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22 novembro, 2020

Peixes elétricos da Amazônia

A velha prática de levar canários para minas de carvão subterrâneas já salvou a vida de muitos mineiros. Enquanto o passarinho cantava, tudo estava bem. Se ele silenciasse era sinal de perigo iminente, como um vazamento de gás metano ou monóxido de carbono. Soava, então, um alarme e a mina era evacuada.
O canário de mina é um bioindicador, ou seja, um ser cujo comportamento ou estado de saúde nos informa sobre um possível problema de contaminação ambiental. Infelizmente para os canários, além do silêncio, a morte sempre foi o sinal mais claro de perigo real. Mas hoje já existem muitos outros bioindicadores que não precisam ser sacrificados para nos avisar sobre desastres em curso.
No Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), o grupo liderado pelo cientista Dr. José Alves Gomes tem gerado conhecimento científico e publicações sobre a utilização de peixes elétricos (Gymnotiformes) como biossensores para a qualidade da água.


É que esses peixes (são cerca de 150 espécies distribuídas em 7 famílias), por meio de órgãos especializados, têm a capacidade de gerar initerruptamente pequenas descargas elétricas. Quando acontecem bruscas alterações nas características físico-químicas da  água - pH, turbidez, temperatura ou a presença de poluentes - os peixes modificam o padrão de suas descargas elétricas, e sensores instalados nas proximidades fazem soar um alarme.
"Sistemas assim seriam muito mais baratos e eficientes do que realizar análises periódicas da água em diversos pontos ao redor de um campo de exploração de petróleo ou ao longo de um oleoduto, por exemplo, como é feito atualmente", afirma o pesquisador.
Por estas propriedades, eles são recomendados no monitoramento biológico de vazamentos de derivados de petróleo na água.

02/10/2021 - Aualizando ...
Do electric eels have predators? (As enguias elétricas têm predadores?)

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