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28 julho, 2015

Moderno Prometeu

Na mitologia grega, Prometeu era um semi-deus. Conhecido por sua astúcia, foi responsável por roubar o fogo de Zeus e o dar aos mortais. Zeus teria então o punido por este crime, deixando-o amarrado a uma rocha por toda a eternidade, enquanto uma águia comia todo dia seu fígado - que crescia novamente, no dia seguinte.



Em 1958, muitos dos atributos de seres vivos poderiam ser encontrados em nossa tecnologia: locomoção (carros), metabolismo (máquinas a vapor), armazenamento de energia (baterias), percepção de estímulos (iconoscópios) e atividade nervosa ou cerebral (computadores).
O elemento que faltava era a reprodução: nós ainda não tínhamos criado um artefato não-vivo que pudesse fazer cópias de si mesmo.
Então, o professor de química Homer Jacobson, do Brooklyn College, construiu um. Usando um modelo de ferrovia de bitola HO (*), ele projetou um "organismo" feito de carros que poderiam usar sensores para selecionar outros carros no percurso e montá-los em um tapume em modelos de si mesmo.
"Cabeça" de carros têm "cérebros", e "cauda" de carros têm "músculos" e "olhos". Juntos, uma cabeça e uma cauda fazem um "organismo", no qual a cabeça dirige a cauda para assistir os carros disponíveis em outros lugares do percurso e desviá-los adequadamente para o tapume em que será criado um novo organismo.
"Novos organismos formados continuam essa propagação de uma forma linear," escreveu Jacobson, "até que o ambiente fique sem peças ou não existam mais tapumes disponíveis. E, se um erro é cometido em algum lugar na operação de um ciclo, tem-se então uma 'mutação'. Tal efeito, como o que acontece com os seres vivos, é geralmente fatal."
(Homer Jacobson, "On Models of Reproduction", American Scientist, setembro de 1958)

(*) Bitola HO: é a bitola-padrão internacional (1,435 m) reduzida na escala HO (1:87,1) para 16,5 mm.

Contraditório
O sentido da vida - 2

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