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30 junho, 2016

O que a teoria do Big Bang deve a dois pombos

Há vezes em que a descoberta científica vem de onde menos se espera. No caso de Arno Penzias e Robert Wilson (laureados com o Nobel de Física em 1978), eles nem sequer sabiam o que seus dados continham até que físicos teóricos começaram a fazer especulações sobre os primórdios do universo. Aconteceu que sua descoberta e aquelas hipóteses coincidiram, fazendo com que a então incipiente teoria do Big Bang logo convencesse o mundo científico.
O universo, no século 20, deixou de ser considerado estático e imutável, para adquirir uma história, uma evolução e um começo. Foi há 51 anos, e os fatos daquela descoberta de Penzias e Wilson da radiação de fundo de microondas, às vezes chamada de eco do Big Bang, ainda são marcos fascinantes.
Lembra Wilson:
"Começamos procurando um halo em torno da Via Láctea e encontramos outra coisa. E, para um experimento que ia mal, o que encontramos foi mais importante do que o que estávamos procurando."
O problema era um ruído de fundo imprevisto. Eles não chegaram a identificar a sua origem, revisaram tudo de novo e de novo e, inclusive, chegaram a suspeitar de um "material dielétrico branco" – como Penzias o chamou muito elegantemente – depositado por dois pombos que rondavam a antena. Eles limparam, e o sinal continuava lá. A direção em que apontavam para o céu era indiferente: uma radiação de fundo se fazia presente e parecia envolver tudo.
Dois pombos, na atividade em que são expertises, haviam ajudado a confirmar a teoria do Big Bang, dando início à cosmologia moderna.

El País http://brasil.elpais.com/brasil/2014/02/25/sociedad/1393353195_324347.html

Vídeo http://www.kuriositas.com/2015/10/the-pigeon-antenna-and-me-robert-wilson.html


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