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27 novembro, 2015

"... não excede a precisão de um estofador"

"A mente não-científica tem as idéias mais ridículas sobre a precisão do trabalho de laboratório, e ficaria muito surpresa ao saber que, com exceção das medições elétricas, a maior parte dessa precisão não excede a precisão de um estofador que vem para medir uma janela para um par de cortinas."
– Charles S. Peirce (1908)
Não há dúvida que Charles Sanders Peirce (1839-1914) estava exagerando um pouco. Mas quando se tratava de assuntos metrológicos, Peirce sabia do que estava falando. Mais conhecido como um lógico, matemático e o filósofo mais original da América (um dos fundadores da escola filosófica conhecida como pragmatismo), ele também foi um importante cientista. Peirce fez medições de precisão e criou técnicas para melhorá-las. Seu trabalho, entre outras contribuições de importância, ajudou a remover a metrologia americana da sombra britânica.
Peirce foi o primeiro a ligar experimentalmente uma unidade, o metro, a um padrão absoluto, o comprimento de onda de uma linha espectral. Por várias razões, essa contribuição não recebeu muita atenção. Em primeiro lugar, ele nunca a considerou terminada e deixou apenas relatos fragmentários em suas 12 000 páginas publicadas e 80 000 páginas de anotações e cartas – majoritariamente manuscritas sobre lógica, matemática, ciência e filosofia. Em segundo lugar, a idéia de Peirce foi quase imediatamente retomada e significativamente melhorada por Albert Michelson, usando o interferômetro que ele e Edward Morley tinham construído para medir a deriva no éter (ether drift). Finalmente, a vida profissional e pessoal caótica de Peirce sempre dificultou uma avaliação abrangente de suas contribuições.

No Acta Pulmonale: Exatidão x Precisão

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