Real de Munique. Após sua primeira reunião com o rei, Wagner escreveu: "Ah, é tão elegante e inteligente, emotivo e encantador, que temo que sua vida derreta neste mundo vulgar como um sonho fugaz dos deuses". O rei foi provavelmente quem salvou a carreira de Wagner. Acredita-se que as composições posteriores de Wagner, bem como sua estreia no prestigiado Teatro Real de Munique (atual Ópera do Estado Bávaro), jamais teriam acontecido sem o patronato de Luís.
Um ano após a audiência com o rei, Wagner apresentou a aclamada ópera Tristan und Isolde (Tristão e Isolda) em Munique. Mas o comportamento extravagante e escandaloso do compositor desagradou o povo conservador da Baviera e Luís foi forçado a pedir a Wagner que deixasse a capital seis meses depois, em dezembro de 1865.
O interesse cênico de Luís não se limitava a Wagner. Em 1864, promoveu a construção de um novo teatro real, conhecido hoje com Staatstheater am Gärtnerplatz (foto), confiando a sua direção a Karl von Perfall em 1867.


Luís desejava levar a Munique o melhor do teatro europeu e, com o auxílio de Perfall, apresentou ao público bávaro obras de Shakespeare, Calderón, Mozart, Gluck, Ibsen, Weber e muitos outros. Também contribuiu para melhorar substancialmente o padrão de interpretação de obras de Schiller, Molière e Corneille.
Entre 1872 e 1885, o rei assistiu a 209 apresentações privadas (Separatvorstellungen) como único espectador, ou com um convidado, em dois teatros da corte, perfazendo um total de 44 óperas, sendo 28 de Wagner incluindo oito apresentações de Parsifal, 11 balés e 154 peças, num custo total de 97.300 marcos alemães.
Extraído da Wikipédia
Ver também: O CASTELO DE NEUSCHWANSTEIN
Apaixonado por música, "o rei dos contos de fadas" foi um ardente admirador do compositor Richard Wagner, cujas óperas mandou executar, só para si, mais de 200 vezes. Luís II sentava-se sozinho no camarote dos Wittelsbach no Teatro (que permanece até hoje à disposição da família).
Para criar um ambiente acústico adequado, soldados eram encarregados de simular o público. Não podiam virar-se em hipótese alguma, pois o rei queria ficar sozinho, sem ser observado. Os soldados sempre dormiam durante o "serviço". Mas roncar era estritamente proibido.

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