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16 agosto, 2014

As máscaras do preconceito

Durante as filmagens de "Planet of the Apes" (O Planeta dos Macacos), em 1967, Charlton Heston notou "uma segregação instintiva no set. Os macacos não comiam todos juntos, mas os chimpanzés comiam com os chimpanzés, os gorilas comiam com os gorilas, os orangotangos comiam com os orangotangos, e os humanos comiam fora. Foi muito assustador."
James Franciscus notou a mesma coisa nas filmagens de "Beneath the Planet of the Apes" (de Volta ao Planeta dos Macacos), em 1969. "Durante o almoço, eu olhei em torno e percebi: 'Meu Deus, aqui é o universo'. Porque em uma mesa estavam os orangotangos a comer, em outra mesa, outros macacos, e os seres humanos tinham sua própria mesa. Os personagens de uma espécie não se misturavam com os de outra espécie para comer juntos".
"Lembro-me de ter dito: 'Olhe ao redor - você nota o que está acontecendo aqui? Isto é um microcosmo isolado do que, provavelmente, incomoda o mundo todo. Chame de preconceito ou do que você quiser chamar. O que é diferente é para ser evitado, é assustador e assim por diante'. Ninguém ali estava se misturando e, por trás das máscaras, eram todos seres humanos. As máscaras foram suficientes para que aflorassem as nossas próprias pequenas naturezas genéticas de medo e preconceito. Foi surpreendente."

Joe Russo e Larry Landsman, Planet of the Apes Revisited, de 2001

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