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09 dezembro, 2016
Kafka e a boneca: a difusão da perda
Franz Kafka encontrou uma menina no parque onde ele gostava de andar diariamente. Ela estava chorando. A menina havia perdido sua boneca e estava desolada.
Kafka se ofereceu para também procurar a boneca. E combinou encontrar-se com a menina no dia seguinte, no mesmo local.
Não encontrando a boneca, ele resolveu escrever uma "carta da boneca". Para ler quando eles se encontrarem novamente.
"Por favor, não chore mais, eu saí em uma viagem para ver o mundo. Vou lhe escrever as minhas aventuras".
Este foi a primeira de muitas cartas. Sempre que os dois se encontravam, ele lia para ela essas cartas cuidadosamente escritas que contavam as aventuras imaginárias da boneca amada. A menina sentia-se consolada.
Quando os encontros chegaram ao fim, Kafka a presenteou com uma boneca. Ela, obviamente, parecia diferente da boneca original.
Uma carta anexa explicava o motivo da transformação: "as minhas viagens me mudaram..."
Anos mais tarde, a menina (agora crescida) encontrou mais uma carta, numa fenda que passara despercebida na boneca de substituição. Uma carta que, em resumo, dizia: "cada coisa que você ama, você acabará por perdê-la, mas no final, o amor vai retornar de uma forma diferente".
http://www.huffingtonpost.com/may-benatar-phd-lcsw/kafka-and-the-doll_b_981348.html
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