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01 maio, 2015

Indo ao cerne da questão

O país apelou, até duas semanas atrás, para que uma empregada doméstica não fosse executada no exterior. Não obteve êxito: a empregada doméstica Siti Zaenab, 47, foi enforcada em 14 de abril em Medina, na Arábia Saudita.
Mas "fez o melhor que pôde" para evitar a execução, como disse a ministra das Relações Exteriores, Retno Marsudi. à imprensa local. Ela pedira  a seu congênere no governo da Arábia Saudita o perdão a Zaenab, condenada à morte por assassinar a facadas o patrão, em 1999.
No início do ano, o presidente do país enviou uma carta ao governo saudita em que solicitava clemência a Zaenab, sem êxito. Além disso, se comprometeu a pagar à família da vítima US$ 154 mil, possibilidade prevista na legislação saudita e conhecida por "dinheiro de sangue". Se a família da vítima aceita o pagamento, o réu recebe o perdão. O dinheiro foi recusado.
Graças ao pagamento do "dinheiro de sangue", o país havia conseguido, no ano passado, o perdão para uma outra empregada doméstica condenada à morte.
Que país é esse?
Em 6 de março, o Alto Comissariado da ONU (Organização das Nações Unidas) para os Direitos Humanos criticou o fato de a Indonésia defender internamente a pena de morte enquanto tenta salvar cidadãos indonésios no exterior sob risco de execução.
"Os esforços da Indonésia para lutar contra o flagelo do tráfico de drogas são compreensíveis, mas a execução dos condenados não é meio de fazer isso. Ao seguir esse curso, a Indonésia irá tristemente enfraquecer sua própria posição quando advoga em favor dos seus cidadãos que eventualmente enfrentem a pena de morte no exterior", disse Rupert Colville, porta-voz do órgão.
Há cerca de 230 indonésios condenados à morte pelo mundo.
Fonte: RICARDO GALLO, Folha de SP, 27/04/2015

Os preparativos de uma execução na Indonésia: um deles vai atirar para matar

Cartoon: Thomdean

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